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Lâmina de fogo

Nasceu como uma alma livre capaz de juntar o argumentos para bater as suas rivais contemporâneas. A receita foi simples: máximo rendimento com o mínimo de peso admissível. O resultado é esta bonita moto baptizada de “Lâmina de fogo” (Fireblade), uma das motos mais excitantes de todos os tempos e ponto de viragem entre as superdesportivas.

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Pontua O Honda Cbr 900 Rr Fireblade 1992

Ahistória das motos é escrita por modelos que deixam marca com letras de ouro. A CBR 900RR Fireblade de 1992 é uma dessas motos, capaz de surpreender tudo e todos, não só na época do seu surgimento, mas ainda hoje por ser considerada um objecto de desejo entre os mais fiéis ao conceito de desportiva pura e radical. Foi no final dos anos 80 que o engenheiro Tadao Baba deu rédea solta aos seus impulsos, dando forma ao projeto de conceber a desportiva mais furiosa de todos os tempos. Baba desenhou a CBR 900RR resistindo à influência do mercado onde as estrelas eram motos muito potentes e velozes, mas muito pesadas e de dimensões exageradas para o que “Baba san” tinha em mente, em 1987.

A famosa VFR 750R, denominada, RC30 trouxe os primeiros títulos mundiais de SBK para as prateleiras da marca da asa dourada, mas o modelo acima, a CBR 1000 F, continuava a ser grande e pesada. Era necessário alcançar um compromisso entre peso e potência capaz de vencer a competição mais acirrada do momento com uma máquina intermédia entre a RC30 e a CBR de litro. Foi assim que surgiu a 900 Fireblade.

Como cartão de visita acusava 185 kg (vazio) na balança, com um motor de 4 cilindros em linha capaz de desenvolver 124 cv às 10.500 rpm. A chave do sucesso estava num chassis com todas as subtilezas de um bom ourives: uma construção bem elaborada com junções cuidadosamente acabadas que se refletem em soldaduras perfeitas no alumínio. O quadro de dupla trave abraça o motor usando reforços superiores, complementado por um braço oscilante duplo rectangular e um subchassis também em alumínio aparafusado à estrutura central.

O motor em si não parecia ser a arma definitiva, mas estava em co- munhão com o quadro leve e compacto que, auxiliado por uma roda dianteira de 16 ”, deixava para trás qualquer outro míssil do asfalto do início dos anos 90. Ou seja, a CBR 900RR era mais rápida que uma “sete e meio” e tão rápida como uma moto de litro, mas mais ágil e divertida, conseguindo lutar de igual para igual com as Suzuki GSX-R (de diferentes cilindradas), as Kawasaki ZXR/ZZR ou a Yamaha FZR1000, graças ao equilíbrio perfeito entre potência, peso e maneabilidade.

A Fireblade original era tão compacta que um condutor com mais de 1,80 m parecia um gigante aos comandos desta Honda.

Mestre Ourives

O trabalho de Tadao Baba desafiava as leis da altura. A ideia maluca de dar vida a uma CBR mais poderosa e divertida do que a primeira CBR 600F e muito mais fácil de conduzir e mais eficiente do que a CBR 1000F, reinventou o segmento das desportivas mais emocionantes.

Os preparadores da altura levaram o conceito do engenheiro japonês ainda mais longe ao aproveitar a sua inspiração para criar protótipos baseados na CBR 600F de 1991 (segunda geração da best-seller da Honda) que abrigava dentro das carenagens fechadas Aero um motor da CBR 900RR e o monobraço oscilante da VFR 750F do mesmo ano. Foi a loucura de quem procurava uma moto exclusiva e, ao mesmo tempo, radical.

A CBR 900RR de 1992, a primeira Fireblade, foi uma desportiva capaz de quebrar todos os recordes nas muito populares provas de montanha ou de regularidade e velocidade por equipas, ao demonstrar extraordinárias habilidades de um máquina nas- cida para surpreender o mundo com suas próprias armas. Uma delas era a jante de 16”, que permitia muita rapidez nas mudanças de direção, mas também alguma instabilidade a alta velocidade que obrigava a carregar peso no eixo dianteiro.

Com a mudança de século e a chegada da nova geração foi adoptada jante 17”, maior cilindrada e um inovador chassis “partido”, ou “semipivotless” que também deu muito que falar na época… Mas isso é uma outra história.

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