A D i n â m i ca d o s a j u s t e s d o m e r ca d o d e t r a b a l h o
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TABELA 2.2 Ciclicidade de Fluxos Líquidos entre Setores, e de Saída do Emprego Coeficiente MQO do componente cíclico dos fluxos líquidos e do crescimento defasado, 2005–17 Fluxos líquidos para a Formalidade
Argentina
Brasil
Chile
Equador
Mexico
Peru
Note
474,0
1153,3
160,5
30,4
888,7
−2639,7
Informalidade
−382,3
−177,8
−697,4
−121,9
−2879,4
465,1
Trabalho informal (assalariado)
−571,8
−435,9
−506,7
15,6
−5439,9
165,9
163,7
−413,9
−943,4
−702,0 ** −2629,9
705,5
*
Trabalho independente
***
Coeficiente MQO do componente cíclico dos fluxos líquidos entre setores de emprego e crescimento defasado, 2005–17 Trimestre 1
Trimestre 2
Formal (setor privado)
Informal Desemprego Saída da força de trabalho
Argentina
Brasil
Chile
Equador
−443,5
−102,0
−851,4
−46,9
Mexico
Peru
Note
−2660,1
1812,1
***
5,7
−305,7
415,4
44,7
277,6
55,3
−101,9
−555,4
−12,5
−123,1
393,3
299,0
110,2
1759,8
−997, 3
**
776,6
971,6
**
Informal (assalariado)
Formal (setor privado)
506,8
−95,4
−243,7
Desemprego
175,6
298,8
304,5
681,6 **
−252,22
373,3
448,2
−117,0
4413,8
−293,9
Independente
Formal (setor privado)
−63,3
197,4
1095,1
−63,2
900,3
−814,8
33,7
−595,9
−39,4
2158,3
267,8
−100,9
−101,6
−94,3
6580,4
860,0
Saída da força de trabalho Desemprego Saída da força de trabalho
421,5 * −756,6 **
**
Fonte: Sousa (2021). Nota: Estes cálculos são baseados no componente cíclico dos fluxos líquidos (diferença entre o fluxo de saída da formalidade e entrada na informalidade e de saída da informalidade e entrada na formalidade, e assim por diante) de empregos em tempo integral. A amostra analisada limita-se a trabalhadores inseridos no setor privado formal ou nos setores informal e independentes (autônomos e empregadores) no primeiro trimestre de observação. Os fluxos foram estimados como o número de trabalhadores que transitaram entre situação de ocupação em dois trimestres consecutivos de observação. O componente cíclico foi estimado com ajuste sazonal e filtro de Hodrik-Prescott. MQO = mínimos quadrados ordinários. Nível de significância: * = 90 por cento, ** = 95 por cento, *** = 99 por cento
trabalho para compensar as piores perspectivas de encontrar trabalho de outros membros da família.
Informalidade Vale notar que nem todos os fluxos de saída do mercado de trabalho em tempos de crise consistem em perdas de emprego. Na América Latina, particularmente, o grande setor informal enfraquece a relação entre desemprego e crescimento do PIB da lei de Okun (David, Lambert e Toscani, 2019). Para caracterizar plenamente a margem quantitativa de ajuste durante as recessões econômicas nesses países, é necessário ir além da dinâmica do desemprego. O baixo acesso ao seguro-desemprego na região provavelmente diminui as reservas salariais e encurta o tempo disponível para procurar emprego. Embora esses fatores diminuam o desemprego no curto prazo, também podem reduzir
a qualidade da compatibilidade entre trabalhadores e empregos. 5 Na região da ALC, onde o trabalho é sobretudo informal autônomo (23%) ou assalariado informal dependente (35%)6, a redução de postos de trabalho no setor formal pode levar mais trabalhadores para o setor informal.7 A informalidade está fazendo o trabalho sujo de preservar os empregos nas economias latino-americanas? Pesquisas anteriores mostraram que, embora na região da ALC o trabalho informal nem sempre seja uma opção inferior de emprego em comparação a empregos formais, é provável que durante retrações o setor incorpore os trabalhadores desligados do setor formal. Usando dados mexicanos, Maloney (1999) apresentou uma das primeiras análises das transições entre o emprego formal e informal, concluindo que “o mercado de trabalho para trabalhadores relativamente pouco qualificados pode estar bem integrado com os setores formal e informal,