Nosso Mundo deparamos com um conceito de violência que o transforma em experiências tão traumatizantes quanto infernais. É através desse conceito que nasce este artigo.
Violência Obstétrica Inês Teixeira, 4º ano
A mulher é tão especial que possui a capacidade de gerar vida no seu interior, multiplicando o número de pessoas no mundo e criando gerações que escrevem a história da humanidade, que determinam a mudança e que acompanham a evolução. Dar à luz é o momento mais esperado e mais bonito da vida da mulher, tanto na teoria como na imaginação, mas deixa de o ser quando nos
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), “todas as mulheres têm direito ao mais alto padrão de saúde atingível, incluindo o direito a uma assistência digna e respeitosa durante toda a gravidez e o parto”. A violência obstétrica assenta nos abusos físicos e verbais, nas práticas invasivas, nos comportamentos negligentes, no desrespeito durante o parto que muitas mulheres vivenciam e sob os quais escondem memórias de sofrimento, humilhação e terror. Quem vive a gravidez e o parto na primeira pessoa é a mulher, que não esquece o momento em que é submetida a procedimentos médicos coercivos ou não consentidos; à realização indiscriminada de episiotomia ou a procedimentos desnecessários e invasivos; o momento em que lhe é proibida a presença do acompanhante que escolheu, o marido, o companheiro, o irmão, o amigo. A mesma mulher não esquece que lhe foi imposta a posição do parto, que a impediram de andar, comer e beber, que lhe realizaram o exame de toque múltiplas vezes (através de mãos diferentes e rostos desconhecidos) e que lhe administraram hormonas para acelerar o parto. A mulher chora e recorda as palavras feias, rudes e insensíveis, a infantilização,
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