Devarim 41 (ano 15, abril de 2020)

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LITERATURA BRASILEIRA EM ISRAEL Entrevista com Jacques Fux

E “Esta é a beleza da ficção. Você pode se apropriar de fatos reais, biográficos e mentirosos e misturar tudo, criar um grande amálgama que ninguém – nem o próprio autor – sabe ao certo o que é citação, intertexto, verdade ou ilusão.”

m fevereiro deste ano foi lançada em Israel a tradução para o hebraico do romance Antiterapias, do premiado escritor mineiro Jacques Fux. Em celebração desta “exportação” de cultura brasileira-judaica, entrevistamos o autor durante sua estada em Tel Aviv.

Devarim: Qual a sensação de ter um livro seu traduzido para o hebraico? O que você sentiu visitando Israel para o lançamento de Antiterapias? Foi muito diferente do que nas outras visitas? JF: Um sonho feliz voltar a Israel, agora lançando o meu primeiro romance. Foi com esse livro que tudo começou, por ter sido premiado na minha estreia1 e, assim, poder seguir com minha carreira literária. E, curiosamente, neste livro conto as minhas histórias no período em que morei no Kibutz Hatserim, as minhas histórias na Tnuá – Habonim Dror – na Escola Judaica Theodor Herzl em Belo Horizonte. A busca (e as muitas perdas) pelo amor, a Diáspora, o “ser judeu” e a minha formação enquanto leitor e autor. De volta a Israel, visitei muitos lugares e pessoas que apareceram no livro. Muito interessante essa mistura/amálgama entre as memórias, a literatura, o passado escrito e o presente redescoberto. D: Conte um pouco sobre você. Sobre a sua educação judaica em Belo Horizonte, em casa, na escola e na tnuá, e a sua posterior inserção no mundo da matemática e da inteligência artificial. 1 Antiterapias venceu o Prêmio São Paulo de Literatura em 2013.

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