1920-1929 Tranquilidade, obras estruturadoras e muito trabalho para o Fisco Na década de 1920, após alguns breves hóspedes, o Palácio do Campo das Princesas foi ocupado por Sérgio Loreto (1922-1926) e Estácio Coimbra (1926-1930). Ambos tiveram sucesso em suas jornadas pela modernização do Recife e do estado como um todo, demanda que pautou os governos pernambucanos desde o início da República. Para buscar essas reformas, era essencial que o Estado contasse com uma estrutura de gestão econômica sólida, garantidora de uma arrecadação capaz de viabilizar tais projetos. Naquela que ficaria conhecida como a última década da República Velha, as duas gestões estaduais tiveram muito trabalho para conseguir levar à frente suas obras enquanto lidavam com as dívidas e o desequilíbrio fiscal. O juiz Sérgio Loreto assumiu o Governo após uma sequência de imbróglios que se arrastaram desde o final do mandato de Manoel Borba, em especial nos anos do governo de José Rufino (1919-1920), que conseguiu exercer uma política de conciliação das adversidades entre usineiros e comerciantes, além de garantir o seguimento das obras. Mas, quando se preparava para deixar tudo pronto para seu sucessor dar continuidade ao seu trabalho, foi acometido por uma grave doença, em 1920. Ele acabou se afastando da política e partiu para a Europa, onde tentou se tratar. Para evitar um grande impacto nas conciliações e diálogos alcançados por José Rufino, as forças políticas fizeram um acordo pela eleição de Sérgio Loreto. Sua gestão, iniciada em 1922, foi marcada por um grande volume de obras físicas. O governador também atuou fortemente nas questões de higiene e saúde pública, inaugurando hospitais e formando equipes, uma vez que a Gripe Espanhola ainda se fazia presente na região, ao lado da Febre Amarela. A gestão de Sérgio Loreto foi importante também para a Cultura. Houve a instituição do Hino da Cidade do Recife, composição de Manoel Aarão e Nelson Ferreira, e o incentivo a diversas produções cinematográficas sobre o Recife. Um trabalho que impulsionou a criação de produtoras e o desenvolvimento do célebre Ciclo do Recife, momento no qual a capital pernambucana viveu uma grande efervescência na produção cinematográfica, algo que só iria se repetir na década de 1990. 27