BCE, com a missão de inovar sem perder a essência Numa época em que se pode carregar milhares de livros em um Kindle ou num cartão SD, a biblioteca da UEM tenta acompanhar os avanços tecnológicos Aos 50 anos, a Biblioteca Central dos Estudantes (BCE) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) está prestes a passar por profundas transformações, porém, cheia de dúvidas: atingir o mundo digital sem desprezar o acervo de mais de 400 mil volumes? Como ter seu acervo na internet e não perder o conceito de espaço de integração entre alunos? O digital é definitivo ou vai durar apenas alguns dias, como normalmente ocorre no mundo da tecnologia? Diante de tantas dúvidas, o que se sabe, porém, é que a mudança é inevitável e para já. “O mundo está mudando e não há como as bibliotecas pararem no tempo”, diz o diretor da BCE, Ademir Henrique dos Santos. “Em todo o mundo, as bibliotecas estão em um ponto de inflexão, com modificações drásticas na forma de acessar e consumir conteúdos. Este é o desafio do momento”. Santos diz que é visível a variação no perfil do frequentador da biblioteca. “Até algum tempo atrás, o estudante chegava cheio de cadernos, canetas, fichas; copiava trechos de livros, fazia fotocópias de páginas e mais páginas. Agora ele traz um notebook e às vezes apenas o celular; ao invés de fotocópias, ele faz uma foto da página”. Se a biblioteca precisa de tempo para escolher quais plataformas vai usar, os jovens usuários têm pressa nas mudanças e querem logo as facilidades proporcionadas pelos avanços tecnológicos, como o livro digital. Esta é uma tendência. Acessível
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em dispositivos móveis, o livro digital conta com a facilidade de ser visualizado a qualquer hora e lugar. Basta que o usuário disponha de um leitor de texto, tipo Kindle (para ficar no mais famoso), um computador ou um tablet. Em último caso, o acesso se dará no celular, a partir de qualquer lugar, inclusive da rua. TENDÊNCIA SEM VOLTA Até a virada do século, a biblioteca da universidade de Maringá tinha quatro computadores, que somando a memória e funcionalidade de todos não chega nem aos pés do que se pode conseguir com um celular comum. Internet ainda não existia por aqui, de modo que os quatro aparelhos só serviam para arquivo, fichamento e produção de relatórios. Mas, desde o ano 2000 que a BCE deu início à sua entrada na era digital. Primeiro passou a arquivar teses e dissertações em formato PDF, que podem ser facilmente acessadas pela Internet. Os periódicos recebidos de outras universidades também já estão on-line, assim como algumas obras disponibilizadas por meio do Portal da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), uma fundação vinculada ao Ministério da Educação. Para Ademir Henrique, a tendência agora é que as editoras passem a oferecer também seus livros em extensões para leitura on-line, como PDF, ePUB, Mobi e outras. “Como esta área não para de evoluir, é difícil saber como os usuários usufruirão da BCE da UEM daqui a alguns anos”, diz o diretor.