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conhEça a atUação da UEM na pandEMia

Ações envolvem atividades nas três áreas, incluindo pesquisas para ajudar na prevenção e diagnóstico

Assim que governo do Estado anunciou medidas para o enfrentamento ao novo coronavírus, em março de 2020, a UEM deu início a uma série de ações visando não apenas orientar a comunidade universitária, mas dar suporte ao atendimento público externo, especialmente na área da saúde.

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Uma das primeiras medidas foi a suspensão das aulas nos cursos de graduação presenciais e boa parte das atividades administrativas que por um longo período foram realizadas de forma remota. Enquanto o ano letivo de 2020 não iniciava o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão definiu um conjunto de atividades acadêmicas extracurriculares, a serem ofertadas, de maneira remota e em caráter excepcional, beneficiando, em tempos de pandemia, os estudantes dos cursos de graduação.

Sem condições sanitárias e epidemiológicas que garantissem a segurança da comunidade universitária, já que o País ainda sentia as fortes consequências da pandemia, em 17 de agosto a UEM deu início ao ano letivo de 2020 para mais de 14 mil estudantes de graduação, mantendoos longe das salas de aula, porém, conectados com a Instituição por meio do ensino remoto emergencial para os cursos presenciais.

A partir do momento em que o isolamento social se fez necessário e os pesquisadores passaram a trabalhar remotamente, começou também a circular uma rede de informações técnicas e científicas. Para a organização desses dados, diante do grande volume e velocidade de informações científicas publicadas, a Reitoria da UEM instituiu o Grupo de Estudo de Evidências Científicas em Covid-19, criado para desenvolver métodos de trabalho para manter um fluxo de informações confiáveis para o corpo técnico do comitê de acompanhamento e controle do coronavírus. O grupo reuniu quase 50 pesquisadores, a maioria doutores ligados à área da saúde

A equipe acompanhou a literatura científica, fez a leitura, tradução e a reorganização das informações praticamente em tempo real. Quando os trabalhos começaram havia cerca de 130 artigos publicados sobre a Covid-19 e hoje já passam de 15 mil. Os textos elaborados por esta equipe foram disponibilizados em um site criado pela Assessoria de Comunicação Social da UEM, específico sobre o tema. A proposta foi trazer

A Farmácia Ensino aumentou a produção de álcool em gel garantindo, internamente, o abastecimento do produto nos setores administrativos da UEM

orientações e informar sobre os serviços prestados pela UEM durante a pandemia.

A partir deste grupo de estudos, formou-se um subgrupo de profissionais com a finalidade de traduzir ao público em geral as principais evidências científicas publicadas sobre a doença, trazendo informações práticas, corretas e atualizadas, combatendo fake news (notícias falsas) e equívocos sobre as medidas de enfrentamento à pandemia.

SAIU NA FRENTE De outro lado, o Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (Lepac) saiu na frente no diagnóstico molecular da Covid-19. A habilitação para aplicar os testes foi dada ao setor de Virologia do Lepac pelo Laboratório Central do Paraná (Lacen).

Referência para a macrorregião Noroeste do Paraná, o Lepac, junto com a Secretaria Municipal de Saúde, o Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) e o Centro Universitário Ingá (Uningá), passou, em maio de 2020, a coordenar um trabalho de testagem rápida nos maringaenses.

O projeto foi realizado em quatro etapas. Em cada uma, foram aplicados 200 testes rápidos, totalizando 800 testes. Paralelamente um questionário socioepidemiológico e demográfico forneceu ao poder público informações sobre como os moradores vêm se comportando diante das recomendações de isolamento social. Baseado nos relatórios, a Prefeitura tem mais condições para tomar as medidas de flexibilização sobre a abertura do comércio, por exemplo.

Sem uma base de dados confiável, diz o reitor Julio Damasceno, não há como tomar decisões seguras e que protejam a todos. “É a importância da informação para a tomada de decisão”, afirma.

Outras frentes de trabalho, algumas em curso, também foram iniciadas, envolvendo o ensino, a pesquisa e a extensão.

UEM na Pandemia

A universidade atendeu a uma Chamada Pública do governo do Estado dando início a atividades desenvolvidas com as regionais de saúde de Maringá, Umuarama, Cianorte e Ivaiporã. Um dos eixos de trabalho se concentrou na instalação de um call center virtual, com professores, pósgraduandos e estudantes de últimos anos de Medicina e Enfermagem no Sistema de Telessaúde.

Enfermeiros, técnicos em enfermagem e outros profissionais de saúde prestaram atendimento em 13 das divisas rodoviárias do Paraná. Deram orientações e aplicaram a testagem para a Covid-19 em quem apresentava os sintomas.

Enfermeiros e estudantes de Enfermagem em centros de Vigilância Epidemiológica de Maringá, Sarandi, Regional de Saúde de Maringá e do Hospital Universitário Regional de Maringá fizeram o monitoramento e o registro da pandemia.

Nova plataforma

Pesquisadores dos Departamentos de Estatística e Matemática UEM criaram uma plataforma para o acompanhamento dos casos da Covid-19, que fornece uma visão de passado, presente e uma previsão quanto ao futuro, aos secretários de 30 municípios que compõe a 15ª Regional de Saúde do Estado do Paraná.

O número de casos da Covid-19 são apresentados por meio de estatística descritiva, gráficos e índices, fornecendo além de um panorama geral para todos os municípios, também cenários específicos para cada uma destas 30 cidades. A ferramenta também traz estimativas tais como taxa de propagação, reprodução evolução, entre outros dados.

Saúde Bucal

O Departamento de Odontologia da UEM, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de Maringá, desenvolve o projeto de Teleorientação para cuidados com a saúde bucal em tempos de pandemia de Covid-19. A ação é voltada para gestantes vinculadas às Unidades Básicas de Saúde, para as mães de bebês cadastradas na Clínica do Bebê e usuários do Centro de Especialidade Odontológica na área de Periodontia.

O objetivo do projeto é incentivar o autocuidado, além de levar informações relacionadas à prevenção, causas, desenvolvimento e tratamentos de doenças bucais.

Raio X

Pesquisadores da UEM desenvolveram um estudo científico para identificar a pneumonia causada pela Covid-19 utilizando imagens de radiografias de tórax.

Rede paranaense sobre Covid-19

Pesquisadores da UEM foram convidados a participar de uma pesquisa inédita sobre a Covid-19 dentro do projeto Abordagem genômica para investigar variações genéticas do SarsCoV-2 e no hospedeiro humano. A iniciativa é do Instituto de Pesquisa para o Câncer, localizado em Guarapuava, no Paraná, e visa investigar e identificar fatores genéticos, associados à evolução clínica da Covid-19 que torne o indivíduo predisposto a apresentar um quadro grave da doença.

A UEM representa toda a macrorregião Noroeste do Paraná. Para realizar o estudo, houve a coleta de amostras de sangue e tecidos de pacientes, além da avaliação do quadro comportamental desses em relação à Covid-19. A pesquisa deve ajudar a elucidar a fisiopatologia da doença em pacientes da nossa própria região.

Hemocentro

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná desenvolve um projeto-piloto que permite a utilização do plasma de pessoas que se curam da Covid-19. Considerando que estas pessoas desenvolvem anticorpos no plasma, esse material é utilizado como procedimento experimental no combate ao novo coronavírus, possibilitando uma evolução da doença de forma mais branda, com menor tempo de internação e de UTI. seja totalmente eficaz para o combate ao vírus, há evidências na literatura médica de que ele pode baixar a taxa de mortalidade. De qualquer modo, cabe aos médicos a decisão de utilizá-lo ou não no tratamento de pacientes.

O projeto conta com o apoio do Laboratório Central do Estado, Fundação Oswaldo Cruz, Complexo Hospitalar do Trabalhador e Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde.

O Hemocentro da UEM vem contribuindo com as pesquisas científicas auxiliando na coleta de plasma convalecente, disponibilizando-o aos hospitais da região. Embora não se possa afirmar que o tratamento

Mapeamento

O mapeamento dos casos de Covid-19 em Maringá, divulgado na forma de mapas pelo Boletim Epidemiológico, é um trabalho que tem a participação de pesquisadores da UEM que formaram uma força tarefa para acompanhar e analisar a difusão da Covid-19. O estudo, que reúne professores do Departamento de Geografia, tem contribuído na formulação de estratégias de contenção do vírus.

Novos aparelhos

Profissionais e alunos de graduação e pós-graduação dos cursos de Medicina e Física desenvolveram um modelo de oxigenador que funciona com modo de ventilação não invasiva. Além de um protótipo de ventilador mecânico, com várias modalidades de ventilação para ser utilizado em pacientes com insuficiência respiratória em Unidade de Terapia Intensiva.

A UEM produziu uma série especial de lives com o tema “A Academia contra a pandemia”, abordando assuntos de interesse da comunidade. Os encontros foram mediados pelo reitor Julio Damasceno ou representantes da Reitoria, com a presença de professores e pesquisadores de dentro e fora da instituição. A transmissão se deu pelos canais oficiais da instituição: YouTube, Facebook e Rádio UEM FM. Os programas encontram-se disponíveis no YouTube. Com o objetivo de oferecer maior segurança aos profissionais e alunos do Lepac, o Departamento de Engenharia Mecânica e o Departamento de Engenharia de Produção produziram dispositivos e ganchos individuais para garantir maior segurança aos profissionais e alunos do laboratório, que estão envolvidos com os exames da Covid-19. Também foram produzidas mais de 300 unidades para o HU e o Hemocentro.

Os câmpus regionais também colaboraram nestas ações, ampliando as possibilidades de amparo à população em geral. O Câmpus Regional de Goioerê atuou na gestão de qualidade dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) fabricados para profissionais da saúde, como máscaras e aventais. A missão do curso de Engenharia Têxtil foi garantir a padronização das Normas Técnicas de produção, além da aplicação das orientações preconizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para proteger os profissionais em hospitais. A UEM ainda esteve envolvida na produção de máscaras nos laboratórios dos cursos de Design e Moda (Cianorte), Engenharia Têxtil (Goioerê) e Engenharia de Produção (Maringá). Toda a produção foi doada aos mais diversos segmentos, incluindo hospitais.

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