PREFÁCIO (ao livro “De Graça – Poetizando a Vida”, de Graça Assunção. Editora Estampa, 2021) EDMILSON SANCHES Em De Graça, seu anterior e primeiro livro, Graça Assunção optou, na forma, pela linearidade, pela horizontalidade dos textos -- escrevendo frases, fraseando pensamentos. Nesta sua segunda obra (De Graça – Poetizando a Vida), a Autora escolheu a verticalidade das palavras e de grupos delas, formando versos, versificando em formas, e “permitindo” mais leituras e (re)construções semânticas e simbólicas. Por ser Graça Assunção psicóloga e assistente social, mas mormente por ser mulher dinâmica e antenada, autora e autêntica, que não admite o desperdício de Vida, os poemas, o livro, estão repletos de sugestões energizadoras, frases sensibilizantes, estímulos motivacionais. E tudo isso o mais das vezes apresentado assim de modo bem simples, pois que o que a Autora tem a dizer ela o diz de forma direta, sem metáforas, olho no olho, de alma para alma. Próprio de uma pessoa que, antes de escrever, viveu, vivenciou, deseja e desejou. Por isso, os textos brotaram -- e se apresentam -- assim, leves, límpidos, borbulhantes, como fonte entre flores. Receituário... prontuário... mostruário... Os poemas de Graça Assunção são assim formulário do viver e exemplário do que foi vivido -- um vivido vívido, um existir ardente, animado, vivaz. Como está em “Gratidão”: “[...] É viver na graça Sentir-se pleno...” Não é sem razão que, por decisão consciente ou percepção extrassensorial, não há pontos -- sobretudo finais -- nas composições deste livro... Como no Ouroboros dos antigos egípcios (a serpente engolindo a própria