Rumo a uma política de resposta integrada
Introdução Poucos duvidam de que ter melhores políticas para mitigar, administrar e ajudar as pessoas a se recuperarem de crises é crucial para que os países da América Latina e do Caribe (ALC) consigam elevar suas taxas de crescimento de longo prazo e aumentar o bem-estar de suas populações. As estruturas macroeconômicas dos países da região mudaram drasticamente na década de 1990, assim como as políticas de proteção social e trabalho no início dos anos 2000. Mas as políticas foram pouco modificadas desde então. A pandemia de COVID-19 e a consequente lentidão da economia global podem ser prolongadas. Enquanto isso, ocorrem mudanças estruturais nos mercados de trabalho. Dadas essas circunstâncias, a resposta à crise passou a encabeçar o debate sobre políticas na região da ALC. Considerando as evidências apresentadas nos capítulos anteriores sobre a importância da demanda para os ajustes nas crises e a tríade de trabalhadores, setores/empresas e localidades, como as políticas podem mitigar o impacto das crises sobre os trabalhadores e promover uma melhor recuperação? Este estudo mostra que as crises têm um grande
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efeito negativo sobre o bem-estar na região da ALC e que os efeitos cicatriz documentados no mercado de trabalho provavelmente afetarão o potencial de crescimento econômico da região. Para mitigar esses danos, os formuladores de políticas devem desenhar e implantar instrumentos para amortecer os efeitos das crises sobre os trabalhadores no curto prazo; os impactos dos choques se espalham de forma desigual entre os trabalhadores e empresas. Muitos não recuperarão o emprego, o salário ou os clientes perdidos. Mas os formuladores de políticas devem prestar a mesma atenção a eficiência e resiliência - promovendo a capacidade de recuperação após exposição a um choque negativo (e que pode ser auxiliado por um crescimento econômico saudável). Este capítulo se baseia nas conclusões dos três primeiros capítulos para identificar os elementos necessários para uma política de resposta eficaz às crises na América Latina e no Caribe, conforme revelados por essas lentes mais amplas. Discute as implicações das conclusões dos capítulos anteriores para as políticas, avaliamos a capacidade dos sistemas existentes de enfrentar os desafios de resposta às crises e discute possíveis reformas,
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