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1. Introdução
1. Introdução
Comecei a entender formalmente sobre o que era caligrafia, na aula de Tipografia II, no segundo semestre de 2011, ministrada pelo professor César Puertas, durante minha graduação em design gráfico, na Universidad Nacional de Colombia. O professor Puertas dedicou a primeira parte do período à prática de exercícios caligráficos, com pena de bico e de ponta quadrada, para o entendimento dos traços que dão origem às letras do alfabeto latino. Desde esse momento, pena e tinta conquistaram meus olhos, meu coração e minhas mãos; e o interesse por entender a construção e as formas dos símbolos alfabéticos se transformou numa paixão que até hoje não para de crescer.
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No ano seguinte, em 2012, tive a oportunidade de ser aluna de intercâmbio da UERJ, e, ao chegar ao Rio de Janeiro, meus olhos curiosos pelo território que visitava pela primeira vez me deixaram atenta e deslumbrada por cada texto encontrado na rua: desde o letreiro da padaria até as partituras modeladas com pedra portuguesa nas calçadas de Vila Isabel e do Centro da cidade. Tudo me trazia a fascinação de descobrir as palavras de língua portuguesa, em suportes diferentes aos que conhecia na minha cidade, sem falar da beleza que achava em cada cedilha, cada til, cada acento que não faz parte da minha língua nativa. Os muros então se converteram em páginas de um caderno urbano, que contavam coisas, vozes silenciosas que gritavam a partir de traços e cores, paredes que falavam muito sem emitir som, e que eu escutava “ao olhar”, numa ação sinestésica e sincronizada com os sentidos.
Durante os anos seguintes, já como residente no Rio de Janeiro, continuei observando as letras manuscritas em diferentes cantos da cidade e, a partir de 2014, comecei a participar de workshops e oficinas de tipografia e caligrafia, nas quais não só aprimorava os conhecimentos sobre as técnicas, mas também conhecia sobre os profissionais da cena tipográfica, caligráfica e de lettering no Brasil. A partir daí comecei a praticar e me aperfeiçoar de maneira autodidata, também por meio de materiais colhidos da internet passei a treinar meu olhar e ser autocrítica com o meu