cirúrgica, mas que também tivesse uma parte médica, e optei pela ginecologia, porque achei que era uma área que incluía patologias muito interessantes e que integrava também a obstetrícia, que é uma especialidade espetacular, porque está relacionada com o brotar da vida humana. Mas a cirurgia era a minha paixão e dessa forma, foquei-me na abordagem cirúrgica e tentei sempre fazer um esforço e continuo hoje, e espero continuar por muitos anos, a tentar fazer o que de mais atualizado e mais recente existe no âmbito da cirurgia. A cirurgia minimamente invasiva é hoje completamente aceite entre os pares e pelos doentes. O antigo chavão de que “uma grande cirurgia é uma grande incisão” está completamente ultrapassado e isso implica um treino adequado, uma formação e uma disponibilidade de equipamentos, que permitam realizar essas abordagens minimamente invasivas. Hoje, sente-se realizado? Sinto-me realizado, mas é um caminho longo e muito exigente, apesar de o retorno ser muito interessante. Olhando para trás, qual foi o maior desafio ao longo da sua carreira? É difícil identificar apenas um, foram vários. Mas ter tido oportunidade de trabalhar, de estagiar com um dos melhores cirurgiões do mundo na área da ginecologia, o professor Arnaud Wattiez, foi determinante na minha carreira porque é uma pessoa que, além de me mostrar competências técnicas ímpares, me fez aprender muito e pôr em prática essas mesmas aprendizagens. Terminamos assim a nossa entrevista e agradecemos uma vez mais a sua disponibilidade. Esperamos que os leitores que nos acompanham tenham gostado tanto desta entrevista como nós.
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