Emprego em Crise

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R u m o a u m a p o l í t i c a d e r e s p o s t a i n t e g r a d a

baixa da população; seus cadastros e sistemas de execução não conseguem lidar bem no caso de um aumento rápido no número de domicílios que precisam de apoio; e os valores dos benefícios são baixos em relação aos níveis convencionais de seguro social de suavização do consumo (Figura 4.8). O recente esforço para fazer com que os programas de transferência de renda da assistência social sejam responsivos (“adaptativos”) aos desastres naturais (Bowen et al., 2020; Williams e Berger-Gonzalez, 2020) mitigou consideravelmente essas limitações. Em crises anteriores, programas de obras públicas intensivas em mão-de-obra – ­também conhecidos como “workfare” – ajudaram a suavizar o consumo de alguns trabalhadores, principalmente os empregados na economia informal e com um nível de remuneração que os mantinha logo acima da linha de pobreza (De Ferranti et al., 2000; Jalan e Ravallion, 2003; Subbarao et al., 2013). Esses programas representaram, na prática, o seguro-desemprego da maioria desses trabalhadores do mundo inteiro durante as crises dos anos 80 e 90, até mesmo em

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vários países europeus na crise financeira global de 2008-09 (Packard e Weber, 2020). Porém, com exceção da Argentina e do Chile, a capacidade de implementar esses programas de forma rápida e eficaz ainda é limitada na região da ALC. Benefícios insuficientes. As transferências de renda para fins de assistência social são normalmente concebidas para complementar, em vez de substituir, a renda auferida. São, tipicamente, valores muito mais baixos do que o nível de reposição de renda convencionalmente considerado adequado para a suavização do consumo (algo em torno de 40 a 70 por cento da renda anterior). Em vista do objetivo explícito de permitir e até mesmo incentivar as famílias a investirem em capital humano (p. ex., adotar e manter bons hábitos alimentares, cuidados de saúde preventivos e frequência escolar regular), os valores dos benefícios são baixos em relação à renda auferida. Um grande número de pesquisas sugere que, no geral, esses benefícios apoiam incentivos positivos ao retorno ao trabalho (Fiszbein e Schady, 2009; Garganta e Gasparini, 2015). No entanto, isso também pode

FIGURA 4.8  Apoio insuficiente, com muitos deixados para trás a. Cobertura de transferências condicionadas de renda Uruguai, 2012 Bolívia, 2012 México, 2012 Filipinas, 2015 Brasil, 2015 Argentina, 2013 Jamaica, 2010 Colômbia, 2014 República Dominicana, 2014 Chile, 2013 Equador, 2016 Peru, 2014 Panamá, 2014 Guatemala, 2014 Costa Rica, 2014 Honduras, 2013 Bangladesh, 2010 Paraguai, 2011 Timor-Leste, 2011

Média, 40,3

0

Fonte: Banco Mundial, 2018.

b. Montante de benefícios recebidos

Bolívia, 2012 Honduras, 2013 Equador, 2016 México, 2012 Argentina, 2013 Brasil, 2015 Paraguai, 2011 Panamá, 2014 Peru, 2014 Costa Rica, 2014 República Dominicana, 2014 Colômbia, 2014 Chile, 2013 Filipinas, 2015 Jamaica, 2010 Timor-Leste, 2011 Bangladesh, 2010

60 80 100 20 40 % da população no quintil mais pobre

Média, 15,6

0

20 40 60 80 100 % do bem-estar pós-transferência dos beneficiados no quintil mais pobre


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Referências

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pages 161-169

nos trabalhadores

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page 156

Conclusão

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pages 157-159

mercado de trabalho

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page 155

Notas

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page 160

econômicas?

3min
page 154

4.17 Instrumentos normativos do mercado de trabalho e duração do desemprego

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pages 148-153

4.13 Abordagem do impacto das crises e preparação para a mudança: reformas de políticas

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pages 142-143

Estrutural: maior concorrência e políticas baseadas no local

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involuntária de emprego

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mudanças estruturais

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4.1 Auxílio Familiar como Seguro-Desemprego na Prática

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B4.2.1 Estratégia trabalhista e de proteção social adotada em resposta à COVID-19 no Brasil para dois grandes grupos vulneráveis

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page 133

4.8 Apoio insuficiente, com muitos deixados para trás

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page 129

4.1 Panorama do apoio formal à renda no desemprego na região da ALC

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page 119

Agregado: estabilizadores macroeconômicos mais robustos

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pages 113-114

4.1 Como funciona o ajuste e um triplo pacote de políticas para facilitá-lo

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setorial e propriedade estatal

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Conclusão

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pages 101-102

Localidades: o papel das oportunidades locais e da informalidade

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Introdução

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pages 107-109

Empresas: o custo da concorrência limitada no mercado

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pages 93-95

Três dimensões principais das políticas

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3.1 Presença de efeitos negativos e efeitos cicatriz nos salários, por gênero e nível de ensino

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Fluxos do Mercado de Trabalho: Desemprego versus Informalidade

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Trabalhadores: uma carga maior sobre os não qualificados

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Criação e destruição de empregos em tempos de crise

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por Decil Salarial, Setores Formal e Informal, 2005–17

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pages 69-70

A transformação na estrutura do mercado de trabalho e o desaparecimento dos bons empregos

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2.2 Ciclicidade de Fluxos Líquidos entre Setores, e de Saída do Emprego

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pages 55-56

Introdução

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pages 79-80

Principais ideias

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pages 29-34

Introdução

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pages 49-51

1.3 Estabilizadores e Estrutura Macroeconômica: Reformas de Políticas

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pages 38-40

Referências

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sobre os trabalhadores

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1.2 Como funciona o ajuste e as políticas que podem atenuá-lo

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pages 36-37

Três dimensões das políticas de resposta

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Notas

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Emprego em Crise by World Bank Publications - Issuu