1950-1959 O recorrente desafio de conciliar desenvolvimento com equilíbrio das contas públicas No âmbito do poder, a década de 1950 começava basicamente como a anterior, com Getúlio Vargas presidente e Agamenon Magalhães (1951-1952) governador. A diferença é que, daquela vez, tinham sido eleitos pelo povo. Contudo, seriam mandatos bem mais breves que os anteriores, com o falecimento de ambos entre os anos de 1952 e 1954. A última década antes de o Brasil ser tomado por mais um regime autoritário foi marcada pela intensificação das obras de modernização em meio a diversos tipos de desafios. Em Pernambuco o cenário não era diferente. O Governo realizou vultosos investimentos em obras de infraestrutura, principalmente em estradas, a fim de interligar as regiões do estado. E com o Nordeste passando por mais um longo período de estiagem, reforçava-se a necessidade do combate ao desequilíbrio fiscal, com a melhoria na arrecadação de tributos e o maior controle dos gastos públicos. Agamenon Magalhães escolheu a construção de estradas como uma das principais marcas do seu Governo. Chegou a batizar essa empreitada de “Batalha da Pavimentação”. Mas o governador não conseguiu ver esse projeto sendo concluído, sofrendo um infarto quando tinha pouco mais de um ano de mandato. Uma nova eleição precisou ser feita, colocando Etelvino Lins no Palácio do Campo das Princesas. Ele deu seguimento à política de obras de seu predecessor, tendo três diferentes secretários da Fazenda em cinco anos de mandato. Um deles, o petrolinense Nilo Coelho, seria governador de Pernambuco na década seguinte. Após a administração de Etelvino Lins, um governo militar voltou ao Estado, com a eleição do General Cordeiro Farias (1955-1958). A conjuntura das finanças com a qual ele se deparou ao chegar ao poder foi preocupante. Além dos gastos com as estradas, também havia uma despesa significativa com o processo de modernização agrícola. A Fazenda, comandada por Clélio de Lemos (1955-1957), José Henrique de Abreu Wanderley (1957-1958) e Isaac Pereira da Silva (1958-1959), deu seguimento às políticas mais austeras exigidas por Cordeiro Farias. A principal delas talvez tenha sido a de um rígido e novo Código Tributário, que evitou a criação de novos cargos e sustou pagamentos a funcionários considerados dispensáveis, além de reduzir os gastos em materiais e despesas no geral. 35