JORNAL SEBASTIÃO - UEM CONTRA O CORONAVÍRUS

Sebastião

CADERNO DE EXTENSÃO DA UEM Ano 9 - Nº 16 - 2º semestre de 2020

EDIÇÃO ESPECIAL

UEM CONTRA O CORONAVÍRUS [COVID-19]

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h t t p s : // w w w . f a c e b o o k . c o m /p e c . u e m /

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EDITORIAL

T Débora de Mello Gonçales Sant´Ana Pró-Reitora de Extensão e Cultura

EXPEDIENTE

A UEM contra o novo coronavírus

odos nós concordamos que o mundo sairá diferente da pandemia que estamos vivendo. Nos últimos nove meses de 2020, pessoas vêm tentando entender de onde veio o novo vírus, como se deu o crescimento do número de casos e os efeitos do isolamento. Existem outros analisando tratamentos, diagnóstico e vacinas, que estão cada vez mais perto. Na área de Educação, um esforço vem sendo implementado para que a educação não presencial aconteça. Estamos cada vez mais organizados em teletrabalho, enfim, aprendemos muita coisa e encontramos soluções inovadoras para novos problemas.

Isso não foi diferente para os pesquisadores e cientistas, especialmente, das universidades públicas, que reúnem mentes brilhantes e equipes prontas para resolver os problemas que afligem a população. A observação da história nos mostra que estas instituições foram fundamentais para cada uma das reorganizações sociais, econômicas e sanitárias que já passamos.

Isso volta a acontecer, agora, e uma prova é o Projeto “UEM contra o coronavírus”. A Universidade Estadual de Maringá (UEM) foi chamada, junto com as outras Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES), a fazer o enfretamento ao crescimento da infecção pela Covid-19, no Paraná. Por meio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PEC/UEM), atendeu a essa solicitação e se engajou em um enorme projeto, que envolve

Reitor: Julio César Damasceno Vice-Reitor: Ricardo Dias Silva Pró-Reitora de Extensão e Cultura: Débora de Mello Gonçales Sant’Ana Diretor de Extensão: Breno Ferraz de Oliveira Diretor de Cultura: Rael Bertarelli Assessor de Comunicação Social: Elias Gomes de Paula Jornalista Responsável e Assessora de Comunicação e Divulgação Científica da PEC: Ana Paula Machado Velho (Reg. 16314/RJ)

mais de 250 servidores e bolsistas.

A iniciativa é financiada pela Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná (FA) em parceria com a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). As solicitações de participação nesta empreitada vieram em forma de editais do governo do Paraná, e foi a eles que a UEM atendeu. É sobre essa grande mobilização que este Caderno Sebastião fala. Mostra como a Universidade direcionou conhecimento e pessoal para responder à sociedade, à demanda do que estamos vivendo. As lutas contra o novo vírus, o aprendizado dos bolsistas, o agradecimento dos gestores da saúde, que receberam o apoio de profissionais de várias áreas para garantir o suporte necessário ao atendimento dos pacientes.

Pessoas que salvaram vidas.

Venha conhecer as histórias que produzimos nos últimos nove meses. Histórias de pesquisadores, extensionistas, estudantes, servidores da UEM, profissionais do nosso país, histórias que fortalecem o papel das nossas IEES. Apresentamos aqui ações e depoimentos de alguns de centenas de envolvidos, que, antes de mais nada, são pessoas, cidadãos que vêm se dedicando a outras pessoas. Histórias de medo, de afeto, de amor, de superação e de muito, muito trabalho.

Projeto gráfico original: Luiz Carlos Altoé Editoração: André Luís Scarate Capa: freepik.com Textos: jornalista Vanessa Bellei, bolsista do projeto (Reg. 6303/PR); Ana Paula Machado Velho (Reg. 16314/RJ) Revisão: Milena Massako Ito e Ana Paula Machado Velho (Reg. 16314/RJ) Jornal da UEM - Edição nº 16 Especial: UEM no combate do coronavírus

CONTATOS: www.pec.uem.br www.dex.uem.br Fones: (44) 3011-3790 (44) 3011-3797

3 UEM CONTRA O CORONAVÍRUS

A LINHA DO TEMPO DA UNIVERSIDADE NA LUTA CONTRA A COVID-19 Essas são as palavras que definem as ações do projeto coordenadas pela UEM

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m março de 2020, a pandemia da Covid-19 chegou ao Paraná e, rapidamente, se espalhou pelo interior do Estado. Naquele momento, a UEM instituiu um Comitê Covid, além de definir o isolamento social e adotar o sistema de teletrabalho, o que ocorreu no dia 18 de março.

No dia 19, à tarde, gestores da Universidade foram chamados para uma reunião emergencial do Fórum de Pró-Reitores de Extensão e Cultura. A pauta era um grande edital para o envolvimento das Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) em ações de enfrentamento à Covid-19. Tratava-se da Chamada Emergencial da Fundação Araucária para Enfrentamento da Covid, que tinha como parceiros a Seti e a Sesa.

O Projeto da UEM, produzido emergencialmente em um final de semana, mobilizou dezenas de professores e servidores da Universidade, coordenados pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PEC). A primeira versão contemplava apenas a 15ª Regional de Maringá e propostas de ação de prevenção em duas divisas do Paraná - Diamante do Norte e Santo Inácio, além de um braço para que a UEM apoiasse o sistema de telemedicina do Paraná.

estudantes, outros recém-formados, alguns sem Um dia depois, 20 de março, o projeto experiência, outros há tempo fora do mercado, estava aprovado e a UEM abriu editais de vatudo para dar suporte às necessidades da sociegas para que profissionais de diferentes áreas dade”, frisou Débora Sant’Ana. pudessem participar. A mobilização se tornou Os bolsistas vieram do mais intensa, no dia 25, quando estado do Pará, de Rondôa equipe foi chamada para veri- “Quando pensamos no nia, de São Paulo e de outras ficar a possibilidade de apoiar desafio dos bolsistas, os cidades do Paraná. Alguns outras Regionais. Um novo nossos ficam pequenos. se deslocaram diariamente edital foi publicado no dia 27 Alguns eram estudantes, de municípios distantes, ende março, para ser submetido outros recém-formados, frentando sol, chuva e atraaté dia 30. Com a aprovação alguns sem experiência, vessando rios. Outros passada nova proposta, a UEM foi outros há tempo fora do ram horas em pé, coletando alocada nas Regionais de Umumercado, tudo para dar milhares de exames e foram arama, Cianorte e Ivaiporã. suporte às necessidades da o último aconchego para alImpacto – A pró-reitora guns pacientes internados e Débora destaca que a lembran- sociedade”. afastados dos familiares. ça que fica deste momento “Vi seres humanos cuiturbulento é de um eficiente Débora de Mello Gonçales Sant’Ana Pró-Reitora de Extensão e Cultura dando de outros seres humatrabalho em equipe. Os bolnos! Vi profissionais que se sistas confiaram nos gestores agigantaram em um momento de crise e que do projeto e entraram em UPAS, nas UTI e diversos setores para o enfrentamento da Conos trouxeram esperança de superação. E, na grande maioria das vezes, agradecidos à UEM vid-19. Encaixaram-se em plantões, em equipes e aos órgãos de fomento pela oportunidade já formadas e, com muita coragem, enfrentaram, de aprender em uma condição tão incomum. realmente, os desafios.

“Quando pensamos no desafio dos bolEles são as verdadeiras estrelas deste projeto”, concluiu a professora Débora. sistas, os nossos ficam pequenos. Alguns eram

4 A MOBILIZAÇÃO DO PARANÁ

DESAFIO, SUPERAÇÃO, ARTICULAÇÃO E TRABALHO EM EQUIPE O conhecimento científico financiado pelas agências de fomento a serviço da sociedade paranaense

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Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PEC/UEM) foi responsável pela execução do Projeto “UEM contra o coronavírus” e define a iniciativa como um enorme desafio de gestão, que envolveu muitas pessoas e mobilizou muitos setores e serviços dentro e fora da UEM. Além disso, lembra a pró-reitora de Extensão e Cultura, Débora Mello Gonçales Sant’Ana, “em nenhuma das etapas havia tempo para reflexão. Corríamos contra o tempo, cercados pelo medo do desconhecido, medo pela segurança dos bolsistas e da saúde de cada um de nós, nossas famílias e de todos que estavam sendo colocados na linha de frente da pandemia”.

A entrada da UEM neste grande movimento do governo do Estado se deu a partir do atendimento a editais publicados pela Fundação Araucária, Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A iniciativa

disso, foi preciso lidar com as desistências e ganhou o nome de “Ação de Extensão Contra o rotatividade, com os adoecimentos e afastaNovo Coronavírus” e tinha o objetivo de conmentos, com a preocupação da oferta de EPIS ceder cotas institucionais de bolsas de extensão (Equipamento de Proteção Individual) e com o às IEES para o desenvolvimento de projetos exdesempenho dos bolsistas. tensionistas voltados a ações de Prevenção, CuiGestores – Segundo dados e Combate à Pandemia o diretor Geral da Seti, Mido Novo Coronavírus, com “Mais uma vez, respondemos chel Jorge Samaha, gestor a supervisão da Secretaria rapidamente às demandas dos paranaenses em um momento geral do Projeto durante a de Estado da Saúde (SESA).

Foram cinco ou seis editais. de extrema importância, no qual primeira fase de março até A UEM se comprometeu a pessoas vêm perdendo a vida. E junho, quando a iniciativa foi idealizada, o conhecimento atuar nos municípios da 15ª muitas mais poderiam ter sido da dinâmica do novo coroRegional de Saúde (Marin- atingidas não fosse a atuação navírus era escasso e estava gá), 12ª Regional de Saúde de instituições como a nossa”. restrito ao mundo da ciência.

(Umuarama), 13ª Regional “Não tínhamos dúvida de que de Saúde (Cianorte) e 22ª Julio César Damasceno uma ação rápida e preventiva Regional de Saúde (Ivaiporã). Reitor da UEM precisava ser disparada e, Isso envolveu o preenmenos dúvida ainda, que o locus dessa ação chimento de formulários, a seleção e o cadastro estava em nossas universidades. A experiência de centenas de bolsistas, elaboração de docude trabalho das IEES criou as condições de uma mentos, recibos, pagamento de bolsas. Além

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FALTA INFORMAÇÃO SOBRE OS EDITAIS

intervenção qualificada, agregando profissionais bolsistas”, lembrou Samaha.

O atual coordenador do Projeto pela Seti, Marcos Pelegrina, destacou que as universidades estaduais e, em especial, a UEM, prontamente atenderam ao chamado das autoridades de saúde. “Através dos projetos de extensão universitária, logo na primeira semana da pandemia, os bolsistas já estavam na linha de frente. Esse trabalho, além de ser diretamente responsável por salvar vidas e evitar a propagação do vírus, também tem um importante papel na formação dos estudantes e profissionais envolvidos nos projetos”, apontou Pelegrina.

Para o superintendente Aldo Bona, a atuação da UEM e das demais universidades estaduais na linha de frente de combate ao novo coronavírus, junto às Regionais de Saúde do Estado, tornou visível o compromisso e a capacidade das IEES na resolução de problemas.

“Ao mesmo tempo, enalteceu a importância da extensão universitária como forma de disponibilizar à sociedade o que temos e fazemos de melhor em nossas Instituições”, frisou Bona.

Essa também é a avaliação do presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig. “O Projeto Covid é um marco das relações da Universidades com a sociedade. Estamos mostrando que as instituições estaduais são grandes ativos da população paranaense”, registrou o gestor.

Maringá – O vice-reitor da UEM, Ricardo Dias Silva, apontou que o projeto que tem o envolvimento da Fundação Araucária, Seti,

Sesa e UEM prestou valioso serviço à população do Paraná, “ampliando sua atuação para a segurança sanitária e melhoria da qualidade de

vida das pessoas, ação que tem salvado vidas e reafirmado a importância da universidade pública, que cresce em momentos de crise”.

A UEM, por exemplo, se envolveu de diversas maneiras no episódio da Covid-19, lembra o reitor da Universidade de Maringá, Júlio César Damasceno. Rapidamente, a Instituição tomou providências para a disponibilização de equipamentos de proteção individual necessários para o pessoal que faria o enfrentamento nos hospitais. Em um segundo momento, colocou grupos trabalhando para disponibilizar informações, em tempo real, para os profissionais da linha de frente, organizando protocolos de tratamento, de abordagem dos pacientes e tratamento.

“Foi criado um Comitê Gestor com especialistas que pautavam essas ações a todo instante, internamente e externamente. Criou-se,

então, um Plano de Contingência para atender os pacientes acometidos pela Covid-19 no nosso hospital universitário, mas, ao mesmo tempo, continuando a atender aqueles pacientes que, normalmente, procuram HUM”, detalhou o reitor.

Damasceno, no entanto, destaca que a Universidade não parou aí: estendeu suas ações à macrorregião, participando do Projeto em parceria com a Sesa e a Seti, disponibilizando residentes e bolsistas, financiados pela Fundação Araucária. A ação disponibilizou profissionais que auxiliaram municípios e regiões com mais dificuldades de ter acesso às informações relativas à Covid-19.

“O impacto impacto humano, social, econômico deste projeto é imensurável! Os serviços de saúde de municípios e Regionais de Saúde encontraram na UEM parceiros resilientes, rápidos, acolhedores, organizados e competentes. Certamente, será um marco em nossa existência como Universidade e na nossa relação com nossa região”, concluiu a pró-reitora Débora de Mello Gonçales Sant’Ana

6 HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

HUM RECEBE REFORÇO DE MAIS DE 40 PROFISSIONAIS Instituição teve papel estratégico no Projeto de enfrentamento à Covid-19

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bril de 2020, Hospital Universitário de Maringá (HUM). O isolamento social havia sido decretado, há poucos dias, por autoridades municipais e estaduais. Doença nova para enfrentar, sem os internos, dispensados por conta da suspensão das atividades acadêmicas presenciais na UEM. Foi neste cenário incerto e turbulento que o projeto “UEM no combate ao coronavírus” começou no HUM. No total, a iniciativa levou para o Hospital um reforço de mais de 40 profissionais e internos do último ano de Medicina e de Enfermagem.

Enfermeiros, técnicos de enfermagem, equipe

multidisciplinar entre nutricionistas, fisioteQualidade e Relações Instituições do Hospital, Jocimara Mazzola. rapeutas, psicólogos, biomédicos, assistente Amor pelo HUM - A social e biólogo fizeram parte professora adjunta do Deparda equipe.

“Foi muito bom ver os tamento de Enfermagem e uma “Diante do cenário da alunos com a gente, lá, na ausência de alunos, estes bol- linha de frente, no combate das coordenadoras do Projeto, Viviani Camboin, conta que, sistas chegaram e já começaram ao coronavírus”. com a estruturação e abertura a atender e acompanhar no do setor Covid, todos os boloutro dia. Foi uma ação muito Viviani Camboin rápida. Não sentimos tanto este Coordenadora do Projeto no HUM sistas foram alocados lá, depois momento por conta do projede passar por um treinamento para a prevenção e enfrentamento da doença. to. Foi tudo muito eficiente. Um ganho muito grande para o HUM”, relembrou a assessora da “Foi uma época de muita tensão, mas gratifi-

Reforço no Núcleo de Pesquisa Em maio, a bióloga Eliane Martins, doutora em biociência e fisiopatologia, que se uniu à equipe do o Núcleo de Pesquisa Clínica e Bioequivalência, do HUM, graças ao projeto “UEM no combate ao coronavírus”.

A integração da bolsista foi um reforço para as pesquisas clínicas do Núcleo, essenciais num momento de desafio frente ao novo vírus. “É no Núcleo que fazemos os estudos clínicos, em parceria com a indústria, para investigação de novos medicamentos e novos tratamentos”, relata a coordenadora do Laboratório de Bioequivalência do Núcleo,

a professora Elza Kimura. Neste contexto, a professora Elza comenta que a ajuda da bolsista do projeto foi fundamental para a catalogação de informações de prontuários de pacientes que aceitaram participar das pesquisas clínicas e para as rotinas do Núcleo.

Para Eliane, a oportunidade foi de muito aprendizado e a presença do Núcleo dentro do HUM tem uma importância extrema. “Neste momento de Covid-19, vi a ciência sendo construída em tempo real, com várias pesquisas em andamento”, comemora a bolsista.

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Bolsista na Vigilância Epidemiológica Em abril, o Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HUM recebeu a acadêmica Kamila Yukie Itako, do 4º de Enfermagem, da UEM, para contribuir com as ações de Vigilância Epidemiológica de Doenças de Notificação Compulsórias (DNC) no âmbito hospitalar.

“Foi oportunizado à bolsista realizar busca ativa dos pacientes do HUM internados ou atendidos no pronto-socorro, nas clínicas e nas terapias intensivas adulto, pediátrica e neonatal para detecção de DNC. Ela também realizou a notificação para as doenças que necessitam de ação de controle e investigação imediata; inseriu as informações levantadas nas Fichas de Investigação Epidemiológica no banco de dados do Sistema

de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)”, comenta a enfermeira Mariluci Labegalini. Ela juntamente com a enfermeira Hellen Rickli fizeram o acompanhamento da bolsista.

Experiência - Segundo a futura enfermeira Kamila, “foi uma experiência muito gratificante. Estar todos estes meses na vigilância epidemiológica me proporcionou uma visão abrangente dos casos no hospital e compreensão do processo saúde-doença, por meio dos protocolos impostos pelo serviço. As notificações por Covid-19 foram o

grande desafio. Hoje, saio com uma visão mais abrangente, principalmente, no que diz respeito às doenças transmissíveis”.

cante, porque todos pudemos contribuir com o HUM, que é nossa casa. Foi muito bom ver os alunos com a gente, lá, na linha de frente, no combate ao coronavírus”, destaca a coordenadora.

A diretora de Enfermagem do HUM, Viviani Dourado, conta que, naquele cenário desconhecido, bolsistas do projeto ajudaram na dinâmica dos trabalhos e na composição das equipes. “Os alunos tiveram um destaque, porque, apesar de estudantes, responderam muito bem às novas rotinas e às novas propostas”.

Lucas Brunati Gremaski, então aluno do 6º ano de Medicina da UEM, foi um dos

que não queriam abandonar o HUM naquele momento. Ele viu no projeto uma oportunidade de continuar contribuindo com seus serviços lá dentro. “Eu já estava no internato, tínhamos um ritmo de trabalho no HUM muito bom, eu não me via mais fora do Hospital, queria estar lá de qualquer forma, neste momento tão desafiador”.

De longe – A abertura do edital do projeto financiado pela Fundação Araucária atraiu a atenção de profissionais da saúde de todo o País. Quatro enfermeiras que se inscreveram e foram selecionadas vieram do Estado do Pará.

Kerolaine Macedo, de 23 anos, foi uma delas. Atuou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do setor de Covid.

“Como recém-formada foi um aprendizado enorme. Foi a primeira vez que trabalhei dentro de um hospital. Tudo o que eu aprendi lá dentro vou levar para o resto da minha vida”. Ela, que voltou para casa no início de agosto, se sente ainda mais segura para seguir a pós-graduação no setor de UTI. Outra enfermeira que veio de longe foi Luana Costa Milhomem. Também do Pará. “No

HUM, eles me deram todo o suporte que eu precisei, até mesmo apoio psicológico. Eu nunca tinha me deparado com um hospital tão correto e com um ambiente tão gostoso de trabalhar”, enfatiza Luana, que atendeu no Pronto-Socorro Respiratório, depois na Clínica Médica.

O programa da Seti, Sesa e Fundação Araucária, executado pelas universidades estaduais, vem sendo fundamental para o enfrentamento da Covid, garante a superintendente do HUM, Elisabete Mitiko Kobayashi. “Em um momento em que todos os profissionais da saúde foram contingenciados para o atendimento hospitalar, o programa se mostrou eficiente neste chamamento.

Profissionais de várias partes do Brasil vieram somar às equipes locais, substituindo os funcionários afastados por serem grupos de risco.

Estes bolsistas desempenharam papel importante para que os hospitais pudessem se organizar e dar qualidade ao atendimento da demanda da Pandemia”, acrescentou a gestora do Hospital Universitário.

8 TELEMEDICINA

EQUIPE DA UEM DEU APOIO A TELEATENDIMENTOS DURANTE OS MESES DE PANDEMIA Bolsistas trabalharam de forma remota no Telemedicina Paraná

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ma das ações do governo do Estado para enfrentar a pandemia, foi a criação da plataforma de atendimento remoto Telemedicina Paraná, que contou com o apoio das universidades estaduais. Na UEM, três professores e 12 alunos (do último ano de medicina e enfermagem) realizaram cerca de 1.200 atendimentos pela plataforma e só têm a comemorar os bons resultados, tanto para os pacientes quanto para os profissionais e estudantes.

“Eu sempre fui muito crítica em relação à telessaúde, mas tem sido uma experiência muito positiva tanto para a população quanto para os profissionais envolvidos. Para os alunos, então, com certeza, se formam, agora, com um novo olhar, um novo conceito”, destaca Hellen Cecílio, professora do curso de enfermagem da UEM e uma das orientadoras do projeto da Telemedicina, na Universidade.

Números - Em todo o Estado, foram mais de 16 mil atendimentos, só nos primeiros quatro meses, pela plataforma Telemedicina Paraná.

As equipes da UEM foram viabilizadas graças ao projeto “UEM no combate ao coronavírus”.

“Como a plataforma já estava desenvolvida e pronta para ser utilizada, nossas equipes da

UEM entraram direto para realizar os atendimentos”, relembra Hellen.

A professora ainda explicou que, por meio do aplicativo, o paciente fazia o cadastro, passava por uma triagem automatizada e, a partir daí, eram encaminhados para os alunos do projeto. A orientadora ainda lembra que, no primeiro dia de atuação, 13 de abril, a equipe realizou 23 atendimentos em um período de 6 horas. No segundo dia, foram 46 atendimentos.

Durante o mês de maio, houve uma queda, com registro de uma média de 12 atendimentos diários. Já em junho, foram 24 atendimentos e o pico chegou em julho, com mais de 40. “Con-

seguimos resolver metade destes atendimentos no primeiro estágio, junto com os alunos”, detalha ela. A outra metade foi encaminhada para atendimento médico ou psicológico.

Discentes - Além de agilizar o atendimento à população para a Covid-19, a plataforma tem o grande objetivo de desafogar as unidades de saúde. “Eu já atendia nos hospitais e, hoje, percebo que muitos atendimentos que fiz no presencial poderiam ter sido feitos, muito bem, de forma remota. Na época dos milhares de casos de dengue, por exemplo, vejo que o teleatendimento poderia ter contribuído para reduzir a sobrecarga. O HUM, na época, estava muito

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lotado e muitos pacientes que chegavam já em que eles se sentem mais à vontade para contar um estágio grave poderiam já ter sido atendidos detalhes. Quero continuar neste caminho”. muitos antes, remotamente, evitando o agravaA enfermeira Hellen Cecílio também mento da doença”, contou o aluno do último acredita que, no pós-pandemia, a plataforma ano de Medicina João Scheidt, que participou será extremamente útil para retirar a carga do do projeto durante os quatro primeiros meses. sistema de saúde tradicional, principalmente, Scheidt confessou que, antes, tinha basem relação a consultas de acompanhamento. tante receio de não conseguir No entanto, desafios já foram atender com a mesma eficiên- “O teleatendimento já pode detectados e deverão ser apricia do presencial, mas, com a ser considerado o novo morados. “Ter um celular adenormal…

Quero levar a prática, viu que obteve bons quado, um wi-fi eficiente para resultados. “Acredito que quem experiência que tive aqui atendimento são questões que mais tem a ganhar é o sistema para outros lugares. Saio deverão ser discutidas pelo pocom uma mentalidade primário de saúde. Para quem der público para conseguirmos faz exame de rotina, acompa- totalmente diferente, talvez chegar cada vez mais longe”. nhamento, tudo pode ser muito mais preparado para novos Já para a orientadora bem feito à distância. Muitas desafios”.

Andressa Dias, o momento é pessoas que procuravam o de fortalecimento. “O moviatendimento nas UPA à noite, João Scheidt mento de telessaúde em países muitas vezes, era porque não Bolsista de Medicina da Europa já está consolidado, conseguiam ir no posto devido agora, no Brasil, estamos tendo ao horário de trabalho”. que olhar com carinho. É um momento em que A orientadora Andressa Dias conta que, estamos vendo o que precisa ser melhorado. A antes de iniciar no projeto, tinha bons relatos própria plataforma do governo do Paraná já do teleatendimento, mas não tinha a vivência. passou por várias mudanças, pensando na me“Temos que ter a consciência de que o atendilhoria do atendimento. São ajustes importantes mento remoto não vai substituir o atendimento para a população ter mais confiança neste meio”. presencial, mas, com esta ferramenta, algumas A coordenadora do projeto da UEM, a questões já podem ser tratadas. A telessaúde professora do Departamento de Enfermagem é uma ferramenta promissora e o objetivo é Viviani Camboin Meireles, a inovação da telereduzir tempo e espaço nos atendimentos de medicina no Paraná possibilitou amplo acesso saúde”, complementa a enfermeira. Já dentro do da população à informação, atendimento e meio acadêmico, ela acredita que esta alternativa monitoramento das condições de saúde. Não deverá ser incluída. “Vimos todas as habilidades e conhecimentos adquiridos pelos alunos que estão participando do projeto. Agregou muito para o crescimento profissional deles”.

Futuro - Para João Scheidt, o teleatendimento já pode ser considerado o novo normal e ele quer estar na vanguarda. “Quero levar a experiência que tive aqui para outros lugares.

Saio com uma mentalidade totalmente diferente, talvez mais preparado para novos desafios”.

Já para a estudante do último ano de enfermagem Isabeli Bernardino dos Santos, o leque de possibilidades se amplia com a participação no Teleatendimento Paraná. “Vejo que é uma ferramenta que vai melhorar e, por incrível que pareça, aproximar a gente do paciente. Vejo

só para os indivíduos que residem, mas para os que transitam pelo Estado. “Foi instrumento importante no controle da pandemia, ao permitir que as pessoas tivessem acesso às orientações de profissionais de saúde, sem afetar as recomendações de distanciamento social e sobrecarregar o sistema”.

Para a pró-reitora de Extensão e Cultura da UEM, Débora de Mello Sant’ Ana, “nossos estudantes e docentes tiveram a oportunidade de estar na vanguarda deste processo e nossa comunidade a segurança do atendimento de qualidade sem estarem em risco desnecessário de ir a uma unidade de saúde. Esse projeto, com certeza, será um marco na vida de todos: profissionais e alunos da UEM e para a população”.

10 LABORATÓRIO

PROJETO REFORÇOU ATUAÇÃO DO LEPAC Quatro profissionais atuaram na implementação e execução de exames Experiência - A biomédica Leonora Lacerda Calsavara é uma das quatro profissionais do Projeto que atuaram no Lepac. “Quando se anunciou a pandemia no Brasil, senti como um chamado. Eu lembrei do meu juramento na hora da colação de grau. Também me senti na obrigação de prestar este serviço, porque eu fiz minha

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oronavírus no Brasil. Uma triste realidade para todos e um desafio imenso para os laboratórios. Um novo exame surge e a necessidade de ampliar a capacidade de oferecê-lo à população. Este foi o cenário enfrentado pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa e Análises Clínicas (Lepac), da UEM, há poucos meses, no início da pandemia provocada pela Covid-19.

“Tínhamos um novo exame pela frente para implementar, um exame cheio de cuidados por conta da forma como é executado e os riscos que oferece para quem faz a manipulação”, relembra o chefe do departamento de Análises Clínicas e Biomedicina da UEM, o professor Dennis Armando Bertolini.

Neste contexto, foi necessário um apoio, que chegou por meio do projeto “UEM no combate ao coronavírus”. Para o laboratório, foram enviados quatro profissionais: um biólogo, uma

biomédica e duas farmacêuticas. Dois foram inseridos na recepção e preparo de embalagens, para envio de exames para Curitiba, e os outros dois foram trabalhar diretamente na execução dos testes. No início da pandemia, o Lepac regraduação com dinheiro público, meu mestrado cebia os exames de RT-PCR de 30 municípios também. Então, apesar de saber os riscos de estar da 15ª Regional de Saúde. Aqueles que não na linha de frente, senti este chamado”, disse a conseguiam ser analisados pela equipe eram biomédica, que atuou junto encaminhados para a capital. com Francisco Ferreira Duarte A coordenadora peda- “O projeto foi providencial.

Junior, Maria Ilta Nogueira gógica do Lepac, Eliana Patus- Sem os bolsistas, teríamos si, confirma a importância dos sérios problemas para cumprir de Lima Brito e Lívia Gisella Fernandes Eugênio. profissionais contratados pela prazos. E, no laboratório Leonora diz que a imFundação Araucária para a de diagnóstico, teríamos plementação do novo exame rapidez e fluidez dos trabalhos dificuldade em implantar a foi um grande desafio. “Quanno laboratório. “Não é só a re- metodologia necessária”. do já existe uma técnica estaalização dos exames, eles têm belecida, todas as instruções e que conferir toda a documen- Dennis Armando Bertolini estudos possíveis já estão ali tação, abrir um gerenciamento, Chefe do departamento de Análises para resolver qualquer prouma comunicação Clínicas e Biomedicina blema que apareça. Mas, no estadual. É uma caso de uma metodologia nova, não tínhamos parte essencial e toma tempo”. Eliana nenhuma experiência regulamentada. Quando ainda enfatiza que os quatro protínhamos alguma situação diferente, nos cofissionais aprenderam tudo muito municávamos com outras universidades que rápido e se empenharam em tudo também estavam testando”, relembra a bolsista, que faziam e continuam fazendo. orgulhosa de poder ter contribuído com o apoio “Eles chegaram em um momento à população da região, neste momento de vulde pico e deram um fôlego para a nerabilidade sanitária. equipe que já atuava no Lepac”.

11 OPORTUNIDADE

PEQUENOS MUNICÍPIOS TÊM APOIO DE MÉDICOS FORMADOS NO EXTERIOR Edital beneficiou população e mostrou o potencial de profissionais brasileiros com diploma estrangeiro

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inco médicos formados em outros países auxiliaram e orientaram a população e profissionais da saúde dos 29 municípios que compreendem a 15ª Regional de Saúde, no enfrentamento da Covid-19. O projeto, denominado “Gralha Azul”, foi uma parceria da Regional de Saúde com a Universidade Estadual de Maringá (UEM), com bolsistas do “UEm contra o coronavírus”.

“Estes profissionais foram semear o suporte técnico, científico e epidemiológico nos pequenos municípios, apoiando os gestores e os trabalhadores na execução das ações voltadas ao combate e à assistência à Covid-19”, explica a coordenadora do Projeto, a docente do Departamento de Enfermagem (DEN), da UEM, Grace Jacqueline Aquiles.

Para o diretor da 15ª Regional, Ederley Alkamim, o papel destes médicos foi fundamental para que as equipes das pequenas cidades tivessem segurança no manejo e atendimento aos pacientes. “Estes médicos vieram com a proposta da educação permanente, que não conseguiríamos realizar só com os funcionários da 15ª Regional. Eles agregaram valor ao nosso trabalho, lá na ponta – no pequeno município que precisa de um treinamento e, muitas vezes, não temos pessoas para fazer isso”.

A coordenadora Grace Jacqueline conta que os médicos atuavam se deslocando, diaria-

pela Universidad Internacional Tres Fronteras, em Ciudad del Este (Paraguai), só agradece pela participação no projeto e a cada um que a guiou.

“Aqui nós somos pioneiros há muito tempo. E para o pioneiro ficam as glórias e os fracassos.

Neste projeto, fizemos nosso melhor, sabíamos que não ia ser fácil, mas fomos com jogo de cintura e trouxemos muitos esclarecimentos para a população. Foi uma experiência incrível”.

A médica Bruna Moura, formada pela Universidad de Aquino Bolívia (Udabol), em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia), termina o projeto com sentimento de gratidão e muita garra para seguir na profissão. “Neste projeto mente, até os municípios, fazendo visitas, que fomos muito bem acolhidos, vimos que nosso tinham três grandes eixos: “trabalhar o fluxo de trabalho tinha resultado e tínhamos um porquê atendimento às síndromes respiratórias. Eles de estarmos ali. As pessoas agradeciam nossa observavam se o fluxo estava ajuda dia após dia”, destaca corretamente instalado e da- “Como os médicos são brasileiros ela, que saiu de Rondônia vam o suporte técnico-cien- e planejam exercer a profissão no para trabalhar na ação. tífico para aqueles que não Brasil, no futuro, a experiência Para o médico Rafael se encontravam de acordo com o SUS foi um destaque da Alencar, também formado com as normas. Num segunpela Universidad de Udabol, do momento, trabalhavam participação dos nossos bolsistas na Bolívia, foram meses de a paramentação e despa- no projeto”. muito aprendizado. “Estou ramentação; isto é, o uso muito emocionado por tudo adequado de equipamentos Débora de Mello Gonçales Sant’Ana que vivemos e por todo o individuais. E, por último, Pró-reitora de Extensão e Cultura da UEM apoio. Foi um trabalho bem davam atenção ao manejo feito. Fizemos o que tinha clínico de três grandes problemas: a Covid-19, que ser feito. Eu aprendi muito e sou muito grato”. a H1N1 e, também, a dengue, que ainda vem Tamires Santos de Souza e Edina Jacinto causando muitos óbitos na região”. da Silva, ambas também formadas pela UniversiGratidão e aprendizado - Muito emociodad de Udabol, foram outras duas participantes nada, a médica Luana Eduarda Ferrara, formada do projeto.

12 APOIO ÀS REGIONAIS

UPAS DE MARINGÁ E SARANDI RECEBERAM 16 PROFISSIONAIS Trabalho dos bolsistas reforçou diferentes áreas das unidades de saúde

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na unidade. Já na UPA Zona Norte, de Maringá, om a pandemia, os locais instituídos foram seis profissionais - três técnicos de encomo centros de referência para a Cofermagem e três enfermeiros - exclusivos para vid-19 tiveram que se adaptar e se reorcontribuir no atendimento aos pacientes com ganizar. Na Unidade de Pronto-Atendimento sintomas respiratórios agudos e com forte sus(UPA) de Sarandi e na UPA Zona Norte, em peita de Covid-19, tanto adultos Maringá, o processo foi muito quanto crianças. importante para contribuir “Foi um projeto muito A diretora da UPA Zona com o atendimento de uma interessante para todos, Norte, Suellen Cardoso, reforça nova e desafiadora demanda. inclusive, para os Para isso, contou com o apoio profissionais que chegaram. que esta equipe extra foi fundo projeto “UEM no combate Tenho certeza que ganharam damental para a reorganização frente à Covid-19 desde o início ao coronavírus”, que encamimuita experiência”. da pandemia. “Tivemos que nhou novos profissionais para fazer toda uma readequação. estas unidades.

Suellen Cardoso Abraçamos a causa e fizemos Em Sarandi, foram dez Diretora da UPA Zona Norte acontecer. E a equipe do projeto bolsistas, entre enfermeiros e participou de tudo isso. Gostatécnicos de enfermagem, inseríamos muito que o grupo continuasse, vamos ridos no dia-a-dia da UPA e, com eles, ficou a sentir muita falta, porque, hoje, todos fazem responsabilidade de organização da ala Covid,

parte de uma única equipe”. A diretora enfatiza que todos ali se dedicaram, desde o princípio, com muita disposição.

A enfermeira Jessica Nunes é uma das bolsistas da UPA de Maringá desde o início do atendimento à Covid. Ela, que é recém-formada, conta que foram sete meses intensos e de muito aprendizado. “Nunca tive medo por conta do vírus, meu medo maior era pela minha falta de experiência, mas a equipe sempre foi muito receptiva, me ajudou no que foi preciso e me deu toda a liberdade para assumir o que fosse necessário”.

O técnico em enfermagem Maycoln Ferreira Avelino viu no projeto uma oportunidade para atuar em outra área e aprender. “A rotina de uma UPA é diferente, se adaptar a este ambiente, ainda mais no meio de uma pandemia, foi um desafio”.

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Em Sarandi, ala Covid foi criada e gerida pelos bolsistas “Quando surgiu o projeto da Fundação Araucária em parceria com a UEM, começamos a pensar nas fragilidades da nossa saúde da região. Em Sarandi, segundo maior município da Regional, nosso apoio se voltou para a UPA, que seria a referência durante a pandemia”, relembra a coordenadora de Educação Permanente em Saúde, da 15ª Regional, Greicy Cezar do Amaral.

O chefe da UPA Sarandi, o enfermeiro Marcos Benatti Antunes, lembra que o momento era desafiador e, sem o Projeto da UEM, não sabe como tudo se organizaria e se manteria até hoje. “De repente tivemos que dividir a UPA em duas partes, um ambiente que já vivia lotado. E, depois desta organização inicial, a área Covid, desde sempre, é ‘tocada’ pelos bolsistas do projeto, que são fundamentais para o bom funcionamento do novo espaço”.

Além dos profissionais formados, dois estudantes de enfermagem também foram deslocados para UPA de Sarandi, como bolsistas. A coordenadora do projeto, a docente do Departamento de Enfermagem da

UEM, Viviani Meireles, relembra que, para os estudantes, foi importante estar envolvido no processo. “Uma experiência desafiadora para todos e para os alunos que estavam sem estágio, naquele início, foi uma oportunidade de aprendizagem muito grande”.

O coordenador de enfermagem da UPA Sarandi, João Gabriel, que atua na unidade há mais de seis anos, explica que os bolsistas trabalham desde o acolhimento,

acompanhamento até o encaminhamento do paciente para outros locais, quando necessário, assim como coleta de material para exames.

“Fazem todo o acompanhamento necessário que compete a enfermeiros e técnicos”.

Depois da saída da UPA, a situação do paciente precisa ser monitorada e acompanhada via telefone. Para isso, há um Setor de Epidemiologia, que conta com dois bolsistas do projeto da UEM. “Eles monitoram os pacientes que foram notificados com suspeita ou tiveram confirmação da Covid, e aqueles que estão aguardando o resultado de exames. Além disso, fazem toda a digitação no sistema com os dados e números coletados”, explica a enfermeira do setor de vigilância epidemiológica, Ayla Veiga.

Desafio emocional - A enfermeira Larissa Figueira é uma das bolsistas do projeto. Com 26 anos, este está sendo seu primeiro emprego. Teve de mudar de cidade e se adaptar às rotinas de plantões. Além de tudo, ela e o marido tiveram Covid. “Senti na pele como é estar do outro lado, ser paciente, não é fácil, mas, graças a Deus, os sintomas foram leves, tomei os medicamentos necessários e nem eu nem meu marido precisamos de internamento”, conta a enfermeira.

Para ela, o maior desafio dentro da uni-

dade é lidar com a parte emocional dos pacientes e dos acompanhantes. “Já presenciei várias pessoas chegando, se queixando de falta de ar, mas, depois de examinar, você vê que é ansiedade, medo. Então, temos um papel fundamental em acalmar estas pessoas, tranquilizá-las até para o tratamento ter o efeito esperado. Se o paciente acredita que vai morrer, desiste, para de se cuidar, não come mais direito, enfraquece, não toma as medicações como deveria”.

Por conta de tudo isso, Larissa acredita que as unidades de pronto-atendimento carecem de humanização da enfermagem. “O paciente de Covid está ali sozinho, não pode ter acompanhante. Por outro lado, o acompanhante está do lado de fora, desesperado, querendo informação. A ponte entre eles somos nós, enfermeiros. Temos um papel muito importante para acalmá-los com informações e cuidados”, reforça a enfermeira.

O técnico de enfermagem David Gatto Batista, que atuou na UPA de Sarandi, pelo projeto da UEM, desde abril, confessa que, houve dias que achava que não ia dar conta, pelo grande número de pacientes. Mas que, no final, sempre acabou dando tudo certo.

Ele também acredita que este olhar humanizado é o desafio dentro destes locais. “Lidar com este paciente consciente e orientado é nosso desafio, passar calma e tranquilidade é nosso trabalho”.

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UEM no combate

14ª Regional de Saúde 12ª Regional de Saúde

13ª Regional de Saúde

15ª Regional de Saúde

22ª Regional de Saúde

Equipes de saúde permanentes

Equipes de apoio a Serviços de Seguranç

Equipes de apoio aos serviços de epidem

Equipes em hemonúcleos e hemocentro

Equipes em serviços de triagem e atend Apoio às regionais de saúde com visitas

Apoio às divisas. Orientação, triagem, ex Apoio à Serviços de Farmácia

Apoio a coleta, preparação e/ou realizaç

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e ao coronavirus SECRETARIA DA SAÚDE

ça Pública

miologia

os

dimento à COVID-19 aos municípios e orientação

xames.

ção de exames de COVID-19

16 APOIO ÀS REGIONAIS

ATENDIMENTO DOMICILIAR É DESTAQUE NAS CIDADES PEQUENAS Equipes foram até os cidadãos dos municípios menores e da zona rural

O

trabalho coordenado pelo projeto “UEM no comabte ao coronavírus” fez a diferença na saúde de muitos moradores das cidades pequenas das regiões onde a iniciativa atuou. Principalmente, para aqueles dos grupos de risco para a Covid.

Na pequena Rio branco do Ivaí, pertencente a 22ª Regional de Saúde e com pouco mais de quatro mil habitantes, a fisioterapeuta Luciamara Moreira, bolsistas do projeto, teve muitas experiências curiosas. Ela conta que, por causa do isolamento, muitos dos atendimentos vinham sendo feitos em domicílio, principalmente, para a população de risco. “Eram pacientes acamados, utilizando respiradores e até pacientes que moram em áreas rurais, que têm muita dificuldade para conseguir chegar até o postinho. Nosso objetivo neste atendimento focou tanto no tratamento quanto na prevenção”, conta ela.

Luciamara destaca que o atendimento em domicílio não existia na cidade, teve início com o Projeto da UEM e foi fundamental para a população mais necessitada. “Sem este atendimento, eles estariam sofrendo bastante. Os

familiares são muito agradecidos e acredito que este trabalho acaba ajudando toda a família, com orientações e cuidados”. A fisioterapeuta ainda relatou que muitos pacientes que tiveram Covid-19 receberam tratamento domiciliar, por conta de comprometimentos do pulmão. “Fizemos um trabalho de fortalecimento pulmonar e de orientação sobre exercícios que eles podiam fazer em casa para uma melhor recuperação”.

No distrito de Ubaúna, em São João do Ivaí, também pertencente à 22ª Regional de Saúde, a ajuda de uma bolsista fez a diferença na vida de muitas famílias. A técnica de enfermagem Elda Santos de Oliveira em domicílio, principalmente, idosos.

“Muitos deles não andavam, tiveram AVC [Acidente Vascular Cerebral], uma queda, e teriam muita dificuldade ou nem conseguiriam ir, se tivessem que se deslocar até o posto de saúde”.

Elda conta que o atendimento oferecido foi de um simples curativo ou a aplicação de um medicamento, de forma mais complexa. Porém, o mais importante foi que levou atenção e amor.

“Vejo que é mais uma necessidade de cuidado, de carinho do que qualquer outra coisa”. A bol-

sista chegava ao distrito, diariamente, por volta das 7 e retornava às 15 horas. “Todos os dias vem um idoso com um presente, já ganhei até mandioca. Um trabalho assim, de cuidados no local, faz muita falta para eles”.

A secretária de saúde de São João do Ivaí, Adriana Almeida de Ceron, reforça a importância do Projeto tanto para São João quanto para os municípios ao redor. “A população está

“As Regionais foram fundamentais para a implantação e execução do projeto “UEM no combate ao coronavirus” em toda a região. Dos 122 bolsistas, 62 deles atuaram na 15ª Regional de Saúde; 25, na 13ª Regional; 18, na 22° Regional; e 17, na 12ª Regional de Saúde.”

Débora de Mello Gonçales Sant’Ana Pró-Reitora de Extensão e Cultura da UEM

muito feliz, as profissionais estão levando saúde e também carinho para as casas dos moradores”.

Para a coordenadora do projeto, a docente do Departamento de Enfermagem, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Grace Jacqueline Aquiles, atender Ivaiporã e os pequenos municípios daquela região foi prioridade desde o início da iniciativa de combate ao novo coronavírus. “Sabíamos das dificuldades e das vulnerabilidades que a 22ª Regional de Saúde apresentava. São municípios pequenos, com déficit de profissionais e o objetivo do Projeto era ajudá-los a enfrentar a pandemia da Covid-19 de forma mais organizada, tecnicamente mais preparada e com suporte da Universidade Estadual de Maringá, já que temos extensão da UEM em Ivaiporã”, disse a enfermeira e professora.

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13ª Regional de Saúde Na Regional de Cianorte, a atuação nas pequenas cidades foi também de acolhimento, o que gerou um ganho imenso para a população. “Em muitas destas cidades não existiam profissionais suficientes para fazer a divisão de atendimento (uma ala só para Covid) e foram os profissionais do projeto que realizaram toda esta separação. Conseguimos isolar e ter o foco na Covid, graças ao projeto da UEM”, comenta a coordenadora do Projeto, em Cianorte, a professora da Universidade, Anelise Guadagnin Dalberto.

Para a chefe de seção da 13ª Regional de Saúde, Silvia Mendes Féria, o trabalho foi fundamental, principalmente, em momentos de sobrecarga, quando houve números altos de suspeitos de infectados pelo coronavírus. “Os bolsistas complementaram este atendimento e garantiram a qualidade do serviço”.

Em Cidade Gaúcha, o Projeto foi desenvolvido por duas enfermeiras: Claucia Chistina Rodrigues e Nadine Campos Meschial. Ambas foram responsáveis por

organizar o setor Covid e fazer a separação da ala e de todos os materiais.

A enfermeira Caroline Rodrigues dos Santos Morais atuou na Unidade Básica de Saúde de Tuneiras do Oeste, pelo Projeto. Na unidade, ela realizou a coleta dos exames, fez testes rápidos, notificação de pacientes, orientações e acompanhamento dos casos positivados e em isolamento. Destacou que os desafios são diários: “é o medo de se contaminar, são os

casos que sempre estão aumentando, é uma pressão diária e sensibilizar a população sobre esta doença é o ponto que tivemos que trabalhar, insistentemente”.

18 APOIO ÀS REGIONAIS

UMUARAMA CONTOU COM AMPLO APOIO DOS BOLSISTAS DO PROJETO Ação beneficiou a farmácia, a vigilância epidemiológica e áreas da saúde

N

a sede da 12ª Regional de Saúde, em Umuarama, três técnicas de enfermagem e três enfermeiras atuaram na recepção dos testes para Covid-19 e outra enfermeira deu suporte administrativo à equipe, durante a vigência do projeto “UEM no combate ao coronavírus”.

“Todos foram treinados pela própria Regional para atender à demanda, cumprindo protocolos oficiais do Laboratório Central. Elas recebiam as amostras, inseriam no sistema, ar-

mazenavam tudo em caixas e levavam no ônibus que vai para Curitiba. Antes, o transporte estava sendo de avião. Já o profissional da parte administrativa ficou responsável por coletar todas as informações da Covid, nos 21 municípios que Umuarama atende, e cadastrar estes dados”, informou a coordenadora do projeto em Umuarama, a professora da UEM, Juliana Scanavaca.

Para o chefe de Vigilância Epidemiológica da Regional, Marcos Rodrigo da Silva, o projeto foi fundamental para desafogar e não sobrecar-

regar a equipe existente, que já tem uma demanda muito grande. “Esta parceria foi fundamental para nossa Regional, o setor de epidemiologia não para. Já tínhamos uma demanda muito grande com a dengue e outras doenças e a Covid veio acrescentar mais trabalho. Acabei deixando esta equipe extra do projeto focado na Covid e eles se adaptaram muito bem, trabalhando de forma objetiva e eficaz”.

Bolsistas - A enfermeira Nayara Viotto Barbosa Leite participou do projeto desde o

Equipe ofereceu durante retorno das atividades em Umuarama No dia 19 de outubro, servidores da UEM começaram a retomada das atividades administrativas presenciais, a partir de uma determinação do governo do Estado. Para dar apoio à volta ao ambiente de trabalho, a equipe de bolsistas programou e executou algumas ações.

Em Umuarama, as integrantes do projeto realizaram abordagem nos dois Departamentos do câmpus: de Tecnologia e de Meio Ambiente. O grupo levou informações

e orientações importantes sobre prevenção ao coronavírus.

Entre elas, foi apresentada uma técnica curiosa para ensinar a lavagem correta das mãos (foto). A demonstração foi feita com tinta guache para registrar quando as mãos

estão realmente limpas. Além dos servidores dos setores administrativos, professores, pesquisadores e alunos de mestrado e doutorado foram abordados pelas profissionais.

Vale lembrar que todos os cuidados pessoais, como o uso obrigatório de máscaras no local de trabalho, distanciamento físico mínimo de 1,5 metro entre as pessoas, restrição quanto ao aperto de mão e contatos físicos, também foram tema dos encontros organizados pelas bolsistas.

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Farmácia ganhou agilidade com bolsistas Na Farmácia do Paraná, da 12ª Regional de Saúde, o fluxo é sempre intenso. Com a pandemia, o cenário precisou mudar e a recomendação foi: não deixar pessoas se aglomerarem dentro do prédio. Com uma equipe enxuta, a solução veio com duas bolsistas do “UEM no combate ao coronavírus”.

No primeiro mês, 1.600 cidadãos a mais foram atendidos na Farmácia. Ao invés

informações importantes, como o uso correto da máscara, como manuseá-la, descarte e outras recomendações básicas como sintomas da Covid-19 e formas de higienização”, detalhou uma das farmacêuticas do projeto, Thayara Lima.

Karine Rech foi a outra profissional selecionada. Segundo ela, dúvidas importantes conseguem ser sanadas neste atendimento pre-

havia tido contato, como é o caso da hidroxocloroquina e medicamentos oncológicos.

Então, para mim, foi um aprendizado lidar com estes remédios mais específicos e controlados. Acabamos aprendendo sobre os mais variados tipos de tratamentos”.

Além do atendimento ao público, outra grande função das farmacêuticas era distribuir o maior número de medicamentos

de dois guichês no saguão foram organizados quatro. “Com as bolsistas, conseguimos dobrar nosso atendimento”, informa a diretora da 12ª Regional de Saúde, em Umuarama, Viviane Herrera.

Todo um trabalho de orientação também foi feito com aqueles que procuravam a Farmácia. “Como o horário é agendado, os que aguardavam do lado de fora receberam

sencial, para os que estão na espera. “A forma como as pessoas devem armazenar um remédio, maneiras certas de tomar o medicamento e detalhes do tratamento correto. Tudo isso também foi informado durante as orientações”.

Karine, que já atuou em outras farmácias, conta que o primeiro mês foi um aprendizado muito grande. “Atendemos toda a região. Os medicamentos chegavam, muitos deles nunca

para motoristas que chegam das cidades vizinhas para buscar remédios. No total, 21 municípios são atendidos pela equipe de Umuarama. “Precisávamos chegar ao maior número de pacientes possível para levar o medicamento, evitando assim que eles se deslocassem e se aglomerassem na Regional. Com isso a demanda aumentou muito”, lembra a diretora Viviane Herrera.

início e conta o trabalho minucioso que fez. “Os motoristas dos municípios pertencentes à 12ª Regional traziam as amostras acondicionadas.

Nós realizávamos as checagens, a conferência, colocávamos as etiquetas e levávamos para o acondicionamento na geladeira, esperando o momento de encaminhar para o laboratório da Capital”.

Duas equipes do Projeto se revezam em uma escala de 12 por 36 horas. Para Nayara, participar do projeto foi gratificante. “Saber que estamos servindo o Estado em um momento

“Com as bolsistas, conseguimos dobrar nosso atendimento na Farmácia do Paraná” Viviane Herrera Diretora da 12ª Regional de Saúde, em Umuarama

tão crítico, ajudando toda a uma sociedade é muito satisfatório. É uma missão de vida pra mim”.

Já o técnico de enfermagem e bolsista Eder Ferreira de Oliveira disse que trabalhar

dentro da regional foi um aprendizado muito grande. “São profissionais com bastante experiência, em várias áreas. Foi um prazer pra mim”.

Como Eder atuou na parte administrativa, o grande desafio, segundo ele, foi conhecer e se familiarizar com o sistema de dados. “É um trabalho e uma rotina que envolve muita responsabilidade. São informações importantes.

O projeto, como um todo, é grandioso e vemos os esforços de todos os envolvidos – regional, bolsistas e o Estado – para fazer um trabalho de excelência”.

20 DIVISAS

PROJETO CUIDOU DA SAÚDE DOS PARANAENSES E DOS MOTORISTAS PELAS RODOVIAS DO ESTADO A ação dos bolsistas fez trabalho preventivo contra a entrada do novo coronavírus no Paraná

P

elo menos 27 mil pessoas foram abordadas em duas divisas do Paraná, desde abril de 2020, quando teve início o “UEM no combate ao coronavírus”. Além de orientação, uma equipe composta por nove profissionais da saúde, entre enfermeiras e técnicas de enfermagem, monitoraram os motoristas que entravam no Estado do Paraná para evitar a disseminação da Covid-19.

A UEM ficou responsável pela orientação dos motoristas, em dois pontos: Santo Inácio (divisa com o Estado de São Paulo) e em Diamante do Norte (divisa com Mato Grosso). A ação foi realizada por uma parceria entre a Universidade, a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (Sesa), Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e a Polícia Rodoviária Estadual. Esta última, realizava a

abordagem e as equipes de saúde orientavam e faziam as testagens para a Covid-19 em quem apresentava sintomas. Nestes locais também houve vacinação contra a influenza e o sarampo para os caminhoneiros. Além disso, aferição de pressão arterial e de glicemia.

O coordenador do projeto das divisas do Paraná, pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), Osvaldo Tchaikovsky Junior, contou que o objetivo foi atender um público que, muitas vezes, não tem tempo de ir a uma unidade básica de saúde para tomar uma vacina ou realizar um atendimento preventivo. “Muitos motoristas não têm esta oportunidade e foram eles nosso público-alvo”.

Para Ederley Alkamim, diretor da 15ª Regional de Saúde, este projeto foi fundamental para combater a Covid-19 no Estado, “fazendo este monitoramento junto aos motoristas já na entrada do Paraná”. Para Ana Paula Moser, coordenadora da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), “a ação demonstrou a

Apoio aos hipertensos de Santo Inácio Em setembro, o trabalho nas divisas foi finalizado e os bolsistas foram transferidos para outra atividade muito importante e complementar para a saúde dos pacientes de risco, quando o assunto é Covid.

“Percebemos que era preciso fazer um trabalho específico com pacientes crônicos durante a pandemia, porque eles não podiam sair de casa e não estavam fazendo mais o acompanhamento necessário. Então começamos a fazer o trabalho com hipertensos e diabéticos na cidade de Santo Inácio”, conta a coordenadora de Educação Permanente

da 15ª Regional de Saúde, a enfermeira Greicy Cezar do Amaral.

Foram mais de 400 pessoas acompanhadas, alguns já cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS) outros não e sendo acompanhados por oito bolsistas. “A maioria dos pacientes era idosa, então foi preciso ter este olhar diferenciado”, salienta Greicy. No total, foram oito bolsistas deslocados para Santo Inácio: a técnica de enfermagem Mariana Viana, a educadora física Luana de Oliveira dos Santos, a nutricionista Janaine Sobreira dos Santos, a farmacêutica e bioquímica Bruna Aparecida Gasparino Silva,

a enfermeira Gildaine da Silva, a enfermeira Fernanda Zanolo, a educadora física Amanda dos Santos Camargo e a técnica de enfermagem Tuanny Ribas Celio dos Reis Segundo ela, o projeto abriu uma oportunidade para iniciar um trabalho que a 15ª Regional quer continuar realizando nos próximos anos. “Gostaríamos de ter iniciado este trabalho junto ao grupo de risco muito antes, mas não tínhamos mão-de-obra. A ideia agora é levar adiante este projeto piloto, que realizamos em Santo Inácio e para outros municípios pequenos”.

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“Saúde na Estrada” atendeu quase 800 caminhoneiros

Cerca de 800 pessoas foram atendidas no “Projeto Saúde na Estrada” durante dois dias, em junho de 2020. O projeto, da Rede Ipiranga, teve a participação de mais de 20 bolsistas do projeto “UEM no combate ao coronavírus”. O objetivo foi levar informação e também realizar exames e vacinação.

Os caminhoneiros que participaram da ação entraram em um “circuito” que ofepreocupação com a saúde dos caminhoneiros e dos profissionais que estão trabalhando nas estradas”.

Ao longo do projeto, o trabalho nas divisas foi crescendo e sendo implementadas novas ações. No princípio, a população era apenas orientada. Com o recebimento de termômetros e oxímetros, em junho, os motoristas passaram a ter a temperatura verificada e o nível de oxigênio no sangue medido. “Aqueles que apresentaram sintomas da Covid-19 eram levados a fazer o teste rápido. Tvemos pacientes positivos neste

recia a medição de temperatura, de glicemia, de pressão e checagem do oxigênio no sangue.

Aqueles que optaram, também receberam vacinas: tríplice viral (caxumba, coqueluche e sarampo) e H1N1. Houve, ainda, aqueles que foram testados para a Covid, por se manifestarem acerca de sintomas.

Sandro Marcelo da Cruz, caminhoneiro de Maringá, disse que sempre procura participar destas

ações. “Como estou sempre na estrada, passo por um monte de lugares, é bom fazer acompanhamento sempre. Por isso, vim aqui. Para controle”.

Já Leandro Souza lembrou que, quem está na estrada, acaba deixando o cuidado com a saúde para depois. “Quando a gente tem essa oportunidade, no posto de combustível, não pode deixar de participar. Vim dar uma olhada, mesmo sem ter sintoma nenhum”.

“Cada orientação que fizemos representa alguém que tivemos a oportunidade de ajudar”.

A farmacêutica Bruna Gasparino é bolsista do projeto e acredita que, para os caminhoneiros, principalmente, esta ação foi muito importante. “Eles não podem parar, viajam constantemente e, muitas vezes, não têm acesso nem tempo para se cuidar, tomar vacinas e cuidar de sua saúde como um todo”.

A enfermeira Valéria Cristiani Pereira está trabalhando na divisa de Diamante do Norte, há três meses, e informa que foi gratificante. “Cada orientação que fazemos representa alguém que temos a oportunidade de ajudar”.

Valéria Cristiani Pereira Bolsista de Enfermagem do Projeto

trabalho nas divisas. Fizemos o encaminhamento para o posto de atendimento mais próximo”, informa a enfermeira Greicy Cezar do Amaral, da 15ª Regional de Saúde.

22 CENTROS DE REFERÊNCIA

AMBULATÓRIOS DE UMUARAMA E CIANORTE TÊM REFORÇO NO ENFRENTAMENTO À COVID-19 Seis profissionais foram destacados para dar suporte específico a centros de referência

O

s Centros de Referência para atendioportunidade de colocar em prática os conhecimento a Covid-10 de Umuarama e mentos obtidos na universidade. Foi um ganho Cianorte também receberam reforços para toda a sociedade de Umuarama”. do projeto “UEM no combate ao coronavírus”.

A enfermeira Tainá Morelli Santos foi Cada um contou com três bolsistas, que chegauma bolsista do Projeto no Ambulatório. Ela traram para apoiar as equipes em abril de 2020. balhou na linha de frente, fazendo os primeiros Em Umuarama, o Ambulatório de Síncontatos com os pacientes, a triagem e também dromes Gripais foi beneficiado com o trabalho a coleta de exames. “Fizemos toda a orientação destes profissionais. Segundo a coordenadora das pessoas que chegavam no Ambulatório, de Unidade Básica de Saúde, a enfermeira realizamos os primeiros atendimentos médicos Valverléia Inês de Andrade Silva, eles fizeram o e encaminhamos para o cuidado especializado, diferencial na rotina do Ambulatório – no fluxo se era indicado”. interno, externo e em serviços administrativos.

A enfermeira Verônica Vasconcelos co“Eu acredito que, sem os bolsistas, seria muito meçou no Projeto em setembro e acredita que complicado realizar tudo o maior desafio de quem que é necessário. Esta par- “Com o Projeto tive a chance de trabalhou na linha de frente ceria, realmente, fez o dife- voltar para enfermagem e não foi o impacto emocional. rencial quando o assunto é quero mais sair. Poder ajudar “Lidamos com um inimigo Covid, aqui em Umuarama”. a sociedade neste momento é invisível. A população está Para a coordenadora muito gratificante e a UEM me com medo e tivemos que do projeto da UEM, em proporcionou isso”. encarar isso, esta parte do Umuarama, a professora da acolhimento”. Para ela, o Universidade, Juliana Sca- Ademilson de Oliveira Júnior momento é de reflexão para navaca, a parceria foi uma toda a população: “um moBolsista de Enfermagem do Projeto em grande oportunidade e um Cianorte mento de termos amor ao ganho para todos os envolpróximo, de estarmos mais vidos – bolsistas, município e população. “Foi perto dos nossos familiares, é um momento um aprendizado muito grande para as bolsistas que vai ficar marcado para sempre, vamos levar envolvidas. Algumas já tinham uma trajetória para a vida toda e dentro do Ambulatório não profissional, mas outras nunca tinham tido a foi diferente”.

Cianorte - Os três bolsistas de Cianorte atenderam, desde o início do projeto, no Centro de Triagem: o enfermeiro Ademilson de Oliveira Junior e as técnicas de enfermagem Patrícia de Souza Prudente e Zeneide Rozene de Moraes.

Ademilson de Oliveira Júnior disse que só tem a agradecer a oportunidade de participar da iniciativa. “Estou formado há dez anos e não atuava na área. Com o Projeto tive a chance de voltar para enfermagem e não quero mais sair.

Poder ajudar a sociedade neste momento é muito gratificante e a UEM me proporcionou isso”.

Ele conta que o início foi de adaptação, mas teve muita ajuda de toda a equipe. Hoje em dia, com bastante experiência, está adaptado a toda a rotina e, também, fez muitos amigos.

“Atender pelo Projeto, aqui na linha de frente, mudou minha forma de pensar. Ajudar as pessoas por meio da enfermagem é muito bom”.

23 HEMOCENTROS

BOLSISTAS COLETAM PLASMA CONVALESCENTE EM HEMOCENTROS DO INTERIOR DO PARANÁ A coleta de sangue de pessoas que tiveram Covid-19 foi realizada por profissionais ligados ao Projeto da UEM Umuarama - Já em Umuarama, a técnica de enfermagem Fernanda Fagundes Jacome ajuda na coleta do plasma e em toda a rotina do local. Para o coordenador do Hemocentro de Umuarama, Claudio Franciscone, a bolsista foi um presente e agregou muito na rotina do local. “Uma técnica de enfermagem capacitada foi de extrema importância. Ela nos ajuda desde o atendimento à orientação do doador”.

H

emocentros e Hemonúcleos de Maringá, Umuarama e Cianorte são algumas das Unidades de Coleta e Transfusão do Paraná que contaram com a atuação de enfermeiras e biomédicas, ligadas ao “UEM contra o coronavírus”.

A ação, que está em andamento desde outubro, visa à coleta do plasma convalescente; isto é, de pessoas infectadas pelo coronavírus e que se recuperaram. Este material biológico pode fornecer anticorpos para pacientes ainda em recuperação.

Em Cianorte, a enfermeira Daniela da Graça iniciou as atividades em outubro, na coleta de sangue tradicional e, logo em seguida, na coleta do plasma hiperimune, que vem de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e que se recuperaram, podendo fornecer anticorpos para pacientes ainda em tratamento. Não são todos que tiveram o vírus que podem ser doadores, existem alguns critérios e impedimentos.

“Eles precisam ter feito o exame de RTPC-R, mulheres que já foram gestantes não podem doar, elas desenvolvem outros tipos de anticorpos que estão associados a reações graves”, explica Daniela. Em média, de duas a quatro pessoas doam o plasma por semana.

Este material é processado no Hemocentro de Maringá e o plasma liberado volta para a unidade de Cianorte, de onde é encaminhado para o Hemepar Paraná.

Para a coordenadora da Unidade de Coleta e Transfusão de Cianorte, Patrícia Regina de Oliveira, a bolsista do projeto foi primordial e essencial, para que a manutenção de estoque de bolsas de sangue se mantivessem suficientes.

“Sem ela teríamos que diminuir uma cadeira na sala de coleta e isso resultaria em uma redução de 4 a 6 coletas por dia”.

“Nós já estávamos defasados quanto ao número de profissionais e, com a pandemia, alguns foram afastados por serem do grupo de risco e, esporadicamente, um ou outro acaba se ausentando por ter sintomas respiratórios. Então, as duas profissionais vieram suprir esta demanda e vêm nos ajudando muito”.

Márcia Momesso Diretora do Hemocentro de Maringá

A profissional, que antes trabalhava em um hospital da cidade, está gostando muito da experiência e conta que o aprendizado vem sendo enorme. “É uma nova experiência, uma nova rotina que eu estou aproveitando e gostando muito”, comenta Fernanda.

Maringá - No Hemocentro de Maringá são duas bolsistas: Diúlia Ribeiro da Silva e Paloma Monteiro Costa, as duas biomédicas.

Uma começou em maio e a outra em setembro.

A diretora do Hemocentro de Maringá, Márcia Momesso, conta que este apoio veio em um momento primordial.

O local, que também está fazendo a coleta de plasma hiperimune, recebe a solicitação de sangue de hospitais de Maringá e toda a região.

Para Márcia, a triagem das pessoas que podem doar este plasma é o grande desafio. “Como existem vários critérios, de 20 pessoas que ligamos, conseguimos realizar a coleta de duas ou três, porque os outros não estão aptos”.

24 SISTEMA PENITENCIÁRIO

BOLSISTAS REALIZAM TRABALHO NAS CADEIAS PÚBLICAS E IML Locais de fluxo restrito da região contaram com apoio estrutural sempre tive interesse pela parte pericial, foi até por isso que me inscrevi para esta bolsa. Eu me redescobri na profissão, com esta experiência.

Agora quero me preparar mais, estudar para um concurso público e continuar nesta área pericial”. Além desta parte técnica, Tiago também realizou a parte administrativa (abertura de

O Departamento Penitenciário (Depen) e a Polícia Científica do Paraná foram foco das ações do governo do Estado no enfrentamento à Covid-19. Neste cenário, as universidades estaduais deram apoio. A Universidade de Maringá se envolveu por meio do Projeto “UEM no combate ao coronavírus”.

“A área de segurança pública apresentou a necessidade de apoio durante a pandemia e a UEM e as Regionais de Saúde foram atendendo da melhor forma possível diante de nossas possibilidades. Inicialmente, foram alocadas equipes nas delegacias de polícia de Umuarama e Cianorte e, posteriormente, uma bolsista na PEM, Penitenciária Estadual de Maringá. A Polícia Científica também apresentou demandas que foram atendidas por meio de um aditivo específico aberto à Chamada 09/2020 da Fundação Araucária. Este aditivo permitiu nosso apoio aos IMLs de Umuarama e de Maringá, reforçando as equipes locais”, detalha a pró-reitora de Extensão e Cultura da UEM, Débora de Mello Sant’Ana, também coordenadora-geral do projeto da Covid, na Universidade.

Para a chefe-adjunta da Polícia Científica de Maringá, Jaqueline de Moura da Silva, esta

parceria foi muito importante, tanto para suprir uma demanda interna quanto para estreitar laços com a Universidade. “Para gente é uma conquista muito grande. Nossa demanda é alta e estes profissionais contribuiram, e muito, na nossa rotina”. Um bolsista foi enviado para o IML de Maringá e outro para o IML de Umudocumentos no sistema, separação e material e arama. também atendimento ao público).

Equipes - Luciano de Souza Geraldo, de Para o chefe da unidade da Polícia Cien38 anos, foi o enfermeiro bolsista no projeto no tífica de Umuarama, Fabiano da Cruz, a vinda IML de Maringá. Ele, que já tem experiência do Tiago aconteceu em um momento muito dentro do IML na área de necropsia, agora se importante, que foi o retorno das atividades abriu para uma nova experiência, atuando em depois de um período de fechamento por conta exames da área de criminalística realizados pela da pandemia. “Por conta de decreto municipal, polícia científica, que dão apoio à população em por um período ficamos fechados ao público, e geral. “Quis sempre trazer a isto fez com que muito atendihumanização para dentro dos “Trabalhar aqui dentro não é mento se acumulasse. Quando atendimentos de enfermagem pra qualquer um, é preciso ter ele chegou, em setembro, nos e foi isso que fiz aqui dentro ajudou neste atendimento exa mente aberta e não julgar”. do IML”, concluiu Geraldo. tra, foi fundamental naquele Já no IML de Umuaramomento e continua sendo”. ma, o bolsista foi o farmacêu- Mariana Martinez Fabiano reforça que, por conta tico Tiago de Melo de Olivei- Bolsista de Biomedicina do Projeto da equipe enxuta, o bolsista é ra. Ele, que tinha experiência um apoio em diversas áreas dentro de hospitais, agora se sente desafiado dentro do IML: parte administrativa, atendie motivado a continuar na área pericial “Eu mento ao público e de necropsia também.

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Cadeias públicas contra a Covid Dentro das cadeias públicas do Paraná, a preocupação com a Covid-19 também foi grande. Com o efetivo enxuto, o apoio dos bolsistas do projeto da UEM foi fundamental para se evitar casos internos. Em Cianorte, uma enfermeira e uma técnica de enfermagem foram disponibilizadas para atender dentro da cadeia; e, em Umuarama, outras duas enfermeiras.

Para o chefe de cadeias da região de Umuarama, Geraldo Andrade, este apoio foi fundamental para que casos de Covid-19 não entrassem nestes locais. “Não tínhamos ninguém para fazer este trabalho de triagem e conscientização tanto junto aos detentos, aos profissionais que ali trabalham quanto aos advogados que receberam a liberação para circular dentro da cadeia”. Em Umuarama, as bolsistas são: as enfermeiras Elisandra de J. Sangalli Martins e Janiani de Oliveira Cavitioli A enfermeira Wana Fehlauer foi bolsista na cadeia de Cianorte, junto com a técnica de enfermagem Viviane Romero.

Ela explica que no começo, a triagem era só feito com os novos detentos e com as pessoas de fora que chegavam, mas hoje a rotina é diária. “Nesta rotina de exames descobrimos doenças hereditárias, conseguimos detectar doenças que eles nem sabiam que tinham, ou

seja, acabamos fazendo um trabalho de saúde preventiva ali dentro. Acabamos tendo um outro olhar, descobrimos um outro ponto de vista, vemos as carências e necessidades deles e nos sentimos bem porque podemos ajudar, podemos melhorar a vida deles aqui dentro”, finaliza Wana, que completa 10 anos de enfermagem.

Já na Penitenciária de Maringá, a biomédica e também estudante do segundo ano de enfermagem, Mariana Martinez, deu apoio à enfermeira-chefe. Por ali, ela fez a separação de todos os medicamentos que chegam tanto para a PEM quanto para as cadeias vizinhas, realiza a triagem inicial dos detentos, coleta de exames, aferição de pressão, medir temperatura entre outros. “Dou todo o apoio que a enfermeira precisa. São muitos detentos e a

demanda é grande”, comenta a jovem de 21 anos, que viu na vaga uma oportunidade de aprender e cuidar.

Além da rotina dentro da PEM, quando possível, elas fazem um trabalho nas cadeias da região - Astorga, Mandaguari, Campo Mourão, Sarandi, Maringá e Nova Esperança. Para a bolsista, a experiência está sendo incrível.

“Trabalhar aqui dentro não é pra qualquer um, é preciso ter a mente aberta e não julgar.

Eu nunca quis saber dos crimes do detentos, porque, no meu ponto de vista, estou aqui pra cuidar com respeito e atenção, quem julga é a Justiça. Tendo respeito mútuo, independente do lugar, tudo dá certo e aqui não foi diferente.

Eu nunca presenciei nem vivi nenhuma situação desagradável aqui”, finalizou Mariana.

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DEPOIM Viviani Meirelles docente do Departamento de Enfermagem da UEM O projeto representa um desafio pessoal, profissional e uma oportunidade de ajudar as pessoas nesse momento de tantas angústias e incertezas. Devido a amplitude de suas ações permitiu acesso da população à informação por meio da educação em saúde (de forma presencial ou via teleatendimento) atuação dos bolsistas na linha de frente em diversos serviços de saúde .

Os bolsistas são todos muito necessários para o trabalho que é desenvolvido. Os serviços nos quais os bolsistas foram alocados deu feedback positivo pois não possuem recursos próprios para a contratação desses profissionais.

O projeto foi e é de fundamental importância para a sociedade nesse momento de pandemia, pois nossos bolsistas estão atuando em diversas frentes de trabalho prestando serviços de forma humanizada no atendimento das necessidades dos usuários.

Para os profissionais é uma oportunidade para o crescimento pessoal, profissional e um momento para contribuir com a sociedade.

Juliana Scanavacca farmacêutica, coordenadora do projeto em Umuarama Para os profissionais que atuaram no projeto de extensão, a frase que eu mais ouço é “o projeto da UEM abriu portas para os profissionais de saúde daqui” “a UEM abriu portas”. O projeto oportunizou duas vertentes, uma foi para aquele profissional de saúde que estava desempregado e outros profissionais recém formados, que nunca tinham exercido sua

profissão, tanto técnico de enfermagem quanto enfermeiro. Todos estão saindo empregados após a finalização do projeto.

Foi desgastante, mas ao mesmo tempo foi gratificante, os frutos que colhemos durante esses 9 meses foram muito bons e fico feliz de ter participado desse projeto, fico feliz pela oportunidade que foi me dada nesse momento.

Em abril, nós professores estávamos todos em casa, sem atividades presenciais dentro da universidade e foi uma forma de nos mostrarmos a sociedade, o papel que a Universidade Estadual de Maringá tem aqui na região..

Viviane Herreira Diretora da 12ª.Regional da Saúde O projeto foi excelente, os bolsistas foram fundamentais na condução dos trabalhos durante a covid. Foram inúmeras áreas de atuação que permitiu maior conhecimento ao profissional, troca de experiência e êxito em diversos setores. A atuação dos bolsistas permitiu que exames chegassem no tempo e de forma correta. Permitiu que planos de contingências fossem ampliados nas áreas de saúde do trabalhador, que o sistema prisional não apresentasse casos confirmados, reduzindo taxas de transmissão e internação.

Anelise Guadagnin Dalberto arquiteta, docente no campus de Cianorte Para mim foi de extrema importância poder colaborar nestas ações de combate ao novo coronavírus. Apesar de eu não ser da área da saúde e não estar na linha de frente dos trabalhos, o projeto me permitiu colaborar na

organização de equipes, contratação de profissionais e organização de documentação. Significou um período de muita aprendizagem e superação onde percebi que o papel de cada um foi de extrema importância, principalmente dos bolsistas.

A sociedade ganhou muito com o trabalho das ações de prevenção. As mesmas foram importantes no sentido de contribuir para o achatamento da curva no período em que não haviam tantos leitos de UTI disponíveis em nossa região. Esta ação preventiva colaborou para que o sistema de saúde se preparasse para o pior período.

Um segundo ponto foi que os profissionais passaram por treinamentos que auxiliaram sobremaneira na qualidade de sua atuação e quando chegaram foram direcionados para o atendimento foram essenciais, pois não haviam profissionais suficientes para atender toda demanda que surgiu.

Silvia A. Mendes Féria Diretora da 13º Regional de Saúde de Cianorte O Projeto Araucária, chegou num momento extremamente necessário, no qual necessitávamos de um maior número de profissionais para somarem esforços e atuarem diante de uma pandemia. Estes profissionais desempenharam papéis fundamentais, nas atividades de controle da Covid-19 em todos os locais que foram lotados. Exerceram com responsabilidade as tarefas delegadas, auxiliando as equipes de saúde.O maior desafio foi de fazer a locação de cada um de acordo com o perfil de trabalho e disponibilidade de horário, porém conseguimos e com sucesso.

O impacto para a população foram resultados positivos, diante da confiança dos envolvidos e no desempenho das funções. Em muitas situações em que profissionais de carreiras foram

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MENTOS afastados de quarentena, os bolsistas conseguiram continuar com as atividades e não deixar a população sem assistência.

Júlio César Damasceno Reitor Foi fundamental a participação da UEM nestas diversas frentes. Em um primeiro momento, nos envolvemos com os EPIs (equipamentos) para o pessoal que faria o enfrentamento nas linhas de frente nos hospitais, depois colocou os seus grupos trabalhando no sentido de buscar as informações em tempo real e ainda se organizando para definir os protocolos de tratamento. Ao mesmo tempo, todo o complexo de saúde se organiza, a universidade cria um comitê gestor de especialistas que pautava estas informações.

Com este projeto, em específico, pudemos disponibilizar profissionais para auxiliar naqueles municípios que tinham mais dificuldade de ter acesso a informações e tratamentos da Covid-19 e estes profissionais auxiliaram muito neste trabalho, desde o início da pandemia.

A universidade desenvolveu trabalhos em diversas frentes, envolvimento com a comunidade, trabalho de pesquisas, criamos uma rede de emergências epidemiológicas. A universidade ocupa um lugar de destaque e responde rapidamente a sociedade em um momento de extrema importância.

Ederley Alkamim diretor da 15ª Regional de Saúde Além do nosso trabalho interno aqui em Maringá, congregamos outros 30 municípios da nossa região.

São 900 mil pessoas. Em um

momento em que tínhamos afastamento de pessoas, municípios fragilizados, este projeto foi fundamental.

O Sistema Único de Saúde é composto por instituições em vários níveis, no municipal, estadual. O projeto, que veio através da seti e sesa, mostrou que esta parceria, esta congregação, nos vários níveis é importante e fundamental para a boa manutenção do SUS.

Greicy Cezar do Amaral, coordenadora da educação permanente da 15ª Regional de Saúde A enormidade deste projeto,, só quem participou desde o início, para saber, ter ideia. Se você pensar que eram mais de 60 bolsistas no hu. dentro da sec. do município de maringá (entre upa) tinha 6 pessoas. só na upa de sarandi, 10 pessoas. colocamos na questão dos médicos que vieram de Ivaiporã, fizeram um excelente trabalho de educação permanente, paramentação e desparamentação, os municípios tinham uma necessidade enorme deste contato mais próximo e a regional não teria como suprir esta demanda com os nossos servidores. nas divisas, com os caminhoneiros. é um trabalhador desassistidos.

Pegamos um enfarto na rodovia, conseguimos encaminhar pro hospital. Fazer o teste do covid.

Depois vieram mais 6 profissionais, uma foi para a penitenciária. você imaginar a logística pra fazer um teste de um detento. todo o fluxo demanda muito, envolve muitas pessoas. Você poder levar o teste lá, através do bolsistas. abriu-se muitas oportunidades, tanto para os bolsistas, quanto para os serviços de onde estavam, e quantas pessoas foram beneficiadas com isto. além de fazer todo este serviço, poder olhar para os servidores, olhar para dentro, que foi o que nós fizemos aqui na 15ª regional com

nossos profissionais. Eu agradeço imensamente. os benefícios foram grandiosos. Viamos como a população adorou os serviços. eu penso que não existe como dar uma dimensão para este trabalho todo. pena que foi pontual, mas gostaria que se fosse repensado uma forma de se trabalhar esta integração entre quem está formado, quem está em formação. acho que tem como ser feito.

Acredito que o legado para a Fund. araucária, para as universidades é esta integração, a busca por parcerias. Só temos elogios para o projeto.

Elisabete Superintendente do HUM O programa foi fundamental para o enfrentamento da COVID. Em um momento em que todos os profissionais da saúde foram contingenciados para o atendimento hospitalar, o programa se mostrou eficiente neste chamamento. Profissionais de várias partes do Brasil vieram somar as equipes locais , substituindo os funcionários afastados por serem grupos de risco. Estes bolsistas desempenharam papel importante para que os hospitais pudessem se organizar para o atendimento da demanda da pandemia.

Ricardo Vice-reitor UEM Através do projeto, a UEM tem prestado um valioso serviço à população do Paraná, ampliando sua atuação para a segurança sanitária e melhoria da qualidade de vida das pessoas. Ação que tem salvado vidas e reafirmado a importância da universidade pública, que cresce em momentos de crise.

28 COMUNICAÇÃO

UM DIA DE CADA VEZ! ESTE FOI O LEMA A experiência da bolsista durante a cobertura das ações do projeto de UEM

I

niciei como bolsista do projeto “UEM no combate ao coronavirus”, na segunda fase da iniciativa, em julho. Uma ligação da jornalista e servidora da Universidade, Ana Paula Machado Velho, e eu já tive a noção de que estava sendo convidada para participar de algo grandioso. Apesar do cenário instável, filhos em casa e home office, topei o desafio.

Dia 6 de julho, meu avô morreu do coração, mas com a confirmação de que estava com Covid. Minha mãe confirmou também o diagnóstico e minha avó, de 81 anos, se recusou a fazer o teste e ficou em casa sem sintomas. Um dia depois, eu e meu pai fomos até o hospital realizar o teste. Eu já com muitos sintomas, meu pai nenhum. Ele positivou, eu negativei. Meu pai não manifestou nenhum sinal até o quinto dia, quando começou a ter febre.

Uma semana depois, voltamos ao hospital: eu positivei e meu pai é internado. Muita febre, pulmão comprometido. Uma semana no quarto, oxigenação piorando a cada dia, meu pai vai para UTI. Na minha casa, eu melhoro e meu marido sente os sintomas e, também, positiva. Meus dois filhos tiveram sintomas muito leves. Os quatro isolados, mas todos bem!

Dois dias de UTI e meu pai é entubado.

Neste contexto, a vontade era largar todos os compromissos. Ligo para Ana Paula, conto meus planos e ela pede para eu refletir, ter calma.

No dia 22 de julho, segundo dia da entubação do meu pai, eu pedi a Deus um caminho e Ele, prontamente, me mostrou: Crônicas 20, 15 – 21. “Não tenha medo e não se acovarde por causa desta multidão. Vocês nem terão que lutar. Fiquem firmes e parados, olhando como Javé salvará vocês!” E foi esta palavra que me fez continuar no projeto.

Mais de 30 dias de UTI, meu pai saiu da intubação, a traqueostomia foi feita. Ele

os profissionais bolsistas, para os funcionários destas instituições, para os alunos, e para toda a comunidade.

Escrevi sobre estruturas inteiras organizadas para o tratamento de pacientes da Covid que só foram possíveis graças ao Projeto. UPA de Sarandi foi uma delas. Lepac, todo reestruturado para os exames de coronavírus com o apoio intenso dos bolsistas. Trabalho nas divisas do Estado, junto aos caminhoneiros, classe “esquecida” nas rodovias do País.

“Que consigamos aprender a lição e sigamos, com mais sabedoria!”

Vanessa Bel lei Jornalista

melhorou, estava voltando à consciência. Dias depois, teve infecção generalizada. O que era um quadro grave, se tornou gravíssimo, porque não era só o pulmão que estava comprometido. Um dia depois de minha mãe, minhas irmãs e eu o visitarmos na UTI, no dia 22 de agosto, meu pai, Valdir Bellei, faleceu. Não tinha mais vírus no corpo, mas os estragos que a doença deixou foram devastadores.

Em meio a tudo isso, o projeto Covid.

E um dia de cada vez era meu lema! Dias que não conseguia chegar perto do computador, mas outros que mergulhava nos textos e na profundidade do projeto. Se, por um lado, a palavra Covid me trazia tanto sofrimento, por outro, me surpreendia com a importância desta iniciativa para as instituições envolvidas, para

Foi graças ao Projeto que muitas vidas foram salvas, seja pela descoberta de uma doença pré-existente ou uma orientação em meio à pandemia. A mim, uma jornalista em busca de uma boa notícia, só resta agradecer a oportunidade de relatar um pouco do que foi vivido pelos profissionais participantes.

Antes de cada texto escrito, o pedido a Deus que me fizesse instrumento e que, com meu texto, pudesse somar. Obrigada Ana Paula e Débora pela confiança, obrigada coordenadores que tanto cobrei e liguei ao longo destes cinco meses, obrigada a cada um que entrevistei pela confiança de relatar um pouco de suas vidas.

Nada acontece por acaso! O coronavírus teve um propósito na vida de cada um e na minha também, que ainda não consigo entender!

Que consigamos aprender a lição e sigamos, com mais sabedoria!

Um dia de cada vez!

29 SAÚDE MENTAL

BEM-ESTAR DOS SERVIDORES FOI FOCO DA AÇÃO DOS BOLSISTAS Projeto atuou na 15ª Regional de Saúde

D

urante a pandemia, o bem-estar mental e emocional do profissional da saúde se tornou algo urgente a ser tratado.

Turnos exaustivos com hospitais e centros de atendimentos lotados fizeram com que muitos adoecessem não só de Covid, mas de outras doenças sejam elas físicas ou mentais. Frente a esta realidade e com o fim do projeto nas divisas do Estado, três bolsistas foram realocados para dentro da 15ª Regional de Saúde para realizar um trabalho que já era sonhado, mas nunca conseguiu ser implementado por falta de mão-de-obra, que é cuidar da saúde mental e emocional dos profissionais de saúde.

O diretor da 15ª Regional de Saúde, Ederley Alkamim, conta que esta vontade e necessidade de se trabalhar a saúde física e mental do servidor já existia. “Humanizar tanto nosso atendimento e olhar mais para nossos servidores era uma necessidade e tivemos a oportunidade de iniciar esta ideia com o projeto da Fundação Araucária, junto com estas bolsistas. Eu só tenho a agradecer, o processo acelerou algo que precisávamos fazer”.

A enfermeira Greicy Cezar do Amaral, coordenadora da educação permanente da 15ª Regional de Saúde, conta que sem o projeto não existiria estrutura humana para este levantamento junto aos quase 150 servidores ser

“Olhar e trabalhar a saúde mental também do trabalhador é algo complexo, mas necessário. Cuidando da saúde mental do indivíduo acabamos contribuindo para todo um sistema, e todos ganham”.

Daniele Almeida Duarte Professora do Departamento de Psicologia da UEM

feita. “Foi um início muito importante, dados fundamentais que vão embasar este projeto que tem chances de se desenvolver ao longo do próximo ano”.

De acordo com ela, com a pandemia, ficou clara a necessidade de se olhar para este profissional que está do outro lado, o profissional da saúde (seja ele na parte administrativa ou na linha de frente). O objetivo e a grande vontade é transformar este projeto dentro da 15ª Regional um piloto para, depois, levar pra dentro de outras frentes de trabalho que envolvem a saúde. “A saúde mental destes profissionais precisa ser olhada”.

Um dos caminhos para permanecer com este trabalho dentro da Regional é uma parceria com a própria Universidade Estadual de Maringá. A psicóloga Daniele Almeida Duarte, do departamento de Psicologia da UEM, participou

deste levantamento e vê possibilidade de trazer estagiárias de psicologia no próximo ano. “Olhar e trabalhar a saúde deste trabalhador – saúde mental também – é algo complexo mas necessário. Cuidando da saúde mental do indivíduo acabamos contribuindo para todo um sistema, todos ganham”, avalia a psicóloga.

Nesta primeira etapa, as três bolsistas fizeram um levantamento junto aos quase 150 servidores ligados à 15ª Regional de Saúde. A educadora física Juliane Aline Russo conversou com vários profissionais e fez um levantamento referente ergonomia. “Descobrimos que dependendo do setor, existem alguns tipos mais comuns de dor. Dores no ombro, pescoço e coluna pra quem fica mais no computador, por exemplo”.

Já a assistente social Flávia Leite da Silva também realizou uma pesquisa bem criteriosa para saber das satisfações e insatisfações destes servidores. “Existe um esgotamento de trabalho e, durante a pandemia, este cansaço se agravou em certos setores. O objetivo é ir em busca de um ambiente saudável de trabalho”.

Para a bióloga Lainy de Lima, melhorar a qualidade de vida e de trabalho do servidor é o foco. “Sugerimos um plano de ação para 2021 para começar a melhorar este ambiente e também a saúde integral destes profissionais”.