O bicilíndrico com quase 650 cc é uma agradável surpresa no rendimento, caráter e sonoridade
Posição de condução pouco exigeennte, pensada para tornar a utilização mais fácil
CONCLUSÃO A Royal Enfield Interceptor 650 tem todo o espírito das motos antigas, mas com a tecnologia de hoje, uma mistura de difícil equilíbrio, pois corre-se o risco de distorcer um modelo neoclássico com elevadas doses de “plásticos modernos new wave”. Neste caso, a empresa indiana permaneceu fiel às suas origens britânicas, lançando uma moto de fácil utilização, carismática e com um desempenho surpreendente. Ideal para românticos com carta A2 ou simplesmente nostálgicos que não gostam de manchar o chão da garagem com óleo.
Mostradores clássicos com a informação correta, mas com um indicador da mudança engrenada ficava mais completo
Os escapes são muito atrativos e muito bem acabado, não descoloram e soam fabulosamente bem
RIVAIS
KAWASAKI W800 CAFE
MOTO GUZZI V7 III STONE 750
A versão mais desportiva da W800 distingue-se da sua irmã base pela adoção de uma cúpula frontal, guiador curto, banco para apenas um lugar e mais peças pintadas a preto.
Desdobra-se em 3 versões: básica, S e Night Pack. O conjunto motor/chasis é igual e as diferenças estão nas jantes, no guiador, nas pinturas, nos forros e nos acabamentos.
Motor Cilindrada Potência Binário Peso PVP
50
Bicilíndrico paralelo, 8v, SOHC, refrig. a ar 773 cc 48 CV às 6.000 rpm 62,9 Nm às 4.800 rpm 223 kg (a cheio) 10.790 €
Motor Cilindrada Potência Binário Peso PVP
Bicilíndrico em V transversal, 2v, refrig. a ar 744 cc 52 CV às 6.200 rpm 60 Nm às 4.900 rpm 213 kg (a cheio) 8.499 €
partir das 7.000 rpm há pouco para oferecer; a velocidade máxima leva-o aos 170 km/h. E não é necessário mais: a questão está em desfrutar cada metro percorrido até atingir essa marca. A Interceptor pode ser muito apreciada quando se viaja a dois, com ótima acessibilidade para qualquer dos seus ocupantes, além de ser mais prática, versátil e confortável que a maioria das motos do seu segmento, sendo uma moto fácil e com pretensões para se movimentar no meio urbano de forma elegante. O chassis Harris é uma garantia de uma empresa que tem vindo a fabricar alguns dos melhores quadros de motos desde o início dos anos 70. O berço de duplo aço é excelente e funciona muito bem, seguro e deixa, se lhe pedir, imprimir um bom ritmo com um compromisso interessante que
lhe dará uma agradável surpresa. Ousaria dizer que poderia receber, sem problema, um bloco de 750cc com 20cv extras sem pestanejar. Outro aspeto prático interessante ao nível do utilizador é a sua autonomia com, seguramente, 300 km realizados com os seus quase 14 litros no depósito em forma de lágrima, com uma média que ronda os 4 l/100 km. A suspensão cumpre sem problemas, tendo em conta que não se trata de um equipamento multi-ajustável de última geração, mas sem debilidades em qualquer situação ou nas mais rápidas mudanças de direção. Os travões dianteiros poderiam ter sido melhorados com uma bomba mais eficiente, ou acrescentando um segundo disco, mas a estética impera e podemos sempre ajudar com o travão traseiro se desejarmos parar rapidamente.
