Mundo de Todos capacidade de domesticação do meio ficou atonita. A terceira ferida narcísica proposta por Freud abriuse ainda mais: “não estamos no centro de nós mesmos”.
O Mundo Pós-Pandemia Rodrigo Alexandre Fortes, 6º ano
A “Ode à Alegria” hasteada pela nona sinfonia de Beethoven tem em suspenso, há mais de um ano, os seus versos: “Abracem-se milhões! Enviem este beijo para todo mundo!”. A teoria dos sistemas diz que todas as relações do sistema e o meio se autoproduzem, ou seja, o meio é transformado na mesma proporção com que o meio se transforma. Com a pandemia, a nossa
Pela tradição histórica, depois de um período de recolhimento e morte, há uma grande explosão de vida. É o caso do Renascimento após a Peste Negra; é o caso da moda de Paris, internacionalmente famosa após a Revolução Francesa. O estouro de sociabilidade foi uma realidade em todos esses momentos, embora não possamos ignorar a natureza pendular do ser humano. Nos próximos tempos, a nossa agenda deverá ser global! Os países de renda média representam um terço do produto bruto do planeta, portanto, o entusiamo ideológico da autonomia individual seria o óbice da boa política e um suicídio em várias ordens. A visão da justiça social sofrerá emendas! A ONU estima que mais de 235 milhões de pessoas serão afetas por uma crise humanitária a curto prazo, além de haver cálculos que apontam 56 países como futuros necessitados de ajuda internacional. O capitalismo é o mais potente sistema de domesticação criado pelo sapiens. Não temos uma narrativa à altura dele e a pandemia não tem pujança para o desativar. Isso não coíbe a possibilidade de alterar o modo de vida. Estaremos simplesmente a alterar para a modalidade do capitalismo de
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