MUROS QUE FALAM: Letras manuscritas na paisagem urbana do Rio de Janeiro

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Grafiteiros e pichadores usam a rua como meio para manifestar a luta social, com a intenção de ganhar visibilidade e de se identificarem com um estilo de vida. Pinturas realizadas no espaço da rua representam a materialidade do pensamento mediante símbolos, letras e figuras. As imagens representam a identidade particular do autor e, ao mesmo tempo, o ideal de uma comunidade que busca se expressar e ganhar posição e reconhecimento na sociedade.

3.3. A legislação sobre o grafite, no Brasil A ação de pintar nos muros e a sua legitimação como forma de expressão têm colocado em debate as mais diversas opiniões a favor e contra a prática, criando questionamentos e divergências. No Brasil, há uma diferenciação na classificação legal e no senso comum sobre a intervenção com tinta em espaços públicos segundo diversos aspectos da composição final da imagem, de sua função mais evidente, do local onde está e do processo pelo qual ela foi realizada (ver capítulo 4.1.). A classificação envolve incialmente a distinção entre a pichação e o grafite: o primeiro define a prática de escrever em muros, edifícios, monumentos e vias públicas sem autorização, de maneira a demonstrar posse e presença no lugar, o que faz com que seja visto por vários setores sociais como um gesto de vandalismo. Já o grafite é considerado como uma prática artística, tem uma função mais ornamental e sua execução é mais bem aceita. Em alguns casos, ele é realizado em muros autorizados ou contratada por entidades públicas e privadas, sendo frequentemente reconhecida e classificada como arte de rua. A pichação é considerada um crime e o grafite uma arte, mas, na verdade, os limites não estão bem definidos para cada circunstância e cada caso depende do ponto de vista de quem observa. O que é picho? O que é grafite? Num esforço por estabelecer critérios mais claros para determinar a legalidade do exercício, o governo tem se manifestado, por meio de leis e decretos, para definir os limites sobre a aplicação do grafite e suas variantes. No Brasil temos a Lei nº 9.605 Seção IV - Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural – de 12 de fevereiro de 1998 que distingue os dois registros (de crime ou legalidade) pelo ato de conspurcar (causar danos) de um lado, ou de valorizar um patrimônio:


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Gráfico 17 - Imagem 15. Texto nominal

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entrevistas a transeuntes na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro

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Figura 89 - Modelo de enquete para entrevista a transeuntes

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Figura 87 - Área de levantamento de imagens em Santa Teresa

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Figura 86 - Área de levantamento de imagens no Estácio e Tijuca

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tipografia

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Quadro 6 - Gráficos da categoria Desenho - ilustração (lettering

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manuscrita (caligrafia

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no grafite

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e classificação por características, entre os três tipos de escrita

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Figura 68 - Exemplo de Picho poesia, Santa Teresa, 10/2018

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Figura 60 - Muro com grafites de Taki 183 e outros writers

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Figura 59 - Diagrama de Graffiti and Street Art, de Daniel Feral

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5.2. A escrita dentro do grafite

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Figura 55 - Ishtar, tríptico de 1983, por Jean-Michel Basquiat

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Figura 56 - Ignorance = Fear, 1989, por Keith Haring

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Figura 65 - Exemplo de Tag assinatura, Tijuca, 10/2018

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Figura 57 - Exposição de Barbara Kruger, na Mary Boone Gallery, Nova Iorque, 1991

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Figura 52 - Alphabet, 1969 por Jasper Johns

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Figura 49 - La trahison des images (A Traição das Imagens), 1929, por René Magritte

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Figura 51 - Image Duplicator, 1963, por Roy Liechtenstein

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Figura 47 - Garrafa de Vieux Marc, Vidro, Guitarra e Jornal, por Pablo Picasso (1913

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Figura 40 -. A Bíblia de Gutemberg e detalhe da tipografia usada

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Figura 46 - Poema Nascemorre, de Haroldo de Campos, 1958

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Figura 50 - Letrismos, de Isidore Isou

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Figura 44 - Caligramas, por Guillaume Apollinaire

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4.3. Tipos de escrita

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100 n.e

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Figura 35 - As três fases principais da escrita manuscrita

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Figura 34 - Exemplos de escrita pictográfica (esquerda) e ideográfica direita

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4.2. O desenvolvimento da escrita e o surgimento do alfabeto latino

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4.1. A escrita de origem popular

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Quadro 1 - Aplicações do grafite apresentadas no Gráfico 2

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3.6. Dois eixos e uma referência para escalas de visibilidade

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4. A evolução do alfabeto e sua influência no grafite

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BAGS

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3.5. O consumo do grafite além dos muros na rua

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coletiva no Rio de Janeiro

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3.3. A legislação sobre o grafite, no Brasil

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2.2 Influência da imagem na percepção do espaço material

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1. As letras manuscritas como elemento expressivo na composição

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3.2. O papel social e a legitimação da prática do grafite

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para a elaboração do projeto

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2.3. A escrita na rua, dentro da construção do visual da cidade

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1. Introdução

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