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Fiel às origens

A Interceptor 650 é como visitar as suas origens, a Interceptor 700 original de 1960. Falamos de uma cruiser de dois lugares, com guiador largo com todo o charme que só uma marca clássica com 120 anos de história pode imprimir. O segmento de cilindrada média com carta A2 é o seu público alvo, com um pack que unifica tecnologia, comportamento, qualidade e personalidade em partes iguais.
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www.royalenfield.pt
Adesignação Interceptor é um sobrenome lendário na história da Royal Enfield, um pilar importante numa das marcas de motos mais antigas do mundo (fundada em 1901). Este modelo foi desenhado durante a década de 60, originalmente para o mercado dos EUA/Canadá; rapidamente incrementou a cilindrada (de 692 cc passou para 736 cc e depois para 778 cc), terminando a sua produção em 1970. O conceito de Interceptor é inspirado na contra cultura californiana do surf da década de 1960, uma moto para se divertir, deixar rolar a imaginação e viver a vida. Que melhor maneira de recuperar um modelo tão ilustre do que valorizar os recursos que marcaram aquela época, modernizandoos e melhorando-os conforme as necessidades atuais? Dito e feito. Em novembro de 2017, por ocasião da celebração do EICMA Motorcycle Show em Milão, foi realizada a apresentação mundial estática para, em 2018, dar lugar à apresentação internacional dinâmica dos seus novos modelos de referência em solo californiano: Continental GT 650 e Interceptor 650.

Para contextualizar tudo, deve ser dito que atualmente a Royal Enfield é propriedade da gigante indiana Eicher Motors Limitada, possuindo várias unidades de produção na Índia, além de um poderoso centro tecnológico de desenvolvimento em Bruntingthorpe (Inglaterra). A gama de 2021 é composta por 14 modelos, somando todas as versões, motores e acabamentos, sendo a parelha 650 a dupla de referência do catálogo atual.





A nível técnico é de destacar o seu coração bicilíndrico de cilindros opostos com 648cc a 270º, duas válvulas por cilindro, SOHC, arrefecimen- to por óleo/ar, injeção eletrónica Bosch, caixa de velocidades de seis relações, eixo de equilíbrio para minimizar vibrações e embraiagem deslizante assistida. Declara 47 CV (apenas o suficiente para se manter apta para os possuidores de carta A2), 52 Nm às 5.250 rpm e uma compressão reduzida para 9.5: 1, para poder usar gasolina de baixa octanagem (comum fora da Europa) sem perder desempenho. Outro detalhe a agradecer são os coletores de camada dupla, que evita a perda do cromado gerado pela elevada temperatura e que em muitas motos desbotam em tons azulados.

IRMÃS, MAS NÃO GÉMEAS

A Continental GT 650 é virada para os espíritos mais desportivos, a última representante da família neoclássica café-racer, que se estreou com a Continental GT 250 de 1964. Embora a plataforma seja a mesma da Interceptor (partilham o motor, chassis, rodas e muitos componentes), as diferenças entre as duas são mais do que se possa notar à primeira vista. A GT caracteriza-se pela adoção de avanços, tanque de combustível diferente (formato quadrado, menos 1,2 litros e logótipo), banco desportivo com menor altura ao solo e forro simples, ajuste de suspensão mais firme, pousa-pés recuados e menos 4 kg no peso total.
Excelente Nt
Oferece uma dinâmica. Poderia perfeitamente contar com um motor de maior cilindrada
cilindrada
A opinião do jornalista
Seduz-te mesmo que não sejas um amante de motos clássicas. Pela polivalência, facilidade de condução e bons ingredientes, esta clássica moderna vai conquistar o teu coração. Três opções diferentes e o preço oscila 6.700 e os 7.300 euros.
Chassis de aço com berço duplo assinado por Harris Performance (outra mítica empresa britânica fundada em 1972, propriedade da própria Royal Enfield desde 2015), garfo telescópico de 41 mm, amortecedor traseiro duplo, rodas com raios de 18 polegadas com pneus Pirelli Phantom Sportscomp, ABS Bosch de canal duplo, disco dianteiro mordido por uma pinça flutuante assinada pela ByBre (subsidiária da Brembo ), pega para o passageiro, silenciador duplo e ins- trumentação analógica (mostradores analógicos duplos - velocímetro e conta-rotações - e pequeno display digital) completam o conjunto.


LENDA VIVA
A postura da Interceptor 650 é pouco exigente, foi projetada para lhe facilitar a condução e para mantê-lo concentrado durante toda a viagem. O guiador largo com barra de reforço central, mostradores analógicos duplos, banco acolchoado, pedais baixos, cromados, pintura brilhante ... esta moto irradia estilo. Amplo raio de viragem, livre de vibrações e a temperatura sobe ao ritmo da inconfundível sonoridade do motor twin desde o ralenti. Andar na Interceptor 650 é um passeio que, aos poucos, se transforma numa corrida, pois a moto dá cada vez mais confiança à medida que percorremos mais quilómetros. Bom sobre regime, recuperações excelentes e regimes médios muito competentes para cerca de 47,4 CV, oferecem mais do que imagina. A entrega de potência é muito linear, não há hesitações e em terceira e quarta pode realmente desfrutar da moto, trabalhando com uma caixa de velocidades bem escalonada. Neste segmento de motos, o binário é mais importante do que a potência e com a Interceptor, pode desfrutar de 80% do binário logo às 2.500 rpm. Se utilizar a faixa média do regime, torna a condução da moto mais agradável do que levar ao redline cada relação de caixa, porque a


Os escapes são muito atrativos e muito bem acabado, não descoloram e soam fabulosamente bem