1900 - 1909 Estrutura fazendária é reorganizada e se expande pelo Estado Pernambuco entrou no século XX sob o governo de Antônio Gonçalves Ferreira (1900-1904) e com a gestão das Finanças a cargo de João Diniz Ribeiro da Cunha. Entrou também carregando um profundo desequilíbrio nas contas, em especial por não conseguir receber o que lhe era devido pelas usinas e tendo dificuldades em manter sua estrutura e seus funcionários. E a figura de Antônio Gonçalves Ferreira - a primeira a dar início a uma certa estabilidade no que diz respeito a governadores que se manteriam os quatro anos no cargo - não era a ideal para o combate à inadimplência. Político de carreira, ele já havia sido presidente da província de Minas Gerais, no período imperial, e senador por Pernambuco, na República. Era fortemente ligado às oligarquias açucareiras, sinal de que não combateria a sonegação por parte do segmento com tanto vigor. Para tentar compensar essa falta de empenho na fiscalização, havia uma busca para atenuar o desequilíbrio por meio de uma série de novos impostos. Passaram a ser taxados produtos como mel, aguardente, couro e algodão. A transferência de imóveis também ficou sujeita à taxação, assim como a importação de produtos nacionais e a exportação de açúcar. Foi criado o imposto predial. Nada que tenha surtido grande efeito nas contas públicas, uma vez que não adiantava muito ampliar a carga de tributos se a cobrança deles era desorganizada e manipulada pelos chefes políticos locais. Vendo que as medidas não conseguiam nem suavizar as finanças do Estado, foram criadas novas estruturas de fiscalização, que seriam aproveitadas em governos posteriores por anos a fio: as agências fiscais em estações ferroviárias - em especial aquelas localizadas em cidades fronteiriças -, assim como nos interiores dos trens. Ainda houve a tentativa de realizar uma ampla abertura de créditos suplementares, algo que se somou ao leque de ações fiscais que não deram resultados nos primeiros quatro anos do novo século. Ao fim da gestão de Antônio Gonçalves Ferreira, um velho conhecido do Palácio do Campo das Princesas voltou a ocupá-lo. Sigismundo Gonçalves (1904-1908), que já havia sido presidente da província durante o Império e governador nos últimos anos do século XIX, assumiu pela terceira vez o comando de Pernambuco. Sua primeira 22