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tipografia

Letras estêncil pré-desenhadas: esta forma de intervenção é mais enquadrada como pichação, é bem legível e as formas de letras são mais bem reconhecidas; cor e a profundidade são baixas.

Letras estêncil vernaculares: esta forma de

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intervenção compartilha as mesmas características da anterior, perdendo só um pouco quanto à legibilidade.

Quadro 7 - Gráficos da categoria Símbolos pré-desenhados (tipografia).

Observamos que ambas intervenções compartilham as mesmas características nos eixos Definição: pichação-grafite, Forma: abstrato-figurativo, Profundidade: 2D - 3D, e Cor: uma cor- a partir de 4 cores, sendo que tem um leve diferencial no eixo Legibilidade: ilegível-legível, considerando que as Letras estêncil vernaculares podem ter menos leitura, pela fabricação que vem do desenho manual direto sem uso de um set de caracteres pré-definidos, como é na tipografia.

Observamos que os estilos que se enquadram dentro do tipo de traço simples (escrita manuscrita) se valem de poucos elementos (menor pontuação nos eixos), enquanto os estilos mais relacionados com desenho (ilustração) precisam de mais recursos para serem realizados (maior pontuação nos eixos). Os eixos legibilidade e realismo são muito equivalentes, o mesmo acontece com cor e profundidade. De modo geral pode-se observar quais estilos de letra são mais próximos do grafite ou da pichação e a forma em que compartilham várias características. Para a realização dos gráficos desconsideramos outras variáveis como tempo de execução e tamanho da intervenção, pois o ramo de avaliação é muito amplo e varia dependendo dos autores, consideramos que isso poderia desviar o foco sobre a aparência e a composição dos estilos de letra, que é o assunto principal da pesquisa.

6. O texto no grafite: uma percepção do campo

As escritas encontradas nas ruas são como tatuagens temporais que se encontram na “pele” da cidade. As “vozes” dos muros se apresentam aos olhos, clamam atenção e reafirmam presenças. Como parte da construção visual da cidade, o grafite e a pichação são ações que buscam comunicar uma mensagem nos espaços públicos, arraigam-se aos lugares por um tempo e logo desaparecem, apagam-se ou transformam-se para dar lugar a outras novas visibilidades.

Muitos foram os grafites vistos nas ruas do Rio de Janeiro, os quais incentivaram a realização desta pesquisa. Se a classificação estruturada nesta pesquisa não pretendeu uma taxonomia fechada e sim a apresentação de uma proposta de classificação dos estilos de letras no grafite do Rio de Janeiro, tendo como foco as relações comunicacionais entre grafiteiro ou pichador e observador, o mesmo se deu no trabalho de campo com moradores da cidade. Para organizar essa parte da pesquisa com foco em analisar alguns aspectos inicias da leitura dos passantes, dividimos esta etapa em duas fases principais: o registro fotográfico para a escolha de percursos e as entrevistas com transeuntes.

6.1. Registro fotográfico

Nosso objetivo com a coleta de imagens foi criar um acervo de referência para entender e reconhecer parte da diversidade das intervenções nas ruas. Durante a primeira fase da pesquisa, foram tiradas fotografias de forma assistemática para construir uma base e, a partir dela, fazer uma classificação inicial de termos e diferenças entre os estilos. Posteriormente, fizemos percursos programados para construir nosso principal arquivo de imagens. O planejamento para o levantamento de imagens foi definido com a intenção de abranger pontos significativos tanto para a cidade quanto para o grafite. Áreas de difícil acesso foram excluídas, assim como áreas que apresentassem riscos de segurança.Para esse fim procuramos lugares com fluxo médio de pedestres e de transporte público, que foram fotografados de dia.

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