Devarim 43 (ano 15 -Dezembro de 2020)

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PERGUNTAS SEM RESPOSTA Vittorio Corinaldi A vitória militar da Guerra dos Seis Dias (1967) reviveu no judaísmo ortodoxo velhas aspirações a uma messiânica reconstituição do esplendor do Reino Bíblico. O culto da Terra de Israel se sobrepôs ao da dignidade humana e desencadeou fantásticos “veredictos” de condenar a quem ousasse pesar a hipótese de dividir essa terra com outro povo que a habita.

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ma pergunta que se apresenta com frequência a quem observa ou estuda os acontecimentos históricos é: “O que teria sido se…” O que teria sido se Colombo não tivesse feito sua viajem através do Atlântico, que levou o Ocidente para a América? O que teria acontecido se Felipe e Isabel não tivessem expulsado os judeus da Espanha? O que teria sido diferente se Chamberlain não tivesse apaziguado Hitler em Munich? No que poderia ter mudado o destino do judaísmo europeu se os Aliados tivessem concordado em bombardear os campos de extermínio e as vias férreas que levavam a eles? Ainda mais radicalmente, e se o Estado de Israel tivesse sido fundado 15 anos antes, em 1933, garantindo o refúgio negado pelos países do mundo a todos os judeus da Europa? E – em linha com a comemoração dos 25 anos do trágico evento que teve lugar nos dias em que escrevo – o que teria sido se três tiros assassinos não tivessem posto fim à vida de Itschak Rabin? Neste caso, antes de analisar os efeitos políticos que teria tido a continuação das negociações de Oslo, cabe tentar compreender como pôde se realizar aquilo que até então ninguém acreditava possível: o atentado ao primeiro-ministro de Israel pela mão de um agressor judeu.

Revista da Associação Religiosa Israelita-A R I

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