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UEM participa da bUsca do priMEiro dinossaUro paranaEnsE

O levantamento ambiental do sítio em que viveu o Vespersaurus paranaensis, na região de Cruzeiro do Oeste, teve participação de pesquisadores da UEM

Ilustração/Rodolfo Nogueira

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A descoberta revela um dinossauro de pequeno porte que viveu na região há 90 milhões de anos

Uma nova espécie de dinossauro que viveu no período Cretáceo, há 90 milhões de anos, era apresentada em Maringá para a comunidade científica e imprensa em 26 de junho de 2019. No mesmo dia, o assunto era destaque no periódico científico Scientifc Reports e nos principais canais de notícias do mundo todo.

A descoberta teve colaboração de pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá que, de lá para cá, continuam com estudos paleontológicos importantes. O projeto também contou com a participação de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e cooperação do Museu de Paleontologia e da Prefeitura de Cruzeiro do Oeste.

Edison Fortes, professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia e membro do Grupo de Estudos Multidisciplinares do Ambiente da UEM, destaca que a descoberta foi fundamental para “a expansão do conhecimento sobre a evolução da vida e as transformações que a Terra sofreu no passado e ainda poderá sofrer”. Além do mais, permitiu divulgar à sociedade a relevância das pesquisas feitas pela universidade.

O fóssil foi encontrado no mesmo sítio fossilífero em que foram descobertos o lagarto Gueragama sulamericana e inúmeros indivíduos do pterossauro Caiuajara debruskii, na zona rural de Cruzeiro do Oeste, município de 21 mil habitantes da região de Umuarama.

A nova espécie foi batizada como Vespersaurus paranaensis, a partir da palavra vésper (‘oeste’ ou ‘entardecer’, em latim), em referência ao nome da cidade onde foi descoberta e por representar o primeiro dinossauro do Estado do Paraná.

“A descoberta desses fósseis e a comprovação de que trata-se de um dinossauro não encontrado em qualquer parte do mundo fala muito sobre como já foi nossa região no passado”, diz Edson Fortes.

“Estudando o solo vamos descobrindo como cada camada foi depositada ao longo de séculos e milênios, se por força dos ventos, se trazida por águas, se no passado aquele solo era um deserto, um rio, se havia muita vegetação”, diz o pesquisador. Segundo ele, a análise mostrou que há 90 milhões de anos a região de Cruzeiro do Oeste era um deserto, mas que o local em que está o sítio arqueológico podia ser uma lagoa onde animais das mais diferentes espécies compareciam para beber água. Devido a umidade, devia ter farta vegetação, que alimentava os herbívoros. Os carnívoros aproveitavam para caçar espécies que lhes serviam de alimento.

CARNÍVORO E RÁPIDO

De acordo com o pesquisador Max Langer, da USP de Ribeirão Preto, os fósseis da nova espécie revelam um dinossauro de pequeno porte, com pouco mais de 1,5 metro de comprimento, que faria parte da linhagem dos terópodos, grupo de dinossauros carnívoros bípedes que também inclui o tiranossauro e o velociraptor. O Vespersaurus paranaensis pertence ao subgrupo Noasaurinae, que inclui dinossauros pequenos até então conhecidos apenas na Argentina e em Madagascar, com possíveis registros também na Índia, o que pode indicar que essas terras estiveram unidas durante o período Cretáceo, com provável conexão através da Antártica.

Pesquisadores apresentaram fóssil do Vespersaurus paranaensis em 2019

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