A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.
EXPEDIENTE
DIRETORIA DO IHGM GESTÃO 2023-2025
CONSELHO FISCAL
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
Na forma do Estatuto do IHGM, em seu parágrafo 2º do Art. 4º e o Art. 6º do Capítulo II; os artigos 18 e 19 do Capítulo IV; o Art. 31 do Capítulo VI, e o estabelecido no Regimento para o Processo Eleitoral do IHGM, para Diretoria e Conselho Fiscal, para o Biênio 2025-2027, aprovado pela Assembleia Geral Extraordinária (AGE), realizada no dia 23 de junho de 2025, ficam convocados extraordinariamente os Srs. Associados do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), Sócios Efetivos em pleno gozo de seus direitos estatutários, para participarem da Assembleia Geral Extraordinária de Eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal para o mandato de julho 2025 a julho de 2027, no dia 11 de julho de 2025, das 14 às 18 horas (íntegra do Edital no site do IHGM: http://www.ihgm.org.br; no grupo de WhatsApp dos associados do IHGM; e na Secretaria do IHGM).
São Luís (MA), 27 de junho de 2025
Profa. Dra. Dilercy Aragão Adler
Presidente
EXPEDIENTE
EDITAL DE CONVOCAÇÃO ELEIÇÕES 2025
Assembleia Geral Extraordinária de Eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal para o mandato de julho 2025 a julho de 2027, SUMÁRIO
Revista INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO
GALERIA DE PRESIDENTES
PRINCIPAIS MOMENTOS DA HISTÓRIA DO IHGM:
DOCUMENTOS RAROS...
FALA DA PRESIDENTE
FALA DA DIRETORA
AÇÕES DA PRESIDENCIA
"EM DISCUSSÃO": Dilercy Adler faz explanação sobre a história do IHGM
MINUTA DO ESTATUTO DO IHGM
ATA DE APROVAÇÃO DO NOVO ESTATUTO DO IHGM
REGIMENTO PARA O PROCESSO ELEITORAL DO IHGM, PARA DIRETORIA E CONSELHO FISCAL, PARA O BIÊNIO 2025-2027
QUADRO DE SÓCIOS
COLABORAÇÕES DE SÓCIOS EFETIVOS
CADEIRA 01 – DILERCY ARAGÃO ADLER
LOUVAÇÃO À MARIA FIRMINA DOS REIS, PATRONA DA ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS E PRIMEIRA
ROMANCISTA DO BRASIL
CADEIRA 06 - RUY PALHANO
CADEIRA 09 - ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA
DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL
DIA DA BIBLIOTECA
MÉRITO LITERÁRIO
DIA MUNDIAL DO LIVRO E DOS DIREITOS DO AUTOR
DIA MUNDIAL DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA CULTURA LUSÓFONA - LÍNGUA PORTUGUESA
PEDAGOGO E CONHECIMENTO
DIA DA LÍNGUA NACIONAL E DIA DO PROFISSIONAL DE LETRAS
MILAGRE & DEUS
POETA & VELHO
DIA DA LIBERDADE DE IMPRENSA
CADEIRA 10 - EDMILSON SANCHES
1817-2025: 208 ANOS SPIX E MARTIUS PELO BRASIL E EM CAXIAS
JORNAL "CIDADE DE CAXIAS" (ANOS 1960), JOÃO MACHADO E ADAILTON MEDEIROS O SOL DO ROTARY NÃO SE PÕE...
CADEIRA 16 – LUIZ THADEU NUNES E SILVA
CADEIRA 23 – MARCUS SALDANHA
DICURSO ELOGIOSO de Marcus Saldanha CADEIRA N° 23 Patrono: Luiz Antônio Vieira SILVA DISCURSO DE RECEPÇÃO AO NOVO MEMBRO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO – CADEIRA 23 - FERLIPE CAMARÃO
CADEIRA 22 – EUGES SILVA DE LIM O CONCLAVE
CADEIRA 40 – LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
SOCIEDADE DOS POETAS ESQUECIDOS - AMARO PEDROSA
A MISSÃO DE VIEIRA: DESTRUIR A REPÚBLICA DO CAMBRESSIVE
“FOOT-BALLASSOCIATION” NO MARANHÃO “AD FONTES” – A CONQUISTA DO MARANHÃO
ALGUMAS NOTAS SOBRE PORTARIA Nº 320, DE 26 DE MAIO DE 2025, QUE ESTABELECE A MATRIZ
DE REFERÊNCIA PARA A LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENADE E NA PROVA NACIONAL DOCENTE (PND).
A QUESTÃO DOS JOGOS ELETRONICOS - SÃO ESPORTES?
JOGOS ESCOLARES ELETRONICOS – ALGUMAS POSSIBILIDADES
O MARANHÃO E EU, EU E O MARANHÃ
MEMÓRIAS DE UM PROFESSOR APOSENTADO - “EM MAGNIFICAT” – ITAPECURU-MIRIM
MEMORIAS DE UM PROFESSOR APOSENTADO: “O OVO OU A GALINHA?”
PERIODOS DE SOBRAS NO IHGM
MEMÓRIASX DE UM PROFESSOR APOSENTADO - A PROCURA DE MIM MESMO...
CADEIRA N.º 47 JOAQUIM ELIAS NAGIB PINTO HAICKEL
UM JEITO FÁCIL DE VIABILIZAR A ANISTIA PARA AS PESSOAS QUE COMETERAM CRIMES DE MENOR GRAVIDADE.
QUEM TEM MEDO DA LEI MAGNITSKY
UM SÁBADO DE ATAS, SAPOTIS, MANGAS, PITOMBAS E UMA BOA E INQUIETANTE CONVERSA
CADEIRA 58 – WHASINGTON LUIS MACIEL CANTANHEDE
QUAL O MUNICÍPIO-MÃE DE VITÓRIA DO MEARIM?
COLABORAÇÕES DE SÓCIOS HONORÁRIOS E CORRESPONDENTES
AYMORÉ ALVIM - O MOVIMENTO CULTURAL DE 1920.
MHARIO LINCOLN - A LUTA DA CAMPANHA “VOLTA PRA CASA, MÃE D'ÁGUA”, LIDERADA PELO PERFORMISTA E AMANTE DE SÃO LUÍS, ARTISTA UIMAR JUNIOR
MHARIO LINCOLN - JOÃO BATISTA DO LAGO: UM MERGULHO NA ALQUÍMICA ÁGUA SURREALISTA DO ITAPECURU, EM BUSCA DA ESSÊNCIA DE GOETHE, BAUMAN E WERNER JAEGER
MHARIO LINCOLN - - “QUÊ RIO DE JANEIRO, COISA NENHUMA!”
ARTIGOS DE COLABORADORES
REINALDO SOARES FONSECA – FRATERNIDADE E AMOR ÁGAPE – A ESSENCIA DO EVSANGELHO
ANNA LIZ - A ÁRVORE MONTADA DE ESPINHOS
EUDES DE SOUSA - INCONFIDÊNCIA MINEIRA POR DENTRO DE UMA OUTRA HISTÓRIA
ANTÓNIO LUIS ALVES - A FAMÍLIA.
ROSA MARIA SOARES BUGARIN - FELIZ DIA DAS MÃES PRISMAS
NONATO REIS - PADRE ANTÔNIO VIEIRA, ANJO E DEMÔNIO.
ALAN SILUS - O ATIVISMO LÍTERO-CULTURAL DE DELASNIEVE DASPET
CARLOS HENRIQUE LOPES FROTA FONTENELE - ROSÁRIO DO MARÁ
ANTONIO LUIS ALVES. CARRAZEDO MONTENEGRO - MARIA FIRMINA DOS REIS. O SONHO E A REALIDADE.
HAMILTON RAPOSO MIRANDA FILHO - O DOMINGO COM MARROM GLACÊ
NONATO REIS - CENTRO HISTÓRICO SÃO LUÍS
ED WILSON ARAUJO - CADÊ O BUSTO DE MARIA FIRMINA DOS REIS?!
Revista INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO
Rua de Santa Rita, 230, Centro 65015-430 - São Luis – Maranhão
O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) é uma instituição da sociedade civil de estudos de caráter científico que tem como objetivos estudar, debater e divulgar questões sobre história, geografia e ciências afins, referentes ao Brasil e, especialmente, ao Maranhão, dentre outras finalidades.
Fundado em em 20 de novembro de 1925, na cidade de São Luís, em comemoração ao centenário do imperador D. Pedro II, sendo sócios fundadores da instituição: Antônio Lopes da Cunha, Justo Jansen, José Domingos da Silva, José Ribeiro do Amaral, Wilson da Silva Soares, Domingos de Castro Perdigão, Barros e Vasconcelos, Pe. Arias de Almeida Cruz, Pe. José Ferreira Gomes, José Pedro Ribeiro e José Eduardo de Abranches Moura.
Entre suas finalidades estão: estudar, debater e divulgar questões sobre história, geografia e ciências afins, referentes ao Brasil e, especialmente, ao Maranhão; cooperar com os poderes públicos em estudos que visem ao engrandecimento científico e cultural do Estado, colocando-se à disposição das autoridades para responder a consultas e emitir pareceres sobre assuntos pertinentes às suas finalidades; defender e velar pelo patrimônio histórico do Maranhão.
O IHGM possui um calendário cultural anual para comemoração das datas relevantes da história, promovendo palestras, seminários, conferências, simpósios, cursos, além de disponibilizar o acervo para consultas e promover visitas guiadas.
Atualmente o IHGM é composto por sessenta membros.
IHGM - Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão
Dilercy Aragão Adler (2021-2025)
José Augusto Silva Oliveira (2018/2021)
Euges Silva de Lima (2014/2018)
Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo (2010/2014)
Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo (2006/2010)
Nywaldo Macieira (2002/2006)
Edomir Martins de Oliveira (2000/2002)
Jorge Hédel Ázar (1994/2000)
José Ribamar Seguins (1972/1994)
Ruben Ribeiro de Almeida (1961/1972
Domingos Vieira Filho (1957/1961)
Elisabeto Barbosa de Carvalho (1955/1957)
Leopoldino Lisboa (1953/1955)
João Braulino de Carvalho (1933/1953)
José Domingues (1930/1933
Justo Jansen Ferreira (1925/1930)
• Fundação e primeiros anos: Criado por um grupo de intelectuais maranhenses, o instituto teve como objetivo estudar e divulgar temas históricos e geográficos do estado.
O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) foi fundado em 20 de novembro de 1925, na cidade de São Luís, em comemoração ao centenário de D. Pedro II.
• Fundadores - A instituição surgiu por iniciativa de um grupo de intelectuais maranhenses, entre eles:
• Antônio Lopes da Cunha
• Justo Jansen Ferreira
• José Domingues da Silva
• José Ribeiro do Amaral
• Wilson da Silva Soares
• Domingos de Castro Perdigão
• Benedito de Barros e Vasconcelos
• Pe. Arias de Almeida Cruz
• Pe. José Ferreira Gomes
• José Pedro Ribeiro
• José Eduardo de Abranches Moura
Primeira Diretoria - A primeira diretoria do IHGM foi composta por:
• Presidente: Justo Jansen Ferreira (1925-1930)
• Outros membros: Não há registros detalhados sobre todos os cargos iniciais.
Primeiros Atos
• Nosprimeiros anos, o IHGMtevealgumas iniciativasmarcantes: Criação doprimeiromuseudoMaranhão em 1926. Publicação do primeiro estatuto da instituição em 1925. Organização de estudos e debates sobre ahistóriaegeografiado Maranhão. O IHGMenfrentou desafios aolongo dos anos, incluindo perseguições durante o Estado Novo, mas conseguiu se consolidar como uma das instituições científicas mais importantes do estado
• Criação do primeiro museu do Maranhão: Em 1926, o IHGM foi responsável por fundar o primeiro museu do estado2.
O museu do IHGM acumulou um acervo significativo desde sua fundação, incluindo: Documentos históricos sobre o Maranhão. Peças museológicas relacionadas à história da cidade de São Luís. Mapas antigos, como a planta da capital maranhense feita por Justo Jansen em 1912 Manuscritos e livros raros sobre geografia e história do estado. Objetos históricos que representam diferentes períodos da história maranhense. Infelizmente, devido às perseguições durante o Estado Novo, o IHGM foi desalojado e parte de seu acervo foi armazenada nos porões do Liceu Maranhense, resultando na perda de alguns itens. No entanto, a instituição continua renovando seu acervo por meio de doações, como a do sociólogo Ribamar Caldeira, que possibilitou a criação do acervo José Caldeira.
• Perseguições durante o Estado Novo: No final da década de 1930, o instituto foi desalojado de sua sede e seu acervo foi armazenado nos porões do Liceu Maranhense2.
Durante o Estado Novo (1937-1945), o governo de Getúlio Vargas promoveu uma série de perseguições políticas e sociais que afetaram diversas instituições e grupos. No caso do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), as perseguições resultaram em desalojamento da sede, perda de acervo e dificuldades na
continuidade das pesquisas históricas. No entanto, não há registros detalhados sobre quais membros do IHGM se opuseram diretamente ao regime.
Impactos gerais das perseguições no Estado Novo: Censura e repressão: O governo controlava a imprensa e reprimiaopositores políticos. Fechamentodeinstituições: Muitas organizações culturais e científicas sofreram intervenções ou foram fechadas. Perseguição a grupos específicos: Judeus e alemães enfrentaram restrições migratórias e perseguições políticas. Controle ideológico: O Estado impôs uma narrativa oficial sobre a história e cultura brasileira, limitando pesquisas independentes.
Durante o Estado Novo (1937-1945), diversas instituições culturais e científicas sofreram intervenções ou foram fechadas pelo governo de Getúlio Vargas. Algumas das mais afetadas foram: Academias e Institutos
Históricos: Muitas entidades, como o próprio Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), enfrentaram censuraedificuldades operacionais. Imprensa eeditoras: Jornais erevistas independentes foram fechados ou passaram por forte controle estatal. Instituições de ensino: Algumas universidades e escolas tiveram currículos alterados para se alinharem à ideologia do regime. Grupos artísticos e culturais: O governo impôs restrições a manifestações culturais consideradas subversivas. Instituto Nacional de Ciência Política: Criado pelo governo Vargas, serviu como ferramenta de propaganda e controle ideológico
Os sócios do IHGM eram organizados em categorias como fundadores, efetivos, correspondentes, honorários e beneméritos
Entre os sócios fundadores estavam: Antônio Lopes da Cunha Justo Jansen Ferreira José Domingues da Silva José Ribeiro do Amaral Wilson da Silva Soares Domingos de Castro Perdigão Benedito de Barros e Vasconcelos Pe. Arias de Almeida Cruz Pe. José Ferreira Gomes José Pedro Ribeiro José Eduardo de Abranches Moura
O IHGM foi diretamente afetado por essas políticas, sendo desalojado e tendo seu acervo armazenado em condições precárias. Apesar das dificuldades, o instituto conseguiu se reerguer e continua ativo até hoje.
• Mudanças de sede: Até 1948, o IHGM foi despejado cinco vezes. Em 1950, recebeu um prédio do governo estadual, que mais tarde foi demolido para a construção de um novo edifício2.
• Principais sedes do IHGM
• Primeira sede (1925) – Local original da fundação do instituto.
• Liceu Maranhense (década de 1930) – Durante o Estado Novo, o IHGM foi desalojado e parte de seu acervo foi armazenada nos porões do Liceu Maranhense.
• Rua Grande, nº 640 (1950) – O governo estadual doou um prédio ao IHGM, que mais tarde foi demolido para a construção de um novo edifício.
• Edifício na Rua de Santa Rita (atual sede) – O IHGM passou a ocupar o segundo andar do prédio construído após a demolição da sede anterior.
• O instituto enfrentou desafios ao longo dos anos, mas conseguiu se manter ativo e preservar a história do Maranhão.
• • Expansão e reconhecimento: Ao longo das décadas, o IHGM consolidou sua importância como instituição científica e cultural, promovendo palestras, seminários e publicações.
• Expansão do IHGM
• Publicações científicas: O instituto passou a divulgar estudos sobre história e geografia do Maranhão, fortalecendo sua relevância acadêmica.
• Eventos e seminários: A realização de palestras, conferências e simpósios contribuiu para a difusão do conhecimento e a interação com pesquisadores.
• Parcerias institucionais: O IHGM estabeleceu colaborações com universidades e órgãos públicos, ampliando seu alcance e influência.
• Preservação do patrimônio: A instituição desempenhou um papel fundamental na defesa e valorização do patrimônio histórico maranhense.
• Reconhecimento como entidade científica
• Credibilidade acadêmica: O IHGM tornou-se referência em estudos históricos e geográficos, sendo reconhecido por pesquisadores e instituições.
• Calendário cultural: A promoção de eventos anuais reforçou sua posição como centro de pesquisa e debate.
• Centenário em 2025: A celebração dos 100 anos do IHGM inclui exposições, palestras e reedições de obras, destacando sua importância histórica
•
• Preparativos para o centenário: Em 2025, o IHGM celebra 100 anos com exposições, palestras e reedições de livros e periódicos.
• Os preparativos para o centenário do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) estão em pleno andamento! A presidente do IHGM, Dilercy Aragão Adler, destacou que a instituição está organizando uma série de eventos para celebrar seus 100 anos, que serão comemorados em 20 de novembro de 2025.
• Eventos planejados para o centenário
• Exposições sobre a história do IHGM e sua contribuição para o Maranhão.
• Palestras e colóquios com historiadores e pesquisadores renomados.
• Reedições de livros e periódicos importantes para a memória histórica do estado.
• Sessões comemorativas para homenagear personalidades que marcaram a trajetória do instituto.
• A sede do IHGM, conhecida como Casa de Antônio Lopes, será o palco de diversas atividades culturais e acadêmicas. A programação busca reafirmar o compromisso do instituto com a preservação da história e cultura maranhense
O IHGM continua ativo, promovendo eventos e estudos que enriquecem o conhecimento sobre o Maranhão. Durante o Estado Novo (1937-1945), o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) enfrentou perseguições e dificuldades operacionais devido às políticas autoritárias do governo de Getúlio Vargas. O instituto foi desalojado de sua sede, e parte de seu acervo foi armazenada nos porões do Liceu Maranhense, o que resultou na perda de documentos históricos importantes.
Impactos do Estado Novo no IHGM
• Desalojamento e mudanças de sede: O IHGM foi despejado várias vezes e permaneceu sem sede própria até 1950, quando recebeu um prédio do governo estadual.
• Perda de acervo: Devido às constantes mudanças e à falta de estrutura adequada, parte dos documentos e objetos históricos foi perdida.
• Dificuldades financeiras: O instituto passou a depender de doações e contribuições dos sócios para manter suas atividades.
• Controle ideológico: Como outras instituições culturais da época, o IHGM enfrentou restrições na divulgação de pesquisas e debates históricos.
Apesar dos desafios, o IHGM conseguiu se reerguer e continua ativo até hoje, promovendo estudos e eventos sobre a história do Maranhão.
O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) publica a Revista do IHGM, uma importante fonte de pesquisa sobre história e geografia do Maranhão. A revista divulga artigos científicos, estudos históricos e documentos relevantes para a preservação da memória do estado. Você pode acessar edições da revista diretamente no site do IHGM aqui. Além disso, há versões digitais disponíveis em plataformas como Issuu, onde algumas edições foram publicadas aqui. Impactos nas publicações do IHGM
• Censura e restrições: O governo limitava a divulgação de conteúdos considerados contrários à ideologia oficial.
• Interrupção de edições: Algumas publicações do IHGM foram suspensas ou tiveram circulação reduzida.
• Controle ideológico: O Estado impôs uma narrativa oficial sobre a história do Brasil, dificultando pesquisas independentes.
• Dificuldades financeiras: A falta de apoio governamental impactou a impressão e distribuição de materiais acadêmicos.
Apesar desses desafios, o IHGM conseguiu retomar suas publicações após o fim do Estado Novo Durante o Estado Novo (1937-1945), alguns sócios efetivos e fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) foram cooptados pelo sistema, alinhando-se às políticas do governo de Getúlio Vargas. Esse envolvimento teve impactos diretos no funcionamento do instituto.
Reflexos no IHGM
• Mudanças na produção acadêmica: A pesquisa histórica passou a ser influenciada pela narrativa oficial do Estado Novo, limitando abordagens críticas.
• Censura e controle ideológico: Publicações e debates foram ajustados para evitar conflitos com o governo.
• Desalojamento da sede: O IHGM foi despejado diversas vezes e parte de seu acervo foi armazenada nos porões do Liceu Maranhense, resultando na perda de documentos históricos.
• Dificuldades financeiras: A instituição passou a depender de contribuições dos sócios e de apoio governamental, o que restringiu sua autonomia.
• Reconfiguração institucional: Alguns membros passaram a ocupar cargos administrativos ligados ao governo, influenciando a gestão do IHGM. Apesar dessas dificuldades, o IHGM conseguiu se reerguer após o fim do Estado Novo e continua ativo até hoje.
SciELO Brasil - O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945): uma relação de proximidade O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945): uma relação de proximidade O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) teve diferentes prioridades ao longo de sua trajetória, adaptando-se aos desafios políticos e sociais de cada período.
Antes do Estado Novo (1925-1937)
• Fundação e consolidação: Criado em 1925, o IHGM focava na preservação da história e geografia do Maranhão.
• Criação do primeiro museu do estado: Em 1926, o instituto fundou o primeiro museu maranhense.
• Publicações científicas: O IHGM promovia estudos e debates acadêmicos sobre a história local.
• Expansão institucional: Buscava reconhecimento como entidade científica e cultural. Durante o Estado Novo (1937-1945)
• Censura e controle ideológico: O IHGM enfrentou restrições na divulgação de pesquisas e debates históricos.
• Desalojamento e perda de acervo: O instituto foi despejado de sua sede e parte de seu acervo foi armazenada em condições precárias.
• Influência governamental: Alguns membros foram cooptados pelo governo Vargas, o que impactou a autonomia da instituição.
• Dificuldades financeiras: A dependência de apoio governamental restringiu suas atividades. Depois do Estado Novo (1945-presente)
• Reconstrução e retomada das atividades: O IHGM recuperou sua sede e retomou suas publicações científicas.
• Expansão acadêmica: O instituto fortaleceu parcerias com universidades e ampliou sua atuação cultural.
• Preservação do patrimônio: Continuou promovendo estudos e eventos para valorizar a história do Maranhão.
• Preparativos para o centenário: Em 2025, o IHGM celebra 100 anos com exposições, palestras e reedições de obras.
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO
Diretoria 2023-2025
Presidente - Dilercy Aragão Adler
Vice-Presidente - José Augusto Silva Oliveira
1ª Secretária - Elizabeth Sousa Abrantes
2ª Secretária - Edna Maria de Carvalho Chaves
1
ᵒ Tesoureiro - José Ribamar de Castro Ramos
2ª Tesoureira - Madalena Martins de Sousa Neves
Diretor de Patrimônio - José Marcelo do Espírito Santo
Diretora de Serviços de Divulgação - Rita Ivana Barbosa Gomes
Endereço: Rua de Santa Rita, 230 - Centro. Edifício Prof. Antônio Lopes - 20 Andar FONE: +55 (98) 3181 - 5239
Estatuto do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. São Luís: IHGM, 2025 14 p.
1. Estatuto. I. Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.
11. Título.
CDU:
Fundado em 20 de novembro de 1925.
Registrado no Conselho Nacional de Serviço Social sob no 80.578/75, de 14 de setembro de 1955
Reconhecido de Utilidade Pública pela Lei Estadual no 1.256, de 07 de abril de 1926.
Reconhecido de Utilidade Pública pela Lei Municipal no 3.508, de 20 de Junho de 1996
CNPJ - no 006407860/0001-20
Cartório Cantuária Azevedo
Registro Cívil de Pessoas Jurídicas - Reg. no 180
Registro em microfilme no 3 1603
São Luís, 23 de agosto de 2025
TÍTULO I
DA DENOMINAÇÃO, DA SEDE, DO FORO E SUAS FINALIDADES
CAPÍTULO I
DA DENOMINAÇÃO, DA SEDE E DO FORO
Art. 1º -OINSTITUTO HISTÓRICOEGEOGRÁFICODOMARANHÃO(IHGM),CasadeAntônio Lopes, com sede e foro em São Luís, capital do Estado do Maranhão, onde foi fundado a 20 de novembro de 1925, por Antônio Lopes da Cunha, Secretário Perpétuo e Patrono do Instituto, sendo integrantes do Quadro de AssociadosFundadores: AriasAlmeidaCruz,BeneditodeBarrosVasconcelos,DomingosdeCastroPerdigão, Jose Eduardo de Abranches Moura, José Ferreira Gomes, José Pedro Ribeiro, José Ribeiro do Amaral, Justo Jansen Ferreira, José Domingues e Wilson da Silva Soares; incorporando-se, mais tarde, a esse grupo João Braulino de Carvalho e os ausentes de São Luís que apoiaram fortemente a ideia: Antônio Dias, Carlota Olympia de Carvalho, Manuel Fran Paxeco e Raimundo Lopes da Cunha, que também foram considerados associados fundadores do Instituto; inscrito no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) sob o nº 06.407.860/0001-20, é uma associação científica e cultural de direito privado, sem fins lucrativos, com prazo de duração indeterminado, regida pelo presente Estatuto e pelo Regimento Interno, Resoluções da Assembleia Geral, Resoluções da Diretoria e outras normas internas, além das leis vigentes no país.
CAPÍTULO II
DAS FINALIDADES INSTITUCIONAIS
Art. 2º - O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão tem por finalidades:
I Organizar, promover, sugerir e apoiar estudos, pesquisas, congressos, conferências, seminários, painéis, fóruns de debates, palestras, cursos de iniciação, atualização e/ou aperfeiçoamento, entre outros eventos e temas, inclusive em parceria com outras entidades e pessoas físicas e jurídicas, públicas e privadas, nacionais e internacionais;
II Defender e preservar o patrimônio histórico do Maranhão e promover a coleta de documentos relativos a efemérides;
III Manter e estabelecer correspondência e intercâmbio com instituições congêneres locais, nacionais e internacionais;
IV Realizar a publicação de revistas periódicas, tanto impressas quanto digitais, do IHGM, além de apoiar a produção, publicação e disseminação de livros, impressos, documentários e suportes digitais, com ênfase na ampliação da bibliografia maranhense, preferencialmente as edições antigas e inéditas;
V Garantir o pleno funcionamento da biblioteca e do arquivo;
VI Estabelecer prêmios para monografias e estudos sobre temas previamente escolhidos, a serem apresentados em concursos;
VII Realizar e apoiar outras ações, conforme definido no Regimento Interno e nas Resoluções da Assembleia Geral e nas Resoluções da Diretoria.
TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO
CAPÍTULO I
DO QUADRO SOCIAL
Art. 3º – O quadro social do Instituto será composto pelas seguintes categorias de associados:
I – Associado Efetivo;
II – Associado Correspondente;
III – Associado Honorário;
IV – Associado Benemérito;
V – Associado Institucional.
Art. 4º – São órgãos do Instituto:
I – Assembleia Geral; II – Diretoria; III – Conselho Fiscal.
Art. 5º – A Assembleia Geral, órgão supremo do Instituto, será composta por todos os associados efetivos em pleno gozo de seus direitos estatutários, sendo suas deliberações tomadas por maioria simples dos votos dos presentes.
§ 1º – A Assembleia Geral reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, em dia e hora previamente designados, e, extraordinariamente, mediante convocação da Diretoria ou por requerimento de, no mínimo, um quinto dos associados efetivos.
§ 2º – A Assembleia Geral poderá ser realizada de forma presencial, virtual ou híbrida, conforme previsto na convocação. No caso de participação remota, o associado deverá se identificar para ter sua presença confirmada na plataforma eletrônica utilizada para a sessão.
§ 3º – A Assembleia Geral e as reuniões da Diretoria serão presididas pelo Presidente do Instituto, salvo nos casos de eleições, ocasião em que a Presidência da sessão será exercida pelo associado efetivo mais antigo presente e não candidato, que designará um secretário e dois escrutinadores para conduzir os trabalhos.
Art. 6º – A Diretoria será composta pelos seguintes cargos: Presidente, Vice-Presidente, 1º Secretário, 2º Secretário, 1º Tesoureiro, 2º Tesoureiro, Diretor de Patrimônio e Diretor de Serviços de Divulgação.
Art. 7º – O Conselho Fiscal é composto por três membros titulares e três membros suplentes, eleito pela Assembleia Geral. Parágrafo único – Os membros da Diretoria e do Conselho Fiscal serão eleitos, bienalmente, na primeira quinzena do mês de julho, pela Assembleia Geral, sendo empossados no dia 28 de julho do mesmo ano da eleição. Será permitida uma única reeleição consecutiva para o mesmo cargo.
CAPÍTULO II
DOS ASSOCIADOS
Art. 8º – O Associado Efetivo é a pessoa física titular de cadeira no Instituto, devendo preencher ao menos um dos seguintes requisitos:
I – Ser portador de curso superior e autor de obras de relevância reconhecida nas áreas de História, Geografia ou em ciências correlatas de interesse da Instituição; II – Ser autor de obras de relevância reconhecida nas áreas de História, Geografia ou em ciências correlatas de interesse da Instituição.
§1º – A proposta de admissão deverá ser apresentada por dois associados efetivos.
§2º – APresidênciado IHGMdesignará comissãocompostaportrês de seus membros para emissãode parecer sobre a proposta de admissão.
§3º – A proposta de admissão com o parecer da comissão deverá ser submetida a apreciação e deliberação da Assembleia Geral.
Art. 9º – Os associados terão direito a insígnias e diplomas, conforme os modelos aprovados pela Diretoria. No ato da admissão será cobrada uma joia, cujo valor será fixado bienalmente pela Diretoria.
Art. 10 – Os associados efetivos são os únicos obrigados ao pagamento de mensalidades, cujo valor será definido anualmente, na última reunião da Assembleia Geral de cada exercício, com vigência no ano subsequente.
Parágrafoúnico – Os associados efetivos eos demais membros não respondem, nem mesmo subsidiariamente, por obrigações ou encargos assumidos pela Instituição.
Art. 11 – O associado efetivo eleito terá o prazo de seis meses para tomar posse solene e realizar o elogio ao patrono da cadeira. Nesse ato, assumirá o compromisso de cumprir o Estatuto, o Regimento Interno e as deliberações dos órgãos dirigentes e de honrar o nome do IHGM.
§1º – O descumprimento de deveres estatutários sujeitará o associado às seguintes penalidades:
I – Advertência;
II – Suspensão;
III – Exclusão.
§2º – A penalidade de advertência será aplicada pela Diretoria.
§3º – As penalidades de suspensão e exclusão são de competência da Assembleia Geral, sendo a exclusão aplicada somente em caso de falta grave que cause prejuízo moral ou material à Instituição.
§4º – Em todos os casos, será garantido ao associado o pleno direito à ampla defesa e ao contraditório.
Art. 12 – O associado efetivo, em pleno gozo de seus direitos estatutários, poderá: – Utilizar-se dos serviços mantidos pelo IHGM;
II – Votar e ser votado para os cargos da Administração;
III – Participar das reuniões e debates promovidos pelo Instituto;
IV – Inscrever-se em cursos de curta duração e aperfeiçoamento;
V – Colaborar com a publicação da Revista do Instituto;
VI – Concorrer aos prêmios instituídos pelo Instituto.
Art. 13 – O associado efetivo que fixar domicílio fora do Estado do Maranhão por período superior a um ano poderá, mediante sua anuência expressa e formal, ser reclassificado como associado correspondente ou honorário.
Art. 14 – O associado poderá, a qualquer tempo, solicitar seu desligamento do IHGM mediante requerimento por escrito.
§1º O desligamento não exime o associado do cumprimento das obrigações estatutárias e financeiras pendentes, passíveis de cobranças extrajudicial e judicial.
Art. 15 – O não pagamento das mensalidades por um período igual ou superior a 12 (doze) meses caracterizará renúncia tácita.
§1ºAo associado será concedido o prazo de até 30 dias, após recebimento de notificação, para manifestar interesse em permanecer na Instituição, desde que seja pactuado um acordo para cumprimento das obrigações pendentes.
Art. 16 – O título de Associado Correspondente será conferido a autores, pesquisadores ou estudiosos das áreas de interesse do Instituto, residentes no Maranhão, em outras unidades da Federação ou no exterior.
Parágrafo único – A admissão será realizada nos mesmos moldes previstos para os associados efetivos, mediante proposta fundamentada e aprovação pela Assembleia Geral do Instituto
Art. 17 – O título de Associado Honorário é uma distinção concedida a: I– Autores consagrados, denotório saber,no âmbito estadual, nacionalou internacional, nas áreas de História, Geografia ou ciências correlatas; II – Associado Efetivo que tenha prestado relevantes serviços ao IHGM, mediante sua anuência expressa e formal.
Parágrafo único – A admissão dependerá de proposta subscrita por, no mínimo, 10 (dez) associados efetivos e de aprovação em Assembleia Geral.
Art. 18 – O título de Associado Benemérito será concedido à pessoa física que se destacar por atos de generosidade, apoio ou serviços relevantes prestados ao IHGM.
Parágrafo único – A concessão será feita mediante proposta da Diretoria e aprovação em Assembleia Geral, com entrega de diploma alusivo.
Art. 19 – O título de Associado Institucional será concedido a pessoa jurídica, admitida com a finalidade específica de colaborar financeiramente ou oferecer apoio técnico ao IHGM, por meio de contribuições periódicas, doações, patrocínios ou outras formas de suporte institucional.
Parágrafo único – A admissão será feita por proposta da Diretoria e aprovação da Assembleia Geral, com a expedição de diploma de reconhecimento.
CAPÍTULO III DA PRESIDÊNCIA DE HONRA
Art. 20 – O Governador do Estado do Maranhão será considerado Presidente de Honra do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, desde que aceite formalmente o título, por ocasião de visita oficial à Casa de Antônio Lopes.
Parágrafo único – A concessão do título é de natureza honorífica e protocolar, não conferindo atribuições administrativas ou deliberativas no âmbito do Instituto.
CAPÍTULO IV
DA ASSEMBLEIA GERAL
Art. 21 –A Assembleia Geral é o órgão soberano do Instituto e compete a ela, privativamente:
I – Eleger os membros da Diretoria e do Conselho Fiscal;
II – Aprovar as contas da Administração, com base em parecer do Conselho Fiscal;
III – Aprovar e alterar o Estatuto e o Regimento Interno;
IV – Deliberar sobre a dissolução do Instituto, nos termos deste Estatuto e da legislação vigente;
V – Decidir sobre a alienação, permuta, hipoteca ou qualquer outro ato que envolva bens patrimoniais do Instituto;
VI – Deliberar sobre a supressão ou criação de cargos;
VII – Julgar recursos interpostos contra decisões da Diretoria;
VIII – Deliberar sobre qualquer matéria relevante que não esteja expressamente prevista neste Estatuto.
Art. 22 – A convocação da Assembleia Geral será feita por meio de edital publicado em veículos de comunicação convencionais e/ou digitais, ou por mensagem direta aos associados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas.
Parágrafo único – O edital deverá conter, de forma clara, a data, horário, local (presencial e/ou virtual) da reunião, bem como a ordem do dia.
CAPÍTULO V DA DIRETORIA
Art. 23 – A Diretoria é o órgão executivo responsável pela administração do IHGM, sendo composta por:
• Presidente
• Vice-Presidente
• 1º Secretário
• 2º Secretário
• 1º Tesoureiro
• 2º Tesoureiro
• Diretor de Patrimônio
• Diretor de Serviços de Divulgação
§1º – Os membros da Diretoria serão eleitos pela Assembleia Geral para mandatos de dois (2) anos, permitida uma reeleição consecutiva.
§2º – Os cargos da Diretoria são honoríficos e não remunerados.
§3º – A Diretoria reunir-se-á:
I – Ordinariamente, em periodicidade mensal;
II – Extraordinariamente, por convocação do Presidente.
§4º – As decisões serão tomadas por maioria de votos, com quórum mínimo de metade mais um dos membros da Diretoria.
Art. 24 – Compete à Diretoria:
I – Administrar os assuntos gerais do Instituto, observando o Estatuto, Regimento Interno e as deliberações da Assembleia Geral;
II – Submeter à Assembleia as contas e o relatório anual das atividades;
III – Executar o plano de trabalho e os programas aprovados;
IV – Autorizar despesas e zelar pela gestão financeira e patrimonial;
V – Deliberar sobre admissões e sanções de associados, nos termos deste Estatuto.
VI - Representar o Instituto em solenidades e ocasiões de interesse da entidade.
Parágrafo único – Somente poderão compor a Diretoria os associados efetivos em pleno gozo de seus direitos estatutários.
Art. 25 – Compete ao Presidente:
I – Representar o IHGM ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente, podendo delegar poderes mediante instrumento próprio;
II – Administrar o Instituto, zelando pelo cumprimento deste Estatuto, do Regimento Interno e das deliberações da Assembleia Geral;
III – Requerer, receber e aplicar recursos, auxílios e subvenções públicas ou privadas;
IV – Movimentar contas bancárias, autorizar pagamentos e assinar documentos financeiros, em conjunto com o Tesoureiro;
V – Admitir, contratar ou demitir pessoal, conforme necessidade administrativa;
VI – Presidir as reuniões da Assembleia Geral e da Diretoria;
VII – Tomar medidas urgentes, ad referendum da Assembleia Geral.
Art. 26 – Compete ao Vice-Presidente:
I – Substituir o Presidente em suas ausências ou impedimentos;
II – Assumir a Presidência, em caso de vacância, até o término do mandato;
III – Auxiliar o Presidente no desempenho de suas funções.
Art. 27 – Compete ao 1º Secretário:
I – Coordenar os serviços administrativos da Secretaria do Instituto;
II – Redigir e lavrar as atas das reuniões e sessões;
III – Organizar e manter em ordem os arquivos institucionais;
IV – Apresentar o relatório anual das atividades do Instituto;
V – Substituir o Vice-Presidente em suas ausências ou impedimentos, na ordem de sucessão.
Art. 28 – Compete ao 2º Secretário:
I – Auxiliar o 1º Secretário no desempenho de suas funções;
II – Substituí-lo em suas ausências ou impedimentos.
Art. 29 – Compete ao 1º Tesoureiro:
I – Arrecadar as contribuições, subvenções, donativos e legados recebidos pelo Instituto;
II – Zelar pela guarda e aplicação dos recursos financeiros;
III – Efetuar os pagamentos autorizados, mediante assinatura conjunta com o Presidente;
IV – Fiscalizar a escrituração contábil e apresentar relatório anual das movimentações financeiras;
V – Cumprir as deliberações da Assembleia Geral e da Diretoria relativas à área financeira.
Art. 30 – Compete ao 2º Tesoureiro:
I – Auxiliar o 1º Tesoureiro nas atividades financeiras e contábeis;
II – Substituí-lo em suas ausências ou impedimentos.
Art. 31 – Compete ao Diretor de Patrimônio:
I – Supervisionar a guarda, conservação, organização e inventário dos bens móveis, imóveis e acervo documental e bibliográfico do Instituto;
II – Manter atualizado o registro patrimonial da Instituição.
Art. 32 – Compete ao Diretor de Serviços de Divulgação:
I – Coordenar as publicações do Instituto, especialmente a Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão;
II – Reunir e organizar os conteúdos editoriais e científicos a serem publicados;
III – Divulgar, por meio da imprensa, rádio, televisão ou plataformas digitais, as atividades e eventos do Instituto;
IV – Promover a visibilidade institucional junto à sociedade.
Art. 33 – O Presidente poderá instituir comissões especiais ou núcleos de estudo, compostos exclusivamente por associados efetivos, com o objetivo de analisar temas específicos de interesse da Instituição.
Parágrafoúnico – Os relatórios epareceres produzidos poressascomissõesou núcleosdeverão sersubmetidos à apreciação da Diretoria.
CAPÍTULO VI DO CONSELHO FISCAL
Art. 34 – O Conselho Fiscal será composto por 3 (três) membros titulares e 3 (três) membros suplentes, eleitos pela Assembleia Geral, com mandato de 2 (dois) anos, permitida a reeleição.
Parágrafo único – Compete ao Conselho Fiscal:
I – Examinar os balancetes e as demonstrações financeiras do Instituto, quando necessário, e ao final do exercício, emitir parecer sobre as contas da Diretoria;
II – Solicitar à Diretoria informações, documentos e esclarecimentos sobre atos administrativos e financeiros do Instituto;
III – Emitir pareceres sobre as contas da Tesouraria e sugerir medidas corretivas em caso de irregularidades.
Art. 35 – O Conselho Fiscal reunir-se-á ordinariamente uma vez por ano e extraordinariamente sempre que convocado pela Diretoria ou por qualquer de seus membros. A convocação deverá ser feita por escrito, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias, por meio eficaz e célere.
Parágrafo único – O Conselho Fiscal deverá se reunir, pelo menos, uma vez ao ano, para analisar as contas da Tesouraria e emitir pareceres sobre elas.
Art. 36– O Conselho Fiscal tem o direito de requisitar à Diretoria todos os documentos e informações que julgar necessários para o bom exercício de suas funções.
Parágrafo único – Ao final de seu mandato, o Conselho Fiscal deverá apresentar à Assembleia Geral um relatório detalhado de suas atividades, incluindo as análises feitas e as providências sugeridas.
CAPÍTULO VII
DA ORDEM DAS CADEIRAS E SEUS PATRONOS
Art. 37 - As cadeiras, em número de 60 (sessenta), são patroneadas por nomes de escritores falecidos, reconhecidos como autoridades em História, Geografia ou ciências afins.
Parágrafo único - A ordem das cadeiras e a distribuição delas pelos ocupantes, falecidos ou atuais, constará do quadro anexo a este Estatuto e não poderá ser alterada.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 38 - Os associados não respondem, individualmente, direta ou indiretamente, pelos atos ou em nome da Diretoria, que é autônoma e responsável.
Art. 39 - É vedado aos associados, no recinto do Instituto ou em nome da Instituição, fazer propaganda política partidária ou de ideologias contrárias à estabilidade das instituições constitucionais democráticas.
Art. 40- O patrimônio e a receita do IHGM constituir-se-ão dos bens e direitos que lhe couberem, dos que vier a adquirir no exercício de suas atividades, das contribuições e doações de seus associados, das subvenções e doações oficiais e particulares.
Parágrafo único - O IHGM poderá receber contribuições, doações, legados e subvenções de pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou internacionais, destinados à formação e ampliação de seu patrimônio ou à realização de trabalhos específicos.
Art. 41 - É considerado grande benemérito o Ex-Governador Sebastião Archer da Silva, por ter sancionado a Leiquedoouao InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhãooprédioparaasuasede,situadanaRuaGrande, nº 634, esquina com a Rua Santa Rita.
Art. 42 - A data de 25 de maio, comemorativa do aniversário de nascimento de Antônio Lopes da Cunha, Patrono da Instituição, é considerada data festiva para o Instituto.
Art. 43 - A data de 28 de julho, comemorativa da adesão do Maranhão à Independência do Brasil, é considerada data festiva para o Instituto.
Art. 44 - A data de 20 de novembro, comemorativa da fundação do Instituto, é considerada a data magna da Instituição.
Art. 45 – A data de 02 de dezembro é comemorativa da sessão magna de instalação do Instituto, em homenagem ao aniversário de nascimento do imperador D. Pedro II;
Art. 46 - As atas das sessões serão lidas e aprovadas nas sessões seguintes, sendo assinadas por todos os associados presentes.
Art. 47 - O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão é uma obra perene, que se sucede no tempo. É um órgão inserido na vida histórica do Estado do Maranhão, a quem pertencerá seu patrimônio em caso de dissolução. Poderá, entretanto, ser dissolvido, conforme a legislação vigente, por decisão judicial transitada em julgado, no caso de não cumprimento dos objetivos da Instituição ou atos de negligência, comprovada, contra seu patrimônio, através de Assembleia Geral Extraordinária, convocada para tal fim, com a presença de 2/3 (dois terços) dos associados efetivos, em pleno gozo de seus direitos estatutários.
Art. 48 - Com base no presente Estatuto, o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão elaborará seu Regimento Interno, para regulamentar as reuniões da Assembleia Geral, da Diretoria, e das sessões ordinárias, extraordinárias e solenes, bem como a ordem dos trabalhos.
Art. 49 - O presente Estatuto, aprovado em Assembleia, só poderá ser emendado ou reformado, inclusive no que tange à Administração, em reunião extraordinária da Assembleia Geral, convocada especificamente para esse fim, e se a emenda ou reforma obtiver o voto favorável de, no mínimo, metade mais um dos votos dos associados efetivos, em pleno gozo de seus direitos estatutários.
São Luís, 16 de junho de 2025.
Dilercy Aragão Adler
Presidente
José Augusto Silva Oliveira
Vice -Presidente
Elizabeth Sousa Abrantes
1ª Secretária
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO ESTATUTO (2018-2021)
José Augusto de Oliveira (Presidente do IHGM)
Maria Goretti Cavalcante de Carvalho (Secretária do IHGM)
Edmilson Sanches – (Sócio Efetivo)
Abianci Alves de Melo (Conselho Fiscal)
Alfredo Cabral de Mello (Sócio Correspondente)
Assir Alves da Silva (Sócio Efetivo)
Cleones Carvalho Cunha (Sócio Efetivo)
Cristiano de Lima Vaz Sardinha (Conselho Fiscal)
Edna Maria de Carvalho Chaves (2ª Secretária)
Iran de Jesus Rodrigues dos Passos (Sócio Efetivo)
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO ESTATUTO (2021-2023)
Dilercy Aragão Adler (Presidente do IHGM)
Assir Alves da Silva (1ª Secretária do IHGM)
Raimundo Nonato Serra Campos Filho (1º Tesoureiro)
Aldy Mello de Araújo (Conselho Fiscal)
Cristiano de Lima Vaz Sardinha (Conselho Fiscal)
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO ESTATUTO (2023-2025)
Dilercy Aragão Adler (Presidente do IHGM)
José Augusto Silva Oliveira (Vice-Presidente)
Elizabeth Sousa Abrantes (1ª Secretária do IHGM)
Abianci Alves de Melo (Conselho Fiscal)
Cristiano de Lima Vaz Sardinha (Conselho Fiscal)
Iran de Jesus Rodrigues dos Passos (Sócio Efetivo)
Sálvio Dino de Castro e Costa Júnior (Sócio Efetivo)
José Ribamar de Castro Ramos (1º Tesoureiro)
elaboração de uma proposta que reflita as necessidades atuais e os desafios contemporâneos da instituição. Na continuidade, explicou que a reforma estatutária constitui medida indispensável para que o IHGM esteja em conformidade com as exigências regimentais e sociais vigentes, preservando sua missão e fortalecendo seu papel na sociedade. Esclareceu, ainda, que a minuta ora submetida à apreciação foi cuidadosamente construída com base no Estatuto atualmente em vigor, no Estatuto do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), na proposta elaborada pela comissão da gestão 2018–2020, bem como em valiosas contribuições, como a apresentada pelo confrade José Ribamar de Castro Ramos (Baial). Trata-se, portanto, de um documento fruto de ampla pesquisa, análise criteriosa e dedicação coletiva. Lembrou, ainda, que o texto acompanhou o edital de convocação, tendo sido recomendada a leitura prévia do documento, a fim de contribuir para uma reunião mais ágil e produtiva.OVice-Presidente, JoséAugustoOliveira, destacou as contribuições dos sóciosnascomissões anteriores e o empenho de todos os que se dedicaram, ao longo das últimas gestões, à atualização do Estatuto. O sócio Euges Lima solicitou informações sobre o número de sócios adimplentes e questionou se a assembleia teria como finalidade a aprovação ou apenas a discussão da minuta do Estatuto. Em resposta, a Presidente, Dilercy Adler, esclareceu que se tratava de uma assembleia de deliberação. O sócio Euges Lima solicitou novamente a palavra e propôs a realização de uma nova assembleia para a deliberação, a fim de que os sócios tivessem mais tempo para o debate. Argumentou que nenhum Estatuto costuma ser aprovado em uma única assembleia e observou que a atual gestão se encontra em fim de mandato. Citou, ainda, o Art. 44 do Estatuto vigente do IHGM, que estabelece o quórum de 50% mais um para aprovação de reforma estatutária. A Presidente informou que a minuta do Estatuto foi enviada previamente aos sócios, enfatizando que o Instituto está encerrando um ciclo e iniciando outro, com a aproximação do seu
REGIMENTO PARA O PROCESSO
ELEITORAL DO IHGM, PARA DIRETORIA E CONSELHO FISCAL, PARA O BIÊNIO 2025-2027
As normas para eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal do IHGM têm por base o Estatuto da Entidade. CAPÍTULO I LOCAL, DIA E HORA DA VOTAÇÃO
Art. 1° Constarão no Edital de Convocação a ser publicado, a data, o local e o horário previsto para o início e o fim do processo de votação. Parágrafo Único – A publicação do Edital de Convocação dar-se-á pelo menos sete dias antes da data da eleição, em 11 de julho de 2025, das 14h às 18h.
CAPÍTULO II DO ELEITOR
Art. 2° Somente os Sócios Efetivos que estiverem em dia com as suas mensalidades, até o mês de junho de 2025, terão o direito a voto, conforme o parágrafo 2° do Art. 4° do Estatuto do IHGM. Parágrafo Único - A Tesouraria do Instituto estará à disposição dos Sócios Efetivos que desejarem pagar as mensalidades, até às 14h do dia 08 de julho de 2025, setenta e duas horas antes da votação, a fim de dar condições à Secretaria de preparar a listagem dos Sócios aptos a votar
CAPÍTULO III DOS CANDIDATOS
Art. 3°OsSócios Efetivos só poderãosercandidatos àDiretoriaou aoConselho Fiscal do IHGM,se estiverem em dia com as suas mensalidades, até o mês de junho de 2025, observado o disposto no Art. 2ᴼ deste Regimento, em perfeita consonância com o parágrafo 2° do Art. 4° do Estatuto da Instituição.
Art. 4° Cada chapa concorrente à Diretoria e ao Conselho Fiscal, por intermédio de qualquer de seus representantes, apresentará a lista dos candidatos para que a Secretaria do IHGM, ouvida a Tesouraria, emita declaração em que, conforme prevê o estatuto do IHGM, conste a condição individual de poder votar e ser votado, ou inabilitação, informando nominalmente o membro estatutariamente impedido.
CAPÍTULO IV DO REGISTRO DA CHAPA
Art. 5° Para registro da chapa será necessário requerimento, endereçado à Comissão Eleitoral, assinado pelo candidato a Presidente e com assinaturas dos demais candidatos ou cópia da autorização de inclusão do nome na composição da chapa e respectivo cargo, podendo essa autorização ser enviada via recursos telemáticos (email, WhatsApp etc.).
Art. 6° O prazo fixado para o registro de chapa é improrrogável, no período 02, 03 e 04 de julho de 2025, das 14 às 18 horas.
Art. 7° As chapas concorrentes à eleição poderão ser registradas com nomes de sócios da Instituição já falecidos e de patronos de cadeiras.
Art. 8° Deverão constar, nas chapas concorrentes, os nomes dos candidatos que ocuparão os cargos da Diretoria e do Conselho Fiscal, nos termos do Estatuto do IHGM, a saber: Presidente, Vice-Presidente, 1° e 2° Secretários, 1° e 2° Tesoureiros, Diretor de Patrimônio e Diretor de Serviço de Divulgação e do Conselho Fiscal: três membros efetivos e três suplentes, não permitida inclusão de nome de candidato já figurante em outra chapa concorrente e já registrada, mesmo em se tratando de cargo diferente, inclusive para os membros do Conselho Fiscal
Parágrafo Único - Não é permitido o registro de chapa incompleta.
CAPÍTULO V DA VOTAÇÃO SEÇÃO I DO MATERIAL DA VOTAÇÃO
Art. 9° Deverá ser fornecida, pela Secretaria do IHGM, à Mesa Receptora e Apuradora de Votos, relação nominal de todos os sócios em condições de votar, cédula de votação e demais materiais necessários aos trabalhos de votação.
SEÇÃO II
DA CÉDULA DE VOTAÇÃO
Art. 10 Na cédula de votação deverá constar:
I. identificação da chapa concorrente, constando de número, de acordo com a ordem de registro e nome do candidato a presidente, representando os demais membros da Diretoria e do Conselho Fiscal;
II. II. ao lado da identificação da chapa, local especifico em que o eleitor assinalará com um “X” sua preferência;
III. a rubrica do Presidente e do Secretário da Mesa Receptora de Votos.
SEÇÃO III DA URNA
Art. 11 Para a recepção e apuração dos votos, os membros da Mesa Receptora e Apuradora colocarão a urna de modo visível e devidamente lacrada, que deve ser examinada pelos candidatos ou seus representantes
SEÇÃO IV DA CABINE
Art. 12 A fim de ser mantido o sigilo do voto fica assegurada a utilização de cabine indevassável, separada da Mesa Receptora e Apuradora de Votos.
Parágrafo Único - No caso de registro de uma única chapa poderá ocorrer a eleição por aclamação.
CAPÍTULO VI DA PRESIDÊNCIA DA ASSEMBLEIA E DA MESA RECEPTORA E APURADORA
SEÇÃO I DA COMPOSIÇÃO DA MESA
Art. 13 Para a Presidência da Assembleia Geral da Eleição o Presidente do IHGM convidará o sócio efetivo mais antigo presente apto a votar e não candidato que, após assumir a presidência da Assembleia Geral Extraordinária (AGE), convocará, dentre os sócios efetivos presentes, não candidatos, um Secretário da AGE e dois Escrutinadores para comporem a Mesa Receptora e Apuradora dos Votos.
SEÇÃO II DA ORDEM DOS TRABALHOS
Art. 14 Composta a Mesa Receptora e Apuradora dos Votos o Presidente da AGE determinará ao Secretário: I. leitura do Edital de Convocação da Assembleia Geral Extraordinária de Eleição; III. leitura da relação dos sócios aptos a votar.
Art. 15 O Presidente da AGE realizará o fechamento da urna onde serão coletados os votos, lacrando-a. Art. 16 Existindo casos pendentes o Presidente da AGE submeterá à apreciação e decisão da Assembleia Geral Extraordinária de Eleição.
CAPÍTULO VII DO INÍCIO E TÉRMINO DA VOTAÇÃO
Art. 17 Avotação seráiniciadapelos integrantesda Mesa Receptora e ApuradoradeVotos, dando em seguida, o Presidente da AGE, sequência à mesma, chamando pela relação nominal o sócio eleitor, que após assinar a folha de votação, receberá das mãos do Secretário a cédula de votação devidamente rubricada por ele e pelo Presidente da AGE, dirigindo-se a seguir, à cabine indevassável para votar. Parágrafo Único - Em caso de voto à distância, a Comissão Eleitoral informará aos votantes o endereço de e-mail e/ou número de WhatsApp para a manifestação do voto, a ser impressa e apresentada ao Presidente da AGE, que manterá o documento sob sua guarda, em separado, e o franqueará à análise e confirmação por membro de cada Chapa.
Art. 18 Retornando da cabine, o eleitor exibirá ao Presidente da AGE a cédula fechada e a colocará na urna coletora de votos.
Art. 19 Encerrada a votação, o Presidente da AGE determinará aos Escrutinadores a apuração dos votos.
CAPÍTULO VIII DA APURAÇÃO DOS VOTOS
Art. 20 Finda a apuração dos votos e conhecido o resultado da eleição, o Presidente da AGE declarará o resultado da eleição. 6
CAPITULO IX DA PROCLAMAÇÃO DOS ELEITOS
Art. 21 Encerrada a apuração dos votos e conhecido o resultado da eleição, o Presidente da AGE proclamará os eleitos e solicitará ao Secretário a lavratura da Ata, em livro próprio, na qual deverá constar o número de sócios votantes e o registro de todas as ocorrências havidas durante a votação, suspendendo a sessão pelo tempo necessário para lavratura da Ata.
CAPÍTULO X DO ENCERRAMENTO DOS TRABALHOS
Art. 22 Reiniciados os trabalhos o Presidente da AGE:
I. determinará ao Secretário que faça a leitura da Ata;
II. II. submeterá a mesma à apreciação e votação dos presentes colhendo, a seguir, as suas respectivas assinaturas no documento;
III. III. encerrará os trabalhos da Assembleia Geral Extraordinária de Eleição
APROVADO EM ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA NO DIA ... DE .......... DE 2025 7
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO (IHGM)
"O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão é obra perene que se sucede no tempo, é órgão que se insere na vida histórica do Estado do Maranhão..." (Estatuto do IHGM, 2025, Art. 47).
O ano de 2025 marca um momento de significativa relevância histórica para o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM. Celebramos, neste ciclo do tempo, o centenário de fundação da Casa de Antônio Lopes, símbolo da memória, da identidade e da trajetória cultural do Maranhão.
O IHGM integra, de fato, a vida histórica do Estado. Seu centenário é também reflexo da própria história maranhense, afirmando-se, à semelhança dos demais Institutos Históricos e Geográficos do Brasil, como uma das mais respeitadas instituições de pesquisa, memória e difusão do conhecimento sobre a história e a geografia do país. Cumpre papel essencial na constituição e proteção de acervos históricos desde antes da criação das universidades, arquivos públicos, institutos de pesquisa e periódicos científicos no século XX.
Inspirado no Institut Historique, fundado em Paris em 1834, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) foi criado em 21 de outubro de 1838. A partir dele, nasceram os institutos estaduais, como o IHGM, fundado em 1925.
Com o advento das universidades e instituições governamentais de pesquisa ao longo do século XX, esses institutos deixaram de ser os únicos detentores do saber acadêmico nas áreas de história e geografia. Em 25 de janeiro de 1934, surgiram os primeiros cursos superiores de História e Geografia no Brasil, com a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da Universidade de São Paulo (USP), 96 anos após a fundação do IHGB.
No Maranhão, o curso de História foi criado no final de 1952, com início das atividades acadêmicas no primeiro semestre letivo de 1953. O curso de Geografia, por sua vez, foi fundado na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 1953. Assim, o IHGM, criado em 1925, antecedeu essas instituições acadêmicas e cumpriu, desde então, uma função fundamental na preservação e produção do saber histórico e geográfico maranhense.
Este 12º número da Revista Eletrônica representa um marco de transição – o fim de um ciclo e o início de outro – tanto na história do nosso Instituto quanto no encerramento de uma gestão e no prenúncio de uma nova diretoria. Soma-se a isso a celebração do bicentenário de nascimento de Dom Pedro II, figura de extrema importância para a fundação do IHGB e, por consequência, das instituições congêneres em todo o Brasil.
A fundação do IHGM foi motivada, em grande parte, pelas comemorações do centenário de Dom Pedro II. A primeira Sessão Magna do Instituto ocorreu na Câmara Municipal de São Luís, no dia do 02 de dezembro, aniversário do Imperador, em uma cerimônia solene e festiva. O título de Protetor do IHGB conferido a Dom Pedro II reflete seu profundo interesse e apoio à preservação da história do Brasil, sendo ele não apenas o Patrono, mas também um dos principais incentivadores dessa causa.
No que se refere à nossa gestão, foram quatro anos de mandato previstos estatutariamente. No entanto, por questões alheias à nossa vontade e ao nosso direito, fomos impedidos de cumprir integralmente esse período. Ainda assim, exercemos, de fato, três anos e três meses de trabalho intenso e comprometido, sempre guiados pelo propósito de preservar e projetar a grandiosa trajetória desta instituição centenária. Importa destacar que, ao final desse processo, a Justiça reconheceu plenamente nosso direito, conferindo-nos ganho de causa e reafirmando a legitimidade da nossa atuação à frente do Instituto.
Este número da Revista Eletrônica também ocupa um lugar especial na história do IHGM, registrando contribuições acadêmicas e literárias de associados e colaboradores, além de acontecimentos marcantes e datas comemorativas. A própria existência contínua da revista é um testemunho da vitalidade intelectual da Casa de Antônio Lopes.
E, para concluir, recorro às inspiradoras palavras de Antônio Lopes:
"Bendito culto, que evoca o passado para o brilho do presente e torna cada vez mais entranhado o amor à terra maranhense e suas glórias. Guardamos um tesouro feito de recordações de fatos e ressurreição de vultos."
Desejo à Casa de Antônio Lopes muitos outros séculos de existência e, a você, caro leitor, uma excelente leitura!
São Luís, 30 de junho de 2025. Dilercy Adler Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão
Prezados colegas, membros do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, amigos da cultura, pesquisadores, professores, estudantes, artistas, parceiros institucionais e todos os que, de alguma forma, contribuem para o fortalecimento do nosso compromisso com a preservação da memória maranhense, é com o coração pleno de gratidão, alegria e responsabilidade que me dirijo a todos vocês ao término deste segundo trimestre do ano, marcado por uma rica e potente movimentação dentro e fora dos nossos espaços.
Os meses de abril, maio e junho foram profundamente simbólicos. Meses de semeadura e de colheita, de trabalho silencioso e também de celebrações coletivas, de resgate e de inovação. Pudemos acompanhar de perto o florescimento de projetos, o amadurecimento de ações e, acima de tudo, o fortalecimento de vínculos entre nós e a história, entre o Instituto e a sociedade, entre a memória e o futuro. A presença viva de cada um que passou por aqui, que enviou uma colaboração, que participou de um evento, que se debruçou sobre os nossos arquivos ou simplesmente compartilhou uma palavra de incentivo, tudo isso compõe a tessitura afetiva e intelectual que sustenta essa casa.
O Instituto é, acima de tudo, um lugar de encontro. Encontro entre tempos, o passado que nos orienta, o presente que nos convoca e o futuro que nos desafia. Encontro entre pessoas, de gerações distintas, de formações diversas, de experiências singulares que, ao se somarem, tornam nosso trabalho mais profundo e significativo. Encontro entre saberes, o acadêmico, o popular, o empírico, o sensível. E é nesse entrelaçar de caminhos e perspectivas que reside a beleza do que fazemos aqui. É onde a história ganha corpo, voz e permanência.
Nesses três meses, vimos surgir com vigor o interesse de novos públicos pela nossa produção. Jovens pesquisadores têm nos procurado com entusiasmo, buscando orientação, acesso ao nosso acervo e espaço para apresentar suas investigações. Projetos de difusão científica foram abraçados com responsabilidade, e ações culturais que valorizam nossas tradições foram acolhidas com o mesmo entusiasmo que temos por eventos mais técnicos e especializados. Isso mostra a maturidade e a amplitude do Instituto. Ele é, ao mesmo tempo, casa da ciência e templo da cultura, ponto de partida e porto de chegada, espaço de memória e de criação. Cada evento realizado neste trimestre foi uma declaração pública do nosso compromisso com a valorização do Maranhão. Cada atividade, seja ela interna ou voltada à comunidade externa, representa uma janela aberta para o diálogo entre o que fomos, o que somos e o que podemos ser. O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão tem buscado se mostrar não apenas como guardião de documentos, mas como um organismo vivo, pulsante, conectado com as demandas do nosso tempo e atento ao chamado das novas gerações. Não há história sem renovação. E não há memória sem movimento.
Tenho orgulho imenso de fazer parte dessa gestão. Uma gestão que trabalha com os pés no chão, mas os olhos no horizonte. Uma gestão que se preocupa com a estrutura e com a essência, com a organização interna e com aprojeção pública, com o respeitoàs tradições e com acoragem deabrirespaçoparaonovo.Énesseequilíbrio que temos construído nossos passos. E é exatamente essa harmonia entre o legado e a inovação que me faz cada vez mais confiante no caminho que estamos trilhando juntos.
Quero agradecer profundamente aos colegas de diretoria, que têm se mostrado parceiros generosos, comprometidos e abertos ao diálogo. A cada reunião, a cada decisão, a cada desafio que enfrentamos, percebo o quanto esta gestão está unida por propósitos maiores do que as nossas individualidades. Há uma entrega real, há espírito de colaboração, há uma alegria genuína em fazer com que o Instituto avance, cresça, se fortaleça e se mantenha relevante para o presente e para o futuro.
Agradeço também a todos os associados que têm nos apoiado, que nos enviam sugestões, que participam, que acompanham o nosso trabalho com olhos atentos e coração aberto. A presença de vocês é vital. Somos todos parte de um mesmo corpo, e cada gesto de incentivo, cada contribuição, cada presença física ou simbólica soma forças à nossa caminhada.
É com profunda emoção que olho para os rostos que formam este Instituto e reconheço o quanto cada um tem sido importante nessa jornada. Desde os que carregam décadas de dedicação ao IHGM até os que chegaram recentemente, cada um contribui com algo único. E é essa diversidade que torna o nosso fazer tão potente. Aqui, tradição e renovação andam de mãos dadas. História e afeto caminham lado a lado. Memória e ação se entrelaçam para manter viva a chama do saber.
É impossível deixar de reconhecer que tudo o que realizamos é fruto de um esforço coletivo. Nenhuma conquistaé individual. Somos um organismoem movimento,ecada célula importa.Cada palavra escrita,cada pesquisa publicada, cada evento realizado, cada gesto de cuidado com o nosso acervo representa o compromisso de muitas mãos, muitas mentes e muitos corações. E é justamente esse espírito de comunhão que quero celebrar.
Neste segundo trimestre, semeamos mais do que conhecimento. Semeamos esperança, consciência, pertencimento. E à medida que avançamos no calendário do ano, que os ventos do segundo semestre nos encontrem com os mesmos propósitos que nos trouxeram até aqui: o amor pela história, o respeito pela memória e o desejo sincero de servir ao nosso estado com dedicação, ética e generosidade intelectual.
Sigamos com coragem, com serenidade e com a certeza de que fazer parte desta gestão é, para mim, uma honra inenarrável. É uma experiência que me transforma, que me enriquece e que reforça, todos os dias, o sentido de estar neste mundo contribuindo com algo que realmente importa. Que venham os próximos meses, e que venham com vida, com luz e com muitos motivos para celebrar.
Com todo carinho e gratidão,
Rita Ivana Barbosa Gomes Diretora de Serviços de Divulgação do IHGM
Fontes primárias que tratam da morte e sepultamento do padre jesuíta Francisco Pinto, ocorrida nos altiplanos da Ibiapaba no dia 11 de janeiro de 1608. O primeiro, "Relação do Maranhão" foi escrito pelo também jesuíta, padre Luís Figueira, companheiro de jornada do padre Francisco Pinto e testemunha ocular da morte do "Mártir da Ibiapaba". O segundo, "Carta do Padre Manuel Gomes" escrita no ano de 1615, no contexto da viagem da Esquadra de Alexandre de Moura que estava incumbida da expulsão dos franceses da "França Equinocial". Figueira diz textualmente que o Padre Francisco Pinto foi trucidado nas proximidades da Aldeia de Diabo Grande (Ibiapina CE), ou seja, "no couce [coice] da aldeia" ... na retaguarda da aldeia... nas costas da aldeia. Diz, ainda, que o corpo do padre Pinto foi levado serra abaixo numa rede e enterrado nos sopés da Ibiapaba. É sabido que o corpo do padre Pinto foi trasladado por volta de 1612, levado dos sopés da Ibiapaba para o litoral. O jesuíta Manuel Gomes diz, em 1615, que o corpo do padre Francisco Pinto estava sepultado nas proximidades do Porto do Ceará, onde a Esquadra de Alexandre de Moura fez escala no trajeto ao Maranhão. Como é sabido, no ano de 1612 o corpo do padre Francisco Pinto foi trasladado dos sopés da Ibiapaba para o litoral.
Por João Bosco Gaspar, pós-graduado em História, Cultura e Patrimônio, Tianguá Ceará
AÇÕES DA PRESIDENCIA
ATENÇÃO! PRAZO PRORROGADO PARA AS INSCRIÇÕES DO CONCURSO HISTÓRICO LITERÁRIO DO IHGM
“O
CENTENÁRIO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO
“.
Poderão participar pesquisadores, professores da Educação Básica e estudantes universitários que tenham desenvolvido pesquisas sobre o tema do concurso.
Prazo prorrogado : até dia 28 de julho de 2025
Prêmio em dinheiro, R$ 2.000,00 (dois mil reais) para o primeiro lugar de cada categoria, certificado de participação, além de publicação no formato e-book e divulgação nos meios de comunicação.
Consulte o edital completo: https://ihgm.org.br/edital.php?
eve_id=5226 e inscreva-se!
Posse de 3 novos membros no IHGV. Os confrades Dr. César Lindoso, Jediael e Lourival Gomes.
O IHGM realizou, no Salão Nobre da Academia Maranhense de Letras, a celebração pelos 136 anos de nascimento de seu patrono, Antônio Lopes.
A noite foi coroada pelas queridas confreiras Ana Luiza Ferro e Wanda Cunha, que encantaram o público ao recitarem poemas do homenageado.
A celebração contou ainda com a outorga da Medalha Antônio Lopes ao Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Reynaldo Fonseca.
Sua fala emocionou a todos pelo viés poético, sobretudo ao recitar trechos de Rosa Maria, de autoria de Antônio Lopes.
Parabéns aos organizadores, em especial à presidente do IHGM, Dilercy Adler.
Ladeada pelo Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Reynaldo Soares da Fonseca; pela confreira Elisabeth Abrantes e pelo confrade Jon Bogéa, durante a Solenidade Comemorativa do aniversário de 136 anos de nascimento de Antônio Lopes, patrono do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, instituição a que pertencemos. Na sessão comemorativa do IHGM , também a outorga da Comenda Antônio Lopes ao Ministro do STJ, Reynaldo Soares da Fonseca. Sexta-feira (23) memorável na Academia Maranhense de Letras.
Registros da celebração pelos 194 anos da Biblioteca Pública Benedito Leite
Uma noite memorável, marcada por poesia, música e homenagens. A Biblioteca Pública Benedito Leite celebrou seus 194 anos com a presença de amigos, parceiros e amantes do livro e da leitura.
A programação contou com a participação da confreira Wanda Cunha, que encantou com poesia, entrega do título Amigo da Biblioteca, além da apresentação musical de Thyago Rodrigues, que fechou a noite com emoção e alegria.
Nosso agradecimento a todos que fizeram parte desse momento tão especial!
Na II Festa Literária internacional do Xingu -FLIX (2019). Levei livros de Firmina. Não a conheciam. Este ano vou falar dela na VII FLIX, em agosto
A presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), professora Dilercy Aragão Adler, participou, na manhã desta sexta-feira (16), do programa ‘Em Discussão’, da Rádio Assembleia (96.9 FM). Ela discorreu sobre os preparativos para a comemoração dos 100 anos de fundação do Instituto, que serão celebrados em 20 de novembro de 2025
Durante entrevista concedida aos radialistas Henrique Pereira e Álvaro Luiz, a Doutora/ professora Dilercy Adler fez uma explanação sobre a história do IHGM e frisou que a instituição se prepara para a comemoração do seu centenário, com o propósito de renovar seu compromisso com o crescimento científico e cultural do Maranhão.
“Para nós, essas comemorações serão da maior importância, porque reafirmarão o compromisso do IHGM com a preservação da história e da cultura maranhense. Será a oportunidade de homenagearmos não só o IHGM pelo seu importante trabalho no Maranhão, mas também personalidades que se destacaram desde a fundação da entidade e deram suas contribuições para o nosso Estado”, declarou a professora Dilercy Adler.
Ela foi enfática ao destacar a importância do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, também conhecido como Casa de Antônio Lopes, e informou que a programação do centenário da instituição inclui diversos eventos, entre os quais exposições, palestras e reedições de livros e periódicos. 20 de Novembro de 1925, o início
A professora Dilercy fez questão de fazer referência à história da criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que deu origem aos institutos históricos e geográficos do Brasil.
“No tocante ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, inicialmente intitulado Instituto de História e Geografia do Maranhão, IHGM, teve a sua criação no primeiro quartel do século XX, em 20 de novembro de 1925, portanto 87 anos após a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro”, assinalou a professora.
Ela declarou que o IHGM é considerado a primeira instituição de caráter científico do estado e os seus fundadores constituíram um grupo de 11 intelectuais dos mais renomados, estudiosos da história e
geografia do Maranhão, com estudos e trabalhos publicados. Eram professores, historiadores, geógrafos, jornalistas, médicos, juristas, engenheiros, clérigos, e, principalmente, pesquisadores e homens das letras. “A sede do IHGM é conhecida como Casa de Antônio Lopes, nome escolhido em homenagem ao historiador que tanto lutou pela criação desse nosso instituto. A Casa de Antônio Lopes tornou-se um símbolo da dedicação ao estudo e preservação da memória maranhense, abrigando um vasto acervo de documentos, livros, mapas e objetos históricos que contam a rica história do Maranhão”, ressaltou Dilercy Adler.
Alvaro , Adryane Paiva , Dilercy Adler, Leda Lima e Henrique
Ela frisou que, desde sua fundação, o IHGM tem desempenhado papel fundamental na promoção da cultura e educação no Maranhão. O IHGM enfrentou diversos desafios, incluindo a falta de recursos e apoio financeiro.
“No entanto, a nossa instituição tem se dedicado à superação dos obstáculos e a se modernizar buscando parcerias com universidades, organizações governamentais e não-governamentais para continuar a sua missão de preservação e divulgação do patrimônio material e imaterial e empreender e coordenar estudos e pesquisas nas áreas de história, geografia, etnografia, etnologia e arqueologia, além de salvaguardar documentos, livros e artefatos relativos à história do Maranhão”, enfatizou a presidente do IHGM.
LOUVAÇÃO À MARIA FIRMINA DOS REIS, PATRONA DA ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS E PRIMEIRA
31 de março de 2025
ROMANCISTA DO BRASIL
EU TE LOUVO SENHORA
À Maria Firmina dos Reis
Eu te louvo senhora pela agonia sentida que te tirou o prazer do gozo do corpo impondo agonia profunda doída mas que te fez renascer em palavras e versos de puro querer!
Eu te louvo senhora pelos crus dissabores nesta vida sofridos …
Eu te louvo senhora por tua teimosia por tua leveza de corpo e de alma... por suave alegria parcamente sentida apesar da tirania da dor revelada em toda tua vida…
Eu te louvo senhora pelo amor do qual abdicaste -quimera humana!de uma vida a outra vida ... para entregar-te a outro amor também profundo aquele amor aos desvalidos abandonados pela sorte jogados aos destinos inumanos neste mundo!…
Eu te louvo senhora pelo teu imensurável amor à humanidade por tua luta incansável pela igualdade
por tua excepcional dedicação materna aos filhos abandonados nesta terra pela vida
pela história pela verdadeira e única humanidade! renasce agora - nesta hora o gozo do corpo e da alma neste louvor que hoje a ti dedico e não há gozo maior que este gozo devolvido em palavras e versos desejos...fantasias... eternos perenes romanescamente femininos!
Eu te louvo senhora agora nesta hora hoje e para sempre te louvarei também amém!
(Antologia Cento e Noventa Poemas para Maria Firmina / Dilercy Aragão Adler, Leopoldo Gil Dulcio VazOrganizadores. – São Luís: ALL, 2015).
Com esse meu louvor a Maria Firmina, almejo expressar os meus cumprimentos à Mesa, a todas as autoridades aqui presentes, a todos os confrades da Academia Ludovicense de Letras, aos pesquisadores e admiradores de Maria Firmina dos Reis e, enfim, a todos que estão neste auditório para esta louvação à Mulher maranhense. E, muito especialmente, faço uma saudação a todas as mulheres!
Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís, Maranhão no dia 11 de março de 1822. Ela participava ativamente da vida intelectual maranhense, publicando livros, participando de Antologias e sendo colaboradora de revistas e jornais, no momento do seu despontar de escritora na sociedade. Como exemplo, podemos citar o comentário sobre o romance Úrsula no jornal Jardim dos Maranhenses (30 de setembro de 1861, n° 24 - ano 1):
Existe em nosso poder, com destino a ser publicado no nosso jornal um belíssimo interessante ROMANCE, primoroso trabalho da nossa distinta comprovinciana, a Exma. Sra. D. Maria Firmina dos Reis, professora pública da Vila de Guimarães, cuja publicidade tencionamos dar princípio do número 25 em diante.[...] Garantimos ao público a beleza da obra...
Quanto ao livro de poemas Cantos à-beira-mar, a Imprensa, no Folhetim 7 de 19 de outubro de 1861, publicou:
Os versos de Maria Firmina dos Reis indicam uma imaginação cheia de vivacidade da parte da autora; muita leitura e gosto, e do doce perfume dos sentimentos saídos do coração sem ensaio nem afetação.
De há muito que todos conhecem os talentos e a habilidade da autora de Úrsula, assim não causou estranheza as poesias que mandou para o Parnaso.
No entanto, foi posteriormente esquecida e excluída do Panteão dos grandes nomes da cultura local e brasileira por mais de um século, assim como outras representantes da expressão feminina que sofreram o cancelamento e a exclusão do cânone literário. No entanto, as condições, embora extremamente proibitivas,
impediram menos do que se imagina a presença da mulher no âmbito literário, como comprovado hoje, com o desenvolvimento de diversos projetos de resgate das escritoras brasileiras do passado, principalmente a partir da segunda metade do século XX. Dentre essas escritoras, está Maria Firmina, que voltou ao cenário literário, com suas obras reveladas e (re)descobertas por Nascimento Morais Filho (maranhense) e Horácio de Almeida (paraibano).
Maria Firmina é indubitavelmente grande intelectual de múltiplos talentos e o seu legado é deveras substancial e variado:
· Em 1847, Firmina foi aprovada em um concurso para a cadeira de primeiras letras para o sexo feminino na cidade de Guimarães.
· Em 1859, lançou Úrsula, um romance original brasileiro com o criptônimo “por uma maranhense”, pela tipografia do Progresso, localizada na Rua de Sant'Anna, 49.
· Em 1861, publicou GUPEVA, um romance de temática indianista que apresenta situações polêmicas nas relações entre os personagens europeus e a Nação Tupinambá.
· Em 1871, lançou CANTOS À BEIRA-MAR, uma obra de poesia.
· Em 1887, publicou A ESCRAVA, um conto antiescravista.
· Em 1861, teve participação na ANTOLOGIA POÉTICA PARNASO MARANHENSE, uma coleção de poesias editada por Flávio Reimar e Antonio Marques Rodrigues.
Nascimento Morais Filho compilou publicações em 14 jornais literários, 8 composições musicais e 11 poemas avulsos.
O romance Úrsula, sua obra mais conhecida e estudada, completa este ano 166 anos. Está estruturado com um prólogo, 20 capítulos e o epílogo, e, em sua totalidade, traduz a coragem e ousadia da escritora. Embora inicie com um prólogo tímido, que traduz um sentimento de menos-valia, depreciação da obra, ao afirmar: "mesquinho e humilde livro é este que vos apresento, leitor. Sei que passará entre o indiferentismo glacial de uns e o riso mofador de outros..." e uma auto-depreciação: "Sei que pouco vale este romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem o trato e conversação dos homens ilustrados [...] o seu cabedal intelectual é quase nulo", ambivalentemente, demonstra firmeza e ousadia quando expressa: "e ainda assim o dou a lume."
A seguir, algumas passagens do romance que traduzem sua inteligência, força e beleza. No Capítulo 1, intitulado “Duas almas generosas”, Firmina se refere a um branco (Tancredo) e a um negro escravizado (Túlio). Dessa forma, ela expressa um teor de igualdade entre os dois personagens, numa sociedade escravocrata, marcada por preconceitos exacerbados, em uma época de naturalização da dominação, exploração e depreciação dos africanos, que eram arrancados de sua terra para serem tratados de forma degradante: desde o brutal sequestro de sua família e de sua terra, o traslado sofrido em porões fétidos, até o tratamento desumano, em que eram reduzidos a mercadoria, avaliados e vendidos no mercado, como instrumentos de trabalho ou até como animais.
Senhor Deus! quando calará no peito do homem a tua sublime máxima - ama a teu próximo como a ti mesmo - e deixará de oprimir com tão repreensível injustiça ao seu semelhante!... a aquele que também era livre no seu país ... aquele que é seu irmão?!
E o mísero sofria; porque era escravo, e a escravidão não lhe embrutecera a alma; porque os sentimentos generosos, que Deus lhe implantou no coração, permaneciam intactos, e puros com a sua alma. Era infeliz; mas era virtuoso; (REIS,1988, p.25).
Não há como refutar a grandiosidade da obra de Maria Firmina dos Reis. Ao publicar o romance Úrsula, ela materializou um ato extremo de coragem e ousadia, ao efetivá-lo vinte e nove (29) anos antes da assinatura
da Lei Áurea, oficialmente Lei Imperial n.º 3.353, sancionada em 13 de maio de 1888. Essa lei se firma como o diploma legal que extinguiu a escravidão no Brasil (1859-1888).
Outro dado digno de realce é que, dos 95 anos que Maria Firmina viveu neste plano físico, 66 foram vividos sob o regime da escravidão. Sua mãe, Leonor Felippa dos Reis, foi escrava do Comendador Caetano José Teixeira, tendo sido posteriormente alforriada.
Maria Firmina dos Reis cumpriu uma função social não apenas divulgando suas criações, mas também contribuindo significativamente para as letras brasileiras. Na educação, foi pioneira ao criar a escola mista para meninos e meninas em Maçaricó, na cidade maranhense de Guimarães, onde lecionava para os filhos de lavradores e fazendeiros do povoado. Contudo, a iniciativa foi alvo de críticas e não perdurou por muito tempo.
Isso posto, ratifica-se a ousadia e a teimosia de uma mulher que, apesar da fragilidade e das severas restrições impostas pelos ditames sociais de sua época, lutou não só pelo seu espaço, mas pela liberdade dos segmentos oprimidos, entre os quais se incluem: a mulher, o negro, o índio e o economicamente pobre.
A Academia Ludovicense de Letras (ALL), desde sua fundação em 2013, incorporou-se ao projeto de consolidar a ressignificação dessa incontestável precursora da cultura e educação maranhense e brasileira, colocando-a como Patrona da Academia.
Costumo dizer que, dado o fato de a ALL ter sido fundada 401 anos após a fundação da cidade de São Luís, talvez essa demora tenha sido providencial para que Maria Firmina tivesse nela um lugar de destaque. Às vezes me pergunto: se a academia tivesse sido fundada antes, seria ela a Patrona? Acredito que dificilmente. Nas últimas décadas a ilustre maranhense tem sido contemplada com algumas honrarias, dentre as quais:
A data de seu nascimento foi instituída como o Dia da Mulher Maranhense (11 de março), conforme a Lei Estadual nº 10.763/2017, sancionada pelo governador do Estado do Maranhão, Flávio Dino, em 29 de dezembro de 2017. Anteriormente, a Lei nº 3.754 de 27 de maio de 1976, sancionada pelo governador Osvaldo da Costa Nunes Freire, marcava a data de 11 de outubro.
O Título de Doutor Honoris Causa Póstumo foi concedido à Maria Firmina dos Reis, pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em 11 de novembro de 2022 (esse título se encontra em Guimarães).
A Medalha Simão Estácio da Silveira (26ª edição) foi concedida à Maria Firmina dos Reis, pela Câmara Municipal concedeu a, em 22 de dezembro de 2022.
A Lei nº 7.501, de 30 de outubro de 2023, declara Maria Firmina dos Reis como Patrona da Educação de São Luís, no Maranhão. A lei foi sancionada pelo prefeito da cidade, Eduardo Salim Braide (Originária do Projeto de Lei n° 229/2023 de autoria do Vereador Dr. Gutemberg).
A Medalha Ronald Carvalho foi concedida à professora e poetisa Maria Firmina dos Reis (in memoriam), em 14 de dezembro de 2023.
O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) solicitou o reconhecimento nacional de Maria Firmina dos Reis como Heroína da Pátria.
O nome de Maria Firmina dos Reis foi proposto para inclusão no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria por meio do Projeto de Lei (PL) 2171/2023, de autoria do deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA). Após a aprovação na Comissão de Cultura em 18 de outubro de 2023, o PL foi encaminhado à Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJC), onde aguarda a designação de um novo relator desde 19 de março de 2025. Após a aprovação nas comissões pertinentes, o projeto seguirá para o Senado Federal, e, uma vez aprovado, será encaminhado para sanção presidencial. Com a sanção e a publicação da lei, será organizada uma cerimônia para a inclusão formal de Maria Firmina dos Reis no livro, como um reconhecimento póstumo de sua contribuição histórica ao Brasil.
O novo cabo submarino do Google, que homenageia Maria Firmina dos Reis, conecta a América do Norte à América do Sul, entre a costa leste dos Estados Unidos e Las Toninas, na Argentina, com "escalas" ou estações de pouso em Praia Grande, no Brasil, e Punta del Este, no Uruguai. Será o cabo mais longo do mundo e, com isso, o "Firmina" vai aprimorar o acesso aos serviços do Google para usuários na América do Sul. Não se pode negar que o reconhecimento de Maria Firmina se consolida cada vez mais, e isso é essencial para que ela não seja esquecida novamente.
Ficamos felizes com a continuidade do reconhecimento do legado de Maria Firmina dos Reis, que remonta a Nascimento Morais Filho, o qual, além de descobri-la nos jornais de São Luís, empenhou-se para garantir que seu nome e legado jamais fossem esquecidos.
Tenho a honra de ocupar a Cadeira nº 8 patroneada por Maria Firmina dos Reis. na Academia Ludovicense de Letras (ALL) e, ao lado da confreira Ana Luiza Almeida Ferro, tive a satisfação de indicar o seu nome para ser a Patrona da Casa. Esta escolha é uma reverência à força e à relevância de Maria Firmina para a educação e a literatura maranhense e brasileira, cujo legado é tão imortal quanto o próprio espírito de nossa gente.
A ALL, instituição à qual tenho a honra de pertencer, busca ocupar todos os espaços culturais locais, nacionais e internacionais, com o objetivo de desenvolver e difundir a cultura e a literatura ludovicense, a defesa das tradições do Maranhão e, particularmente, de São Luís. Ao fazermos isso, levamos o nome de Maria Firmina dos Reis, uma das maiores escritoras do Brasil, como missão precípua. Sua obra é um marco, não só da literatura, mas também da luta pela igualdade e liberdade.
E, para finalizar, gostaria de compartilhar o hino À LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS, escrito em 1888 por Maria Firmina dos Reis, que ainda ecoa como um símbolo de nossa resistência e luta pela liberdade e justiça. Que sua poesia, seu exemplo e sua luta continuem nos inspirando, para que jamais deixemos de lutar por um Maranhão e um Brasil verdadeiramente livres e justos para todos.
HINO À LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS,
Maria Firmina dos Reis
Salve Pátria do Progresso!
Salve! Salve Deus a Igualdade!
Salve! Salve o Sol que raiou hoje,
Difundindo a Liberdade!
Quebrou-se enfim a cadeia
Da nefanda Escravidão!
Aqueles que antes oprimias,
Hoje terás como irmão! (1888)
E que não faltem almas generosas neste mundo! OBRIGADA!
CADEIRA
CADEIRA
DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL
No mundo atual, a visão que temos sobre a literatura infantojuvenil, incluindo diversos segmentos: histórias, livros, revistas e poemas. No dia Internacional do livro infantojuvenil, uma homenagem escritor dinamarquês Hans Cristian Andersen, autor de inúmeros livros desse gênero, marcante para Humanidade, e admirado por crianças, jovens e adultos.
Considero os livros infantojuvenis marcantes, e recordo-me ainda criança, e adolescente, das leituras e narrativas (roda de conversa) diárias efetuada por Laura Guimarães (minha avó materna), com uma entonação perfeita, uma narrativa e dicção ideal. Conforme o livro, ela era sempre rodeada por ávidas crianças em busca de conhecimentos, ouviam sua “contação”, de suas próprias criações: “O Príncipe Pássaro”, “A Porca Ensapatada”, “O Homem que Virava Bicho”, “Agapito e Dom Sapo”, “Reino dos Milindros”, e outros. Na literatura universal, são marcantes os livros e fábulas infantojuvenis: “O Pequeno Príncipe” (Antoine de Saint-Exupéry),“OGato deBotas”(Charles Perrault),“Aliceno País das Maravilhas”(Lewis Carroll),Contos de Jacob Ludwig Carl Grimm (“A Bela Adormecida”, “A Branca de Neve”, “Chapeuzinho Vermelho”, “Cinderela”, “João e Maria”, “O Pequeno Polegar”, “Rapunzel”), “O Patinho Feio”, “A Gata Borralheira”, “Viagem ao Centro da Terra”, “As Aventuras de Pinóquio”, “As Mil e uma Noites” (“Simbá, o Marujo”, “Ali Babá e os Quarenta Ladrões”), Fábulas de Esopo (“A Cigarra e a Formiga”, “A Raposo e o Corvo”, “A Lebre e a Tartaruga”, “A Raposa e as Uvas”, “O Cão e a Sombra”, “A Rã e o Touro”, “O Burro Carregando Sal”, “O Cão e a Máscara”, “O Galo e a Pérola”, “O Corvo e o Jarro”, “O Leão e o Rato”, “A Galinha e os ovos de ouro”, “O Vento Norte e o Sol”, “O Lobo e o Cordeiro”, “O Pastor Mentiroso e o Lobo”, “O Urso e as Abelhas”, O Cavalo e o Burro”, “As Aves e o Morcego”), Peter Pan (James Matthew Barrie), e outros inúmeros clássicos.
Aqui ou acolá, nos deparamos ainda com geniais livros, como: a série de sete romances de fantasia escrita pela autora britânica J. K. Rowling (Harry Potter e a Pedra Filosofal, Harry Potter e a Câmara Secreta, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, Harry Potter e o Cálice de Fogo, Harry Potter e a Ordem da Fênix, Harry Potter e o Enigma do Príncipe, Harry Potter e as Relíquias da Morte, Harry Potter e a Criança Amaldiçoada).
Ainda nos deparávamos com a maravilhosa série Senhor dos Anéis, de autoria de J. R. R. Tolkien (O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel, O Senhor dos Anéis: As Duas Torres, O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei).
Temos ainda as maravilhas da Marvel (Homem de Ferro, Homem Aranha, Wolverine, Pantera Negra, Feiticeira Escarlate, Capitão América, Viúva Negra, Magneto, Thor, Doutor Octopus, Demolidor, Doutor Estranho, Capitão América, Gavião Arqueiro, Fantasma etc.
As histórias de Wald Disney, que fizeram parte de minha infância e juventude, e que vale a pena listar: Pato Donald, Zé Carioca, Tio Patinhas, Pateta, Os Irmãos Metralhas, Mickey, sempre foram marcantes. Emnossopaís,comumaliteraturaquemarcouemarcaminhainfânciaedemilhõesdecriançaseadolescentes: “Cazuza” (Viriato Corrêa), “O Sítio do Picapau Amarelo”, “Reinações de Narizinho”, “O saci”, “A chave do tamanho”, “Histórias de Tia Nastácia”, “Fábulas”, “Memórias da Emília”, “Caçadas de Pedrinho”, “Ideias de JecaTatu”,Urupês, Aventuras deHans Staden, (MonteiroLobato),“OMeninoMaluquinho”(Ziraldo),“Pluft,
o fantasminha”, “O cavalinho azul”, “A bruxinha que era boa” "Turma do Pererê", e outras peças, Avosidade: Relação jurídica entre avós e netos (Maria Clara Machado). No meu estado, o Maranhão, com suas diversas literaturas, temos inúmeros escritores de livros infantojuvenis, citarei alguns deles, e, conhecendo a maioria desses escritores e escritoras, perdoe-me por eventuais falhas de nomes: Cléo Rolim (“Miguel na Terra das Cores”, “O Gato que Queria ser Sapo”), Lívia Abadia, Elizeu Arruda, Fernanda Figueiredo ("Guga:o poodle: Memórias de um peludo"), Susana Pinheiro, Raimunda Fortes, Walterline Maia, Erica Natacha, Neurivan Sousa, Sharlene Serra (Ouvindo com Vitória, Interagindo com Lucas, Aprendendo com Biel, Diário Mágico, Caminhando com Paulo, Olhando Com Ritinha), Wilson Marques (O tambor do Mestre Zizinho, Quem tem medo de Ana Jansen, Os dois irmãos e o Olu, A lenda do Rei Sebastião e o Touro Encantado, Menina Inhame, O jovem João do Vale), Francinete Braga, Marcia Montenegro, Surama Cristina Caldas, Aldenora Resende dos Santos Neta, Natinho Costa Fênix (“As Aventuras de Uma Gotinha D’água”, “O Gatinho Que Não Sabia Miar”), Anizia Maria Costa Nascimento (“A Bruxinha Lenlenzinha e as Cores”), Iramir Araújo (revistas, sendo uma adaptação de clássicos: “O Mulato”, “Úrsula” em quadrinhos, “Ajurujuba - A fundação da cidade de São Luís”, “Além das lendas, Tambores de São Luís”), Nuna, CordeiroFilho,“Cabral, Caju, Cabalau”,EricodeOliveiraJunqueiraAyres (Inmemoriam), Lourença Melo ("O vestido de Rosas" e "Cambacica um passarinho confiado", "O saci da perna metálica", "A flor do meu pequeno jardim: ternas lembranças", "O Quatipuru Bulicoso"), Antônio Melo (“A Face Inspiradora da Poesia”, “Nem Crise Nem Gripe”, “Contos e Histórias de Melo II”, “O Bicho do Zoolhão”, “As Proezas do Filho do Pescador”, “Felipe Pai D´égua”, “Cozinhando Osso”, “Robô Tote: Sucata de Aço”, "O lobo-guara e o quatipuru"), Amanda Belo, Uilmar Junior, Gilson César (mímico), Linda Barros, Beto Nicácio, Marcos Caldas, Rom Freire, Ronilson Freire, Wescley Brito, Nayra Gomes, Raimunda Frazão, Goreth Pereira, e outros.
Informações colhidas através do jornalista e memorialista José Gomes - Gojoba, nas emissoras de rádio e na "nascente", televisão no Maranhão, tinhamos programas (leituras), voltados exclusivamente para o público infantojuvenil: programa de Nicomar Costa (Dona Caronchinha); na televisão, o "Palhaço Pipiu", Elvas Ribeiro (Parafuso) e Marreta. (TV-Difusora), falecido recentemente.
Atualmente, questiona-se a importância dos livros infantojuvenis, alguns críticos e estudiosos interrogam-se: será se na era dos computadores, aparelhos celulares, inteligência artificial e outras mídias, o livro infantojuvenil terá espaço? Ora, respondo: claro e evidente, que sim, pois quem irá produzir o conhecimento, necessário para esse segmento de leitores? O mundo atual vive uma transformação (uma nova realidade), onde profissões, ofícios e materiais, acabaram ou estão próximos disso. Isso me torna inquieto ao ponto de eu perguntar: será se ocorrerá o mesmo com o livro? Acredito que não. Pois ainda hoje, em sala de aula, alunos ficam abismados - curiosos, quando falo que escrevo livros. O livro sempre será a maior fonte de conhecimento, daí a admiração deles... Eu, por minha vez, ouço de um ou de outro, que nunca olharam ou leram um livro infantojuvenil. O que vejo, nesse momento, são leitores sem norte, pois não mostramos o caminho, não lhes garantindo o conhecimento, pelo contrário, dificulta. Que nossos passos ou pegadas, no planeta Terra, deixem livros, pois são expressões da verdade e contradições. Trata-se da nossa dignidade enquanto seres humanos - estáveis ou instáveis, vitoriosos ou derrotados. Acredito, porém, que o bem sempre vence, pois, a força da vida está com os que nunca desistem de tentar. No dia do livro infantojuvenil, saúdo os pequenos leitores, escritores, contadores de histórias.
DIA DA BIBLIOTECA
Não existiria esse dia tão especial se não fora os ilustres pesquisadores, abaixo relacionados. Diz respeito a seres especiais - que vivem nas "sombras" - e que, desenvolvem pesquisas, a partir de um método científico.
Em outras palavras, a partir de uma metodologia que testa e comprova hipóteses, estabelecendo com veracidade, precisão, amplitude e conclusão nas diversas áreas de conhecimento.
Ei-los: Zacarias, Luiz Melo, Maria de Lourdes Lauande Lacroix, Leopoldo Gil Dulcio Vaz, Euges Lima, Elizabeth Sousa Abrantes, Natalino Salgado, Marise Ericeira, Henrique Borralho, os pesquisadores do Arquivo TJMA,RaimundoBalby SilvaSilva,JoséNeres, RoqueMacatrão,CélioGitahyVazSardinha,Iramir
Alves Araujo, Aline Mendonça, Eden Do Carmo Soares Junior, José Reinaldo, André Barreto Campelo, Claunísio Amorim Carvalho, Germana, Eduardo Cordeiro, Ana Lívia, Diogo Gualhardo Neves, Cândida Íris Moreira Lima, Alan Kardec Pacheco, José Eulálio Figueiredo de Almeida, Rossini Corrêa, pesquisadores da Biblioteca Pública Benedito Leite, os pesquisadores do Arquivo Público, os pesquisadores da Biblioteca Municipal José Sarney, os pesquisadores da Casa de Cultura Josué Montello, os pesquisadores do Mavam, os pesquisadores do Ipham, os pesquisadores do Instituto de Genealogia do Maranhão, os pesquisadores do IHGM, Flaviomiro Mendonça, Nelin Vieira Vieira, Antonio Noberto, José Jorge, Joseane Souza, Wilson Martins, Iury Costa, Manoel Barros, Kathia Salomão, Maria Rachel Souza Soares de Quadros, Paulo Oliveira, André Luís Ferreira, Paulo Helder, Luanvyson Mello, Gabriela, Hugo Enes, Osias Filho, Djalda Muniz, Antônia da Silva Mota, Aldy Mello de Araújo, Aline Nascimento, José Almeida, Paulo Meneses Pereira, Joaquim Pedro Aguiar, Ananias Martins, Aureo Mendonça, Flaviano Meneses da Costa, Bruno Azevedo, Ademar Danilo, Herbeth de Jesus, Dulcinea Llopes Espindola Espindola , Marcelo Cheche Galves, Giniomar Ferreira Almeida, Lissandra Leite, Regina Farias e Wagner Cabral, Eziquio Barros Neto, Washington Cantanhede, Inaldo Lisboa, Mundinha, José Marcelo do Espírito Santos, Manoel dos Santos Neto, Herbeth de Jesus, Edmilson Sanches, José Carlos de Araújo, Carlos Alberto, Joaquim Haickel, Júlia Camêlo Camêlo, Marcelo Barros, Mundicarmo Ferretti, Ana Luisa Almeida Ferro, Flávio Braga, Ramssés De Sousa Silva, Agenor Gomes, Christopherson Melo, dentre outros.
Profissionais de relevância e "apaixonados" por seus ofícios e lugares que frequentam. São pesquisadores de arquivos e bibliotecas, buscando em jornais, partituras, filmes, pergaminhos, livros antigos e anuários, os fatos e conhecimentos.
São providos das observações, investigações, espíritos críticos e perseveranças. Não existem por acidente, são personagens constantes nos Arquivos públicos e particulares, blibliotecas públicas ou particulares, em museus e mesmo em outras plagas.
MÉRITO
LITERÁRIO
Feliz e grato, informo o Recebimento do Certificado de Mérito Literário, emitido por AUGUSTÍSSIMA E SOBERANA CASA REAL E IMPERIAL DOS GODOS DO ORIENTE, A ACADEMIA DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES DA AMAZÔNIA BRASILEIRA - ALCAAB, A FEDERAÇÃO DAS ACADEMIAS
BRASILEIRAS DE CIÊNCIAS, LETRAS E ARTES - FEBACLA E O CENTRO SARMATHIANO DE ALTOS ESTUDOS FILOSÓFICOS E HISTÓRICOS E O SELO EDITORIAL ANTOLOGIA BRASIL.
Muito obrigado!
Nesse dia mundial do livro e dos direitos do autor, ressalto a importância do livro. Os mais antigos escritos pelo homem, sejaem tabletesde argilaoupergaminhos; pelede animais ou papiros; tecidos ou papel; máquina de datilografar ou computador, e agora, no limiar da espécie humana, a Inteligência Artificial (IA).
No decorrer da nossa história, foram escritos a Bíblia, Livro dos Mortos, Zarastruta, Confúcio, Livros dos Gregos, todos discorrendo sobre o homo sapiens, até os dias atuais. Sobre a importância dos livros, cito as palavras de Silas Fonseca: "Eu do livro não me livro. Nem quero me livrar. Se do livro eu me livro, como livre vou ficar?"
O livro encontramos em bibliotecas gigantescas ou não, nas livrarias, nos sebos, nos bolsos, nas mesas, nos lixeiros (descartados), e até mesmo nos banheiros,são acessíveis e transmitem, ensinam toda e qualquer forma de conhecimento.
Em minhas palestras gosto de citar os cinco maiores clássicos da literatura universal: Ilíada, Odisseia (Homero), Eneida (Virgílio), Divina Comédia (Dante Alighieri), Os Lusíadas (Camões).
Lembro que durante meus verdes anos, lia William Shakespeare, Miguel Cervantes e Inca Garcilaso de la Vega, Alexandre Dumas (pai e filho), Júlio Verne, Lord Byron, Victor Hugo, Eça de Queiroz, Machado de Assis, Gonçalves Dias, Gregório de Matos Guerra, Álvares de Azevedo, Viriato Correa, Maranhão Sobrinho, Coelho Neto, Aluísio de Azevedo, Josué Montello, dentre outros.
Minha avó materna, Laura Oliveira Guimarães, era escritora, poeta, e me conduziu, em grande parte, ao prazeroso caminho da leitura, sendo fundamental para torna-me hoje o ser que sou. Como é bom lembrar da minha aconchegante casa de infância.
Lembro de uma pequena biblioteca, contudo, grande em serventia. Havia coleções de livros comprados por meu pai, sempre que viajava aqui para a capital - São Luis. Os autores não poderiam ser melhores. Machado de Assis - a coleção completa; Monteiro Lobato, um dos mais criativos escritores, além de também ser um excelente editor. Certa vez escreveu:"quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele”. GraçasaDeus fuiinfluenciadoporpessoasqueviamalémdaépocaemqueviviam.Coloconomesmopatamar a minha avó, meu pai e esses dois notáveis escritores, além dos outros já citados acima.
Hoje, autor de vários livros, como: O Algodão no Mearim; O Parto da Insônia; Artigos Diversos; O Arquivista Acidental; A Fuga do Perfume; São Luís: Memória e Tempo; Algodão: Ouro Branco; Estação Ecológica Sítio do Rangedor: uma proposta educacional; São Luís em Cartões Postais e Álbuns de Lembranças; Pregoeiros & Casarões; Becos e Telhados; Pêndulos & Fiéis; Adagas & Punhais, várias antologias ( República do Texto, Um tributo a Tom Jobim, 500 anos de Camões, Guerreiras Literárias, Nas Nuvens, Herança literária, Que seja infinita enquanto dure, O Cangaço em Perspectiva - O Sertão em Lutas), todos editados por importantes Academias e seus editores.
Publiquei artigos, crônicas e editoriais nos diversos jornais que circulavam ou circulam no Maranhão, sendo impressos ou virtuais: Folha do Maranhão, Tribuna do Nordeste, Jornal Pequeno, Jornal Extra, Jornal O Imparcial, Jornal O Estado do Maranhão, Gazeta do Povo, e outros.
Tenho um círculo de amizade, com inúmeros escritores, e integro importantes círculos acadêmicos: Academia Poética Brasileira, Academia Brasileira de Estudos do Sertão Nordestino, Academia Atheniense de Letras e Artes, Academia Maranhense Maçônica de Letras, Academia de Letras e Artes Maçônicas, Academia Nacional de Maçons Imortais, Academia Literária do Maranhão, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Associação Maranhense dos Escritores Independentes, Instituto Maranhense de Genealogia e Heráldica.
Membro correspondente da Academia de Ciências de Lisboa e outras instituições literárias do Brasil e outras plagas.
Saúdo a todos que, como eu, têm para com os livros, apreço, satisfação em produzí-los e lê-los. Folhear um livro e dele apreender algo, abstrair e sentir cheiro de letras é imensuravelmente prazeroso.
Atualmente, questiona-se a importância dos livros, alguns críticos e estudiosos interrogam-se: será se na era dos computadores, aparelhos celulares, inteligência artificial e outras mídias, o livro ainda terá espaço?
Ora, respondo: claro e evidente, que sim, pois quem irá produzir o conhecimento, necessário para os inúmeros segmentos e variados de leitores? É certo, o mundo atual vive uma transformação (uma nova realidade), onde profissões, ofícios e materiais, acabaram ou estão próximos disso.
Isso me torna inquieto ao ponto de eu perguntar: será se ocorrerá o mesmo com o livro? Acredito que não. Pois ainda hoje, em sala de aula, alunos ficam abismados - curiosos, quando falo que escrevo livros.
O livro sempre será a maior fonte de conhecimento, daí a admiração deles... Eu, por minha vez, ouço de um ou de outro, que nunca leram um livro.
O que vejo, nesse momento, são leitores sem norte, pois não mostramos o caminho, não lhes garantindo o conhecimento, pelo contrário, dificulta.
Quenossos passos ou pegadas, noplanetaTerra,deixemlivros,pois sãoexpressõesdaverdadee contradições. Trata-se da nossa dignidade enquanto seres humanos - estáveis ou instáveis, vitoriosos ou derrotados.
Acredito, porém, que o bem sempre vence, pois, a força da vida está com os que nunca desistem de tentar.
No dia do livro e do editor, saúdo os escritores, leitores, contadores de historias e editores. Uma saudade indescritível me consome nesse momento.
Sinto saudade dos livrosque li, dos autores que osproduziram, e é claro, um sentimento de gratidão impagável para com meus entes queridos que tão bem cumpriram seus papéis e partiram.
Refiro-me ao meu pai e minha avó. Não tenho como descrever o que sinto agora, nesse momento, além dessa gratidão sem preço...
Um forte abraço!
DIA DA LITERATURA BRASILEIRA
Nesse dia relevante para poetas, escritor bjes, romancistas, cronistas, contistas, leitores, enfim, para quem gosta de poesias, poemas, livros, peças teatrais, crônicas, artigos e outras manifestações artisticas, comemoramos o dia nacional da literatura - tratando-se de uma pessoa criativa, imaginativa e produtiva. Sobre os escritores, Pablo Neruda, foi bastante feliz ao descrevê-los: "escrever é fácil você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as ideias."
No decorrer da nossa história, sempre tivemos grandes escritores, e não esqueço das citações de Clarice Lispector ao afirmar que, "enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta, continuarei a escrever", autora de grandes poemas. Já no passado recente, listaremos obras e nomes marcantes indispensáveis, visando entendimento e compressão dos diversos momentos e segmentos da intelectualidade em nosso país.
Sobre os grandes poetas/escritores brasileiros, nunca esqueço dessa citação: " O machado, era de Assis. A rosa, do Guimarães. A bandeira, do Manuel. Mas feliz mesmo era o Jorge, que era amado."Ei-los: Grande sertão: veredas (João Guimarães Rosa), Memórias póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis), Vidas secas (Graciliano Ramos), A hora da estrela (Clarice Lispector), A rosa do povo (Carlos Drummond de Andrade), Macunaíma (Mário de Andrade), Morte e vida Severina (João Cabral de Melo Neto), Os sertões (Euclides da Cunha), O tempo e o vento (Erico Verissimo), A invenção de Orfeu (Jorge de Lima), Romanceiro da Inconfidência, (Cecília Meireles), Crônica do viver baiano seiscentista (Gregório de Matos Guerra), As meninas (Lygia Fagundes Telles), Espumas flutuantes (Castro Alves), O ateneu (Raul Pompéia), Gabriela, cravo e canela (Jorge Amado), Poema sujo (Ferreira Gullar), Menino do engenho (José Lins do Rego), O guesa errante (Joaquim de Sousa Andrade – Sousândrade), O quinze (Rachel de Queirós), Primeiros cantos (Gonçalves Dias), Viva o povo brasileiro (João Ubaldo Ribeiro), Crônicas reunidas (Rubem Braga), Eu (Augusto
dos Anjos), Romance da Pedra do Reino (Ariano Suassuna), O encontro marcado (Fernando Sabino), Sítio do Pica-pau Amarelo (Monteiro Lobato), Toda poesia (Paulo Leminski), Tu, não te moves de ti (Hilda Hilst) e outros grandes nomes.
Na minha terra, a bela São Luis, com seus casarões e sobrados fragmentados pelo tempo e falta de zelo, muitos já sem eiras e beiras, somos “avivados” por sombras imortalizadas do passado: Antônio Gonçalves Dias e sua “Canção do Exilio”, Joaquim de Sousa Andrade (Sousândrade), e seu errante e futurístico "O Guesa", Maranhão Sobrinho, um boêmio inveterado e seus “Papéis Velhos”, Antônio Lôbo, um tísico suicida e sua “Carteira de um Neurastênico”, Raimundo Correia e seus “Primeiros Sonhos”, Bandeira Tribuzi e sua “Louvação a São Luís”, José Chagas e seus telhados e a sua “Maré Memória”, Josué Montello e o ecoar de "Tambores sobre São Luís", Ferreira Gullar e o "Poema Sujo", Lago Burnett e sua "Estrela do Céu Perdido", Erasmo Dias, fanho e com uma rapidez cerebral inigualável, Bernardo Almeida, com um cigarro Carlton entre os dedos, vociferava "Éramos Felizes e Não Sabíamos", Waldemiro Viana e seu "Graúna em Roça de Arroz", Nauro Machado e a sua “Antibiótica Nomenclatura do Inferno”, Jomar Moraes, e seu "Encantador de Palavras", Nascimento Morais Filho, e seus "Azulejos e Clamor da Hora Presente", Carlos Cunha, e sua perfeição gramatical, Nonato Masson, e "Seu Corpo de Moça", José Sarney e "O Dono do Mar", Mhario Lincoln e seus “Significativos poemas”, José Maria Nascimento e seu “Poema Zero”, Manoel Guimarães e seu novo estilo (sem pontuação visível) se valendo de reticências e colchetes, somente, tentando construir e vivenciar aspectos de um passado sombrio, dentre outros aspectos... Humildemente, coloco-me nesse cenário. Hoje, autor de vários livros, como: O Algodão no Mearim; O Parto da Insônia; Artigos Diversos; O Arquivista Acidental; A Fuga do Perfume; São Luís: Memória e Tempo; Algodão: Ouro Branco; Estação Ecológica Sítio do Rangedor: uma proposta educacional; São Luís em Cartões Postais e Álbuns de Lembranças; Pregoeiros & Casarões; Becos e Telhados; Pêndulos & Fiéis; Adagas & Punhais. Coautor nos seguintes livros: Herança literária, República dos textos. Nas nuvens, 500 anos do nascimento do príncipe dos Poetas - Camões (2024), Que seja infinita enquanto dure... (Uma homenagem ao poeta Vinícius de Moraes), Mulheres Guerreiras, Cangaço em Perspectiva (O sertão em lutas), Sertão de Bravos, todas editados por importantes Academias e seus editores. Publiquei artigos, crônicas e editoriais nos diversos jornais que circulavam ou circulam no Maranhão, sendo impressos ou virtuais: Folha do Maranhão, Tribuna do Nordeste, Jornal Pequeno, Jornal Extra, Jornal O Imparcial, Jornal O Estado do Maranhão, Gazeta do Povo, e outros. Tenho um círculo de amizade, com inúmeros intelectuais e importantes Academias: Academia Poética Brasileira (Goreth Pereira, Joana Bittencourt, Joema Carvalho, Elisa Lago, Clevane Pessoa, Marcio Gleide Poeta, Joao Ewerton, Monica Puccinelli, Marcia, Luiza Cantanhêde, José de Ribamar Cordeiro, Domingos, Elias, Francisco Tribuzi, Jorge Junior, Rogéryo du Maranhão, Maria, Prof Paulo Rodrigues, Solange Leminski, Psicanal, Osmarosman, Maura Luza Frazão, Joizacawpy, Uimar Gama Junior Rocha, Anely Guimarãs Kalil, Eloy Melonio, carmen, N Lusa Martins, Kleber Lago, Daniel Mauricio, Raimunda Frazão, Edomir Oliveira, Alcina, Linda Barros, José Neres, José Raimundo Rodrigues, Mhário Lincoln, Leopoldo Vaz, Susana, Baia ,Lucia, Rogério Rocha, Augusto Pellegrini, Dirosa, Chiquinho França, Sharlene Serra, Keila Marta, Pedro Sampaio, Luciah Lopez, Silvana Mello, ElvBur, Wescley Brito), Academia Brasileira de Estudos do Sertão Nordestino (Adriano Carvalho, Dênis, Leonardo Gominho, Emmanuel, André Nunes, Ângelo Osmiro, Benedito Vasconcelos, Claudrmiro Avelino, Frederico Pernambucano de Melo, Gilmar Teixeira, Idemberg Sena, Ivanildo, José Anderson, Junior Almeida, Luiz Ferraz Filho, Yony Sampaio, Antônio Porfirio, Célia, Cristina Couto, Diana, Expedito, Gustavo, Cicinato, Gutemberg, Helena, Hildo, Ivan, João Paulo, Leandro, Luma Hollanda, Manoel Suassuna, Nivaldo Carvalho, Ricardo Beliel, Sousa Neto, Valdir Nogueira), Academia Maranhense Maçônica de Letras (Fernando César, Lourival, Wellington Santana, Adelson, Samuel, Batalha, José Maria Nascimento, Mauro Leray, Paulo Helder, Regis Furtado, Rogério Rocha, Sebastião Bonfim, Álvaro Sousa, Antônio, Franck Matos, Geraldo, Gerson, José Roberto, Lúcio, Mauro Rego, Nicolau, Raimundo Marques, Toninho Bacute, Vaner Marinho), Academia de Letras e Artes Maçônicas (Antonio, Fernando, Giniomar, Ramssés Silva, Rogério Rocha, Anfrizio Meneses, Antônio, Paull Carvalho, João, Maurício, Mendes
Galvão, Serra ), Academia Nacional dos Maçons Imortais (Expedito Ferreira Rillo, Izautonio da Silva Machado Junior, Felipe Formiga de Holanda Santos, Arisvaldo Santana da Rocha, Miguel Galhani, Adroaldo Dartora, Adilson Zotovici, Aildo Virginio Carolino, Bruno Bezerra de Macedo, Aderaldo Pereira, Antônio do Carmo Ferreira, José Valdeci Sousa Martins, Gildeci de Oliveira Leite, Adari Francisco Ecker, Elder de Lucena Madruga, Alfredo Di Giaimo Neto, Eliseu Kadesh, Abel Toletino de Oliveira Junior, Cadmo Soares Gomes, João Darcy Ruggery, Luiz Rodrigues Larso Karetens, Elio Figueiredo, Rogério Rocha, Roberto Scalercio Pires, Jarice Braga Ramos, Ruy Alberto Corrêa Altafim, Raimundo Augusto Conrado, Cláudio Nogueira, Régio José Oliveira Lima, Raimundo Carlos Alves Pereira, Arlindo Batista Chapetta, José Mariano Lopes Fonseca, Hélio Pereira Leite, Marcelo Chaim Chohfi, Jair Calixto Teixeira, Cleber Tomás Vianna, Marcos Fernandes Sobrinho, Guilherme Castro Cabral, José Robson Gouveia Freire, Luiz Abner de Holanda Bezerra, Newton Figueiredo Pinto, Souheil Sleman, Carlos de Lellis de Alencar Luna, Kleber de Toledo Siqueira, Alexandre Lopes Fortes, Newton Agrella, Antonio Guimarães de Oliveira, Zelito Magalhães, Mucio Bonifácio Guimarães, Marcilio Lima. Confrades Correspondentes da ANMI, como segue: Diego Pereira Franzen
Francisco Feitosa da Fonseca
Jonas de Medeiros
Cícero Caldas Neto
Pedro Jorge de Alcantara Albani
Ruy Alberto Pisani Altafim
Sérgio Akira Uyemura
Paulo Estevão Cruvinel
Alysson Frantz
Francisco Manuel da Costa Domingues
Gerson Occhi
Marcelo Feliz Artilheiro). Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Associação Maranhense dos Escritores Independentes, Instituto Maranhense de Genealogia e Heráldica. Membro correspondente da Academia de Ciências de Lisboa e outras instituições literárias do Brasil e outras plagas.
Alguns críticos ou mesmo leitores perguntam se ainda temos escritores, poetas/intelectuais com produções significativas, responde-lhes que sim. Vejamos: Herbert de Jesus Santos, José Alexandre Júnior, Ewerton Neto, Laura Amélia, Ivan Sarney, Luis Augusto Cassas, Joselito Veiga, Edmilson Sanches, Francisco Baia (Aiab), Kleber Lago, Luísa Cantanhede, Paulo Melo e Sousa, Linda Barros, Danilo, Sharlene Serra, Eloy Melonio, Chico Tribuzi, Salgado Maranhão, GIlmar, Ana Luisa Almeida* Ferro, Sônia Almeida, Raimundo Campos Filho, Antonio Noberto, Iramir Alves Araujo, Irandi Marques Leite, Déa Alhadeff, Euges Lima, Alex Brasil Poeta, Charles Simões, Osmar Gomes Dos Santos, Luiz Tadeu, Hilmar Ortegal, Ubiratan Sousa, João Pedro Borges, Turibio Santos, professor Trovão, Aymoré Alvim, José Márcio Leite, Jadiel, Ana Livia B. Vieira, Manoel Rubim da Silva, Manoel Barros, Paulo Meneses Pereira, Sanatiel Pereira, Elizabeth Abrantes, Alan Kardec Pacheco, Jáder Cavalcante, Helidarcy, Jucey Santana, Iuri, Natalino Salgado, Célio Sardinha, Chico Maranhão, Euclides Moreira Neto, Zema Ribeiro, Agenor Santos, Chico Viana, Marco Antonio Netto Teixeira, Marco Antônio Vieira da Silva, Lúcia Santos, Sérgio Habibe, Iran De Jesus Rodrigues dos Passos Passos, José Augusto, Battista Soarez, Lindivania Martins, Eugênia Neves, Josias Sobrinho, Socorro Teixeira, Pergentino Holanda, Gerude, Fernando Abreu, professor Fernando Novaes, Manoel dos Santos Neto, Bento Moreira Lima, SIlvana Pantoja, Cristina Murilo, Antonio Melo, Eliezer, Sérgio Sergio Victor Tamer, Cordeiro Filho, Márcia Manir, Cristiano Sardinha, Alexandre Lago, Joaquim Haickel, Joãozinho Ribeiro, Pedro Henrique Fonseca, Raimundo Balby Silva Silva, Adonay Moreira, professor João Melo Sousa Bentivi, professora Zefinha Bentivi, Roger Dageerre, Florisvaldo Sousa, Ricardo Miranda Filho, José Eulálio Figueiredo, Joaquim Itapary, Josias Sobrinho, Inaldo Lisboa, Lourival Serejo, Ney Bello, Firmino Freitas (in Memoriam), Couto, Aurora da Graça, Hélcio Silva, Bruno Tomé Fonseca, Regis Furtado, Nicolau Fahd, Dilercy Aragão Adler, Júlia Emília, Albert Mont Blanc, Wanda Cunha, Carlos Furtado, Hagamenon de Jesus, Sebastião Ribeiro, Cristiane Lago, Raimunda Frazão, Goreth Pereira, Rafaela Rocha, Sabryna Mendes, Roberto Franklin, Uilmar Junior, Carvalho Junior, Rogério Rocha, Arlete Nogueira da Cruz, Bioque Mesito, Antonio Aílton, Cléo Cleo Rolim, Daniel Blume, José Neres, Sônia
Almeida, Anely Guimarães, Luiz Jorge Ferreira, Rossini Corrêa, Arthur Prazeres, Zé Lopes, José Viegas, Aureo Mendonça, Fernando Reis, Jose Ribamar Alves Durans, Pedro Henrique Fonseca, Sergio Victor Tamer, Carlos Nina, Carlos Alberto Lima Coelho, Carlos Furtado, Chico Viana, Álvaro Urubatan Melo, Emanoel Viana, João Batista do Lago, Edomir Oliveira, Wescley Brito, José Martins, Ed Wilson, Paulinho Nó Cego, Marcos Boa Fé, Nerlir, Pedro Neto, Kalynna Dacol, Adonay Ramos, Barrozo Braga, Evandro Júnior, Neurivan Sousa, Wybson Carvalho, Ivone Silva Oliveira, Nonato Reis, José Carlos Sanches, Mário Luna, Ceres Fernandes, Wilson Martins, Wilson Cerveira, Antonio de Pádua Silva Sousa, Nicolau, Wellington Santana, João Francisco Batalha, Raimundo Marques, Diogo Gualhardo, Sebastião Moreira Duarte, José Loredo, Ramssés De Souza Silva, Ferreira da Silva, Leopoldo Vaz, Paulo Helder, Jacques Medeiros, Edison Vidigal, Libânio da Costa Lobo, Gentil Meneses, Luis Carlos Santos Sales, Maria Gema de Carvalho, Adailton Medeiros, Déo Silva, Cid Teixeira de Abreu, José de Ribamar Cardoso, Antônio Augusto Ribeiro (in memoriam), Anecy Calland Serra, Maria das Graças Costa e Costa, José de Ribamar Corrêa, Glória Corrêa, Antônio Pedro Carneiro, Raimundo Borges, Arthur Almada Lima Filho, Lourença, João Machado, José Ribamar R. Brandão, Joseane Maia, Iris Nendes, Frederico Ribeiro Brandão, Raimundo Nonato Medeiros, José Ribeiro Brandão, Naldson Carvalho, Inês Maciel, Elany Moraes, Renato Meneses, Jotônio Viana, Morano Portela, Jorge Bastianni, Silvana Meneses, Quincas Villaneto, Isaac Sousa, Ezíquio Barros Neto, Raimundo Palhano, Ruy Palhano, Alzenira Pinho, Raquel Pinho, professor José Kleber Neves Sobrinho (in memoriam), Ubiratan Sousa, professor Ramiro Azevedo, professor Manoel Carlos, Deusimar Serra, Ana Rosária, Alberto Pessoa, Carvalho Jr, Moisés Abílio (in memoriam), José Raimundo Gonçalves (in memoriam), Félix Alberto, José Carlos Aroucha, Celso Borges (in memoriam), Nathan Sousa, Adriana Araújo, Paulo Rodrigues, Kissyan Castro, Rogério Du Maranhão, Marcia, Neves, Carlos Furtado, Eduardo Sereno, Ana Luísa, Coronel Lopes, Igor Marcelo, Eliane Moraes, Érico Cantanhede, Fátima Reis, Graça Costa, Itamar, Josimael, Karla Soares, May Guimarães, Moisés Nobre, Morais, Pádua, Raimundo Barbosa, Raimundo Barbosa, Samuel Sá, Socorro Veras, Tiago, Zé Carlos, Francisco, Luiz Tadeu, Carlos Augusto, Flávio Braga, Francisco Padilha, Maria Vitória Bouças, Osmar Gomes, Wilson Chagas, Augusto Pellegrini, Antônio Melo, José Ribamar Alves Durans, Bruno Azevedo, Lourival, Diego Amorim, Manuel da Cruz Evangelista, e outros.
Acredito que é relevante tudo que escrevi nesse texto que trata desse importante dia, o dia da literatura brasileira. Saúdo a todos que, como eu, têm para com os livros, apreço, satisfação em produzi-los e lê-los. Folhear um livro e dele apreender algo, abstrair e sentir cheiro de letras é imensuravelmente prazeroso. Salve o dia nacional da literatura!!!
DIA MUNDIAL DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA CULTURA LUSÓFONA
LÍNGUA PORTUGUESA
A língua portuguesa - nossa língua pátria, é uma herança preciosa que nos conecta a nossa raiz lusitana e latina. Desde a tenra idade, o contato com livros e a curiosidade sobre a fabricação e/ou confecção e/ou criação deles, despertaram em mim um amor profundo pela língua portuguesa.
Ao longo dos tempos, grandes escritores portugueses e brasileiros dominaram a língua portuguesa, criando obras-primas que continuam a inspirar e influenciar a literatura contemporânea.
Luiz Vaz de Camões, autor de "Os Lusíadas", é um exemplo notável de domínio da língua portuguesa. Fernando Pessoa, o poeta dos heterônimos, também é um exemplo de como a língua portuguesa pode ser usada para criar metáforas e imagens poderosas.
No Brasil, a mistura de línguas indígenas, notadamente, o tupi, além de dialetos africanos com a língua portuguesa, deram origem a uma rica e diversificada literatura.
Antônio Gonçalves Dias, o caxiense, é um exemplo notável de poeta, que dominou a língua portuguesa e a língua tupi, criando obras que continuam a ser estudadas e admiradas até o presente. Não podemos esquecer, também do eloquente baiano, Castro Alves, com palavras de matrizes africanas, dentre outros.
A criação de um livro é um processo complexo que envolve a sensibilidade, o conhecimento linguístico, a escrita, a revisão, a edição e a publicação, além, é claro, da confecção na editora.
A língua portuguesa é fundamental nesse processo, pois é a ferramenta que permite ao escritor expressar suas ideias e emoções de forma clara e precisa.
Hoje em dia, com a tecnologia e a globalização, a língua portuguesa continua a ser uma ferramenta importante para a comunicação e a expressão. No entanto, também é importante lembrar que é uma herança cultural que deve ser preservada e respeitada.
O grande escritor brasileiro, Machado de Assis, diz: "... a língua é a alma da nação". Corroboro, com o ilustríssimo Machado, e digo: " ... assino embaixo." É importante, portanto, que continuemos a valorizar e exercitar de forma correta e acima de tudo preservar a língua portuguesa, pois se trata de uma parte fundamental da nossa identidade cultural/histórica.
SAGRADOS & PROFANOS
Gente, há quantas religiões? E a Bíblia Cristã, gerou quantos eventos de paz e de guerra? E se não bastasse, quantas denominações estão aí com suas "verdades" e pastores, sacerdotes "podres" de ricos?
Creio na integridade de Deus, isso não é - nem de longe - a verdade Dele. Pastores, sacerdotes e outras autoridades eclesiásticas... Como pode uma coisa dessa ser de Deus? Meu pensamento, no momento, me direciona a esses absurdos aceitos como verdades e normalidades.
Finalmente, chegaram as chuvas torrenciais. As velhinhas, coitadas, com suas sombrinhas chinesas - de péssima qualidade - vão para suas respectivas casas. Não é nem preciso dizer que chegam molhadas e espirrando "catarro" para todos os lados.
O pastor, o sacerdote, há muito tempo já chegou em casa em seu carro de luxo... Quando, naturalmente ou não, morre um irmão da igreja, o caixão, sim, o ataúde é dos mais simples e humildes. Até parece que é de papelão.
Já aconteceu de o fundo de um desses não aguentasse o defunto e esse caiu, todo duro no chão. No entanto, o caixão, a urna fúnebre do pastor ou sacerdote de "Deus" é de luxo, é de madeira de lei. Tem até uma vidraça para que se olhe a cara do morto.
O cemitério? O melhor da cidade, o contrário do pobre crente, que vai lá para a periferia da cidade disputar uma vaga com quem chegou não faz muito tempo...
"Contínua" a história do ser humano e a fé. Eu, escrevendo estilhaços de verdades e de ilações. O pastor com seu impecável paletó de sempre e os "crentes" - velhos e novos -, com suas limitações, esperando o dia do Juízo Final.
Que Deus tenha misericórdia de todos nós.
(ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA
TRAPOS & RELÍQUIAS
Como sou apaixonado por objetos, fotos, principalmente antigas. Sinto, por exemplo, uma profunda saudade das ausentes bancas de revistas, onde trocava-se figuras repetidas, afim de completar os nossos álbuns de "figuras".
Comprarrevistasdefaroesteedeheróisinfalíveis, principalmente,eraumaverdadeiraaventura.Eraprazeroso - fazia parte de uma época. Meu Deus, esse tempo passou, não existe mais, senão nas minhas reminiscências. Hoje, constato que "evoluímos" para a cibernética, onde computadores e celulares de última geração se apresentam no lugar de tudo de bom que era do antigamente...
Opeão, abaladeiraeobom carrinho delata,etc.,ficaram paratrás. Cederam lugarparaoutrosentretenimentos que tenho como obrigação, duramente me acostumar.
Oserhumanoestáusandosuainteligêncianumatentativademelhorar,masaslembrançasdeixadasmachucam em forma de uma ruptura brusca, criadora de uma cratera, chamada, saudade.
Uns dizem: tudo tem sua hora, desde gente até os objetos tecnológicos. Isso é verdade. Meu mundo passou e esse no qual estou agora inserido, parece não me caber.
Sinto saudade de uma época, em que as pessoas tinham mais tempo umas para as outras. Tudo, atualmente ficou apressado e de forma paradoxal, mais distante, gerando pessoas (seres) sozinhos...
É fato que agora não somos "vigiados ou protegidos" por nossos pais, e sim por consciência maquinal, cheia de engrenagens, introduzidas sutilmente em nossas vidas...
O que será de um homem como eu, cheio de saudade e vivendo num mundo alheio? Sinceramente, não sei. Essa pergunta devo fazer a mim mesmo. Então eu faço: Eu, qual tua posição?
(ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA.
PEDAGOGO & CONHECIMENTO
Celebrado anualmente, o Dia do Pedagogo lembra a função essencial que esses profissionais desempenham na formação de crianças e adolescentes.
O Dia do Pedagogo surge como uma oportunidade para agradecer e reconhecer o trabalho árduo e dedicado desses profissionais. Eles são responsáveis por ensinar, planejar, executar e coordenar tarefas fundamentais para o desenvolvimento educacional.
A função do pedagogo vai além da simples transmissão de conhecimentos. Eles são mentores, orientadores e guias que ajudam a moldar as mentes e os corações das novas gerações. Por isso, é fundamental que sejam reconhecidos e valorizados por sua dedicação e compromisso com a educação.
Portanto, no Dia do Pedagogo, é importante que a sociedade como um todo se una para homenagear esses profissionais incansáveis.
(ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA
DIA DA LÍNGUA NACIONAL E DIA DO PROFISSIONAL DE LETRAS
A língua portuguesa - nossa língua pátria, é uma herança preciosa que nos conecta a nossa raiz lusitana e latina.Desdea tenraidade,o contato com livros e acuriosidadesobre a fabricação e/ou confecção e/ou criação deles, despertaram em mim um amor profundo pela língua portuguesa.
Ao longo dos tempos, grandes escritores portugueses e brasileiros dominaram a língua portuguesa, criando obras-primas que continuam a inspirar e influenciar a literatura contemporânea.
Luiz Vaz de Camões, autor de "Os Lusíadas", é um exemplo notável de domínio da língua portuguesa.
Outro fenomenal, o incomparável, Padre Antônio Vieira conseguiu transmitir mensagens profundas e complexas de forma clara e acessível, utilizando a língua portuguesa de maneira magistral. Seus sermões são um testemunho da capacidade da língua portuguesa de expressar ideias e emoções de forma rica e variada.
Outra asumidade, trata-se do maranhense Manuel Odorico Mendes, nome que se destaca na história da literatura e da língua portuguesa. Seu domínio da língua foi tão profundo que ele conseguiu realizar uma das tarefas mais desafiadoras da tradução literária: traduzir a Ilíada e a Odisseia, de Homero, do grego para a língua portuguesa.
Fernando Pessoa, o poeta dos heterônimos, também é um exemplo de como a língua portuguesa pode ser usada para criar metáforas e imagens poderosas.
No Brasil, a mistura de línguas indígenas, notadamente, a tupi, além de dialetos africanos com a língua portuguesa, deram origem a uma rica e diversificada literatura.
Antônio Gonçalves Dias, o caxiense, é um exemplo notável de poeta, que dominou a língua portuguesa e a língua tupi, criando obras que continuam a ser estudadas e admiradas até o presente. Não podemos esquecer, também do eloquente baiano, Castro Alves, com palavras de matrizes africanas, dentre outros.
A criação de um livro é um processo complexo que envolve a sensibilidade, o conhecimento linguístico, a escrita, a revisão, a edição e a publicação, além, é claro, da confecção na editora.
A língua portuguesa é fundamental nesse processo, pois é a ferramenta que permite ao escritor expressar suas ideias e emoções de forma clara e precisa.
Hoje em dia, com a tecnologia e a globalização, a língua portuguesa continua a ser uma ferramenta importante para a comunicação e a expressão. No entanto, também é importante lembrar que é uma herança cultural que deve ser preservada e respeitada.
O grande escritor brasileiro, Machado de Assis, diz: "... a língua é a alma da nação". Corroboro, com o ilustríssimo Machado, e digo: " ... assino embaixo."
É importante, portanto, que continuemos a valorizar e exercitar de forma correta e acima de tudo preservar a língua portuguesa, pois se trata de uma parte fundamental da nossa identidade cultural /histórica.
(ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA.
MILAGRE & DEUS
Há um punhal encravado no meu cérebro e um especialista disse-me que é incapaz de retirá-lo!
Está localizado num lugar de delicado acesso que Tu, Deus, criaste. Por favor, remova-o. Qual é o entrave? Enquanto isso, sinto muita dor... Deus, onde estão teus bisturis? Esquecidos em uma estufa ou autoclave?
Vivo perigosamente, como uma louça num peitoril. Um cotovelo qualquer, sobretudo incauto poderá findarme...
Senhor, estás esperando o quê? Que eu morra e ressuscite, como fizeste com Lázaro?
DIA DO DATILÓGRAFO (DATILOGRAFAR & ESCREVER)
Contemplo a minha velha máquina de escrever... Para muitos, esse artefato é totalmente desconhecido.
Nesse meu observar constato como o tempo passa e muda as tecnologias e como o ser humano é criativo...
Me orgulho muito em ter sido "diplomado" no renomado curso da professora Elza. Lembro que consegui por habilidade a nota máxima: dez!
Compreendo que devemos acompanhar os avanços tecnológicos, mas nunca devemos esquecer de onde viemos.
Várias marcas, lembro: Olivetti, Remington, Underwood, Royal, Smith - Corona, IBM, Nakajima, Olympia, Hermes, Facit, Westehouse, dentre outras.
No que diz respeito à escrita, eram novidades. Eram as últimas modernidades em tecnologias gráficas do momento.
Muitas vezes olhei nas escolas de datilografia, moças e rapazes perfilados, treinando nessas máquinas, colocando o papel e dedilhando. O barulho estridente dos tipos era inevitável.
A professora ou professor nos ensinavam como colocar os dedos nas teclas com seus tipos metalizados, e também o papel a ser escrito. Começava-se com as seguintes letras escritas nas teclas: A, S, D, F, C, L, K, J. Essas máquinas, hoje obsoletas, sustentaram o mundo nos escritórios, cartórios, repartições, casas bancárias. Eram fundamentais para essas entidades.
Lembro que tinha-se que passar pela temida prova final do curso para, enfim, concorrer a concursos, sobretudo das repartições bancárias.
Hoje são peças de museus, mas a minha ainda hoje faço uso. É uma companheira de longas datas...
Meu computador, última geração, as vezes fica ali à margem... É que minha amiga também precisa de companhia!
Me surpreendi com um certo aluno, com um celular de última geração, perguntando que máquina era aquela em cima de minha mesa. Respondi àquele rapaz que o era, e que correspondia, o que ora segurava nas mãos.
Acrescentei que foi muito importante antes de surgir o computador e o celular, não sofrendo tantas modificações, tais quais as tecnologias atuais.
Concluindo: essas máquinas foram as "sementes" do progresso e alimentaram muitos troncos e raízes de inúmeras nações. Foram, por época, as pioneiras de um amanhã, que é hoje...
POETA & VELHO
Eu vivi uma vida de verdades e sonhos... com altos e baixos, como um rio que corre e geme... Fiz coisas boas e outras não tão certas... mas sempre busquei a verdade, mesmo que fosse amarga... Na noite, eu tomava absinto, um veneno que me consumia, e ouvia fados e valsas, que me faziam sonhar e delirar... Havia uma verdade que eu não podia e não tenho, ainda como explicar... e trata-se da morte, que eu enfrentava rindo, sem medo ou temor... Não me sinto um velho solitário, mas sim um poeta vivido, com história, com fibra, com cicatrizes que contam minha vida... Quisera eu ter ouvido mais histórias, mais verdades e mais sonhos... mas o tempo foi passando, e eu fui ficando mais velho e graças a deus, mais sábio...
Esse agora velho poeta, viveu bastante, num tempo e lugares difíceis... Não me arrependo de nada, porque vivi com intensidade e paixão... Agora, eu posso dizer que vivi, que amei, que sofri e que sonhei, e que deixei um legado de palavras, que continuarão após minha morte... (ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA.
DIA DA LIBERDADE DE IMPRENSA
A liberdade da imprensa é um direito fundamental em qualquer sociedade democrática. Ela permite que os cidadãos tenham acesso a informações precisas e imparciais, o que é essencial para a tomada de decisões informadas e para a participação ativa na vida política.
Sonhos de muitos que buscam conteúdos de interesse público, coletar matérias, checar informações, investigações, analisar os fatos, entrevistar fontes e transformar todo conteúdo em notícias afim de informar o cidadão de forma clara, objetiva e verdadeira.
Sempre tivemos brilhantes repórteres/jornalistas com suas reportagens ou "coberturas" (o caso do crime da Baronesa, Melo & Arteiro,CrimedaUllen Company,Assassinato doDelegadoStênioMendonça,Caso Décio Sá). Não esquecermos da "Guarda Morta", uma equipe de repórteres (Joaquim Serra, César Augusto Marques,
Antonio Lôbo, Alfredo de Assis, outros), que ficavam na porta do Palácio dos Leões, Prefeitura e Tribunal de Justiça, no aguardo da saída do então "Presidente da Província", Intendente, Presidente (esses eram os termos da época), ou os informativos criados por auxiliares. Esse termo durou até o final da República Velha.
Já recentemente, discorro sobre vários, citarei o que minha memória permitiu: Vânia Rodrigues: reportagem investigativa, "cobrindo"acontecimentos emblemáticos, como ocaso das "Crianças Emasculadas" quechocou a sociedade ludovicense e maranhense
Vânia Moreira Rodrigues, em qualquer outro país ganharia um prêmio mundial.
Imprensa livre atuarem em todas vertentes: crime da Baronesa, Melo & Arteiro, Crime da Ullen Company), dentre outros.
Tivemos um caso clássico, no qual tombou o próprio jornalista, Othelino Novas: foi assassinado, na esquina da rua de Nazaré.
A famosa greve de 1951, "defendida e atacada" por muitos, sob liderança do jornalista Neiva Moreira, denominado de "Caramuru".
Erasmo Dias: fanho, dono de um raciocínio rápido como um relâmpago. Buscava suas "notícias" ou "furos" no bar do Hotel Central.
Ruy Dourado (crônicas e notícias "rasantes", principalmente do mundo criminal.
Eloy Cutrim: repórter dinâmico, cria a expressão "Pé de Pano" a partir de uma matéria que ele fez em que o namorado da esposa de um cidadão, à noite, quando ia ao encontro, enrolava os pés em toalhas para chegar ao quarto sem fazer zoada. Trabalhou em vários jornais maranhense.
Aldir Ferreira Dantas: outro fenomenal, possui o faro e cheiro de tintas das inúmeras redações. Repórter político e investigativo, sempre buscando notícias e fatos novos.
Carlos Alberto Lima Coelho: um poeta repórter, trabalhou nos grandes meios de comunicação do Estado. Dinâmico e com uma linguagem fácil. Primeiro repórter de mídia (televisão), do Maranhão, que veiculou reportagem nacionalmente (Rede Globo). Autor de inúmeros livros.
Coelho Neto: repórter, e chefe de redação, costumava falar "toda história tem duas versões, porém nem todas são "visíveis" ou expostas". Foi um brilhante repórter.
José Linhares: proprietário de jornal e repórter ao mesmo tempo, tinha contatos com grande maioria dos prefeitos do interior maranhense, sendo um divulgador de obras existentes ou ainda no papel.
Os colunistas sociais como: Flor de Liz, Gerd e Tereza Fligger, Pergentino Hollanda (PH), Benito Neiva, Riba Um, com suas revistas, colunas, cadernos mostrando furos, festas, bailes carnavalescos
José Raimundo Rodrigues: Repórter/Jornalista que modifica os "modos e condutas", para o entrevistado e entrevistador (abraço da moda). Atuante, ainda na ativa, com um programa na Rádio Timbira do Maranhão.
Décio Sá: assassinato covardemente em um restaurante na praia Ponta da Areia. Seus assassinos até presente data, nunca foram punidos.
Mhário Lincoln: dinâmico, poeta, escritor, articulista, filho de jornalistas, trabalhando em vários veículos da imprensa brasileira.
Hélcio Silva: professor, militou na imprensa maranhense, cronista político, visionário e poeta.
Orquídea Santos: herdando o talento da mãe (Flor de Liz), muito competente em suas funções.
Os colunistas nos jornais impressos, com redações impecáveis: Joaquim Haickel (suas análises precisas), o "e
Estado Maior" do jornal O Estado do Maranhão, coluna do doutor Peta, no jornal Pequeno, página primeira, Iranildo Azevedo , no Tribuna do Nordeste, Jornal O Imparcial, e as palavras de Raimundo Borges, dentre outros. Os editoriais e setoristas, que nunca assinavam, porém diziam tudo!
Os chefes de redações, editores, como: José Gomes (Gojoba), conhecimento e domínio total de fatos políticos ou não. Uma lenda da imprensa livre.
Constato que uma redação deve ser sempre lembrada e nomes nunca devem serem esquecidos - antigos e novos, como: Adelino Fontoura, Aline Midlej, Amaral Raposo, Antônio da Costa Gomes, Artur Azevedo, Assis Garrido, Astolfo Marques, Gomes de Castro, Bello Parga, Aldo Calvert, Cândido Mendes de Almeida, Carlos Cunha, Celso Borges, Coelho Neto, Dunshee de Abrantes, Elizeane Gama, Fernando Mendes de Almeida, Ferreira Gullar, Jorge Nascimento (excelente repórter), Francisco Teixeira, Franklin de Oliveira, Haroldo Saboia, Helena Heluy, Janiel Kempes, João Afonso, João de Deus Rego, João Francisco Lisboa,João Freire Medeiros, João Mendes de Almeida, Joaquim Serra, José Augusto Corrêa, Josué Montello, Lago Burneth, Leonor Filho, José Louzeiro, Luiz Pedro, Luso Torres, Maranhão Sobrinho, Márcio Jerry, Ademar Danilo (ícone da imprensa maranhense), Milson Coutinho, Nascimento Moraes, Odilo Costa Filho, Odorico Mendes, Othelino Neto, Pedro Leão Veloso, Raimundo Jinklings,Telma Borges, Teófilo Dias, Thaynara OG, Viriato Correia, Wolney Milhomem e outros.
Nos momentos crepusculares, finalmentes das redações (cheiro de tintas, o teclar das máquinas e o computador), surgem outros nomes:
José Ribamar Pinto, José de Ribamar Guimarães e Sousa (Souzinha), Chico Viana. Emanoel Viana, Ademário Cavalcante, José Ribamar Sousa, Domar Lima,Tony Duarte
Batista Braga, Tony Castro, Josué Furtado, Edvaldo Oliveira, Adriana Galvão, Gilberto Lima, Gonçalo Amador (Jornal de Itapecuru), Pedro Merengue (Bacabal), Raimundo Borges, Djard Ramos Martins, Antônio Carlos (Pipoca), Herbeth de Jesus, Manuel Santos Neto, Raimundo Garrone, Oliveira Ramos, Ismael Silva, Pedro Feire, José Reinaldo Martins, Sandro Moraes, Jersan Araújo, Adria Rodrigues, Silvia Moscoso, Graça Mendonça, José Santos, Nonato Reis (escritor do momento), ValquíriaSantana, Ieda Falcão, Herbeth Fontenelle,Juracy Vieira(pai e filho),Marcelo Rodrigues, Raimundo Coutinho, Bernardo Coelho de Almeida (autor de O Bequimão), José Arnold Filho, Djalma Rodrigues, Jânio Arlei, Rogério Silva, Sidney Pereira, José Henrique Pereira Santos, Andreia Viana, Albino Soeiro, Helena Castro,FernandaSaboia,NailmadaGama,Solimar,RobsonJúnior,MauroBezerra,RobertoFernandes,Rayol Filho, Battista Soarez, Fernando Júnior, Silvan Alves, Henrique Pereira, Werton Araújo, Anielle Pimentel, Célia Fontenelle, José Reinaldo Martins, Ed Wilson, Geovani Spinute, Elbio Carvalho, Joel Jacinto, Battista Soarez, Márcia, Maria Spindola, Dalva Rego, Eli Coelho, Tirciane Chuvas, Mieko Wada, dentre outros.
Comoadventodonovo,surgeorepórterdeBlogs, comnotíciasrápidasequaseinstantânea,nominareialguns: Jorge Aragão, Marrapá, Marcos D'eça, Minard, John Cutrim, José Linhares Jr., Luis Carlos, Diego Emir, Domingos Costa, Daniel Matos, Leonardo Alves (Codó), Luis Carlos, Neto Ferreira, dentre outros.
O certo mesmo, é que com mudanças na "imprensa" livre ou não (jornais impressos e televisivos), há mudanças brusca e "transformadora" nos diversos meios de comunicação, e surge o advento da inteligência artificial, onde esse profissional estará assim, como em outras profissões, sujeitos a desaparecerem, porém ainda lhes dou parabéns.
Abaixo fotos de inúmeros profissionais (repórteres de jornais, rádio, televisão, cronistas, articulistas, blogueiros), que ao longo de suas vidas desempenharam ou desempenham essa profissão.
Saúdo todos que ainda sonham com liberdade!
(ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA
1817-2025: 208 ANOS
SPIX E MARTIUS PELO BRASIL E EM CAXIAS
IMAGENS - Martius e Spix, o percurso da expedição (Caxias no círculo) e o volume 2 da “Viagem pelo Brasil”, onde relatam sua chegada a Caxias, permanência na cidade e observações, em 1819, acerca da economia, dos índios e do cotidiano de “uma das mais florescentes vilas do interior do Brasil”. (O mapa é do livro “A Grande Aventura de Spix e Martius”, nº 5 da Coleção Documentos (Brasília: MEC/INL, 1972). Palmeiras em “fazenda na margem do Rio Itapicuru, no Maranhão”, segundo Spix e Martius.
Em dezembro de 1817, dois cientistas alemães iniciaram a partir do Rio de Janeiro uma viagem pelo Brasil (aliás, “Viagem pelo Brasil 1817-1820” é o nome da obra onde detalharam essa verdadeira odisseia, publicada originalmente em três volumes, de 1823 a 1831).
Carl Friedrich Philipp von Martius e Johann Baptiste von Spix já haviam sido designados, por ordem real, a realizar pesquisas na América do Sul. Era 1815 e questões políticas e econômicas impediram a viagem da dupla de cientistas. No começo de 1817 nova ordem real os leva a integrarem-se à comitiva da arquiduquesa da Áustria, Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena, que vinha para o Brasil, pois contratara casamento com Dom Pedro de Alcântara, futuro imperador Dom Pedro 1º.
Em 15 de julho os dois desembarcaram no Brasil, na baía da Guanabara. Martius era botânico e também médico e antropólogo, tendo se tornado um dos mais importantes pesquisadores alemães que estudaram o Brasil. Spix era zoólogo. A dupla embrenhou-se Brasil adentro. De 1817 a 1820 percorreram mais de 10 mil quilômetros (4.000 de norte a sul e 6.500 de leste a oeste) em território dos atuais estados Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Pará e Amazonas.
É imensa a contribuição de Spix e Martius aos estudos naturais e culturais do Brasil. Eles coletaram dezenas de milhares de amostras de plantas, animais, minerais, além de artefatos e anotações e desenhos, registros sobreeconomiaeetniasetambémsobreocotidianodoslugaresquevisitaram.Comletras,númeroseimagens, além dos espécimens utilizados em estudos, os dois alemães fizeram uma radiografia da riqueza e diversidade natural e cultural do Brasil pré-Independência.
Os três volumes de “Viagem pelo Brasil” são divididos em nove livros que totalizam 36 capítulos. É no segundo volume, livro sétimo, que se encontra o capítulo 3 intitulado “Viagem de Oeiras, passando pela Vila de Caxias, a São Luís, capital do Maranhão”. A descrição do capítulo pontua: “Índios de São Gonçalo do Amarante. Adoece o grupo de viajantes. A Vila de Caxias. Cultivo e comércio de algodão. Índios das tribos dos apaonejicrãs e macamecrãs. Descrição das demais tribos existentes na província do Maranhão. Viagem pelo Rio Itapicuru, até a costa do mar, e passagem à Ilha do Maranhão, até à capital da província.”
O relato da chegada de Spix e Martius a Caxias e a descrição da cidade, com extensas anotações sobre plantio, produção e comércio de algodão e sobre índios, ocupam mais de nove páginas, cada uma destas com 48 linhas de 80 caracteres cada. Destaque-se que no capítulo 2 do segundo volume já se antecipa um registro que mostra a importância econômica de Caxias naqueles idos de 1819. Comentando sobre a inferioridade de Oeiras, então capital do Piauí, em relação a Parnaíba, escrevem os pesquisadores alemães:
“[...] Acontece que a própria Oeiras nem mesmo pode ser o empório para os produtos do interior da província; de fato, as outras vilas, Pernaguá, Jerumenha, Valença, Campo Maior, Marvão, mandam as suas mercadorias quer diretamente ao mar, para a Bahia, Parnaíba e Maranhão, quer para a VILA DE ALDEIAS ALTAS, que, situada no navegável Itapicuru, é o mais apropriado empório para o comércio do Maranhão. [...]” Como se sabe, essa “Vila de Aldeias Altas” é Caxias.
Cerca de 18 meses depois da saída da expedição do Rio de Janeiro, em dezembro de 1817, Spix e Martius pisaram em terras caxienses, provavelmente em 16 de maio de 1819. A caminhada por matas virgens e a desorientação em terrenos desconhecidos, além das doenças e a extrema debilitação física, atrasaram a chegada à zona urbana (vila) de Caxias. Talvez Martius, o primeiro a chegar à vila, só tenha chegado após o dia 20 ou na última semana de maio de 1819, já que dia 16 desse mês e em pelo menos nos dois dias seguintes, segundo seu relato, ficou muito doente, febril, a custo indo a cavalo de uma fazenda a outra (Buriti, São Pedro, Todos os santos...). Depois dele, foi a vez de Spix adoecer gravemente, com chuva torrencial sobre os dois. Repetindo: Martius adoecera primeiro e recebeu cuidados de Spix; depois, este adoeceu violentamente e Martius, sob tempestade, improvisou medicação para o amigo. Martius teve de deixar Spix doente no meio do caminho enquanto ele, também doente e fraco, ia a cavalo rumo a Caxias, onde pretendia socorrer-se e mandar recolher Spix.
Cotejando datas e relatos, pode-se afirmar como praticamente certo: Martius e Spix devem ter permanecido pelo menos uma e, no máximo, duas semanas na vila de Caxias.
Spix morreu em 14 de março de 1826, aos 45 anos; assim, os dois últimos volumes da “Viagem”, de 1828 e 1831, foram escritos por Martius, que, devidamente autorizado, utilizou as anotações de seu companheiro de expedição científica. Martius morreu em 13 de dezembro de 1868, com 74 anos.
A seguir, trechos do relato de Martius, cobrindo do momento em que ele, tentando chegar a Caxias, se perdeu na viagem e foi localizado até a viagem dos dois cientistas e amigos, que tomaram em Caxias uma barcaça que os levou a São Luís.
*
“[...] Estávamos distantes nove léguas da VILA DE CAXIAS; mas como não havia escravos para o transporte do doente grave, faltavam-nos meios para lá chegar. Não restava, entretanto, outro alvitre, senão seguir eu mesmo na frente, para buscar socorro. Com o coração pesado, prometi ao amigo [Spix] voltar logo; fiz-me içar a cavalo, duplamente enfraquecido pela canseira da véspera, e toquei apressadamente o animal no caminho solitário. Sob os raios do sol tropical, consumido pelo calor interno da febre, passei primeiro por extensos palmeirais, que agora estavam cheios de água, depois por diversas séries de outeiros matagosos, condenado, como Tântalo, a sofrer o tormento da sede, pois que, se me apeasse, receava não poder tornar a montar. Anoitecia, sem que eu tivesse alcançado o termo da viagem; e, quando subia uma íngreme colina, e os últimos raios do sol poente iluminavam uma região de mata, perdi o estreito trilho no meio do capim alto. Em breve, escureceu de todo; e achei-me só, doente e perdido no sertão. Na profunda apatia resultante do abalo dos últimos dias, procurava um lugar numa árvore baixa para apear-me, quando ouvi alguém assobiar, e ao meu chamado apareceu, agitando um archote, um negro que vinha de CAXIAS, pelo mato, àquela hora insólita, trazendo remédios. Esse guia, tão felizmente encontrado, pôs-me de novo na estrada, e, afinal, avistei
as luzes da vila [de Caxias]. Apeei-me à porta do juiz de fora, e pude ainda entregar ao digno Sr. Luís de Oliveira Figueiredo e Almeida as nossas cartas de recomendação; mas, nesse momento, pagou o corpo o tributo dos esforços dos últimos dias, e caí sem sentidos no chão. Voltando a mim, achei-me na cama, em um quarto bem mobiliado e diante de mim, a tratar-me, um homem que me falou em inglês. Era um médico português, formado em Edimburgo [capital da Escócia, no Reino Unido], e que, pouco antes, se havia estabelecido em CAXIAS. Graças a seus cuidados, não tardei a recuperar o bem-estar, e tive a felicidade, na manhã seguinte, de ver aqui o meu amigo doente [Spix], em estado sofrível, transportado pelos negros, que haviam sido mandados a buscá-lo.
“Se tivemos, no decorrer dessa narração de viagem, não raro oportunidade de descrever momentos recompensadores e deliciosos em cenas, como as que acabo de contar, poderá o leitor ver o lado de sombra do quadro. Entretanto, o viajante que passa por tais dissabores no cumprimento do dever, também deles forma não só belo fundo de cenário para as recordações na velhice, como também mais alta confiança n’Aquele, cujo imperscrutável plano logo dispõe o socorro ao lado do perigo. A nossa saúde dia a dia foi melhorando em CAXIAS, graças aos cuidados que nos dispensavam o médico e o novo juiz de fora, Sr. Francisco Gonçalo Martins; este, embora tivesse partido da Bahia, por mar, muito depois de nós, já o encontramos aqui, para assumir a função de juiz, que em todo o Brasil é em geral exercida durante três anos, num mesmo lugar, pela mesma pessoa.
“CAXIAS (Vila desde 1812), antigamente Arraial das Aldeias Altas, é uma das mais florescentes vilas do interior do Brasil. Monta a 30.000 o número de habitantes do seu termo. Deve a sua prosperidade à cultura do algodão,exploradadesde uns vinteetantos anos, com afinco,em seuinterior,efomentada em todaa província apela Companhia de Comércio do Maranhão e Grão-Pará, assim como à atividade comercial de seus habitantes, entre os quais se encontram muitos europeus. Mais da metade de todo o algodão produzido na provínciaédespachadodaquiparaacapital, e,nos últimosanos,onúmerodefardosembarcadosem CAXIAS, cada um do peso de 5 a 6 arrobas, subiu a 25.000 e até 30.000, que, avaliando baixo, mesmo no interior, vale uns 1.650.000 ou 1.980.000 florins. Entre as qualidades de algodão do Brasil, só a de Pernambuco, na qual são incluídas as de Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, é superior à do Maranhão. [...]
“[...] Nos primeiros dias de nossa estada, fomos certa vez, à tarde, atraídos à janela por berreiros na rua, onde se oferecia o singular espetáculo do bando de uns 50 índios, que passavam em completa nudez e incultura primitiva. [...] Semelhantes passeatas não são raras agora, e constituem um dos meios de que se servem os colonos para conservar em pé de amizade esses antigos donos da terra. Somente nos últimos decênios se conseguiu estabelecer pacífico tráfego entre os índios livres da província do Maranhão e os colonos; e, como a prudência manda tudo fazer para extirpar das numerosas tribos os sentimentos hostis hereditários, assim se esforçam os habitantes de CAXIAS em recebê-los bem e cumulá-los de fartas provisões de farinha, cachaça, fumoetecidosdealgodãodevariegadascores.[...]FranciscodePaulaRibeiro,numtratadomanuscrito“Sobre o gentilismo do Maranhão”, e Luís de Oliveira Figueiredo e Almeida, juiz de fora de CAXIAS, de 1812 a 1819, e que de novo encontramos na capital, relataram-nos, de viva voz, o seguinte sobre os índios dessa extensa província. [...]”.
“[...] Comunica-se CAXIAS com a capital do Maranhão apenas pelo Rio Itapicuru. Os caminhos por terra, que passam ao longo dele, de uma fazenda para outra, só servem para cavaleiros e são apenas transitáveis para os cargueiros, pois só a custo se podem manter abertos no meio dos palmeirais pantanosos e cerrados e são, além disso, expostos às inundações do rio. Chegávamos, aqui, portanto, ao termo da nossa viagem por terra e nos alegrávamos com a ideia de poder agora aproveitar de bem aparelhadas canoas, com mais comodidade, como exigia a nossa saúde abalada, para a parte restante da nossa empresa. As nossas mulas cargueiras foram vendidas aos comboieiros, que, de quando em quando, empreendem com numerosas tropas a longa viagem de 300 léguas por terra, passando por Oeiras a São Félix e Natividade, a fim de levarem a essa remota parte da província de Goiás os produtos europeus. O Rio Itapicuru, até cujas nascentes nenhum brasileiro ainda se teria aventurado, corre a sudoeste de CAXIAS, quase sempre paralelo ao seu vizinho do sul, o Rio Parnaíba, na direção do nordeste; perto dessa vila, porém, ele ruma para noroeste e, fazendo muitas curvas, lança-se no mar. De CAXIAS para cima, só é navegável em canoas muito pequenas, devido à pouca profundidade, como pelas frequentes quedas, até a região da freguesia dos Pastos Bons ou de São Bento das Balsas. Rio abaixo, porém, admite embarcações grandes e pesadamente carregadas, tendo, embora fora do tempo da cheia, em
quase todo o percurso, 60 a 80 pés de largura. Estando justamente no ponto de partir uma barcaça para o Maranhão, oferecendo segura e agradável viagem, abreviamos a demora em CAXIAS, e, na tarde de 3 de junho, armamos, por cima de um carregamento de 350 fardos de algodão, a nossa tenda, 20 pés acima do rio. [...] Quanto mais nos afastávamos de CAXIAS, mais numerosas eram as fazendas, cujo extenso casario indicava a opulência de seus donos. [...]”. (E. S.)
JORNAL "CIDADE DE CAXIAS" (ANOS 1960), JOÃO MACHADO E ADAILTON MEDEIROS
Imagens: Cupom-recibo do jornal "Cidade de Caxias" (anos 1960) e os escritores caxienses João Machado e Adailton Medeiros, com suas obras.
Nos trabalhos de (re)organização do meu acervo, encontrei esse documento (acima), espécie de cupom-recibo do jornal "Cidade de Caxias", provavelmente de pagamento de assinatura e anúncio(s), anos 1960, em que os caxienses JOÃO MACHADO e ADAILTON MEDEIROS aparecem como administradores da publicação.
Um achado!
João Elzimar da Costa Machado era advogado e sócio efetivo fundador e diretor (secretário geral) do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias. Também foi promotor público, fundador da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Caxias, conciliador em juizado cível e criminal, juiz suplente, juiz de paz, ex-prefeito de Caxias, ex-deputado estadual, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, integrante do Terço dos Homens, do Centro de Cultura Coelho Netto, membro fundador da ASLEAMA (Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão), escritor, poeta, autor do livro "O Fim e o Nada", de 2012. Faleceu há doze anos, em 09 de fevereiro de 2013. Em 13 de maio de 2023 foi lançada a obra "João Machado O Conciliador por Excelência", biografia escrita pelo empresário, bancário aposentado e escritor caxiense Antônio Cruz Gonçalves.
Adailton Medeiros foi jornalista e professor universitário no Rio de Janeiro, monge no Mosteiro de São Bento, romancista, ensaísta, um dos cinco mais citados poetas da Poesia Práxis no Brasil. Nasceu em 16 de julho de 1938 no povoado Angical, em Caxias, Maranhão, onde também surgiu literária/mente. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 9 de fevereiro de 2010, Está enterrado no Mosteiro de São Bento. Um livro inédito ("Oculto Piano") e seis publicados saíram no Rio em um só volume, "Obra Reunida", de 2022, com revisão e longa apresentação com ensaio biográfico-literário de Edmilson Sanches.
O SOL DO ROTARY NÃO SE PÕE...
Livro “A Magia do Rotary”, de Edmilson Sanches, é lançado em São Luís
Desde a manhã de 22/05/2025 está sendo vendido em São Luís (MA) o livro “A Magia do Rotary”, do jornalista, administrador, consultor e palestrante Edmilson Sanches.
A obra, colorida, em formato grande (16,5 cm X 23 cm), tem 312 páginas e traz textos sobre o Rotary Club, com dois capítulos especiais: “A Prova Quádrupla”, uma abordagem inédita sobre o conjunto de quatro perguntas éticas que balizam os rotarianos, e “A Magia do Maranhão”, uma série de textos sobre “a contribuição de talentos maranhenses para um Brasil e um mundo melhor”.
Nas Ciências, como Medicina, Odontologia, Matemática, Demografia; no Empreendedorismo, Música, Literatura, Administração, Leis e diversos outros campos, mulheres e homens nascidos no Maranhão foram protagonistas de invenções, descobertas, ações e realizações que alteraram positivamente a realidade brasileira e, até, mundial. Edmilson Sanches abordará este tema na palestra que foi convidado a fazer, dia 23, no Multicenter Sebrae, o maior centro de eventos da capital maranhense, onde se realiza a 74ª Conferência Distrital do Rotary Internacional, Distrito 4490, que conta com participação de pessoas de países como Holanda e Peru e brasileiros de diversos Estados, sobretudo do Maranhão, Piauí e Ceará.
Um trecho do livro “A Magia do Rotary”:
“Em algum lugar do mundo, em qualquer hora do dia, há rotarianos trabalhando. O Rotary não descansa.
“Seja em reuniões em café da manhã, no horário de almoço ou em volta da mesa, em jantar...
“...seja em eventos especiais, em ações comunitárias, em solenidades anuais...
“...seja de terno e gravata ou com camiseta, de vestido longo ou simples calça, saia e blusa...
“...seja em encontros com altos mandatários de uma cidade, de um estado ou de uma Nação ou com aqueles humanos humildes, carentes, resistentes...
“...seja nas ruas empoeiradas e esburacadas ou nos salões refrigerados e requintados...
“...seja no brilho ou luminosidade, no acinzentamento ou opacidade, no pó e na poluição ou em ambiente sem contaminação, no frio ou no calor, com leque, abano, sem cobertor... não importa...
“...não importa a posição do sol, se é de dia ou se faz lua, há uma verdade polar, ártica, maior: O sol do Rotary não se põe.”
DISCURSO DO PRESIDENTE DA ACADEMIA MARANHENSE DE MEDICINA, ACAD. JOSÉ MÁRCIO SOARES LEITE, NA SOLENIDADE OFICIAL ALUSIVA AOS 37 ANOS DE SUA FUNDAÇÃO
Saudação aos presentes...
Hoje completamos 37 anos da fundação da Academia Maranhense de Medicina, ocorrida em 25/04/1988, por ilustres Confrades e Confreiras, que foram seus fundadores, tendo sido sua primeira Diretoria composta pelos eméritos médicos(as): Antonio Nilo da Costa Filho, Presidente; Benedito Clementino de Siqueira Moura, Vice-Presidente; Aymoré de Castro Alvim, Secretário Geral; Maria do Socorro Moreira de Sousa, 1ª Secretária; Croce do Rego Castelo Branco, 2º Secretário; José Ribeiro Quadros, 1º Tesoureiro; Oswaldo Martins Bittencourt, 2º Tesoureiro; Antônia de Arruda Soares, Diretora de Arquivo, Biblioteca e Museu; e Antônio Salim Duailibe, Diretor de Publicação.
Coube a esses pioneiros a tarefa de criar uma Academia à altura do desenvolvimento reclamado pela sociedade médica maranhense. Uma honra que se reparte com o passado, com seres e fatos que permeiam ainda agora a história desta augusta Instituição, enquanto nos impõe o convívio com a memória. São sucessivas evocações que, relativizando o impacto da história e o furor do esquecimento, ensinam-nos a acatar as simetrias que governam os habitantes desta Casa. O reconhecimento de que, acima do debate circunscrito às correntes médico-científicas, às especulações políticas, filosóficas e ideológicas que cada qual de nós encarna ou defende, une-nos a convicção de sermos herdeiros do legado desta Casa. Uma instituição sobre a qual paira a inabalável crença de que é forçoso preservar e enriquecer a História da Medicina no Maranhão.
Vivemos, nesta Casa, portanto, sob o regime da memória. Uma memória que não se deixa abater pelas tentações do esquecimento, não se curva ao comando de que é necessário apagar as lembranças inaugurais a pretexto de erigir discursos triunfalistas, impregnados de inovações transitórias. Que não cede à lenta erosão dos dias. Recordar é, para nós, o atributo da sobrevivência moral, sobretudo em face de uma sociedade em ebulição, sob o risco de dispensar registros, emblemas e galardões civilizatórios.
Esta Academia tem, portanto, a responsabilidade histórica no desenvolvimento e aprimoramento das questões éticas, técnicas e científicas da medicina, cujos horizontes vêm se alargando em direção a um processo de ampliação das discussões dos assuntos e dos problemas de saúde da população, difundindo à classe e a toda a sociedade os princípios básicos dos direitos à vida, à saúde e ao bem-estar da população. Ela é o aconchego da sacralidade, da tradição e a aragem dos ventos da sua modernidade.
Dessarte, a Academia Maranhense de Medicina, pautada nos seus ensinamentos, nos seus exemplos de sabedoria e entusiasmo, vem contribuindo, por meio de seus pares, para a conservação dos postulados éticos e da cultura médica, a par da aceitação dos avanços técnico-científicos da Medicina que não contrariem esses postulados, sempre orientada pelos ensinamentos e exemplos de sabedoria e virtudes. Essa é a missão da Academia Maranhense de Medicina.
Tornar-se Acadêmico, portanto, significa que, no exercício da sua prática, o médico seja reconhecido pelos seus pares como alguém capaz de compreender as pessoas além da doença. É um humanista, desperta a confiança de seus pacientes, sabe da importância do ato médico, das suas atitudes e do uso generoso de suas palavras.
A atual Diretoria e todas as que nos antecederam, com o apoio de todos os Acadêmicos e Acadêmicas, escreveram uma página importante na história de nossa Academia com a implantação e estruturação da sua sede definitiva, da elaboração dos Anais, da criação da Bandeira e do hino da Academia, do resgate de acontecimentos históricos dos 400 anos da Medicina do Maranhão, da realização de três Congressos Médicos, com a participação de renomados médicos do Brasil e do Maranhão, de profissionais de saúde de outras áreas, de estudantes, e com média de seis mil congressistas em cada Congresso. O acervo de nossa Biblioteca contém todos os livros escritos pelos Acadêmicos(as) desta Casa. Conseguimos que fosse aprovada uma Lei Estadual, nº 9.637, de 28 de junho de 2012, que institui a Medalha do Mérito da Saúde Pública do Maranhão, tendo sido agraciados "in memoriam" três ilustres médicos maranhenses e também dois ilustres médicos maranhenses de renome nacional, radicados no Rio de Janeiro. Elaboramos e aprovamos o novo Estatuto, que, inclusive, ampliou nossas Cadeiras de quarenta para cinquenta, e já lançamos duas edições, uma impressa e uma online, do periódico da Academia, O ESCULÁPIO. Instituímos o Diploma de Honra ao Mérito Médico Maranhense, a ser conferido a médicos e médicas que emprestam ou já
emprestaram relevantes serviços à sociedade maranhense e estamos nos preparando, em uma ação conjunta com o Conselho Regional de Medicina do Maranhão e a Associação Médica Maranhense, para sediar em junho de 2025, o I Encontro da Academia Nacional de Medicina com as Academias de Medicina do Norte e Nordeste, evento que deverá contar com a presença de 15 Presidentes de Academias de Medicina do Norte e Nordeste, da Presidente da Federação Brasileira de Academias de Medicina, do Presidente do Conselho Federal de Medicina e do Presidente da Associação Médica Brasileira.
Durante quatro séculos, a Medicina do Maranhão ficou devedora de prestar uma homenagem ao cirurgião francês Dr. Thomas De Lastre, pois São Luís do Maranhão foi a única de nossas capitais que em tempo tão remoto contou com a presença de um médico, o cirurgião francês Thomas de Lastre, entre os que testemunharam sua fundação pelos franceses em 1612. No período em que esteve entre nós, de 1612 a 1615, deixou um grande exemplo de humanização da medicina, ao atender no Forte Santa Maria (Icatu-MA) os portugueses feridos na batalha de Guaxenduba, apesar de serem seus inimigos. A Sala de Reuniões da Diretoria recebeu o seu nome. De igual monta, a homenagem prestada ao médico maranhense César Augusto Marques, Patrono da Cadeira nº 09 desta Academia, Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia. Cavaleiro da Real Ordem Militar Portuguesa de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Imperial Ordem da Rosa. Membro do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil. Autor do DICIONÁRIO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DA PROVÍNCIA DO MARANHÃO (São Luís-Maranhão. Brasil.1870), que contém os verbetes: Higiene Pública; Hospitais; Médicos e Cirurgiões; Misericórdia; Moléstias e Vacinas. Graças a esses verbetes, é-nos possível saber tudo que ocorreu em nosso Estado, dos séculos XVII a XIX, retratando-nos com detalhes a realidade epidemiológica e médico-social da Saúde Pública nesse período e contribuindo, por sua epistemologia, para conhecermos o comportamento dessas doenças no presente, nominando o Auditório desta Casa de César Augusto Marques.
Nominamos a nossa sede de "Casa Netto Guterres", que desenvolveu uma grande ação médico-sanitária e humanitária no Pronto Socorro dos Ulcerados, fundado pelo Dr. Achiles Lisboa em 1918, com o auxílio de algumas pessoas abnegadas, onde atendia aos portadores de úlcera fagedênica, que existiam em grande número na cidade e interior da ilha de São Luís. Quando este fechou, continuou seu trabalho humanitário na Farmácia São Vicente de Paulo, onde atendia a todos indistintamente e, se estes não tivessem recursos para comprar os remédios prescritos, ele os fornecia gratuitamente, razão por que foi denominado de "o médico dos pobres". Foi o criador da primeira Escola de Enfermagem de São Luís, no Hospital Geral do Estado, em cuja maternidade também trabalhou. O Dr. Achiles Lisboa escreveu um ensaio sobre a vida do Dr. Netto Guterres, O Pró Dignitate Medicinae, encerrando-a com esta frase: ... "médico, cuja última cliente foi uma paupérrima hanseniana parturiente, pela salvação de cuja vida sacrificou a própria". Recuperamos também a Tese de graduação do Dr. Netto Guterres... "ESTUDO CLÍNICO DOS VÍCIOS DE CONFORMAÇÃO ANO-RECTAES CONGÊNITOS E SEU TRATAMENTO".
Eis a razão, ilustres Confrades e Confreiras, senhores e senhoras aqui presentes, da importância deste ato do qual os senhores têm o privilégio de participar, pois nos diz em certo trecho dos Sermões de Santo Antônio, o Padre Antônio Vieira: "Do presente sabemos muito pouco; do passado, ainda menos e, do futuro nada". Resgatamos essas lacunas existentes na história da medicina maranhense.
Alivia-me saber que fui precedido nesta Casa pelos notáveis presidentes, Antonio Nilo da Costa Filho, Antonio Duailibe, Lúcia Fernanda Bastos Silva, Manoel Bastos e Rui Palhano. Agindo com probidade e espírito público, estavam
convencidos de que, à frente da Academia Maranhense de Medicina, defendiam a unidade da classe médica e os avanços técnico-científicos da Medicina.
A cor dominante nesta Academia é o verde, tida como a cor da esperança, mas como observou Lygia Fagundes Telles... "é o verde a única cor que amadurece". Estamos amadurecidos para sonhar e ousar.
Esta noite, homenageamos neste sodalício, post mortem, a Acadêmica Fundadora e Acadêmica Emérita da Academia Maranhense de Medicina, Maria do Socorro Moreira de Souza. Um reconhecimento de todos os Confrades e Confreiras desta Casa aos inestimáveis serviços médicos prestados por ela à sociedade maranhense na área da ginecoobstetrícia, de forma competente, habilidosa, zelosa e ética, que ajudaram a construir o patrimônio científico da medicina maranhense.
Em recente palestra na Universidade CEUMA, sobre: Constituição, Justiça e Fraternidade, o Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Reynaldo Soares da Fonseca, ressaltou que: "Efetivamente, o caminho da solidariedade, o caminho daquilo que estamos propondo como um princípio esquecido para que seja reavivado – é o princípio da fraternidade –, é o caminho do século XXI".
Posso assegurar-lhes que a Dra. Maria do Socorro Moreira de Sousa, ora homenageada post mortem, sempre esteve imbuída desse espírito humanitário, de solidariedade e fraternidade, e seu exemplo de vida constitui-se em uma grande inspiração para todos nós e para as gerações futuras de médicos.
Aos Confrades e Confreiras que já deixaram o nosso convívio, a memória AD AETERNUM desta Casa. Saudemos a Academia Maranhense de Medicina nos seus 37 anos.
Muito Obrigado!
CADEIRA
O CONCLAVE
Por Euges Lima
Após o falecimento do Papa Francisco (21 de abril) e seu sepultamento, a Cúria do Vaticano irá se concentrar agora no terceiro Conclave do século XXI, previsto para o mês de maio.
Conclave vem do latim cum clave, que significa “com chave” ou seja, trancados a chave porque, durante o processo de eleição, os cardeais ficam isolados para evitar qualquer influência externa.
Como surgiu o Conclave, qual sua origem histórica? Durante a Idade Média, especialmente nos séculos XII e XIII, a eleição de papas se tornava muito demorada e sujeita a pressões políticas externas (reis, nobres, etc.).
Um caso famoso foi o da morte do Papa Clemente IV em 1268: os cardeais demoraram quase três anos para eleger um sucessor, o que causou grande crise.
Em 1274, no Concílio de Lyon, o Papa Gregório X formalizou o processo do Conclave: os cardeais deveriam se reunir em local fechado e não poderiam sair até eleger um novo papa.
Como funciona o Conclave? Participam todos os cardeais com menos de 80 anos. O Conclave acontece na Capela Sistina, no Vaticano. Cada cardeal escreve o nome de seu candidato em um pedaço de papel e o coloca numa urna. São necessárias votações sucessivas até que um candidato receba dois terços dos votos. Depois de cada votação, queimam-se os papéis: Se não houve eleição, a fumaça é preta (fumata nera). Se houve eleição, a fumaça é branca (fumata bianca).
Algumas curiosidades: às vezes o Conclave durava semanas; hoje em dia é mais rápido. O Conclave que elegeu o Papa Francisco em 2013 durou apenas dois dias. Não há candidaturas formais: qualquer cardeal pode ser eleito (até, teoricamente, qualquer homem batizado, embora isso nunca tenha acontecido). Há tradições, como o juramento de segredo absoluto e a fórmula do anúncio: “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).
O filme “Conclave” lançado em 2024, dirigido por Edward Berger, baseado no livro de mesmo nome de Robert Harris (de 2016), indicado a vários Oscars, ganhador de uma estatueta, coincidentemente, apareceu um pouco antes do agravamento do estado de saúde do Papa Francisco. A história é ficcional, mas inspirada no processo real da eleição papal.
No filme, após a morte de um papa fictício, os cardeais se reúnem em Conclave para escolher seu sucessor. O personagem principal é o Cardeal Lomeli (interpretado por Ralph Fiennes), que lidera o Conclave, mas descobre segredos ocultos que podem mudar o rumo da eleição. O filme mistura drama político e suspense
religioso, revelando jogos de poder internos e crises morais. É uma história independente, criada para explorar as tensões humanas e políticas dentro de um Conclave.
O colégio de cardeais conta com 252 membros, sendo 135 eleitores. Dois já anunciaram que não irão votar por motivos de saúde – serão, então, 133 cardeais votantes. Entre eles, oficialmente, todos podem ser eleitos papas. O Brasil possui 8 cardeais, sendo 7 aptos a votarem.
Após o funeral do papa Francisco e poucos dias antes do início do novo Conclave, nomes começam a despontar na disputa para o comando do Vaticano. Conheça alguns dos considerados favoritos pelos especialistas. Alguns dos “papáveis” mais cotados hoje são: Cardeal Matteo Zuppi (Itália), Arcebispo de Bolonha. Muito respeitado, próximo ao estilo pastoral de Francisco. Ligado à Comunidade de Santo Egídio; Cardeal Pietro Parolin (Itália), secretário de Estado do Vaticano (uma espécie de “primeiro-ministro” da Igreja). Muito experiente em diplomacia vaticana. Visto como moderado e articulador político; Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas), ex-arcebispo de Manila, atualmente no Vaticano. Jovem (67 anos), carismático, muito popular na Ásia. Favorito para quem quer um papa do “Sul Global”; Cardeal Jean-Claude Hollerich (Luxemburgo), relator do Sínodo sobre Sinodalidade. Tem perfil progressista em vários temas contemporâneos; Cardeal Robert Sarah (Guiné); Perfil mais conservador. Muito admirado pelos tradicionalistas. Menos alinhado com a linha de Francisco.
Marcus Saldanha Barbalho Junior é um historiador, jornalista e professor brasileiro. Ele é graduado em História pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e em Comunicação SocialJornalismo pela Faculdade São Luís. Além disso, possui especialização em Educação Profissional integrada com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos pelo Instituto Federal do Maranhão (IFMA). Atualmente, ele é professor concursado de História na Rede Estadual de Ensino do Maranhão (SEDUC) e trabalha como repórter na editoria de Política do jornal O Imparcial. Sua experiência na educação inclui atuação no ensino fundamental, médio e superior, além de gestão escolar e formação de professores. Marcus Barbalho também é autor do livro História do Maranhão, publicado em 2003, e produziu o documentário Memória de Pedra, que abordao acervoarqueológico pré-históricoda Ilha de SãoLuís, lançado em 2011, por ocasião dos 400 anos da cidade
DICURSO ELOGIOSO de Marcus Saldanha
CADEIRA N° 23
Patrono: Luiz Antônio Vieira SILVA
Tenho consciência domeu privilégio eespero queo público aqui presente, compostopor ilustres sócios do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, membros da Academia Maranhnse de Letras, autoridades, familiares e amigos que compartilham esta celebração, que quis o destino, coincidisse com a minha chegada a metade de um século de vida, no ano do centenário do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.
Espero que vocês, esta noite, estejam aptos a decifrar olhos que brilham, a captar vislumbres de alguém apaixonado pela vida e orgulhoso pelo que faz nela, boa parte dedicada profissionalmente a Educação, a História e a Comunicação.
Estou muito feliz e honrado de tomar assento na histórica Casa de Antônio Lopes, no histórico ano de seu primeiro centenário.
Agora, também sou parte dessa História e agradeço aos confrades que há pouco me conduziram a essa Mesa. Agradeço aos pesquisadores que me incentivaram a adentrar esta Casa. Agradeço aos intelectuais que me ampliaram horizontes com suas ideiais e ideais, agradeço aos familiares que me inspiraram destinos e agradeço aos amigos que me encorajaram durante árduos percursos. Agradeço a meus amores: Angela, Mateus e Beatriz Saldanha. Sou definitivamente uma pessoa de sorte.
Os que já nos conhecem, sabem que nasci parte de uma família de sonhadores, onde a maioria ousou viver com os pés fora do chão. enquanto outros poucos tentaram descolar menos da realidade. Mas todos ao seu modo, sonhadores. Hoje tenho a convicção de que seus sonhos também me trouxeram até aqui. A partir deles, tive ânimo para encarar a realidade das leituras, dos estudos e do trabalho duro, desde muito cedo.
Me conforta saber que nunca estive sozinho, apesar de nunca ter sido filiado a partido político ou sindicato, não ter compromisso com uma igreja ou ser sócio de um clube esportivo. Mas agora, nesta Casa sou parte de algo. Já me sinto acolhido.
Devo dizer também que recentemente encontrei abrigo no patrono da cadeira de número 23 que confesso aqui, até pouco tempo pouco ou quase nada sabia de sua História, mas que por dever estatutárioprecisei conhecer paracompartilharcomvocês.Mas antes disso,peçopermissãopara contar os bastidores dessa “escolha’ por Luiz Antônio Vieira da Silva. Logo que soube que haviam duas cadeiras disponíveis mo IHGM, vivi um dilema: uma era a patroneada por Sotero dos Reis e a outra por Luiz Antônio Vieira Silva. A primeira me remetia imediatamente as memórias do trajeto diário para o Colégio Meng onde fiz o Ensino Fundamental e Médio. Atravessando a Cajazeiras e seguindo pela rua São Pantaleão, deparando-me com o prédio e os assombros do antigo cemitério dos ingleses, no Colégio Sotero dos Reis. Havia nisso e no fato de ser um gramático do Liceu Maranhense do tempo de Ana Jansen, familiar de Maria firmina dos Reis, uma certa familiariade. Por outro lado, devo lembrar que estamos numa terra de encantarias, e por vezes é importante reconhecer que não somos donos das próprias escolhas, mas sim escolhidos. Sendo assim, logo que a biografia de Luiz Antônio Vieira Silva, chegou a mim, aos poucos foi desvelando similaridades, convergências e afinidades. Na verdade, não só o patrono, como os demais que me antecederam e generosamente foram não só me dando assento nesta Casa, mas apontando-me verdadeiros guardiães e definitivamente um abrigo na História.
A mesma “terra de morada”: um de maranhense nascido em Brasília e um maranhense nascido no Ceará, um maranhense de Brejo, um maranhense do Amazonas e um maranhense de Tutoia, hoje e aqui definitivamente se encontram para sempre em suas diversas existências no tempo.
Se meu patrono foi um homem do século XIX, das Leis e Cânones e em segunda núpcias encontrou amor do Rio Grande do Sul. No século XX, boa parte da família: mãe, padrasto, irmã, irmão e filha, fizeram do Rio Grande do Sul, o seu lar. Norte e sul do Brasil se encontram.
Outra afinidade, é que meu patrono foi Fidalgo Cavalheiro da Casa Imperial, secretário do Governo do Maranhão, Procurador da Fazenda Geral do Maranhão; Representou a Província do Maranhão na Assembléía Geral, naAssembléia e tomou assento no Senado do Império, além de ter sido Conselheiro do Estado Ordinário e Membro do Conselho do Imperador. Em muito lembra o padrinho que escolhi para me receber nesta Casa, vice-governador do Maarnhão, secretário de estado por várias vezes, inclusive de Educação, Felipe Camarão. Este por sua vez, tem da mesma forma que eu uma admiração e respeito por uma figura figura política muito representativa no século XXI, que em muitos nos inspirou, o professor e jurista, Flávio Dino. Quis o destino, que seu avô, Nicolau Dino, tivesse sido o segundo sócio efetivo a ocupar a Cadeira de n. 23, após o desembargador, professor e jornalista maranhense, Domingos Américo de Carvalho.
A escolha por Luis Antônio Vieira da Silva, estava agora fácil, não bastasse tudo isso, devo acrescentar que meu patrono produziu conhecimento histórico com o seu: “A História da Independência da Província do Maranhão”.(1862), fez Jornalismo colabarando no jornal “Instrução e Recreio”, no “Jornal das Senhoras” e “Correio de Modas”, sendo redator do jornal “A Situação” (1863); e “A Nova Época”. Além disso, é reconhecido ainda hoje por seus discursos, como deputado e como Senador. Minha trajetória é reconhecida por meus pares no Jornalismo, O Imparcial, Tv Guará, Rádio Timbira principalmnete pela abordagem histórica e cobertura política.
Para finalizar, devo lembrar que me antecede na cadeira de n. 23. o jurista, político e jornalista tutoiense, Merval de Oliveira Melo. Nascido nas “Águas Boas” de Tutóia, que por alguns anos também bebi. Além disso, am tempos bem distintos, contribuímos com O Imparcial e tivemos jornais em Tutoia: ele com o seu “Vanguarda” e depois a “Folha de Tutóia” eu com o modesto “O Estudantil”. Se Dr. Merval Melo, na qualidade de Professor Universitário prestou contribuição aos cursos de “Complementação Didática Pedagógica a Professores”; “Curso de Aperfeiçoamento em Comunicação”; “Legislação Trabalhista” e “Critica Cinematográfica”. O curiosm é que em Tutóia formei professores de Pedagogia e História no nível superior pela Universidade Estadual do Piauí, como professor e coordenador.
A vida é ou não é jornada de encontros, separações e reencontros? Talvez por isso, inicio ou será reinicio aqui umanovanovajornadaondesinceramenteesperocontribuircom novas histórias, publicações, eventos, masprincipalmente com trajetórias devidas que espero,pelo caminhoeque possammostrarnovas eantigas direções, para entendermos questões do mundo atual, tais como o respeito pelos povos originários. Vamos adiante, ampliando horizontes. Firmes para ficarmos fortes.Como já disse hoje, nunca estive só. E contar com todos nesta centenária Casa me alegra, me empodera, me comove, me motiva. Chegamos, família e amigos.. Sigamos. Obrigado!
MARANHÃO – CADEIRA 23
FERLIPER CAMARÃO
Senhoras e senhores, Ilustres membros, Autoridades presentes, Prezados convidados,
Querido amigo Marcus Saldanha Barbalho Júnior, Quanta honra e alegria fazer parte deste momento simbólico e significativo para o nosso Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão: a posse do jornalista, historiador, professor e pesquisador Marcus Saldanha Barbalho Júnior, como sócio efetivo deste Instituto, no ano de seu centenário.
Assume, nesta noite, a Cadeira 23, cujo patrono é uma figura de grande relevância na cultura e intelectualidade maranhenses, cuja memória, aqui, reverenciamos, o eminente Luiz Antônio Vieira da Silva. A Cadeira 23 tem história e é herança de nomes que ajudaram a construir a intelectualidade maranhense e tanto contribuíram com este Instituto. Recordar seu patrono é, também, reviver um pouco de toda a sua intelectualidade e importantes contribuições para o nosso estado.
Mas quem é Marcus Saldanha, que, nesta noite, receberemos como sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão? Permitam-me apresentar este confrade a todos: Marcus Saldanha Barbalho Júnior nasceu em Brasília, em 23 de julho de 1975. Filho de uma maranhense, do município de Pedreiras, que, ainda na infância, migrou com a família para São Luís e, nos anos 70, estabeleceu-se e constituiu moradia no Distrito Federal. Mãe de 3 filhos, retornou para a capital maranhense em meados dos anos de 1980 para trabalhar na mineradora Vale do Rio Doce.
Esse retorno ao Maranhão possibilitou a Marcus Saldanha a oportunidade de viver o final da infância e adolescência, nas redondezas da Praça da Saudade, centro da capital maranhense e foi lá, na nossa Madre Deus, um dos bairros berço da nossa cultura, que conheceu de perto os sons dos frevos e marchinhas, no carnaval da Banda da Saudade, dos blocos tradicionais, do Largo e da Turma do Caroçudo, da Turma do Quinto, do ulalá e guizos dos fofões; dos tambores e matracas do bumba-meu-boi, dos estouros das bombas de murrão.
Saboreou pitomba, cajazinho, ingá-mirim, dindim, cocada, mingau de milho e canjica. Não há dúvidas de que, nesse fértil ambiente, vingaria um forte amor pela história e cultura popular maranhense. Não à toa, muito jovem, começou a escrever versos, não é isso, Marcus?!
Alguns deles, registrados na coletânea do Festival de Poesia Falada, da Universidade Federal do Maranhão, além de crônicas publicadas em periódicos locais, retratando o cotidiano da nossa amada cidade.
Essa forte inspiração provincial foi decisiva na sua formação universitária e profissional: História e Jornalismo. Sempre atento às questões culturais, publicou o livro didático: “História do Maranhão”, em 2003, pela Editora Central dos Livros. Já, em 2012, por ocasião das comemorações dos 400 anos da fundação de São Luís, lançou o documentário “Memória de Pedra”, sobre o patrimônio arqueológico na Ilha de São Luís, trazendo uma provocação ao debate sobre a antiguidade milenar da ocupação na Ilha.
Há 28 anos, é um professor apaixonado pelo ensino de História. Sempre incentivou e viabilizou a visita de seus alunos a museus, centros culturais, a participação em eventos literários e viagens a sítios históricos.
Na Comunicação foi ativo na mídia tradicional maranhense, TV, Rádio e Jornais Impressos, tanto na cobertura política, quanto na abordagem e análise histórica dos fatos da atualidade. Sua competente atuação, ao longo dos anos, foi reconhecida em 2013, quando foi finalista do Prêmio Esso de Jornalismo, com a série “O Brasil dos Excluídos”, publicada no Correio Braziliense e em O Imparcial.
Em 2021, recebeu da Universidade Federal a Comenda “200 anos da Imprensa no Maranhão”.
Porém uma das suas mais valiosas contribuições para a formação cultural e histórica maranhense está na produção e apresentação do radiofônico “História em Debate”, realizado há 4 anos na Rádio Timbira e na Bancada do Giro Nordeste, exibido pela TVE Bahia. No primeiro, conversa com pesquisadores, professores, mestres de saberes e escritores, todo sábado pela manhã. Entre eles, podemos destacar Laurentino Gomes, Paulo Rezulti, Lira Neto, Adriana Negreiros, Maurício Assunção, Mário Magalhães, entre tantos outros nomes de peso e relevância. Já, no segundo, entrevista personalidades de destaque no cenário científico, político, cultural e econômico do Nordeste, tais como o presidente Lula, Flávio Dino, Antônio Nóbrega, Itamar Viera Jr, entre outros.
Atento às novas tecnologias, manteve um blog cultural e agora utiliza as redes sociais para compartilhar saberes sobre lugares, fatos e fotos, além de curiosidades históricas do Maranhão. Diante dessa jornada, bagagem afetiva construída na vivência pessoal e experiência profissional, convergentes com a preservação da Memória, da História, do patrimônio cultural material e imaterial maranhense, Marcus decidiu colocar seu nome para apreciação dos sócios efetivos do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão de uma das quatro vagas, em vacância, no ano de seu centenário.
Senhoras e senhores, ilustres membros e sócios, este é Marcus Saldanha, a quem eu tenho a honra de aqui recepcionar.
Nobre colega, ao ingressar neste sodalício, Vossa Senhoria, não apenas, passa a integrar uma casa de saberes, mas assume o compromisso com a pesquisa, a reflexão crítica e a valorização das raízes, que são parte essencial de nossa existência.
Seu trabalho acadêmico, sua trajetória de dedicação à história, à cultura e à vida pública, o credenciam, plenamente, a ocupar este lugar entre nós.
E, mais uma vez, expresso a honra e imensa felicidade de podermos contar, a partir de agora, com sua competência e experiência.
Seja muito bem-vindo a esta Casa!
CADEIRA N.º 30: EDNA MARIA DE CARVALHO CHAVES
ANTÔNIO LOPES DA CUNHA – pilar eterno da historiografia maranhense.
Entre as figuras mais emblemáticas da intelectualidade maranhense do século XX, destaca-se com singular brilho Antônio Lopes da Cunha, verdadeiro guardião da memória e da cultura nos diferentes contextos de sua época. Nascido em Viana no dia 25 de maio de 1889, desde jovem revelou múltiplos talentos, notabilizandose em diversas áreas do conhecimento e da vida social de um modo geral, deixando marca indelével no cenário historiográfico brasileiro, construindo uma obra que permanece como referência fundamental para os estudos sobre o Maranhão e o Nordeste.
Filho do desembargador Manuel Lopes da Cunha e de Maria de Jesus Sousa Lopes da Cunha, o pequeno Antônio Lopes da Cunha cresceu em um ambiente onde o apreço pelo conhecimento e pela justiça eram valores cultivados com esmero. Sua formação em Direito pela prestigiosa Faculdade do Recife, concluída em 1911, representou apenas o primeiro passo de uma trajetória intelectual que se revelaria extraordinariamente fecunda.
Ao retornar à capital maranhense, o jovem bacharel abraçou com igual dedicação duas vocações que definiriam sua vida: o magistério e o jornalismo. Em ambas as searas, demonstrou uma capacidade rara de aliar erudição e clareza, tornando-se mestre na arte de transmitir conhecimento com elegância e precisão. No Liceu Maranhense, onde ocupou a cátedra de Literatura, teve entre seus discípulos nada menos que Josué Montello, futuro imortal da Academia Brasileira de Letras – um testemunho eloquente da qualidade de seu ensino.
Sua contribuição para o ensino superior maranhense foi igualmente notável. Participou ativamente da fundação da Faculdade de Direito do Maranhão, ao lado de luminares como Henrique Couto, Domingos Perdigão e Fran Paxeco, assumindo posteriormente a cátedra de Introdução à Ciência do Direito. Essa iniciativa representou marco na democratização do ensino jurídico no estado, oferecendo aos jovens maranhenses a oportunidade de obter graduação sem deixar a terra natal. Como cofundador e secretário perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão-IHGM, Antônio Lopes da Cunha desempenhou papel fundamental na preservação e sistematização da memória histórica maranhense. Sua atuação dinâmica e entusiasmada na divulgação e valorização da instituição exemplifica sua compreensão profunda de que a história não é mero registro do passado, mas ferramenta essencial para a compreensão do presente e a construção do futuro.
No campo jornalístico, revelou-se um dos prosadores mais refinados de sua geração. Sua pena, caracterizada pela fluidez e pela precisão argumentativa, sabia temperar a erudição com uma ironia sutil que tornava seus textos não apenas informativos, mas genuinamente prazerosos de ler. À frente do "Diário do Norte" –periódico que fundou –, demonstrou excepcional capacidade analítica ao comentar os eventos da Segunda Guerra Mundial, oferecendo ao público maranhense interpretações que frequentemente se revelaram proféticas.
Sua gestão como Intendente Municipal em 1926, cargo que corresponde atualmente ao de prefeito municipal, e, posteriormente, como Diretor da Instrução do Ensino – cargo equivalente ao atual Secretário Municipal de Educação – foi marcada pela inovação e pela eficiência. Mantendo-se sempre atualizado com os avanços pedagógicos da Escola Nova, transformou a Diretoria de Instrução Municipal em modelo de excelência administrativa.
O reconhecimento de seus pares culminou com sua eleição para a Academia Maranhense de Letras em 18 de agosto de 1945, ocupando a cadeira 13. Sua posse, realizada na histórica Casa de Antônio Lobo em 9 de dezembro do mesmo ano, com recepção de Nascimento Moraes, representou o coroamento de uma carreira dedicada inteiramente ao cultivo das letras e à preservação da cultura maranhense.
Antônio Lopes da Cunha, que encerrou sua luminosa trajetória em São Luís no dia 29 de novembro de 1950, deixou um legado que transcende sua época. Mais que um erudito local, foi um intelectual de visão ampla que soube conectar a história particular de sua região aos grandes movimentos da história universal. Sua obra permanece como testemunho da riqueza cultural maranhense e como exemplo inspirador para as novas gerações de historiadores e educadores.
Em um país que por vezes negligencia seus grandes vultos regionais, a figura de Antônio Lopes da Cunha ergue-se como lembrança necessária de que a grandeza intelectual pode florescer em qualquer chão, desde que cultivada com paixão, rigor e amor pela verdade histórica. Sua contribuição para a historiografia brasileira merece não apenas reconhecimento, mas estudo aprofundado por parte de todos aqueles que se dedicam à compreensão de nosso passado e à construção de nosso futuro.
Ronald Pereira dos Santos – membro do IHGM – ocupante da cadeira n.° 31
CADEIRA N.º 33 WANDA CRISTINA DA CUNHA E SILVA
CADEIRA N.º 36: ANA LUIZA ALMEIDA FERRO
PATRONO: ASTOLFO DE BARROS SERRA
1º Ocupante: João Freire de Medeiros
SOCIEDADE DOS POETAS ESQUECIDOS
AMARO PEDROSA
Estou resgatando a memória dos esportes e lazeres do Maranhão, com a construção de um “Novo Atlas dos Esportes no Maranhão”, já com dois volumes disponibilizados. Nesse resgate, busco informações sobre as cidades maranhenses, as 217 hoje existentes. Chama atenção a falta de infraestrutura da grande maioria, sendo 81 fundadas em 1994, contando, a maioria, com menos de 10 mil habitantes. Algumas, evoluíram, outras, regrediram, não tendo quaisquer possibilidades de sobreviverem, sem os auxílios externos, pois não geram rendas suficientes.
Em Lima Campos - Ma, encontrei, no plano cultural, a existência de dois escritores ali nascidos. O primeiro, aqui uma tentativa de se lhe tornar conhecido do grande público, porém sem maiores informações, embora haja uma monografia – não localizada, indisponível, sobre sua obra, escrita por Evangelista Mota – ‘surpresas da vida’Amaro Pedrosa, nascido em 20 de junho de 1924, poeta e escritor conhecido por suas contribuições literárias e políticas. Ele escreveu várias obras, incluindo:
• O Homem e o Crédito (2001)
• Tempos do Fim (2002)
• Evangelho em Poesia e Malabarismo Político (2004)
• Terra do Já Teve (2006)
Além de sua carreira literária, Amaro Pedrosa também foi prefeito de Lima Campos, MA, onde deixou um legado significativo para a comunidade local. Sob sua biografia, encontramos o seguinte poema, de autoria de Hélio Rodrigues Braz, Membro da A, A, L, Cadeira N, 10 Patrono Gabriel Braz. Biografia e Comenda Amaro Pedrosa
Biografia e Comenda Amaro Pedrosa
Prefácio da biografia e Comenda Amaro Pedrosa - vou fazer mais este prefácio Só que desta vez faço em cordel
Da biografia do poeta Amaro Pedrosa
Que hoje já se encontra lá no céu
Ele foi meu professor de poesia
Devo a ele esse honrado troféu.
Para mim foi uma ótima surpresa prefaciar o livro Surpresas da Vida
Mais uma obra de Evangelista Mota que com certeza será bem reconhecida
A biografia e Comenda amaro Pedrosa
Será lembrada por toda a nossa vida.
Esta medalha de honra ao mérito
Não poderia ter melhor representação
Não apenas por ter sido nosso presidente
Mas pela simplicidade e a dedicação
Que ele sempre fazia suas belas poesias
Sem nunca ter tido uma formação.
Não fiz muito pela nossa academia
Quando dela eu fui presidente
Mais esta comenda de honra ao mérito
Jamais poderia ter sido diferente
Teria que levar o nome Amaro Pedrosa.
Pela nobreza que vale este presente.
Nossa Academia Açailandense de Letras
Hoje tem muito orgulho e satisfação em homenagear pessoas importantes
Que fizeram cultura em nossa região
Com esta Comenda Amaro Pedrosa
Símbolo de trabalho com dedicação;
Além de dentista e bom poeta
Em Lima Campos ele foi prefeito
Apesar de muito poucos recursos
Ele fez o que poderia ser feito.
foi autor da sua própria história
Com dignidade e muito respeito.
No dia 20 de janeiro de 1924
Exatamente a 97 anos passados
Nasceu o poeta Amaro Pedrosa
cidade de Teixeira Paraíba o estado
Pelos pais Maria José e José Pedrosa
Amaro Pedrosa ali foi batizado.
Casou-se no dia 12 de fevereiro de1946
Com a fiel companheira Maria Pedrosa
O casal teve ao todo onze filhos e filhas
Formou-se uma família unida e generosa somente filhas mulheres eram seis Inteligentes, educadas e carinhosas.
Sua bela árvore genealógica ainda não chegou ao seu teto
O casal teve onze filhos e filhas que geraram dezessete netos sua arvore foi tão bem adubada que tem 17 bisnetos 2 tataranetos. quando a terra é muito fértil e se planta uma boa semente
tem que nascer muitos frutos,
Quem diz isto nunca mente
Hoje já são mais de 60 pessoas
Fazendo parte desta corrente.
A MISSÃO DE VIEIRA: DESTRUIR A REPÚBLICA DO CAMBRESSIVE
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Qual a real missão de Vieira quanto à serra de Ibiapaba? Quando da conquista do Maranhão, por portugueses vindos de Pernambuco, ao passarem pela Serra aprisionaram os índios ali residentes e foram levados para Pernambuco. Entre os anos de 1604/1608.
O Maranhão de hoje, por essa época, estava sob o domínio espanhol, assim como Portugal. E assim ficou até 1640, quando houve a restauração.
Várias tentativas de ocupação da região, sob posse francesa desde 1594, com a fundação da colônia da França Equinocial, 1612, avinda dos jesuítas,apartirde 1616,com a expulsãodos franceses e ainstauração doestado colonial do Maranhão, em 1617/21, onde o Ceará, então, fazia parte.
Invasão holandesa, incluindo o Maranhão, e quando de sua expulsão, não só do Maranhão, como do Brasil, os índios que viviam em Pernambuco se preocupam com a retomada pelos portugueses, e temendo serem aprisionados de novo, tornados escravos, resolvem fugir, retornando para aquela terra em que os mais velhos se lembravam, na Serras do Ibiapaba. Convertidos ao protestantismo, após uma longa jornada de 1600 km, vem a se estabelecer lá no alto. E fundaram uma república, cerca de 4600 índios, a República Protestante do Cambressive.
A Missão Jesuítica da Ibiapaba fora fundada pelo padre Antonio Vieira em data de 1655, em oposição a pretensa República de Cambressive, estabelecida na Serra Grande por Antônio Paraupaba e seus liderados indígenas procedentes de Pernambuco. Os primeiros missionários da Companhia de Jesus na Ibiapaba foram os padres Pedro Pedrosa e Francisco Ribeiro, os quais foram substituídos pelo padre Ascenso Gago. A Missão Jesuítica da Ibiapaba cuja sede era a atual cidade de Viçosa do Ceará, foi destituída em 1758 por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marques de Pombal.
Essa a missão de Vieira, com a Missão do Ceará. Converter os índios à fé católica. Conseguiu, e os dispersou pelo Maranhão, muitos como escravos, pois, apesar da legislação vigente, por guerra justa, poderiam ser escravizados.
Em 1660, o padre Antonio Vieira havia sido enviado de Portugal com a missão de recatolizar os potiguaras aliados aos holandeses, que haviam se refugiado na Serra da Ibiapaba no Ceará. O refúgio não era passivo, ou seja, não esperavam apenas se esconder dos portugueses, mas ativamente esperavam para que o Estado Holandês ouvisse as duas petições feitas por Antônio Paraupaba em 1654 e 1656 em Haia, a fim de socorrer os índios. Assim, pode-se dizer, que mesmo após a restauração, uma parte desse “Estado Potiguara Holandês” ainda resistia. Em sua “Relação da Missão da Serra da Ibiapaba” discorre sobre a variedade religiosa existente no Brasil Holandês. Porém, reprovava a todas – o que não poderia ser diferente em sua condição de padre jesuíta. Vieira identifica como “calvinistas de França” os huguenotes, luteranos alemães e suecos; no entanto, usa o termo “protestantes da Inglaterra”, talvez porque se referisse a vários grupos. É possível que existissem calvinistas, anglicanos e batistas entre os ingleses:
No Recife de Pernambuco, que era a corte e empório de toda aquela nova Holanda, havia judeus de Amsterdã, protestantes de Inglaterra, calvinistas de França, luteranos de Alemanha e Suécia, e todas as outras Seitas do Norte, e desta Babel de erros particulares se compunha um ateísmo geral e declarado, em que não se conhecia outro Deus mais que o interesse, nem outra lei mais que o apetite.
Vieira acredita que com a ida “dos de Pernambuco” ao Maranhão, se espera grande quietação e proveito espiritual de uns e outros, porque os pernambucanos, com a vizinhança e sujeição dos portugueses, estando debaixo de suas fortalezas, acudiram a suas obrigações, como têm prometido, e poderão ser obrigados a isso por força, quando o não façam por vontade. Pois, se de fato não houve evangelismo ou, ao menos, uma grande influência teológica ou comportamental nos tabajaras, por que a saída dos potiguaras de Pernambuco seria tratadacomo um fato que trariaquietude eproveito espiritual atodos naótica deum padre católico? – pergunta Variação (2021, 1). Além disso, Vieira destaca um aspecto que para ele pode ser uma solução, mas que para Paraupaba é uma preocupação – a convivência com os portugueses. Em suas representações, Paraupaba deixa claro seu temor de que os índios percam a fé por falta de professores. Vieira demonstra acreditar nessa possibilidade e, portanto, a vê com bons olhos. Essa perspectiva também explica a afirmação do padre
[...] e os da serra, sem o exemplo e doutrina dos pernambucanos, que eram os seus maiores dogmatistas, ficarão país desimpedidos e capazes de receber a verdadeira doutrina, e de os padres lhes introduzirem a forma da vida cristã, o que, endurecidos com a contrária, se lhes não imprimia. Na tentativa de conquistar a confiança indígena, o general Francisco Barreto publicara, em 4 de maio de 1654, um perdão geral aos índios que se aliaram aos holandeses:
Hei por bem de conceder, como pelo presente concedo, em nome de Sua Majestade (Deus Guarde) perdão geral a todos os índios, de qualquer nação que sejam, de todos os erros e rebeldias passadas, os quais dou por esquecidos como se nunca fossem cometidos, pelo que podem todos os ditos índios vir sujeitar-se à obediência de Sua Majestade diante dos Capitães-mores e
Governadores que estiverem governando as Capitanias onde os tais índios residirem, aos quais Capitães-mores e Governadores encomendo por parte de Sua Majestade aceitem benevolamente a amizade dos ditos índios e lhes deem bom tratamento, tomando o juramento aos seus capitães ou principais de como prometem serem leais vassalos de Sua Majestade El Rei de Portugal Nosso Senhor e bem assim professarem verdadeira amizade com a Nação Portuguesa, como são obrigados e devem à razão de parentesco tão chegado [...]. Recife, 4 de maio de 1654. Francisco Barreto.
HÁ
365 ANOS... OS ÍNDIOS DA SERRA DA IBIAPABA, CAPITANIA DO CEARÁ, JURAM FIDELIDADE À IGREJA CATÓLICA ROMANA E AO REI DE PORTUGAL - ANO DE 1660.
ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO DE PORTUGAL - AHU-CEARÁ, CAIXA Nº 01 DOCUMENTO Nº 46.
"Carta de Sua Majestade [o Rei de Portugal], para Dom Simão Taguaibuna, principal dos índios tabajaras da Serra da Ibiapaba. Que por carta do padre Antônio Vieira (...), se recebeu o aviso do juramento que o dito principal havia feito nas mãos do dito padre, de ser fiel vassalo de Sua Majestade toda à sua nação e todos os seus descendentes, e de como assim ele, como os outros principais haviam recebido suas legítimas mulheres conforme os ritos da Igreja Romana, e prometido de em tudo o mais guardarem a lei de Deus, como verdadeiros cristãos, e tratarem de ajudar ao descobrimento do Rio Pará [Parnaíba] e conquista de todas as outras nações vizinhas às suas terras [Ibiapaba], para se reduzirem todos a fé de Deus e vassalagem de Sua Majestade, de que todos, Sua Majestade recebes [com] grande contentamento, pelo desejo que Sua Majestade tem de que todas essas nações venham ao conhecimento do verdadeiro Deus; e lhe agradece o zelo e vontade com que se tem disposto a esta empresa, cujo sucesso Sua Majestade fica esperando para lhe mandar fazer mercê, e que o mesmo diga da parte de Sua Majestade aos demais principais, aos quais todos encarrega Sua Majestade, particularmente a obediência e respeito que devem ter aos padres como ministros de Deus e da Santa Madre Igreja, seguindo em todos seus conselhos”.
Fonte: Arquivo Histórico Ultramarino de Portugal – Documentos da Capitania do Ceará – AHU-Ceará, Caixa nº 01, Documento nº 46, ano de 1660.
ALGUMAS NOTAS SOBRE PORTARIA Nº 320, DE 26 DE MAIO DE 2025, QUE ESTABELECE A MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA A
EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENADE E NA PROVA NACIONAL DOCENTE (PND).
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
O Centro Esportivo Virtual (CEV) pode desempenhar um papel essencial no aperfeiçoamento dos professores de Educação Física, especialmente considerando as diretrizes da Portaria nº 320, de 26 de maio de 2025, que estabelece a Matriz de Referência para a Licenciatura em Educação Física no Enade e na Prova Nacional Docente (PND)
Contribuições do CEV para o aperfeiçoamento dos professores
1. Apoio à formação continuada – O CEV pode oferecer cursos, seminários e materiais didáticos alinhados às novas exigências da matriz de referência, garantindo que os professores estejam preparados para os desafios do Enade e da PND.
2. Divulgação de pesquisas e metodologias inovadoras – A plataforma pode reunir estudos sobre práticas pedagógicas eficazes, auxiliando os docentes na adaptação às novas diretrizes curriculares.
3. Integração entre profissionais e pesquisadores – O CEV facilita o intercâmbio de conhecimento entre professores, acadêmicos e especialistas, promovendo debates sobre inovação na Educação Física escolar.
4. Uso de tecnologia na formação docente – A plataforma pode disponibilizar recursos digitais, como simuladores, vídeos interativos e materiais de apoio, para aprimorar a didática dos professores.
5. Preparação para avaliações nacionais – O CEV pode oferecer conteúdos específicos para ajudar os docentes a compreender melhor os critérios do Enade e da PND, garantindo um ensino mais alinhado às exigências nacionais.
O Programa Mais Professores foi criado para fortalecer a formação docente e valorizar os profissionais da educação básica no Brasil. Ele envolve ações estruturantes, como a Prova Nacional Docente (PND), bolsas para licenciaturas e incentivos para atuação em regiões com carência de professores.
O Centro Esportivo Virtual (CEV) pode contribuir significativamente para esse programa ao:
• Oferecer conteúdos especializados sobre metodologias inovadoras na Educação Física escolar.
• Facilitar a troca de conhecimento entre pesquisadores e professores, promovendo debates sobre práticas pedagógicas eficazes.
• Divulgar estudos e pesquisas que auxiliam na adaptação dos docentes às novas diretrizes da formação profissional.
• Integrar tecnologia ao ensino por meio de recursos digitais e plataformas interativas.
Aqui estão alguns materiais que podem te ajudar a explorar mais sobre as medidas adotadas pelo Ministério da Educação no âmbito do Programa Mais Professores:
• O posicionamento do Todos Pela Educação sobre o programa, que destaca a importância da Prova Nacional Docente (PND) e das bolsas para licenciaturas. Você pode conferir aqui.
• O decreto que institui a Nova Política de EaD, assinado pelo presidente da República, que busca garantir mais qualidade na oferta de ensino a distância. Você pode acessar aqui.
• A nota de posicionamento do Semesp sobre o novo marco regulatório da EaD, que discute a importância da regulamentação para a qualidade do ensino superior.
O Semesp publicou uma nota de posicionamento sobre o novo marco regulatório da Educação a Distância (EaD), destacando a importância da regulamentação para garantir qualidade, segurança jurídica e previsibilidade institucional no ensino superior. A entidade enfatiza que a EaD desempenha um papel estratégico na democratização do ensino, permitindo maior acesso à educação, especialmente para estudantes que enfrentam barreiras geográficas ou de tempo.
Principais pontos da nota do Semesp
• Defesa da regulamentação: O Semesp apoia a criação de regras claras para a EaD, garantindo que a modalidade continue a expandir o acesso ao ensino superior sem comprometer a qualidade.
• Monitoramento contínuo: A entidade reforça a necessidade de acompanhar a evolução da EaD para assegurar que os cursos ofereçam infraestrutura adequada, docentes qualificados e metodologias eficazes.
• Inovação tecnológica: O Semesp destaca que a EaD estimula o uso de tecnologias digitais, favorecendo metodologias ativas e recursos interativos que aprimoram o aprendizado.
• Critérios de qualidade: A nota alerta para os riscos de modelos educacionais com infraestrutura precária e falta de acompanhamento pedagógico, que podem comprometer a formação dos estudantes.
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
Publicado em: 28/05/2025 | Edição: 99 | Seção: 1 | Página: 24 Órgão: Ministério da Educação/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
PORTARIA Nº 320, DE 26 DE MAIO DE 2025 Dispõe sobre a Matriz de Referência do componente específico de Licenciatura em Educação Física, no âmbito do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas e da Prova Nacional Docente (PND), a partir da edição 2025.
Art.7ºAprova doEnadeLicenciaturas edaProvaNacional Docente,nocomponenteespecífico,tomará como referencial o processo deensinoeaprendizagem deEducaçãoFísica,articulandoaspectosteóricopráticos do ensino com os seguintes objetos de conhecimento:
I. Dimensões históricas e filosóficas da Educação Física;
II. II. Dimensões sociológicas e antropológicas da Educação Física;
III. III. Dimensões morfofuncionais do movimento humano;
IV. IV. Desenvolvimento humano e aprendizagem motora;
V. V. Regulamentações e normatizações na Educação Física escolar;
VI. VI. Educação Física escolar na área de linguagens;
VII. VII. Educação Física na Base Nacional Comum Curricular (BNCC);
VIII. VIII. Educação Física nas etapas e modalidades da educação básica;
IX. IX. Manifestações da Educação Física: brincadeiras e jogos, esportes, ginásticas, lutas, danças, práticas corporais de aventura;
X. X. Concepções teórico-metodológicas da Educação Física escolar;
XI. XI. Fundamentos didático-pedagógicos da Educação Física escolar;
XII. XII. Prática educativa e dimensões do conhecimento na Educação Física escolar;
XIII. XIII. Avaliação na Educação Física escolar;
XIV. XIV. Educação Física escolar inclusiva;
XV. XV. Educação Física, qualidade de vida e saúde;
XVI. XVI. Pesquisa em Educação Física;
XVII. XVII. Educação Física escolar na contemporaneidade; e XVIII. XVIII. Tecnologias e inovação em Educação Física escolar. XIX. Art. 8º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.
• Dimensões históricas e filosóficas da Educação Física;
• As dimensões históricas e filosóficas da Educação Física exploram como essa área evoluiu ao longo do tempo e sua relação com diferentes sociedades e culturas. Aqui estão alguns aspectos importantes:
• Dimensão Histórica
• A Educação Física tem raízes na Antiguidade, com práticas corporais em civilizações como Egito, Grécia e Roma.
• Na Idade Média, a atividade física foi menos valorizada, mas ressurgiu com força no Renascimento.
• No século XIX, a Educação Física começou a ser sistematizada, influenciada por modelos europeus como o alemão e o sueco.
• No Brasil, a Educação Física ganhou espaço nas escolas a partir do século XX, sendo integrada ao currículo escolar.
• Dimensão Filosófica
• A Educação Física pode ser vista sob diferentes perspectivas filosóficas, como o humanismo, que valoriza o desenvolvimento integral do indivíduo.
• O pragmatismo enfatiza a aplicação prática do conhecimento corporal para a vida cotidiana.
• O existencialismo destaca a liberdade e a experiência individual no movimento humano.
• Arelaçãoentrecorpoesociedadeéum temacentral,analisadoporpensadores como MauriceMerleauPonty e Michel Foucault.
Dimensões sociológicas e antropológicas da Educação Física;
• As dimensões sociológicas e antropológicas da Educação Física exploram como fatores sociais e culturais influenciam a prática esportiva e a atividade física. Aqui estão alguns aspectos fundamentais:
• Dimensão Sociológica
• Analisa como a sociedade molda o comportamento físico e esportivo dos indivíduos.
• Estuda a influência de fatores como classe social, gênero e etnia na participação esportiva.
• Investiga o papel do esporte na integração social e na construção de identidades coletivas.
• Examina como políticas públicas e instituições impactam o acesso à atividade física.
• Dimensão Antropológica
• Explora a relação entre cultura e movimento humano, incluindo práticas tradicionais e rituais corporais.
• Analisa como diferentes sociedades percebem o corpo e o exercício físico.
• Estuda a evolução das práticas esportivas ao longo da história e sua relação com valores culturais.
• Investiga como o esporte reflete e reforça normas sociais e culturais.
Dimensões morfofuncionais do movimento humano
As dimensões morfofuncionais do movimento humano referem-se à interação entre a estrutura anatômica do corpo e suas funções motoras. Elas são fundamentais para compreender como características físicas e processos biológicos influenciam a capacidade motora e a execução de atividades físicas.
Principais aspectos das dimensões morfofuncionais
• Morfologia corporal: Inclui características como tipo físico, proporções dos membros e composição muscular, que afetam diretamente a execução dos movimentos.
• Função dos sistemas corporais: O sistema musculoesquelético, nervoso e cardiovascular desempenham papéis essenciais na eficiência dos movimentos e no desempenho físico.
• Adaptação e variabilidade: Cada indivíduo possui diferenças morfológicas e funcionais que influenciam sua capacidade de realizar movimentos específicos.
• Planejamento pedagógico: O conhecimento dessas dimensões permite adaptar o ensino da Educação Física às necessidades individuais, promovendo um desenvolvimento motor equilibrado.
Desenvolvimento humano e aprendizagem motora
O desenvolvimento humano e a aprendizagem motora estão interligados, pois o aprimoramento das habilidades motoras ocorre ao longo da vida, influenciado por fatores biológicos, psicológicos e sociais.
Aspectos do Desenvolvimento Humano
• O desenvolvimento humano envolve mudanças físicas, cognitivas e emocionais desde a infância até a fase adulta.
• Fatores como hereditariedade, ambiente e experiências influenciam o crescimento e a maturação do indivíduo.
• O desenvolvimento motor está diretamente ligado à capacidade de adaptação e aprendizado ao longo da vida.
Aprendizagem Motora
• Refere-se ao processo pelo qual adquirimos e refinamos habilidades motoras, como caminhar, correr e manipular objetos.
• Envolve conceitos como coordenação, controle motor e memória muscular.
Regulamentações e normatizações na Educação Física escolar;
A Educação Física escolar no Brasil é regulamentada por diversas leis e diretrizes que garantem sua obrigatoriedade e orientam sua prática pedagógica. Aqui estão alguns dos principais documentos e normas:
1. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
A Lei nº 9.394/96 estabelece a Educação Física como componente curricular obrigatório na Educação Básica, garantindo sua presença nas escolas.
2. Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
A BNCC define os objetivos de aprendizagem da Educação Física, enfatizando aspectos como desenvolvimento motor, inclusão e diversidade.
3. Regulamentação da Profissão
A profissão de educador físico é regulamentada pela Lei nº 9.696/98, que criou o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e os Conselhos Regionais (CREFs), responsáveis pela fiscalização da atuação dos profissionais
Educação Física escolar na área de linguagens
A Educação Física escolar na área de Linguagens busca integrar o movimento humano como forma de expressão e comunicação, indo além da prática esportiva tradicional. Essa abordagem considera o corpo como um meio de linguagem, permitindo que os alunos desenvolvam habilidades de interpretação, criatividade e interação social.
Principais aspectos
• Educação Física como linguagem: O movimento corporal é visto como uma forma de comunicação, semelhante à música, artes visuais e literatura.
• Interdisciplinaridade: A Educação Física dialoga com disciplinas como Língua Portuguesa e Artes, explorando gestos, expressões e narrativas corporais.
• Base Nacional Comum Curricular (BNCC): A BNCC reconhece a Educação Física dentro da área de Linguagens, enfatizando sua contribuição para o desenvolvimento cultural e social dos alunos. Educação Física na Base Nacional Comum Curricular (BNCC
A Educação Física na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é reconhecida como parte da área de Linguagens, ao lado de disciplinas como Língua Portuguesa e Artes. Seu objetivo é promover o desenvolvimento integral dos alunos por meio de práticas corporais que envolvem aspectos sociais, culturais e históricos2.
Principais aspectos da Educação Física na BNCC
• Práticas corporais como linguagem: A BNCC enfatiza que o movimento humano é uma forma de expressão e comunicação, permitindo aos alunos vivenciar e interpretar diferentes manifestações culturais.
• Seis unidades temáticas:AEducaçãoFísicaéestruturadaem seis categorias principais: Brincadeiras e Jogos, Esportes, Ginásticas, Danças, Lutas e Práticas Corporais de Aventura.
• Inclusão e diversidade: A BNCC reforça a importância da Educação Física na valorização da diversidade cultural e na promoção da participação de todos os alunos, independentemente de suas condições físicas ou sociais.
• Autonomia e protagonismo: Os alunos são incentivados a adaptar e transformar as práticas corporais conforme suas realidades, promovendo um aprendizado ativo e reflexivo.
A Educação Física está presente em todas as etapas e modalidades da Educação Básica, sendo fundamental para o desenvolvimento motor, social e cognitivo dos alunos. Aqui está um panorama de sua atuação: Etapas da Educação Básica
1. Educação Infantil: Foca no desenvolvimento motor e na socialização por meio de brincadeiras e jogos.
2. Ensino Fundamental: Introduz esportes, ginásticas e lutas, promovendo habilidades motoras e trabalho em equipe.
3. Ensino Médio: Enfatiza a autonomia dos alunos na prática esportiva e na compreensão dos benefícios da atividade física. Modalidades da Educação Básica
• Educação Especial: Adapta práticas para atender alunos com deficiência, garantindo inclusão e acessibilidade.
• Educação de Jovens e Adultos (EJA): Oferece atividades físicas adequadas às necessidades dos estudantes adultos.
• Educação Indígena e Quilombola: Respeita e incorpora práticas corporais tradicionais dessas comunidades.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) orienta a Educação Física em todas essas etapas, garantindo que os alunos desenvolvam competências essenciais dalidades da educação básica; Manifestações da Educação Física: brincadeiras e jogos, esportes, ginásticas, lutas, danças, práticas corporais de aventura
As manifestações da Educação Física abrangem diversas práticas corporais que contribuem para o desenvolvimento motor, social e cultural dos indivíduos. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) organiza essas manifestações em seis unidades temáticas principais:
1. Brincadeiras e Jogos
• Atividades lúdicas que estimulam a criatividade e a socialização.
• Exemplos: amarelinha, pega-pega, esconde-esconde, bolinha de gude.
2. Esportes
• Modalidades organizadas com regras específicas, promovendo competição e cooperação.
• Exemplos: futebol, basquete, vôlei, atletismo.
3. Ginásticas
• Práticas que envolvem movimentos sistematizados para condicionamento físico e expressão corporal.
• Atividades realizadas em ambientes naturais ou simulados, promovendo desafios físicos e emocionais.
• Exemplos: escalada, rapel, trilhas, parkour.
Concepções teórico-metodológicas da Educação Física escolar
As concepções teórico-metodológicas da Educação Física escolar envolvem diferentes abordagens pedagógicas que orientam o ensino e a prática dessa disciplina. Aqui estãoalgumas das principais concepções:
1. Abordagem Desenvolvimentista
• Foca no desenvolvimento motor dos alunos, respeitando as fases de crescimento.
• Prioriza atividades que estimulam habilidades motoras fundamentais.
2. Abordagem Construtivista
• Baseia-se na interação do aluno com o ambiente e na construção do conhecimento por meio da experiência.
• Valoriza a autonomia e a resolução de problemas motores.
3. Abordagem Crítico-Emancipatória
• Enfatiza a reflexão sobre o papel social da Educação Física.
• Busca promover a inclusão e a participação ativa dos alunos na sociedade.
4. Abordagem Sistêmica
• Considera o corpo como um sistema integrado, relacionando aspectos físicos, emocionais e sociais.
• Propõe atividades que envolvem múltiplas dimensões do movimento humano.
Fundamentos didático-pedagógicos da Educação Física escolar
Os fundamentos didático-pedagógicos da Educação Física escolar são essenciais para orientar o ensino e garantir que as práticas corporais contribuam para o desenvolvimento integral dos alunos. Aqui estão alguns dos principais aspectos:
1. Princípios Pedagógicos
• Interdisciplinaridade: A Educação Física dialoga com outras áreas do conhecimento, como Ciências e Artes.
• Inclusão e diversidade: As atividades devem ser adaptadas para atender a todos os alunos, independentemente de suas condições físicas ou sociais.
• Autonomia e protagonismo: Os alunos são incentivados a participar ativamente na construção do conhecimento e na escolha das práticas corporais.
2. Princípios Didáticos
• Contextualização: As atividades devem estar relacionadas ao cotidiano dos alunos, tornando o aprendizado mais significativo.
• Ludicidade: O jogo e a brincadeira são ferramentas fundamentais para o ensino da Educação Física.
• Avaliação contínua: O progresso dos alunos deve ser acompanhado ao longo do tempo, considerando aspectos motores, sociais e cognitivos.
Prática educativa e dimensões do conhecimento na Educação Física escolar
A prática educativa na Educação Física escolar envolve diversas dimensões do conhecimento, que contribuem para o desenvolvimento integral dos alunos. Essas dimensões são fundamentais para garantir que a Educação Física vá além da simples prática esportiva e se torne um espaço de aprendizado significativo. Dimensões do conhecimento na Educação Física escolar
1. Dimensão Conceitual – Refere-se ao conhecimento teórico sobre as práticas corporais, incluindo regras, história e fundamentos científicos do movimento.
2. Dimensão Procedimental – Relaciona-se à execução das atividades físicas, ou seja, o "saber fazer", que envolve habilidades motoras e técnicas específicas.
3. Dimensão Atitudinal – Enfatiza valores como respeito, cooperação, ética e inclusão, promovendo a formação cidadã dos alunos.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reconhece essas dimensões e orienta a Educação Física escolar para que os alunos desenvolvam competências que vão além do desempenho físico, incluindo aspectos sociais e culturais. Além disso, estudos indicam que a abordagem integrada dessas dimensões melhora a aprendizagem e a participação dos alunos2.
Avaliação na Educação Física escolar
A avaliação na Educação Física escolar vai além da simples medição do desempenho físico dos alunos. Ela busca compreender o desenvolvimento motor, social e cognitivo ao longo do processo de ensinoaprendizagem. Existem diferentes tipos de avaliação aplicadas na Educação Física:
1. Avaliação Diagnóstica
• Realizada no início do processo de ensino para identificar o nível de conhecimento e habilidades dos alunos.
• Pode incluir observação, entrevistas e questionários.
2. Avaliação Formativa
• Acontece ao longo das aulas para acompanhar o progresso dos alunos.
• Permite ajustes no planejamento pedagógico conforme as necessidades da turma.
3. Avaliação Somativa
• Utilizada para atribuir notas ou conceitos ao final de um período letivo.
• Deve considerar todo o processo de ensino-aprendizagem, evitando avaliações punitivas ou excludentes.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) enfatiza que a avaliação na Educação Física deve considerar não apenas habilidades motoras, mas também aspectos socioemocionais e cognitivos. Se quiser explorar mais sobre esse tema, você pode conferir este artigo que detalha os tipos de avaliação na Educação Física escolar. Educação Física escolar inclusiva;
A Educação Física escolar inclusiva busca garantir que todos os alunos, independentemente de suas condições físicas, cognitivas ou sociais, tenham acesso e participação ativa nas atividades corporais. Ela se baseia em princípios de equidade, acessibilidade e respeito à diversidade, promovendo um ambiente de aprendizado onde cada estudante pode desenvolver suas habilidades motoras e sociais.
Princípios da Educação Física Inclusiva
• Adaptação das atividades: As práticas devem ser ajustadas para atender às necessidades individuais dos alunos.
• Uso de tecnologias assistivas: Equipamentos e metodologias que facilitam a participação de estudantes com deficiência.
• Valorização da diversidade: Incentivo à interação entre todos os alunos, promovendo empatia e colaboração.
• Formação de professores: Capacitação contínua para que os educadores possam aplicar estratégias inclusivas eficazes.
A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) reforça a importância da inclusão na Educação Física escolar, garantindo que alunos com deficiência tenham acesso a um ensino adaptado às suas necessidades. Além disso, a Convençãosobreos Direitosdas Pessoas com Deficiência estabelecediretrizes para apromoçãoda inclusão em todas as áreas da educação.
Educação Física, qualidade de vida e saúde
A Educação Física desempenha um papel fundamental na promoção da qualidade de vida e da saúde, pois contribui para o bem-estar físico, mental e social dos indivíduos. Aqui estão alguns aspectos essenciais dessa relação:
1. Educação Física e Qualidade de Vida
• Melhora a disposição e a energia diária.
• Reduz o estresse e melhora a saúde mental.
• Fortalece a autoestima e a confiança.
• Estimula a socialização e o trabalho em equipe.
2. Educação Física e Saúde
• Previne doenças cardiovasculares e metabólicas.
• Melhora a capacidade respiratória e a circulação sanguínea.
• Fortalece músculos, ossos e articulações.
• Contribui para o controle do peso e a redução do sedentarismo. Estudos indicam que a prática regular de atividades físicas está diretamente ligada à longevidade e à redução de riscos de diversas doenças2. Se quiser explorar mais sobre esse tema, você pode conferir este artigo que discute reflexões sobre a relação entre Educação Física e qualidade de vida.
Pesquisa em Educação Física
A pesquisa em Educação Física abrange diversas áreas do conhecimento, incluindo abordagens socioculturais, pedagógicas e científicas. Estudos recentes indicam que as pesquisas qualitativas na área se concentram principalmente em temas como esporte, práticas corporais, atividade física e exercício físico, além de questões relacionadas à formação de professores e pesquisadores
Além disso, há uma crescente produção científica sobre a relação entre Educação Física e qualidade de vida, abordando temas como saúde, inclusão e impacto social
Educação Física escolar na contemporaneidade
A Educação Física escolar na contemporaneidade enfrenta desafios e transformações que refletem mudanças sociais, culturais e tecnológicas. Atualmente, ela não se limita apenas à prática esportiva, mas busca integrar aspectos como saúde, inclusão, tecnologia e desenvolvimento social Principais tendências da Educação Física escolar contemporânea
• Integração com tecnologia: Uso de aplicativos, dispositivos vestíveis e plataformas digitais para monitoramento e aprendizado.
• Inclusão e diversidade: Adaptação das práticas para atender alunos com diferentes necessidades e promover a equidade.
• Educação Física crítica: Reflexão sobre o papel do corpo na sociedade e sua relação com temas como identidade e cultura.
• Promoção da saúde: Enfoque na qualidade de vida, bem-estar mental e prevenção de doenças.
• Interdisciplinaridade: Conexão com outras áreas do conhecimento, como Ciências e Artes, para ampliar o aprendizado.
Tecnologias e inovação em Educação Física escolar
A tecnologia e inovação na Educação Física escolar têm transformado a forma como os alunos aprendem e interagem com as práticas corporais. O uso de ferramentas digitais e metodologias inovadoras permite maior engajamento e adaptação às necessidades individuais dos estudantes.
Principais avanços tecnológicos na Educação Física
• Aplicativos e plataformas digitais: Softwares que auxiliam no monitoramento do desempenho físico e na personalização dos treinos.
• Dispositivos vestíveis:Smartwatches esensores queregistram dados como frequênciacardíacaegasto calórico.
• Realidade virtual e aumentada: Simulações imersivas que tornam o aprendizado mais dinâmico e interativo.
• Jogos digitais e gamificação: Estratégias que incentivam a participação dos alunos por meio de desafios e recompensas.
Essas tecnologias não apenas modernizam o ensino, mas também ajudam a combater o sedentarismo e a tornar a Educação Física mais acessível e inclusiva
O Centro Esportivo Virtual (CEV) desempenha um papel fundamental na tecnologia e inovação na Educação Física escolar, atuando como um ecossistema de pesquisa e desenvolvimento. Ele promove a integração entre universidade, indústria, governo e sociedade, facilitando a troca de conhecimento e o avanço de metodologias inovadoras.
Importância do CEV na Educação Física escolar
• Fomento à pesquisa e inovação: O CEV apoia estudos sobre novas tecnologias aplicadas ao ensino da Educação Física.
• Integração de ciência e prática: Conecta pesquisadores, professores e empreendedores para desenvolver soluções educacionais.
• Uso de tecnologias emergentes: Explora ferramentas como realidade virtual, inteligência artificial e dispositivos vestíveis para aprimorar o ensino.
• Publicação de conteúdos especializados: Divulga artigos e materiais acadêmicos sobre inovação na Educação Física e no esporte.
• O Centro Esportivo Virtual (CEV) tem um impacto significativo na Educação Física escolar, promovendo pesquisas, inovação e disseminação de conhecimento na área. Aqui estão alguns dos principais aspectos de sua contribuição:
• 1.FomentoàPesquisaeInovação
• O CEV apoia estudos sobre novas tecnologias aplicadas ao ensino da Educação Física, incluindo metodologias inovadoras e ferramentas digitais para aprimorar o aprendizado.
• 2.IntegraçãodeCiênciaePrática
• OCEVconectapesquisadores, professores eprofissionais daárea,permitindoatrocade conhecimento e o desenvolvimento de soluções educacionais eficazes.
• 3.PublicaçãodeConteúdosEspecializados
• O portal do CEV disponibiliza artigos, estudos e materiais acadêmicos sobre Educação Física, esporte e lazer, servindo como um importante repositório de informações para educadores e pesquisadores.
• 4.ImpactonoDesempenhoCognitivodosEstudantes
• Pesquisas indicam que a Educação Física escolar, quando bem estruturada, tem um impacto positivo no rendimento acadêmico dos alunos, reforçando a importância de práticas pedagógicas baseadas em evidências.
OCentroEsportivoVirtual (CEV) desempenha um papel crucialnapesquisa emEducação Física, atuando como um grande repositório de conhecimento e inovação na área. Ele conecta pesquisadores, professores e estudantes, promovendo a troca de informações e o desenvolvimento de novas metodologias. Importância do CEV na pesquisa em Educação Física
• Gestão do conhecimento: O CEV é um dos maiores portais voltados para a Educação Física, Esportes e Lazer, reunindo artigos, estudos e debates acadêmicos.
• Fomento à inovação: Apoia pesquisas sobre novas tecnologias aplicadas ao ensino da Educação Física, incluindo metodologias digitais e ferramentas interativas.
• Interação entre profissionais: Facilita a comunicação entre pesquisadores e educadores, permitindo a troca de experiências e o aprimoramento das práticas pedagógicas.
• Acesso a conteúdos especializados: Disponibiliza materiais acadêmicos que ajudam na formação de professores e na evolução das práticas educacionais
A QUESTÃO DOS JOGOS ELETRONICOS - SÃO ESPORTES?
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Licenciado em Educação Física
Mestre em Ciência da Informação
1. Biblioteca Revista do Leo, 2025.
2. A questão dos jogos eletrônicos - São esportes?
Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz (Autor). Em Revista do Leo, 2025. Jogos Digitais Integra
Hamilton Ferro me liga perguntando minha opinião sobre a inclusão de Jogos Eletrônicos entre as modalidades oferecidas nos Jogos Escolares Ludovicenses (JELs), competição esportiva organizada pela Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Desportos e Lazer (Semdel) e da Federação Maranhense de Desporto Escolar (Femade).
Nos Jogos Escolares deste ano, promovidos pela SEDEL-MA, haverá a inclusão de Jogos Eletrônicos, além dos tradicionais, e dos paralímpicos. O evento reúne estudantes de diversas escolas da cidade e serve como etapa classificatória para os Jogos Escolares Maranhenses (JEMs).
Alguns municípios que já iniciaram a etapa de classificação local, para participação nos Jogos Regionais e classificação no Estadual já incluíram essa modalidade.
A questão levantada pelo Hamilton é a adequação dessa inclusão, principalmente nas questões de segurança, e do sedentarismo, pois onde fica o movimento, além das mãos? E quanto à infraestrutura necessária, como consoles, telões, quais jogos incluir? Onde fica a Educação Física – o lúdico e o movimento – nessas modalidades ditas ‘esportivas’, posto que são jogos?
Temos que a Federação Maranhense de Desporto Escolar (FEMADE) desempenha um papel fundamental na promoção do esporte estudantil no Maranhão. Ela organiza e apoia competições como os Jogos Escolares Ludovicenses (JELs) e outras iniciativas voltadas para o desenvolvimento esportivo de jovens atletas, atuando na estruturação e regulamentação das competições, garantindo que as modalidades sigam padrões técnicos e incentivando a participação de estudantes em eventos que podem levá-los até competições nacionais, como os Jogos Escolares Brasileiros (JEBs).
FEMADE - responsável pela organização de competições estudantis no Maranhão, incluindo os Jogos Escolares Ludovicenses (JELs) - conta com uma ampla variedade de modalidades esportivas. Em edições anteriores, foram disputadas quatro modalidades coletivas: Futsal, Vôlei, Basquete, Handebol. Além disso, há oito modalidades individuais, incluindo: Atletismo, Xadrez, Tênis de mesa, Ginástica artística, Badminton, Vôlei de praia, Judô, Natação. A competição reúne atletas de diversas escolas e serve como etapa classificatória para os Jogos Escolares Maranhenses (JEMs
Vamos às questões, pois. O conceito de jogo consiste numa atividade física ou intelectual formada por um conjunto de regras e define um indivíduo (ou um grupo) como vencedor e outro como perdedor. Os jogos podem ser utilizados para fins educacionais para transmitir o sentido de respeito às regras e a mensagem de que numa disputa entre adversários haverá sempre um que perde e outro que ganha. Alguns exemplos de jogos são: xadrez, futebol, damas, dança das cadeiras, voleibol, etc.
Jogo é um termo do latim “jocus” que significa gracejo, brincadeira, divertimento. um papel importante na socialização e inclusão.
Diferença entre Jogo e Esporte
O jogo é definido como uma atividade recreativa, nem sempre competitiva, e os próprios participantes podem definir ou ajustar as regras. O esporte é definido como uma atividade competitiva, com regras préestabelecidas e, geralmente os participantes são jogadores ou esportistas profissionais. Os objetivos de cada um também são diferentes. No jogo o objetivo é se divertir, mesmo que seja na modalidade competitiva, enquanto no esporte o principal objetivo é vencer, já que são voltados para o cunho profissional e monitorados por suas instituições.
As instituições, como as federações, ligas e confederações, são quem definem as regras dos esportes, como: o número exato de participantes, o local da prática, penalidades, pontuações, uniforme específico, entre outras. Os jogos não necessitam disso. Por mais que existam regras em alguns, elas podem ser adaptadas conforme o interesse dos jogadores. Por exemplo, na natação, os nadadores devem seguir as regras estabelecidas para competir com outros participantes. Num jogo como o pique bandeira, por mais que existam regras, os próprios jogadores podem adaptá-las. Alguns exemplos de esporte são: voleibol, futebol, natação e jiu-jitsu. Alguns exemplos de jogos são: pique-bandeira, queimado(a), stop (adedanha/adedonha). Nos jogos também há duas classificações importantes. Os cooperativos são aqueles em que há um único objetivo a ser atingido por equipe, que se ajudam ao longo da partida. E os prédesportivos, que auxiliam na aprendizagem de técnicas, táticas e regras de alguns esportes. Historicamente, o esporte tem raízes em civilizações antigas, como a Grécia Antiga, onde surgiram os primeiros Jogos Olímpicos por volta de 776 a.C.. Com o tempo, ele evoluiu e passou a ser regulamentado por federações e ligas esportivas. O esporte é uma atividade física que envolve competição, regras e habilidades específicas. Ele pode ser praticado individualmente ou em equipe, abrangendo diversas modalidades, como futebol, basquete, atletismo e natação. Além de promover a saúde e o bem-estar, o esporte também desempenha Os jogos eletrônicos e os jogos de computador são procurados por jogadores de todas as idades, para jogarem sozinhos ou, por exemplo, em jogos online, com adversários de todo o mundo. É uma atividade estimulante e lúdica. Mas, tal como os jogos de azar, os jogos eletrônicos podem provocar vício, além de efeitos negativos (violência, depressão, medo, riscos para a saúde, etc.) em determinados casos. Jogos eletrônicos são uma forma de entretenimento interativo que evoluiu significativamente ao longo das décadas. Desde os primeiros experimentos na década de 1950 até os modernos jogos de realidade virtual, essa indústria tem impactado a cultura, a tecnologia e até mesmo a educação. Eles podem ser jogados em
diversas plataformas, como consoles, computadores e dispositivos móveis, e abrangem uma ampla variedade de gêneros, incluindo ação, aventura, RPG e estratégia. Além do entretenimento, os jogos eletrônicos também podem ter influências positivas, como o desenvolvimento de habilidades cognitivas, e negativas, como o sedentarismo
Influências Positivas
Desenvolvimento cognitivo – Melhoram o raciocínio lógico, a tomada de decisões rápidas e a capacidade de resolver problemas. Coordenação motora – Jogos exigem precisão e reflexos rápidos, ajudando no desenvolvimento da coordenação motora. Trabalho em equipe – Muitos jogos multiplayer incentivam a colaboração e a comunicação entre os jogadores. Criatividade – Jogos de mundo aberto e construção estimulam a imaginação e a criatividade. Tolerância à frustração – Ensina a lidar com desafios e a persistir diante de dificuldades.
Influências Negativas
Sedentarismo – O tempo excessivo jogando pode reduzir a prática de atividades físicas. Problemas sociais – O isolamento pode afetar a interação social e o desenvolvimento de habilidades interpessoais. Agressividade – Alguns jogos podem influenciar comportamentos agressivos, dependendo do conteúdo e da frequência de exposição. Vício – O excesso pode levar à dependência, afetando o desempenho escolar ou profissional. Postura inadequada – Longas horas jogando podem causar problemas de postura e dores musculares.
O equilíbrio é essencial! Jogar pode ser benéfico, desde que seja feito de forma moderada e consciente. Esporte, exercício físico e atividade física
A atividade física refere-se a qualquer atividade que envolva o movimento do corpo e algum gasto de energia. As atividades físicas são a base de qualquer tipo de esporte ou exercício físico, mas não possuem necessariamente um sistema de regras ou uma rotina específica. Movimentos ocupacionais, de transporte ou domésticos, são considerados atividades físicas. O exercício físico obedece a uma rotina e um procedimento, baseado na repetição com objetivo de melhoria da condição física. Sendo assim, mais organizado e com intensidade e duração controlados.
O esporte envolve uma atividade física num sistema de regras próprio, com um objetivo definido, em uma competição justa e igual. É um princípio fundamental do esporte que seus participantes possuam iguais chances, guardadas as devidas particularidades, de vencer a disputa. Assim, o esporte se diferencia das atividades físicas convencionais e dos exercícios físicos por ser um universo próprio com sua própria lógica baseada em uma série de normas e regras.
Os esportes podem ser classificados como:
• Esportes de invasão esportes nos quais o objetivo é atingir uma meta (gol, cesta, try, touchdown…) posicionada no campo adversário. Nesse tipo de esporte, ao mesmo tempo em que uma equipe tenta avançar a outra tenta impedir os avanços. São exemplos de esportes de invasão: futebol, basquete, handebol, rugby, futebol americano, etc.
• Esportes de rede esportes sem contato físico no qual os jogadores adversários encontram-se separados por uma rede. Nesse tipo de esporte se arremessa, lança ou se bate na bola (ou outro objeto, dependendo do esporte) em direção à quadra adversária visando que o adversário não consiga devolvê-la. São exemplos de esportes de rede: vôlei, tênis, badminton, etc.
• Esportes de campo e taco esportes que utilizem um bastão ou taco para golpear ou rebater uma bola. Normalmente, o objetivo é rebater o mais longe possível a bola lançada pelo adversário.São exemplos de esportes de campo e taco: críquete, beisebol, softbol.
• Esportes de combate - artes marciais e lutas, consistem numa disputa na qual o objetivo é golpear o adversário para pontuar, dominar ou nocauteá-lo. São exemplos de esportes de combate: MMA, Muay Thay, Caratê, Kung Fu, Jiu-jitsu, esgrima, etc.
• Esportes de marca esportes nos quais os competidores comparam uma determinada marca alcançada. Essa marca pode ser de tempo, distância ou peso. São exemplos de esportes de marca: natação, atletismo, ciclismo, triatlo, levantamento de peso, etc.
• Esportes de precisão — esportes nos quais o competidor deve atingir um alvo específico. Os tipos de alvos e distâncias variam conforme o esporte. São exemplos de esportes de precisão: dardos, golfe, sinuca, boliche, curling, etc.
• Esportes técnico-combinatórios são esportes nos quais os competidores realizam uma rotina de movimentos avaliada por um júri e convertida em pontos. São exemplos de esportes técnicocombinatórios: ginastica artística, nado sincronizado, saltos ornamentais, skate street, etc.
• eSports competição individual ou coletiva de jogos eletrônicos. São exemplos de eSports os campeonatos de: LoL, FIFA/PES, Free Fire, etc. Os esportes eletrônicos (eSports) geram um debate interessante sobre se podem ou não ser considerados esportes. A resposta depende da definição de "esporte" e das características envolvidas. Argumentos a favor Competição estruturada – Os eSports possuem regras, ligas, torneios e premiações, assim como esportes tradicionais. Treinamento intenso – Jogadores profissionais treinam por horas diariamente, exigindo estratégia, reflexos rápidos e habilidades cognitivas. Reconhecimento oficial – Alguns países, como a Coreia do Sul, já reconhecem os eSports como modalidade esportiva. Aspecto físico – Embora não envolvam esforço físico intenso, exigem coordenação motora, resistência mental e até acompanhamento médico. Argumentos contra Falta de atividade física – Muitos especialistas defendem que o esporte deve envolver esforço físico significativo. Natureza digital – Diferente dos esportes tradicionais, os eSports dependem de tecnologia e são propriedade de empresas privadas. Debate jurídico – No Brasil, ainda não há uma regulamentação clara que os classifique oficialmente como esporte. A discussão continua, e o reconhecimento dos eSports como esporte pode evoluir com o tempo.
JOGOS ESCOLARES ELETRONICOS – ALGUMAS POSSIBILIDADES
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Diante da perspectiva de serem incluídos Jogos Eletrônicos nas disputas dos Jogos Escolares de São Luis, uma vez que já estão incluídos nos Maranhenses, e após a análise de que sejam jogos eletrônicos, e sua adequação para inclusão nessa modalidade esportiva, vamos ver, agora, quais são os mais adequados jogos de eSports:
• League of Legends (LoL) – Um dos MOBAs mais populares, ideal para competições estratégicas em equipe.
• Counter-Strike 2 (CS2) – Evolução do clássico CS:GO, muito utilizado em torneios escolares.
• Valorant – Um FPS tático que exige habilidade e trabalho em equipe.
• Free Fire – Um battle royale acessível, popular entre estudantes.
• Fortnite – Outro battle royale que combina estratégia e reflexos rápidos.
• Clash Royale – Um jogo de estratégia em tempo real que pode ser disputado em torneios escolares.
• eFootball PES – Para competições de futebol virtual, promovendo interação e habilidades táticas.
• Brawl Stars – Um jogo de ação e estratégia que pode ser jogado em equipes.
Esses jogos são frequentemente escolhidos para torneios escolares porque incentivam habilidades como pensamento estratégico, trabalho em equipe e tomada de decisão rápida.
MOBA (Multiplayer Online Battle Arena) é um gênero de jogos eletrônicos que combina estratégia e ação em partidas entre equipes. Os jogadores controlam personagens com habilidades únicas e trabalham juntos para destruir a base adversária. Alguns dos principais jogos MOBA incluem:
• League of Legends (LoL) – Um dos mais populares do mundo, com uma grande variedade de campeões e uma cena competitiva forte.
• Dota 2 – Conhecido por sua complexidade estratégica e torneios milionários.
• Smite – Um MOBA com visão em terceira pessoa, trazendo uma jogabilidade diferenciada.
• Heroes of the Storm – Criado pela Blizzard, reúne personagens icônicos de suas franquias.
• Pokémon Unite – Um MOBA mais acessível, baseado no universo Pokémon. Aqui estão os principais elementos de um MOBA:
• Mapa: Geralmente dividido em três caminhos (lanes) superior, meio e inferior conectando as bases das equipes. Entre esses caminhos, há áreas de floresta (jungle) com criaturas neutras que fornecem vantagens ao serem derrotadas.
• Campeões/Heróis: Cada jogador controla um personagem com habilidades únicas. Esses personagens podem ser tanques, atiradores, magos, assassinos ou suportes, cada um com um papel estratégico na equipe.
• Objetivos: O objetivo principal é destruir o "Nexus" ou "Ancient" da equipe adversária. No caminho, os jogadores enfrentam torres defensivas e criaturas inimigas.
• Itens e Evolução: Os campeões ganham ouro e experiência ao derrotar inimigos, permitindo a compra de itens que melhoram seus atributos e habilidades ao longo da partida.
• Trabalho em equipe: O sucesso depende da estratégia e da cooperação entre os jogadores. Comunicação e posicionamento são essenciais para vencer.
Os MOBAs exigem estratégia, reflexos rápidos e coordenação entre os membros da equipe.
Counter-Strike 2 (CS2) é a evolução do clássico CS:GO, trazendo melhorias gráficas e novas mecânicas para o famoso jogo de tiro em primeira pessoa. Ele foi desenvolvido pela Valve e é gratuito para jogar na plataforma Steam. Principais novidades do CS2:
• Novo motor gráfico: Construído na Source 2, trazendo gráficos mais realistas e efeitos aprimorados.
• Granadas de fumaça dinâmicas: Agora interagem com o ambiente e podem ser dispersadas por tiros e explosões.
• Jogabilidade aprimorada: O jogo agora tem um sistema de tick-rate independente, garantindo respostas mais rápidas aos comandos dos jogadores.
• Mapas reformulados: Clássicos como Dust 2 receberam melhorias visuais e ajustes na jogabilidade.
• Novo sistema de classificação: Com CS Ratings e leaderboards globais e regionais
FPS (First-Person Shooter) é um gênero de jogos eletrônicos em que os jogadores experimentam a ação a partir da perspectiva do personagem, como se estivessem vendo através de seus olhos. Esse estilo de jogo é conhecido por sua jogabilidade rápida e intensa, exigindo reflexos rápidos e precisão.
Principais características dos jogos FPS:
• Perspectiva em primeira pessoa: O jogador vê o ambiente como se estivesse dentro do jogo.
• Armas e combate: O foco está no uso de armas de fogo e estratégias de combate.
• Movimentação rápida: Muitos FPS exigem agilidade e posicionamento estratégico.
• Modos de jogo variados: Podem incluir campanhas solo, multiplayer competitivo e cooperativo. Exemplos de FPS populares:
• Counter-Strike 2 (CS2) – Um dos mais jogados no cenário competitivo.
• Call of Duty – Franquia famosa por sua jogabilidade intensa e campanhas envolventes.
• Battlefield – Destaca-se por seus mapas grandes e batalhas épicas.
• Doom – Clássico do gênero, com ação frenética contra criaturas demoníacas.
• Rainbow Six Siege – Focado em estratégia e trabalho em equipe.
• Valorant – Mistura FPS com habilidades especiais dos personagens.
Os eSports (esportes eletrônicos) são competições organizadas de videogames, onde jogadores profissionais e amadores disputam partidas em diversos títulos. Esse cenário cresceu exponencialmente nos últimos anos, tornando-se uma indústria multimilionária com torneios globais e grandes premiações.
Principais aspectos dos eSports:
• Competições profissionais: Torneios como CBLOL, Valorant Champions Tour, CS2 Majors e The International (Dota 2) reúnem os melhores jogadores do mundo.
• Streaming e audiência: Plataformas como Twitch, YouTube Gaming e Kick transmitem partidas ao vivo para milhões de espectadores.
• Jogos populares: Alguns dos principais títulos incluem League of Legends, Counter-Strike 2, Valorant, Dota 2, Fortnite e Rocket League
Os torneios escolares de eSports devem ser organizados de forma acessível e inclusiva, garantindo que todos os alunos possam participar e se divertir. Aqui estão alguns dos formatos mais adequados:
• Eliminatória Simples – Os jogadores ou equipes competem em partidas diretas, e quem perde é eliminado. Ideal para torneios rápidos.
• Eliminatória Dupla – Permite que os participantes tenham uma segunda chance após uma derrota, tornando a competição mais equilibrada.
• Sistema de Rodízio (Round Robin) – Todos os participantes jogam contra todos pelo menos uma vez, garantindo mais partidas e aprendizado.
• Sistema Misto – Combina diferentes formatos, como fase de grupos seguida de eliminatórias.
• Torneios por Equipes – Incentivam o trabalho em equipe e a cooperação entre os alunos.
• Torneios Temáticos – Podem incluir desafios específicos, como partidas com regras diferenciadas ou eventos comemorativos.
Organizar um torneio escolar de eSports exige planejamento e estrutura para garantir uma competição divertida e equilibrada. Aqui estão os principais passos:
1. Definir o objetivo do torneio
• Será um evento recreativo ou competitivo?
• Qual será o público-alvo (alunos de determinada série ou toda a escola)?
• Haverá premiação?
2. Escolher os jogos
• Opte por títulos acessíveis e populares entre os alunos, como League of Legends, CS2, Valorant, Free Fire ou FIFA.
• Considere jogos que incentivem o trabalho em equipe.
3. Planejar a estrutura do torneio
• Escolha o formato: eliminatória simples, eliminatória dupla, fase de grupos ou rodízio.
• Defina o número de participantes e equipes.
• Estabeleça regras claras e critérios de desempate.
4. Montar a infraestrutura
• Verifique a disponibilidade de computadores, consoles e internet estável.
• Organize um espaço adequado para os jogadores e espectadores.
5. Criar um cronograma
• Estabeleça datas e horários das partidas.
• Reserve tempo para ajustes técnicos e intervalos.
6. Divulgar o evento
• Use redes sociais, cartazes e anúncios na escola para atrair participantes.
• Incentive a inscrição antecipada.
7. Garantir arbitragem e suporte técnico
• Tenha árbitros ou monitores para garantir o cumprimento das regras.
• Disponibilize suporte técnico para evitar problemas com equipamentos.
8. Premiação e reconhecimento
• Ofereça medalhas, troféus ou brindes para os vencedores.
• Valorize a participação de todos os alunos.
É essencial garantir uma infraestrutura adequada para oferecer uma experiência fluida e competitiva. Aqui estão os principais elementos necessários:
1. Equipamentos e Hardware
• Computadores ou consoles com especificações adequadas para os jogos escolhidos.
• Monitores de alta taxa de atualização para melhor desempenho.
• Periféricos (teclados, mouses, controles e headsets) de qualidade para os jogadores.
2. Conectividade e Rede
• Internet de alta velocidade e estável para evitar quedas durante as partidas.
• Servidores locais (se necessário) para garantir menor latência.
• Switches e roteadores capazes de suportar múltiplas conexões simultâneas.
3. Espaço Físico
• Salas ou auditórios com capacidade para acomodar jogadores e espectadores.
• Iluminação adequada para conforto visual.
• Cadeiras ergonômicas para os competidores.
4. Software e Plataformas
• Jogos licenciados e atualizados.
• Plataformas de torneio para organização das partidas e rankings.
• Softwares de transmissão para exibição ao público.
5. Equipe de Suporte
• Técnicos de TI para resolver problemas técnicos rapidamente.
• Árbitros e organizadores para garantir o cumprimento das regras.
• Equipe de transmissão para narrar e exibir as partidas.
Plataformas para torneios de eSports
• SporTI – Plataforma completa para gestão de torneios e eventos multiesportivos, incluindo eSports. Ideal para escolas e organizações esportivas.
• SoleCorp SportsManager –Softwaregratuito paracriar egerenciartabelas detorneios, copas eligas, com um design intuitivo.
• Battlefy – Plataforma popular para organização de torneios online, permitindo criação de brackets e gerenciamento de partidas.
• Toornament – Ferramenta profissional para torneios de eSports, usada por organizadores de eventos globais.
• Challonge – Simples e eficiente para criar torneios de eliminação simples, dupla ou fase de grupos. Softwares para transmissão e organização
• OBS Studio – Software gratuito para transmissão ao vivo das partidas.
• Discord – Essencial para comunicação entre jogadores e organizadores.
• Streamlabs – Ferramenta para melhorar a qualidade das transmissões ao vivo. O suporte técnico é essencial para garantir que um torneio escolar de eSports ocorra sem problemas. Aqui estão os principais aspectos a serem considerados:
1. Infraestrutura de TI
• Computadores e consoles configurados corretamente para os jogos escolhidos.
• Internet de alta velocidade para evitar quedas de conexão.
• Servidores dedicados (se necessário) para garantir baixa latência.
2. Manutenção e Configuração
• Atualização de software e drivers antes do evento.
• Testes de desempenho para evitar problemas técnicos durante as partidas.
• Backup de equipamentos para substituir rapidamente qualquer dispositivo com falha.
3. Suporte em Tempo Real
• Equipe técnica disponível para resolver problemas rapidamente.
• Monitoramento da rede para evitar sobrecarga ou instabilidade.
• Assistência aos jogadores para garantir que todos tenham uma experiência fluida.
4. Transmissão e Streaming
• Configuração de OBS Studio ou outro software de transmissão.
• Testes de áudio e vídeo para garantir qualidade na transmissão ao público.
• Equipe de suporte para broadcast para ajustes em tempo real. Se quiser mais detalhes sobre suporte técnico para torneios de eSports, você pode conferir SporTI ou Whido. A SporTI é uma plataforma especializada na gestão de torneios e eventos esportivos, incluindo eSports. Ela oferece ferramentas para organizações esportivas profissionais e amadoras, facilitando a administração de competições, rankings e inscrições2.
Principais recursos da SporTI
• Gestão de torneios – Criação e administração de competições multiesportivas.
• Ranking e estatísticas – Monitoramento do desempenho dos jogadores e equipes.
• Plataforma para escolas e franquias – Soluções para gestão técnica, financeira e administrativa.
• Tecnologia para eSports – Ferramentas para organização de torneios de jogos eletrônicos. Se quiser explorar mais sobre a SporTI ou criar um torneio, você pode acessar a plataforma aqui ou conferir mais detalhes sobre seus serviços neste site.
A Whido é uma plataforma especializada em transmissões ao vivo e infraestrutura tecnológica para eventos de eSports. Ela oferece suporte para ligas, torneios e produções de conteúdo, garantindo qualidade e estabilidade nas transmissões.
Principais serviços da Whido
• Infraestrutura para transmissões ao vivo – Tecnologia avançada para eventos de eSports.
• Suporte técnico – Soluções para garantir estabilidade e qualidade nas competições.
• Marketing e engajamento – Estratégias para aumentar a visibilidade de ligas e torneios.
• Produção de conteúdo – Cobertura de eventos e criação de materiais audiovisuais.
Se quiser saber mais sobre a Whido, você pode conferir seu site oficial ou acompanhar seus conteúdos no YouTube.
Venho publicando alguns fatos de minha vida, desde que cheguei ao Maranhão no ano de 1976. Ano próximo, em 1975. Vim programa do Campus Avançado da Universidade Federal do Paraná. Alberto Milléo Filho era o Diretor, na época. Professor de Educação Física, tinha como meta a 975, a OCOI
Complexo Esportivo e Social de São Luis, hoje, Canhoteiro. A seguir, com as comemorações dos 50 anos da OCOI/JEI, como se deu sua criação e quem A seguir, minha saída de Imperatriz e vinda para São Luis, posto que transferido, professor concursado do Estado, no Centro de Ensino – na época – de Segundo Grau “Graça Aranha”, transferido para o “Liceu Maranhense”, e colocado à disposição do Plano de Governo, para a constituição da Secretaria de Desportos e Lazer do Maranhão – SEDEL-MA. Diga-se que foi ideia do Padre João Mohana a sua criação, e indicado o industrial Elir de Jesus Gomes para ocupar a Secretaria.
Por essa mesma época, fui admitido como professor de educação física na então Escola Técnica Federal do Maranhão – ETFM, depois, CEFET-MA, hoje IF-MA. A transformação da ETFM em CEFET-MA foi projeto meu, acatado pela direção da Escola, e depois pelo MEC. Assim como a criação da Unidade Descentralizada de Imperatriz – UNED-ITZ -, hoje, IF-MA. E outras sete unidades, hoje funcionando, em diversas cidades do Maranhão.
Além da SEDUC/MA – à disposição da SEDEL-MA -, e da ETFM, ainda dava aulas, como professor titular, na então Federação das Escolas Superiores do Maranhão – FESM -, hoje UEMA.
Como em Imperatriz, tinha tres empregos, cada um de 20 horas semanais.
Em Imperatriz, fiz minha primeira Especialização, em Metodologia do Ensino. Depois, em São Luis, fiz a segunda Especialização, em Lazer e Recreação; e o meu Mestrado em Ciência da Informação, este na UFMG. Após, em convenio com Cuba, o Doutorado em Ciências Pedagógicas, que não terminei, por falta de orientador. Hoje, o título me faz falta.
Por Ciência da Informação entende-se campo interdisciplinar que estuda a análise, coleta, classificação, armazenamento, recuperação e disseminação da informação registrada. Ela investiga como os dados se transformam em conhecimento e como a informação circula na sociedade. Esse campo tem diversas correntes teóricas, incluindo:
• Estudos matemáticos, como recuperação da informação e bibliometria.
• Teoria sistêmica, baseada em princípios da biologia.
• Teoria crítica, fundamentada nas humanidades.
• Teorias de classificação e representação.
• Estudos sobre produção e comunicação científica.
• Estudos de usuários, que analisam como diferentes públicos acessam e utilizam a informação.
A Ciência da Informação tem um impacto direto na gestão do conhecimento, na biblioteconomia, na tecnologia da informação e até na comunicação científica. Minha área é de Informação em Ciência e Tecnologia,essencialparaoavançodoconhecimentoeinovação.Hoje,dedico-meaosestudossobreprodução e comunicação científica; e estudos de usuários, que analisam como diferentes públicos acessam e utilizam a informação.
A produção e comunicação científica são fundamentais para o avanço do conhecimento e a disseminação de descobertas. No Brasil, há diversas iniciativas que promovem a publicação e o compartilhamento de pesquisas acadêmicas. Publicação em periódicos científicos: Os pesquisadores publicam seus estudos em revistas especializadas, que passam por revisão por pares para garantir a qualidade. Eventos científicos: Congressos e seminários permitem a troca de conhecimento entre especialistas e incentivam colaborações. Impacto da produção científica: A avaliação da pesquisa considera fatores como citações e relevância na comunidade acadêmica. Acesso aberto: Plataformas como SciELO e periódicos institucionais promovem o acesso gratuito a artigos científicos. Os estudos de usuários são uma área da Ciência da Informação que investiga como as pessoas acessam, utilizam e interagem com a informação. Eles ajudam a entender as necessidades informacionais de diferentes públicos e a melhorar serviços como bibliotecas, sistemas de busca e plataformas digitais. Existem dois principais enfoques nesses estudos: Quantitativo: Usa estatísticas e métricas para analisar padrões de uso. Qualitativo: Explora percepções e comportamentos por meio de entrevistas e observações. Um artigo publicadona SciELO Brasil discutea evolução dos métodos de coletadedados desde a década de 1960, destacando a transição do enfoque quantitativo para abordagens qualitativas. Além disso, há pesquisas que diferenciam conceitos como comportamento informacional e práticas informacionais, mostrando como esses termos se aplicam ao estudo dos usuários. Os comportamentos informacionais referem-se às ações e estratégias que as pessoas adotam para buscar, acessar, usar e compartilhar informações. Esseconceito é amplamenteestudado naCiênciada Informação epode serdividido em diferentes abordagens: Busca de informação: Como os indivíduos procuram dados relevantes para suas necessidades. Uso da informação: Como a informação é interpretada e aplicada em diferentes contextos. Compartilhamento de informação: Como as pessoas disseminam conhecimento em redes sociais, ambientes acadêmicos e profissionais.
Como exemplo de aplicação, temos o Centro Esportivo Virtual (CEV), uma plataforma dedicada à gestão do conhecimento na área de Educação Física, Esportes e Lazer. Ele reúne pesquisadores, professores e estudantes interessados em compartilhar e acessar informações sobre o setor. O CEV oferece diversos recursos, incluindo: Biblioteca digital com artigos, teses e publicações acadêmicas. Comunidades de discussão para troca de conhecimento entre especialistas. Congressos e eventos voltados para o desenvolvimento profissional. Além disso, o CEV mantém parcerias com instituições acadêmicas e científicas para ampliar o acesso à informação esportiva Sou, pois, um Cientista da Informação, profissional que estuda, organiza e gerencia dados e conhecimento em diversos contextos. Ele atua na classificação, armazenamento, recuperação e disseminação da informação, garantindo que ela seja acessível e útil para diferentes públicos. Principais funções - Gestão da informação: Desenvolve sistemas para organizar e recuperar dados de forma eficiente. Análise de dados: Usa técnicas para interpretar grandes volumes de informação. Preservação digital: Trabalha na conservação de documentos e arquivos digitais. Pesquisa acadêmica: Atua na produção de conhecimento sobre o comportamento informacional e tecnologias de informação. Onde pode atuar? Bibliotecas e centros de documentação. Empresas de tecnologia e análise de dados. Instituições acadêmicas e científicas. Arquivos públicos e privados.
Utilizo-me, além do CEV, de minhas revistas: REVISTA DO LÉO, LUDOVICUS, MARANHA-Y, além de editar a IHGM EM REVISTA. A publicação de revistas próprias é uma excelente estratégia para disseminar conhecimento e fortalecer a identidade de uma instituição ou grupo de pesquisa.
MEMÓRIAS DE UM PROFESSOR APOSENTADO
“EM MAGNIFICAT” – ITAPECURU-MIRIM
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
“Magnificat” é um povoado localizado no município de Itapecuru-Mirim, às margens do rio, que recebeu a denominação de “Barriguda”. A comunidade se constitui de moradores – posseiros – de uma antiga fazenda, cujo proprietáriofaleceu esua esposa,não podendotomarconta damesma, doou-aà umacomunidadecatólica denome “Decolores”, sediadana Itália. Osmoradores, meeiros,poderiam continuarmorando, com assistência técnica prestada pela Decolores, assim como seus filhos, quando se casassem. Não receberia mais moradores. Os que dali saíssem, não poderiam retornar.
Podiam fazer uso da terra, continuar em suas casas, com um pedaço para cultivo próprio, subsistência, e outra área para cultivo coletivo. Essa produção era vendida, e os lucros dividios pelos agricultores, na medida de sua contribuição para o cultivo. Grande produtora de abacaxi e de mel, sendo este exportado para a Itália. Minha esposa, Delzuite, recebeu o convite para uma visita. Foram, e lá, conversando, disse à então Diretora da Escola que passáramos por Imperatriz, onde fôramos professores da Escola Santa Teresinha. A Diretora, Maria de Jesus, identificou-se como irmã ded uma freira, Irmã Janice, diretora da Escola Santa Teresinha. Identificado como professor de educação física, Maria de Jesus disse ter um sonho de que fosse oferecida aulas de Educação Física e práticas esportivas aos alunos da Escola, mantida por elas. Claro!!! Logo Del ofereceu meus serviços!!!
A comunidade mantinha uma casa, na rua das Cajazeiras. No final de semana seguinte, a Diretora da escola de Magnificat me liga, perguntando se a oferta estava de pé. Sim, iria nas minhas férias, de janeiro, para lá. Daria um curso de Educação Física, condicionamento físico geral e atletismo. Acertados, comecei o planejamento, com as informações de espaços e quantidade de professores que seriam atendidos – trinta professores, dos quais oito da Escola, alguns de comunidades próximas, ligadas ao movimento, e professores de Itapecuru-Mirim...
José Maranhão Penha, professor da então ETFM, de Handebol, perguntou-me o que estava ‘aprontando’. Contei a história e então perguntou-me se poderia ir junto, se teria um tempo para pescar... Liguei, e foi incluído... Reinaldo Conceição Cruz – o Beleleu – vendo-nos conversar, perguntou-nos do que se tratava... vai junto, pedi autorização para incluir mais um... vamos ao planejamento... entao Silvana Farias e Silvana
Aquino, ao saberem do projeto, resolveram que irião também... Novos telefonemas, afinal, iriam cinco professores, sendo duas mulheres, se haveria problema. Não, foi a resposta. No planejamento, aulas teóricas pela manhã, das mais diversas modalidades – Educação Física, Atletismo, Basquete, Handebol, Voleibol, Recreação, Ginástica Olímpica e Rítmica, Futebol... e à tarde, realizaríamos uma colônia de férias, para os alunos da escola, como prática para os treinandos, os professores que viriam participar do curso.
Foram duas semanas de atividades.
Conversando, a Diretora disse do sonho, também, de ter uma banda de música, uma fanfarra. Contatamos o Prof. Francisco Pinheiro, e este se prontificou, com alguns alunos, a irem dar um treinamento, e formar a fanfarra. A dieração da Escola Técnica ficou sabendo de nossas atividades. Então, o Diretor, Domerval Moreno Filho, foi até lá, com alguns professores, fazer uma visita, e se comprometeu a enviar a banda da escola para o enceramento da colônia de férias. Mais, que os professores, todos, receberiam um certificado pelo curso que estavam fazendo!!!
A ida do professor de música, com a doação de alguns instrumentos...
Das conversas, houve o comprometimento, então, da direção da ETFM em mandar alguns professores, para atualização técnica-pedagógica de Portugues e Matemática, uma semana; História e Geografia, outra semana, Física, Química e Biologia, outra semana... todos os cursos certificados pela ETFM...
O programa seguiu os tres anos seguintes, com nossa ida durante as férias... Houve mudança de direção, na Escola de Magnificat, a casa das Cajazeiras fechou, e perdemos o contato.
Gostaria de saber os frutos desse trabalho, lá na comunidade... Na ETFM, foi o reinicio dos trabalhos de extensão, culminandocom atransformaçãoem CEFET-MA,outroprojeto meu...masesta,jáéoutra história...
MEMÓRIAS DE UM PROFESSOR APOSENTADO:
“O OVO OU A GALINHA?”
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Licenciado em Educação Física. IF-MA (aposentado) Mestre em Ciência da Informação
Noticia recente, com o título de “DE ILUSTRE DESCONHECIDA À ROBÔ QUE LEVA O SEU NOME”,enaltecendoMariaFirminados Reis.Quandolembroquandotudocomeçou.Foino Instituto HistóricoeGeográficodoMaranhão,sobapresidênciadeTelmaBonifácio. Ingressamos,Dilercyeeunaquele sodalício a convite de Telma, nossa colega no Doutorado em Ciências Pedagógicas, do CEFET-MA, em convenio com Cuba.
Na época, publicava uma revista eletrônica, a “Nova Atenas de Educação Tecnológica”. Fui convidado para ingressar no IHGM por conta disso, pois precisavam de um editor para a REVISTA DO IHGM, e o formato eletrônico driblava as despesas de publicação em papel. Fui...
Dilercy foi a um evento no Chile, “Mil Poemas para Pablo Neruda”, da qual participou. Trouxe a idéia, para ser implementado algo semelhante pelo IHGM. Me opus, pois se tratava de reunir poesias de um determinado autor.NãoerafazerHistória,objetoprincipaldoIHGM.Vencido,começamosaelaboraro“ProjetoGonçalves Dias”, com a condição de recuperar a História e a Memória do autor maranhense... aceito, ambos passamos a constituir a comissão, Dilercy e eu.
Tal qual o projeto chileno, de exaltar o principal autor nacional, nos propusemos a exaltar Gonçalves Dias como o principal brasileiro, lançando o projeto, com a reunião de ‘Mil poemas para Gonçalves Dias’. A ideia era de que os participantes da exaltação a Neruda pudessem escrever sobre/para Gonçalves Dias. Pouco conhecido fora do Brasil e Portugal, começamos a reunir trabalhos relevantes “Sobre Gonçalves Dias’ e a
distribuir essas informações pelo mundo afora, principalmente aos países de língua portuguesa. Era desconhecido na África – Angola e Moçambique -, assim como em Macau e São Tomé e Príncipe. “Sobre Gonçalves Dias” ficou sob minha responsabilidade. Coçamos a distribuir os textos, e a seguir, receber as poesias exaltando o vate caxiense. Foram quatro anos de intenso trabalho. Como resultado, quatro livros: “Mil Poemas para Gonçalves Dias”, em dois volumes, sendo 999 num único volume de mais de 890 autores de todo o mundo, e um separado, o milésimo, de autoria de Alberico Carneiro, posto que contava com cerca de 130 páginas! O Mestre Alberico, quando nos enviou, disse: “estou a mais de 30 anos trabalhando nesse poema; tirem de minhas mãos, não aguento mais...”. Dois volumes. O terceiro, foi a publicação de “Sobre Gonçalves Dias”, com o material que havíamos reunido, alguns, escritos por nós, e distribuído as centenas de participantes, dos quatro cantos do mundo. O quarto volume, foi o Relatório do projeto, ao seu término, para o IHGM, que recebeu o título de “Relatório de Viagem”, titulo de um dos trabalhos de Gonçalves Dias, e que reuniu poemas e artigos, impressões da viagem, quando do lançamento da Antologia. Diga-se que essa Antologia recebeu um premio, internacional, de melhor antologia publicada no mundo!!! Naquele ano.
A UFMA, através de sua Editora e financiamento da Fundação Sousandrade, deveria publicar esse material. Autorizada, editou a ‘boneca’, em cinco exemplares de cada – das tres primeiras -, e a submeteu aos organizadores. Aprovada, deveria ter sido publicado 1.500 exemplares de cada, um para cada autor participante – cerca de 880 – e os demais distribuídos ou colocados à venda. Não aconteceu.
Paralelamente, publiquei as obras na Internet, utilizando-me da ferramenta ISSUU, que obteve mais de 250 MIL acessos!!! E cerca de 150 MIL pessoas baixaram os volumes. Hoje, esse numero é bem maior! Continua sendo acessado, lido, baixado, e servido de referencia a vários outros trabalhos, em especial de pós-graduação. Sucesso...
Mas voltemos à Maria Firmina dos Reis. Quando da fundação da Academia Ludovicense de Letras – ALL, em decorrência do Projeto Gonçalves Dias, diga-se de passagem. A Dilercy escolheu Maria Firmina como patronesse de sua cadeira. Dai começar a escrever sobre a mesma, para elaboração de seu Elogio ao Patrono. Como disse Dilercy, ao comentar o comentário que abre esse artigo, ‘era uma ilustre desconhecida’. Só que não!!!
Da mesma forma que o Projeto Gonçalves Dias, o Projeto Maria Firmina dos Reis procurava reunir poesias de exaltação à essa maranhense – quase desconhecida, no Maranhão!!! -: “190 poemas para Maria Firmina dosReis”,eovolumebiográfico,“SobreMariaFirminadosReis”.Reuni,então,85(oitentaecinco!)trabalhos acadêmicos – monografias, dissertações, teses, artigos, livros... – que falavam da vida e da obra de Maria Firmina! Esse material que começamos a distribuir, com as indicações de suas localizações e acesso, para que as pessoas pudessem fazer poesias exaltando a Maria Firmina. Essa biografia, publicada com vários cortes depois, recebeu um premiode‘melhorbiografiapublicadanoBrasil’,da UniãoBrasileira dos Escritores. Teve sua publicação em papel, bancada pela ALL e Dilercy, e a on-line, utilizando-me da ferramenta ISSUU. Novo sucesso de público: mais de 100 MIL acessos, leituras e baixas.
Descobrimos que, em Santa Catarina, à época, havia um grupo de estudos sobre Maria Firmina; depois que começamos a divulgar sua biografia e solicitar poemas em sua homenagem, exaltando-a, vários outros grupos de estudos, em diversas universidades brasileiras, começaram a ser formados. Dilercy continuou a sua árdua tarefa em disseminar informações sobre sua Patronesse. Livros e livros foram, e são, escritos, a partir daí. Nascimento de Moraes passou a ser um autor conhecido internacionalmente, posto que foi dos primeiros a publicar sobre ela.
Hoje, Maria Firma é uma personalidade internacional. Reconhecida como ‘primeira romancista brasileira’. Ora, os livros “Sobre...” ambos os autores recuperadas as memórias, veio primeiro do que as ‘Antologias’, frutos final desses projetos...
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Ao se resgatar a memória do IHGM, verifica-se que passou por vários períodos de sombras, com suas atividades restritas, com perda de patrimônio, desalojado, sem prestigio e, por isso, sem cumprir com suas filalidades. Uso politico-partidário?
Durante o Estado Novo (1937-1945), o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) enfrentou perseguições políticas e dificuldades institucionais. O governo desalojou o Instituto de sua sede, e parte de seu acervo foi armazenadanos porões do Liceu Maranhense.Até 1948,o IHGM haviasido despejado cincovezes, ficando sem sede própria até 1950, quando recebeu um prédio do governo estadual.
Apesar das adversidades, o IHGM manteve seu compromisso com a preservação da história e cultura do Maranhão. Ele foi responsável pela criação do primeiro museu do estado em 1926 e continuou a defender o patrimônio histórico maranhense, pois teve um papel fundamental na preservação e promoção da cultura maranhense, apesar das dificuldades impostas pelo regime.
A transição do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) após o Estado Novo (1937-1945) foi marcada por desafios institucionais e reorganização administrativa. Um dos presidentes do IHGM durante o Estado Novo foi João Braulino de Carvalho, que ocupou o cargo de 1933 a 1953, atravessando momentos difíceis, incluindo a repressão do governo Vargas. Ele foi um dos primeiros sócios do Instituto e também fundador da Cruz Vermelha no Maranhão.
Durante o Estado Novo, o Maranhão foi governado por interventores nomeados por Vargas. Alguns dos principais interventores foram: José Maria de Magalhães (1930-1935), Paulo Martins de Souza Ramos (1935-1943), Sebastião Archer da Silva (1943-1945). Esses interventores tinham a missão de implementar as políticas do governo federal no estado, incluindo a repressão a opositores e a centralização do poder.
IHGM - Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão
O Instituto foi responsável por manter vivas as tradições culturais e históricas do Maranhão, promovendo estudos e debates sobre a identidade regional. Além disso, ele colaborou com intelectuais e pesquisadores para documentar aspectos da história e geografia do estado, garantindo que esses registros fossem preservados para as futuras gerações
IHGM - Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão
O IHGM teve vários presidentes ao longo dos anos. Aqui estão alguns deles e seus períodos de gestão:
• Leopoldino Lisboa (1953-1955) - Não encontrei informações detalhadas sobre a administração entre 1953 e 1955
• Elisabeto Barbosa de Carvalho (1955-1957) Não encontrei informações detalhadas sobre a administração
• Ruben Ribeiro de Almeida (1961-1972) - A administração de Ruben Ribeiro de Almeida no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), de 1961 a 1972, foi marcada por desafios e avanços institucionais. Durante seu mandato, ele manteve o compromisso com a preservação da história e cultura maranhense, promovendo estudos e publicações acadêmicas. No entanto, sua gestão também enfrentou dificuldades, como a falta de recursos para manter a regularidade das publicações do IHGM. As revistas do Instituto, que haviam sido interrompidas por mais de duas décadas, só voltaram a ser publicadas em 1984, já sob a administração de José Ribamar Seguins
• José Ribamar Seguins (1972-1994) - Outro presidente que permaneceu por um longo período na função foi José Ribamar Seguins, que liderou o Instituto de 1972 a 1994. Ele foi o sócio que mais tempo ocupou o cargo, superando até João Braulino de Carvalho. Durante sua gestão, Seguins imprimiu um ritmo dinâmico de administração, retomando a publicação das revistas do IHGM e garantindo a construção do atual prédio da instituição em 1975
• Jorge Hédel Ázar (1994-2000)
• Edomir Martins de Oliveira (2000-2002)
• Nywaldo Macieira (2002-2006)
• Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo (2006-2010)
• Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo (2010-2014)
• Euges Silva de Lima (2014-2018) - foi marcada por um ritmo dinâmico e arrojado na administração da entidade. Durante esse período, ele trabalhou para fortalecer a presença do IHGM, promovendo eventos e ampliando a divulgação das atividades do Instituto. Além disso, sua liderança contribuiu para a projeção do IHGM no cenário cultural e acadêmico do Maranhão, garantindo que a instituição continuasse a desempenhar seu papel na preservação da história e geografia do estado
A administração do Euges foi marcada por um período de perseguições a diversos membros, que não compactuavam com a‘institucionalização’do IHGM como órgãodosindicato dos professores, daqual ele fazia parte. Nesse peiodo muitas pessoas sem as qualificações necessárias foram admitidas, enquanto outras excluídas.
• José Augusto Silva Oliveira (2018-2020)
• Dilercy Aragão Adler (2021-2025) - tem sido marcada por um forte compromisso com a preservação da história e cultura maranhense. Durante seu mandato, ela tem liderado iniciativas para fortalecer o Instituto, promovendo eventos, palestras e reedições de livros e periódicos em preparação para o centenário do IHGM, que será celebrado em 20 de novembro de 20252. Dilercy Adler tem enfatizado a importância do IHGM como um espaço de produção científica e cultural, reafirmando seu papel na valorização da identidade maranhense. Sua gestão tem sido voltada para a renovação do compromisso do Instituto com o crescimento acadêmico e histórico do estado
MEMÓRIAS DE UM PROFESSOR APOSENTADO SERÁ QUE SOU PESSIMISTA?
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Prosseguindo com minhas leituras juvenis (ops...), interessei-meporSchopenhauer, além deNietzsche. Arthur Schopenhauer é um filósofo central do pessimismo filosófico, conhecido por sua ideia de que a vida é essencialmente marcada pelo sofrimento e pela vontade como força motriz da existência.
O pessimismo filosófico é uma corrente que atribui um valor negativo à vida, argumentando que a existência é marcada por sofrimento e falta de sentido. .
FILÓSOFOS NOTÁVEIS
ArthurSchopenhauer:Umdosprincipaisexpoentesdopessimismo,Schopenhauer argumentouquea"vontade de viver" é incessante e conduz à insatisfação, o que torna a existência repleta de dor. Para ele, a felicidade verdadeira é um mito, e momentos de prazer são apenas fugazes alívios de um estado de desejo perpetuamente insatisfeito.
FriedrichNietzsche:Emborafrequentementeassociadoaoniilismo,Nietzschetambémabordouopessimismo. Ele acreditava que a vida era essencialmente trágica e que a busca pela felicidade é uma ilusão, mas via a aceitação do sofrimento como uma forma de enfrentar a realidade
Hegésias de Cirene: Afirmou que a felicidade é inatingível devido às constantes enfermidades e frustrações da vida
Os pessimistas filosóficos costumam abordar os seguintes pontos:
A vida não vale a pena ser vivida: Muitos pessimistas acreditam que, dada a prevalência de dor e sofrimento, a existência é fundamentalmente indesejável.
O sofrimento é intrínseco à condição humana: Argumentam que a vida é repleta de desafios, doenças e a inevitabilidade da morte
A não-existência é preferível: Essa ideia sugere que seria melhor se não existíssemos, uma noção explorada em várias correntes filosóficas
Críticos do pessimismo argumentam que essa perspectiva é excessivamente negativa e fatalista, desconsiderando momentos de felicidade e realização. Também pode levar à apatia e à falta de ação diante de problemas, resultando em um estado emocional prejudicial .
Apesar das críticas, o pessimismo pode oferecer uma abordagem realista da vida, promovendo reflexão e questionamento sobre a natureza humana e o sentido da existência.
O pessimismo filosófico propõe uma visão crítica e muitas vezes sombria da vida e da experiência humana. Enquanto essa perspectiva é frequentemente vista como negativa, ela também pode fomentar compreensão e aceitação da condição humana, incentivando um reconhecimento mais profundo dos desafios que todos enfrentamos.
Ao enfrentar as duras realidades da existência, podemos encontrar um sentido mais autêntico e fundamentado na nossa vida diária.
Arthur Schopenhauer nasceu em 22 de fevereiro de 1788 em Danzig, Polônia, e morreu em 21 de setembro de 1860 em Frankfurt, Alemanha. Sua filosofia foi fortemente influenciada por pensadores como Immanuel Kant, e a cultura oriental, em especial o budismo. Ele se destacou por criticar o racionalismo da época e desenvolveu uma perspectiva que enfatizava a vontade como essência do mundo.
A ideia central de Schopenhauer é que o mundo é uma manifestação de uma vontade cega e irracional, que ele descreve como a força que impulsiona todas as ações e desejos. Essa vontade é a fonte do sofrimento humano, pois a busca incessante por satisfação nunca é plenamente atingida. Schopenhauer alerta que a vida oscila entre o sofrimento e o tédio, com momentos breves de prazer que apenas interrompem temporariamente a dor
Em sua obra mais famosa, "O Mundo como Vontade e Representação" (1818), Schopenhauer afirma que o mundo que percebemos é uma representação do sujeito, enquanto a vontade é a realidade subjacente. Ele argumenta que a arte e a música são formas de transcender temporariamente a vontade e experimentar a beleza e a liberdade do sofrimento.
Noâmbitoético,Schopenhauercritica amoralidadetradicional epropõeque averdadeiramoralidadesebaseia na compaixão, uma capacidade inerente de sentir e atuar em função do sofrimento dos outros. Ele vê a compaixão como uma força que pode nos libertar do egoísmo inerente à condição humana
A filosofia de Schopenhauer influenciou diversos pensadores e movimentos artísticos, servindo de base para o desenvolvimento do existencialismo, e impactando escritores como Friedrich Nietzsche, Thomas Mann, e Franz Kafka. Sua ênfase na estética, especialmente na música, é considerada uma ruptura importante no pensamento filosófico ocidental
PRINCIPAIS OBRAS - Algumas das principais obras de Arthur Schopenhauer incluem:
"O Mundo como Vontade e Representação" (1818) – Sua obra fundamental onde desarrolla a tese central de sua filosofia.
"Parerga e Paralipomena" (1851) – Uma coleção de ensaios que aborda questões como ética, arte e a vida cotidiana.
"Sobre a Vontade na Natureza" (1836) – Uma obra em que aplica suas ideias metafísicas à natureza
FRASES NOTÁVEIS
“A vida oscila como um pêndulo entre a dor e o tédio.”
“O dinheiro é como água do mar: quanto mais você toma, maior é sua sede.”
“Somente na solidão se encontra a verdadeira liberdade.”
As reflexões de Schopenhauer sobre a vida, o sofrimento e a busca pela felicidade oferecem uma crítica profunda à condição humana, tornando sua filosofia relevante ainda hoje.
Voltando à Nietzsche, este abordou o pessimismo filosófico como uma crítica à moralidade convencional e à metafísica, enfatizando a necessidade de reavaliar os valores e a busca pela afirmação da vida apesar do sofrimento.
Nietzsche foi profundamente influenciado por Arthur Schopenhauer, que introduziu a ideia de que a vida é cheia de sofrimento e que a vontade de viver é uma força cega que leva à dor. Para Nietzsche, essa visão representaum pessimismoquenãodeveseraceito como umadoutrinafixa,massim como umpontodepartida para a transvaloração dos valores. Ele via o niilismo, que resulta da perda de significados absolutos, como um presságio de uma nova oportunidade para a criação de novos valores Um conceito fundamental na filosofia de Nietzsche é a "vontade de poder", que não se refere apenas a poder sobre os outros, mas à autoafirmação e à superação pessoal. Nietzsche acreditava que todos os seres buscam expandir sua própria força e capacidade, uma afirmação que, em contrapartida, leva à negação do pessimismo passivo que aceita a vida apenas como um fardo . Em vez disso, ele propôs que a vida deve ser abraçada, com todas as suas dores e alegrias, como um campo de luta pela afirmação e criação de novos significados
Nietzsche introduziu o conceito de "pessimismo dionisíaco", que busca integrar a dor e o sofrimento como partes essenciais da experiência humana. Ele argumenta que o dionisíaco, representando a experiência intensa e caótica da vida, deve ser aceito e celebrado. A tragédia, como uma forma de arte, torna-se uma manifestação dessepessimismo, permitindo queos indivíduos enfrentemarealidadedadore dosofrimento com umaatitude estética, transformando a experiência de viver em uma obra de arte
Nietzsche critica a moralidade cristã, que tende a negar os instintos naturais em favor de uma submissão passiva e moralidade de rebanho. Ele defende a criação de uma moralidade que surgiria a partir da vontade individual e da autoafirmação, onde a vida é vista como um fenômeno que deve ser vivido intensamente e não apenas suportado .
A famosa declaração "Deus está morto" enfatiza o colapso dos valores tradicionais e a necessidade de novos significados na vida, que não dependem de dogmas religiosos ou crenças metafísicas
Por fim, Nietzsche via a arte como uma forma vital de lidar com o pessimismo. Ele argumentava que a arte, especialmente a tragédia grega, permite ao ser humano confrontar e expressar a dor da existência, transformando a vida em algo mais que uma mera luta pela sobrevivência. A arte dionisíaca, portanto, é uma forma de redimir o pessimismo ao proporcionar uma forma de vivência que aceita a vida em toda sua complexidade, celebrando-a em vez de se afastar dela
Nesse contexto, o pessimismo em Nietzsche não é uma simples rendição à dor, mas um convite a transformar essa dor em força criativa e autêntica na busca contínua pela autoafirmação e novos significados na vida.
MEMÓRIAS DE UM PROFESSOR APOSENTADO
A PROCURA DE MIM MESMO...
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Perguntei ao Bing sobre a origem da família Vaz, e consegui a seguinte resposta: o sobrenome Vaz tem várias origens possíveis:
Origem Portuguesa: O sobrenome Vaz é de origem portuguesa e significa “vazio” ou “vago”. Era usado para identificar pessoas que não tinham uma profissão definida ou que eram nômades Além disso, o sobrenome Vaz é bastante comum em Portugal, especialmente nas regiões do Norte e Centro do país1.
Origem Basca: O sobrenome Vaz também tem uma origem basca, procedendo do nome próprio Vasco. Este, por sua vez, tem origem no étimo basa, que significa “lugar de vegetação viscosa”, mais tarde sinônimo de campo, em oposição a uma povoação2
Origem Hebraica: O sobrenome Vaz pode ter origem na palavra hebraica “booz” ou “boaz”, que significa "agilidade"
A família Vaz é originária de Portugal. A história da família Vaz começa com um homem chamado Afonso Vaz, que nasceu em Portugal no século 15, embora o sobrenome “Vaz” é registrado pela primeira vez em Portugal, em 1280, em documentos da época
Afonso Vaz foi um importante navegador e explorador que ajudou a descobrir e colonizar as ilhas da Madeira e dos Açores. Afonso Vaz também é conhecido por ter ajudado a construir a primeira igreja católica em Portugal. A família Vaz continua a viver em Portugal e tem membros em todo o mundo.
É importante notar que sobrenomes podem ter múltiplas origens e o significado pode variar dependendo da região e do contexto histórico. Para uma análise mais precisa, seria necessário um estudo genealógico detalhado.
Sobrenome patronímico ibérico com origem basca, procedendo do nome próprio Vasco. Este, por sua vez, tem origem no étimo basa, “lugar de vegetação viscosa”, mais tarde sinônimo de campo, em oposição a uma povoação. Vasco daria origem aos sobrenomes Vásquez e Vasques e à forma abreviada Vaz (Veaz ou Vaaz, em versões antigas).
Como paronímico, não designa apenas uma, mas várias famílias sem ligação alguma entre si.
Entre os nomes mais antigos, mencionamos Pero Vaz de Caminha (1450-1500), o escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral que aportou na Bahia em 1500. Ele adotou o Vaz por ser filho de Vasco Fernandes de Caminha, cavaleiro do duque de Bragança.
O mesmo acontece com o maior nome da língua portuguesa, Luís Vaz de Camões (1524-79), filho do galego Vasco Pires de Camões.
Outro nome contemporâneo conhecido é o de Martim Vaz, arauto de dom Manuel (1469-1521), que recebeu brasão de armas do imperador Maximiliano (1459-1519).
No Brasil, o sobrenome aparece já no primeiro século de povoamento, entre outros, com Antônio Vaz Guedes, natural de Mezamfrio. Casado com Margarida Correa, ele se estabeleceu no Espírito Santo.
Ainda no século 16, Fernão Vaz da Costa foi capitão-mor da Bahia (1564-8).
No século seguinte, vários nomes Vaz aparecem na administração da colônia, como Pedro Vaz de Barros, capitão-mor de São Vicente (1603-5), e Antônio Vaz Gondim, capitão-mor do Maranhão (1654-7, 1660-4, 1673-7).
O sobrenome também foi adotado por famílias de cristãos-novos, judeus convertidos à força ao cristianismo. Entre outros, mencionamos Diego Vaz, morador de Sergipe, aprisionado pela Inquisição em 1667.
Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o escritor Leonel Vaz de Barros, o Léo Vaz (1890-1973), e a jornalista Luiza Vaz.
Minha avó Alice, baseada em documentos maçônicos de meu avô Leopoldo Masson Vaz, dizia que nossa família tinha origem na Inglaterra, de onde minha bisavó Emily Masson Vaz veio, junto com seu irmão, Louis Masson Vaz, início dos 1900. Chegando em Paranaguá, como representante dos negócios da família – tecidos – casou a irmã com um índio, bugre da Ilha do Mel, cacique de sua tribo, já casado, com seis concubinas e mais de 20 filhos: era o vovô Índio! Vovô Louis pensava que o Índio era o proprietário das terras... Mais tarde, Louis mudou-se para São Luís.
O nome do vovô Índio? Martin Vaz!!!
O sobrenome Masson é bastante popular e tem origens geográficas e etimológicas variadas1 . Existem várias variantes deste sobrenome, como LEMASSON, MASCON, MACHON, MAFFON, LE MACHON, MAFFONE, LE MASON, MACON, LEMACON, LEMASON, LE MASSON, LE MACON
Vovó Emília, ao se casar, adotou todos os filhos do Índio, que receberam o sobrenome Martim Vaz; os seus, 10 ao todo, foram batizados Masson Vaz.
Dizia a avó Alice que a origem de família era Martim Vaz, nobre que recebeu seu título do rei Maximiliano, por ter arbitrado como embaixador português, em uma questão de fronteiras. Esse título, dado pelo rei austríaco, foi, depois, reconhecido por Portugal.
Martim Vaz foi um arauto de armas ao serviço de Dom Manuel I de Portugal (1469–1521), e é mencionado como tendo recebido um brasão de armas concedido pelo imperador Maximiliano I do Sacro Império Romano-Germânico(1459–1519).Arautoeraumoficialresponsávelporcerimônias,genealogias eheráldica uma figura de prestígio na corte.
Martim Vaz aparece como um dos nomes notáveis com o sobrenome Vaz, ligado à nobreza portuguesa. O fato de ter recebido um brasão diretamente de Maximiliano indica reconhecimento internacional, algo raro e altamente simbólico. Segundo registros heráldicos, o brasão associado à família Vaz (possivelmente o de Martim Vaz) inclui: Partido: 1º campo: de ouro, com meia águia imperial vermelha; 2º campo: azul, com três pombas prateadas, bicadas de vermelho, em posição vertical Timbre: cabeça de leão vermelha, entre duas penas de pavão douradas, cruzadas em aspa. Esse brasão reflete elementos imperiais e simbólicos de paz (as pombas), força (o leão) e nobreza.
Origem germânica, Weiss, aportuguesado para Vaz, quando, judeus sefarditas, de origem austríacas, mudaram-se para Portugal – final dos 1200 e converteram-se ao cristianismo. Com a perseguição aos cristãos novos, parte da família mudou-se para a Inglaterra...
Parece-me que bate, em parte...
Pois bem, Louis Masson Vaz vivia com duas concubinas, negras, viajando pelo Brasil, abrindo filiais de lojas de tecidos, chegou ao Maranhão. Daí, pensar que o jornalista Nonato Masson tivesse algum parentesco com vovô Luis. Não consegui falar com ele, e um de seus filhos disse-me que não havia ligação, apesar de ele ter adotado o sobrenome Masson... Assim, antes pensava que a Casa Inglesa era a loja aberta aqui, mas também não tem ligação... Não se sabe mais nada do vovô Luis depois que passou por aqui...
CADEIRA N.º 41 : RAUL EDUARDO DE CANEDO VIEIRA DA SILVA
CADEIRA N.º 44 : JOSÉ BELLO SALGADO NETO
UM JEITO FÁCIL DE VIABILIZAR A ANISTIA PARA AS PESSOAS QUE COMETERAM CRIMES DE MENOR GRAVIDADE.
Por Joaquim Haickel • quarta-feira, 02 de abril de 2025
Penso que há uma forma do Projeto de Lei da Anistia ser colocado em pauta e ser aprovado na Câmara assim como no Senado e no Congresso Nacional. Basta que se inclua um dispositivo nele que preveja que a anistia da qual ele trata só poderá ser aplicada no caso de pessoas que participaram dos atos de vandalismo e depredação dos prédios localizados na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, mas não se aplica para aqueles que ocupavam cargos no governo federal naquela data, da mesma forma que não se aplica para aqueles que não estando ali presentes, naquela data, ocuparam cargos no governo federal entre 1º de outubro e 31 de dezembro de 2022.
Penso que desta maneira será contemplado o anseio daqueles direitistas que desejam eliminar a crueldade e a injustiça cometida contra pessoas que cometeram delitos menores e foram inclusive acusadas de crimes que não cometeram.
Por outro lado, acredito que também será contemplado o anseio daqueles esquerdistas que não admitiam a anistia para crimes menores por temerem que essa anistia seja usada em favor de Bolsonaro e sua turma.
Fazendo isso também se cria a possibilita de apuração da culpa e consequente julgamento daqueles que são acusados de planejarem e tentarem um golpe de estado, como também se coloca luz sobre os atos daqueles que, tudo indica, facilitaram, de maneira criminosa, o acesso e a entrada dos vândalos nos prédios que foram depredados no dia 8 de janeiro de 2023 e aqueles que obstruíram as investigações.
Fazendo isso acredito que rasgaremos as máscaras dos hipócritas de esquerda e de direita, uns que não têm vergonha de cometer crueldade e injustiça para alcançar seu objetivo, e outros a que na falta de vergonha usam pessoas como desculpa para atingirem seus objetivos.
Muitas pessoas têm reagido com surpresa e até com indignação à possibilidade de o governo americano aplicar sanções contra algumas pessoas de outros países, com base na Lei Magnitsky, o que, segundo o entendimento dos Estados Unidos, atentaram contra direitos fundamentais, como por exemplo a liberdade de expressão. Posso até esta errado, mas acredito que na verdade não é nem surpresa nem indignação, penso que em alguns casos é medo mesmo.
Mas, afinal, o que há de errado com um país decidir que não deseja manter relações com indivíduos que considera violadores de princípios que ele, como Estado soberano, decidiu proteger?
Do ponto de vista do direito internacional, todo país tem o direito de controlar quem entra ou não em seu território, com quem estabelece relações diplomáticas, comerciais ou jurídicas, e quais critérios adota para isso. Esse é um dos pilares da soberania estatal.
Assim como uma pessoa pode decidir, livremente, quem entra ou não em sua casa, com quem mantem relações comerciais ou mesmo afetivas, desde que ao fazer isso não desrespeite as leis locais, um país pode estabelecer critérios para suas relações externas, desde que respeite as normas internacionais às quais aderiu.
A Lei Magnitsky é um instrumento criado pelos Estados Unidos para permitir sanções contra cidadãos estrangeiros acusados de violar os direitos humanos ou cometer atos de corrupção, terrorismo e crimes de modo geral. Ela se baseia na ideia de que certos valores, como a dignidade da pessoa humana, a integridade do processo judicial e a liberdade de expressão, devem ser protegidos universalmente, e que Estados soberanos têm o direito de não se associar a quem os agride. Essa lei é operacionalizada em território americano, contra quem cometa infrações em outros países, mas ela não invade a jurisdição desses países, ela se restringe a ações em seu território.
Qualquer país tem o direito de recusar se relacionar ou permitir a entrada em seu território de pessoas que considera incompatíveis com seus valores legais, os critérios para isso é que devem ser observados de forma bastante pontual, evitando o cometimento de qualquer tipo de injustiça.
Recentemente veio a público uma carta emitida pelo Departamento de Estado Americano, endereçada ao ministro Alexandre de Moraes, que em um inglês castiço e em tradução literal para um português de igual qualidade explica para o afoito ministro que qualquer ordem judicial, proveniente do Brasil ou de qualquer outro pais, contra qualquer pessoa ou empresa americana, só será válida e passível de legalidade e cumprimento se ela for analisada e homologada pelo poder judiciário americano, o que faz portanto com que as ordens expedidas por Moraes, sob o acobertamento do STF, por si só não tem nenhum poder ou efeito nos Estados Unidos.
Mas isso todo mundo já sabia, só que tanto o STF quanto a imprensa calhorda brasileira alimentaram o noticiário falso durante semanas, tentando colocar a opinião pública a seu favor, a favor de uma conhecida ilegalidade.
A defesa da soberania do Brasil deve começar aqui dentro, contra aqueles que tentam suprimir a liberdade de nosso povo da maneira mais abjeta possível, subvertendo nossas leis e destruindo a credibilidade e a confiança que precisamos ter em nosso sistema de justiça e quem mais tem feito isso é o STF. Eu não tenho medo da Lei Magnitsky. Você tem?
Pensando bem, talvez o melhor título para esse texto fosse reproduzir a pergunta título da peça de Edward Albee, “Quem tem medo de Virgínia Wolf”, com a qual o autor induz o leitor e expectador a descobrir se ele tem realmente coragem de encarar a verdade sobre si mesmo e sobre a vida, despida de mentiras e das narrativas criadas por ele, para justificar seus desacertos.
JOAQUIM NAGIB HAICKEL
Sempre que posso, depois do sagrado Caldo do Seu João, na Rua do Sol, vou com meu irmão, Nagib, ao Mercado Central, garimpar coisas para comprar.
Na última vez que lá estivemos, paramos em uma barraca para comprar umas atas, sapotis, mangas e pitombas, frutas que lembram muito nossos país. Estávamos ali quando se aproximou de nós um senhor. Ele tinha uma cara conhecida, mas não me lembrava o nome dele.
Nos cumprimentou e disse que conheceu nosso pai, disse que ambos trabalharam na Fábrica Santa Isabel, nos anos 1950. Que conheceu nossa mãe, do tempo em que ela trabalhava na secretaria de fazenda do município.
Ele contou muitas histórias, inclusive dos times de futebol de salão de papai e tio Samuel Gobel. Ficamos lá durante um bom tempo. Ele se lembrando de sua juventude e nós bebendo daquela fonte.
Ele contou que ao deixar a fábrica, se dedicou aos estudos, constituiu família, formou-se, trabalhou durante toda a vida e que hoje goza de uma confortável aposentadoria, na companhia de sua esposa, filhos, netos e até bisnetos.
No meio de nossa conversa ele disse uma coisa que me deixou muito feliz e recompensado. Disse que meu pai estaria orgulhoso de mim, por tudo que fiz depois que ele faleceu. Disse que ele acompanhou meu trabalho na política e acompanha o que faço na literatura, no cinema e o trabalho no MAVAM. Fiquei surpreso que ele soubesse sobre o MAVAM!...
Quando já íamos nos encaminhando para finalizar a nossa prosa, ele me disse que em que pese ele não ter tanto conhecimento quanto eu sobre política, que ele acredita que as coisas que estão acontecendo no Brasil, que todas as arbitrariedades que estão sendo cometidas pelos poderes da república, tanto no executivo, quanto no legislativo e principalmente no judiciário, vão acabar levando nosso país a um verdadeiro desastre. E finalizou de maneira catastrófica: “O que o STF tem feito, quase justifica a ação daqueles idiotas que tentaram dar um golpe de estado. É em momentos como esse, que as revoluções francesa e russa se justificam plenamente”.
Fiquei abismado, e bastante preocupado, pois aquele senhor que demonstrou durante todo o tempo em que passamos conversando, ser uma pessoa equilibrada, correta e de bem, e ele realmente é tudo isso, cogita que para resolver a crise criada pela desenfreada polarização, a generalizada judicialização de nossa sociedade, é justificável que se recorra a força.
Saí dali com as frutas que fui comprar, mas também com a cabeça cheia de questionamentos, difíceis para um sujeito como eu, com o meu perfil, minha formação e meu modo de pensar e me colocar perante as coisas da vida, conseguir digerir correta e satisfatoriamente.
Era como se ao invés de termos comprado as frutas de preferencia de nossos país tivéssemos comprado pepinos, jilós e pimentas para prepararmos uma salada de difícil digestão.
CADEIRA
CADEIRA N.º 56: DIOGO GUAGLIARDO NEVES
Ontem à noite estive, atendendo ao convite do amigo Mariano, no lançamento de seu livro “Consórcios Públicos no Ordenamento Jurídico Brasileiro”, que ocorreu na sede do PPGDIR da UFMA, no Centro Histórico. Ao final, registro com queridos alunos e amigos!
Washington Luiz Maciel Cantanhêde
Comemora-se, neste 19 de abril, mais um aniversário do Município de Vitória do Mearim (192 anos), e –para evitar equívocos, registre-se – não o aniversário da cidade de Vitória do Mearim (apenas 101 anos), tampouco da história integral ou do surgimento deste lugar (que, com tal nome, surgiu nalgum tempo da primeira metade ou de meados dos anos 1700; e teve outro nome muito antes...).
É oportuno, portanto, tratar de um aspecto relacionado à data cívica: qual o município-mãe de Vitória do Mearim? Em outras palavras, de qual unidade territorial, autônoma político-administrativamente, se desmembrou o território que formou o novo município?
O trato dessa matéria faz-se mais oportuno para espancar a dúvida em que ainda hoje se dizem imersos alguns interessados na história regional do povo do baixo curso do Rio Mearim, a despeito do livro que publiquei há mais de 25 anos, onde a matéria foi satisfatoriamente exposta e esclarecida, com provas documentais – livro intitulado “Vitória do Mearim da Emancipação à Era dos Intendentes” (set.1999) e que foi corroborado, nesse particular, por textos dos dois últimos que publiquei, em 2023 e 2024.
Quem já se dedicou a rebuscar e explorar as fontes primárias e as publicações do começo dos anos 1800, fazendo pesquisa de respeito, digna do nome, verificou que, pela Provisão Régia de 10 de março de 1747, foi criado um julgado no Mearim, espécie, ao mesmo tempo, de protomunicípio e “quase-comarca” (assim diríamos hoje), com os respectivos juízes ordinários nomeados pelo Senado da Câmara de São Luís do Maranhão entre 1750 e 1833.
Da época em que existiu essa configuração político-administrativa e judiciária restam documentos avulsos no Arquivo Histórico Ultramarino, de Lisboa-Portugal, e os respectivos livros de notas, que compulsei por primeiro, dentre os pesquisadores da história regional, no antigo Cartório do 2º Ofício da Comarca de Vitória do Mearim, e que hoje se encontram, apropriadamente, no Arquivo Histórico do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão.
Um relatório elaborado pela Comissão da Administração e Interesse Público, encarregada pelo governo provincial do Maranhão de recomendar providências para melhorar a realidade maranhense, atestou em 1822: “O Mearim é um Julgado regido por um único juiz ordinário, eleito pela Câmara desta cidade [São Luís, a única que então existia], e por ser considerável pela sua população, é a Comissão de parecer que seja elevado à condição de vila, com a sua Câmara, assinando-se-lhe terreno para seu patrimônio, visto haver muitos devolutos e desaproveitados no seu distrito.” (Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão, de César Marques; verbete “Tribunal da Relação”).
Transcorria já o ano de 1831 e como tardasse a emancipação do dito julgado, recomendada por aquela comissão, muitos dos seus moradores decidiram oferecer à Câmara de São Luís uma representação pela criação do Município, em face do preenchimento dos requisitos legais, pois, dando 7 eleitores, tinha “maior número de fogos do que os exigidos para a criação de qualquer vila”.
A Câmara comunicou o fato, em 27 de abril do mesmo ano, ao presidente da Província do Maranhão, Cândido José de Araújo Viana, depois agraciado com o título de Marquês de Sapucaí.
Em sessão realizada no dia 11 de maio, o Conselho Geral da Província tomou conhecimento do ofício da Câmara, resolvendo que, “na forma do Regimento do Exmo. Conselho, se levasse este objeto ao conhecimento do Governo, mostrando a utilidade desta criação e indicando [para] limites do projetado município os do julgado, até que se faça uma conveniente divisão do território da Província.”
Sobreveio o Código de Processo Criminal, em 1832, o primeiro do Brasil. Para cumpri-lo, o Conselho Provincial, em sessão realizada no dia 19 de abril de 1833, aprovou uma resolução dividindo a Província em termos e comarcas, e no bojo disso (art. 10) elevando o Julgado do Mearim à condição de vila (município),
colocando-o como termo da Comarca de Itapecuru : “O Julgado do Mearim fica ereto em Vila, compreendendo o seu termo o território da Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré”.
Cumprindo a normativa então vigente, o restante do processo de criação e instalação do novo Município do Mearim foi centralizado na Câmara Municipal de São Luís do Maranhão e por ela dirigido. É o que também comprovam as fontes primárias, à disposição dos interessados no Arquivo Público do Estado do Maranhão, e as publicações em jornais dos anos de 1833 e 1834.
E por que foi assim? Exatamente porque, segundo o decreto imperial de 13 de novembro de 1832, cabia à Câmara Municipal a que pertencesse o local de uma nova vila, recém-criada (art. 1º), a condução do processo de eleição dos seus primeiros mandatários, bem como o de sua consequente instalação.
Dessa forma, realizada em 16 de junho de 1833 a eleição da primeira Câmara da Vila do Mearim e cabendo então a posse dos vereadores e a instalação do Município, à Câmara de São Luís tocou tal responsabilidade.
Esse evento, como não ocorreu imediatamente à eleição, obedeceu, entretanto, ao disposto em um novo decreto, de 22 de julho de 1833, pelo qual se passou a permitir à câmara do município-mãe delegar ao vereador mais votado para a primeira câmara da nova vila, futuro presidente desta, a direção do ato de posse dos novos vereadores e de instalação da nova câmara. Dessa forma, a posse dos primeiros vereadores e a instalação da nova Vila do Mearim deveria ser presidida por Bernardo José Nogueira, recém-eleito vereador com a maior votação.
O evento tardou a acontecer, todavia. Como, somente em 18 de dezembro de 1833, a ata da assembleia paroquial de eleição dos primeiros vereadores da Vila do Mearim foi registrada no livro competente da Câmara Municipal da Capital, a instalação do Município veio a ocorrer já em 1834, no dia 7 de janeiro.
Sob a presidência, efetivamente, do vereador Bernardo José Nogueira, tudo se iniciou pelo juramento do vereador Manoel Lourenço Bogea para servir como secretário do ato, o que lhe foi deferido pelo Presidente, uma vez que se achava “juramentado pela Câmara Municipal da Província do Maranhão” e “autorizado, pelo Decreto de 22 de julho de 1833, para instalar esta vila e deferir juramento aos vereadores”, como se lê na respectiva ata, sob a guarda do Arquivo Público Estadual.
Seguiu-se o restante do ato de posse dos edis e instalação do novo município, em que logo pelo presidente, conforme consta da ata, “foi dito que se achava empossado pela Câmara Municipal da Província do Maranhão, de que esta foi desmembrada e ereta em vila, compreendendo o seu termo todo o território da Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré, em sessão do Conselho de Governo de 19 de abril de 1833, e autorizado pelo Decreto de 22 de julho do dito ano de 1833, para a instalação desta vila, e deferir o juramento aos mais vereadores”.
O documento original dessa ata (“Auto de Posse e Instalação”) é reproduzido, nas páginas que mostram os trechos transcritos acima, devidamente indicados por setas, como ilustração deste texto, para o devido desengano de quem precise.
Começava então em 7 de janeiro de 1834 a vida político-administrativa integralmente autônoma do povo de Vitória do Mearim, decorrente da ereção do Julgado do Mearim em um novo município maranhense, desmembrado do Município da Capital, com o seu termo compreendendo todo o território de então da imensa Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré.
Tudo isso veio a lume no meu livro de 1999, citado antes, onde todas as fontes foram cuidadosamente citadas, várias delas ali transcritas, e algumas até reproduzidas.
De nenhuma dessas fontes colhe-se menção a qualquer participação da Vila de Viana nos atos tendentes à emancipação de Vitória do Mearim, ocorridos em 1833 e 1834, como se do território daquela tivesse saído esta nova comuna. Ao contrário, toda a documentação é de clareza solar: desmembrou-se do território da
Cidade de São Luís do Maranhão a nova célula político-administrativa, pois a ele sempre pertencera, aliás desde antes de ser um julgado (1747).
A despeito disso, o livro “Um Passeio Pela História do Arari” (2011), de autoria de João Francisco Batalha, cita o conteúdo do meu livro de 1999, quanto a esse aspecto, como apenas uma versão a mais (p. 41); e o artigo “São Luís Continental”, de autoria do mesmo filho de Arari, publicado na recente edição do Jornal Pequeno (São Luís-MA) de 09/10.fev.2025, afirma que “paira a dúvida se Vitória do Mearim, um dos municípios mais antigos do Maranhão, emancipado em 1833, teria sido parte territorial de Viana ou se desmembrou também de São Luís”.
Ora, diga-se, embora seja, a rigor, desnecessário e, portanto, somente por amor à argumentação é que se diz, que o território da Vila de Viana, criada em 1757 como vila de índios e assim mantida até o começo dos anos 1800, jamais abrangeu o Julgado do Mearim, conforme se vê no Dicionário de César Marques, no respectivo verbete. Além disso, no “Itinerário da Província do Maranhão”, de Antônio Bernardino Pereira do Lago (1820), Viana e Arraial da Vitória são tratados como distritos administrativos e militares da dita província, distintos um do outro, sem qualquer relação de dependência político-administrativa de um para com o outro. Aliás, a população de Viana, segundo essa obra, era então menor do que a de Vitória.
Note-se que quando o texto do artigo do Jornal Pequeno diz que haveria dúvida se Vitória do Mearim se desmembrou “também de São Luís” é porque, em outras partes, afirma (antes divertindo que revoltando) que Arari – o vizinho lugar, sim; esse, sim! – ter-se-ia desmembrado de São Luís para passar a fazer parte de Vitória do Mearim quando este município surgiu, afirmando também que, anteriormente à referida emancipação, o Município de São Luís chegava somente até lá (Arari), isto é, deixando o atual território de Vitória de fora (o que se presta à sugestão tácita de que pertenceria este, portanto, ao Município de Viana)...
Diante de todo o conjunto probatório antes citado, não se encontra explicação plausível para tais afirmações. Seria somente, como disse Maquiavel, uma demonstração de que preconceitos têm raízes mais profundas do que princípios? Estaria ainda viva a velha rivalidade pueril entre os dois municípios irmãos? Ou teria outra motivação?
Para prosseguir na refutação dessas afirmações, e sem mais delongas na argumentação, veja-se na documentação do Arquivo Público Estadual que, na divisão do território municipal em distritos, que a Câmara do Mearim fez em sessão de 9 de janeiro de 1834, o segundo distrito era exatamente Arari; que a Paróquia de Nossa Senhora da Graça do Arari foi criada (1858) ao extrair-se o seu território de dentro da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré de Vitória do Mearim, na qual estava o lugar Arari, que, inclusive, para ter sua capela, inaugurada em 1811 como filial daquela igreja matriz, precisou da cessão da imagem do orago pelo pároco de Vitória do Mearim, com licença episcopal para tanto; e que o Município de Arari foi criado (1864) mediante desmembramento do Município de Vitória do Mearim, que lhe deu os distritos de Arari e Curral da Igreja para formarem o seu território, e cujos primeiros vereadores foram empossados sob a direção da câmara do município-mãe, que também dirigiu a instalação do novo município, que outra não era senão a Câmara de Vitória do Mearim...
E se alguém pode compreender que, antes de 1833-1834, Arari pertencia a São Luís não é de outra forma senão como um dos vários lugares do Julgado do Mearim, este, sim, verdadeiramente, uma circunscrição territorial do Município da Capital, tanto que os seus juízes ordinários eram nomeados pela câmara deste. Dessa forma, anote-se de uma vez por todas: a Ribeira do Mearim, integralmente, fazia parte do Município da Cidade de São Luís do Maranhão até que se criasse, em 1833, o primeiro município da região, o da Vila da Vitória do Mearim, desmembrado, portanto, do território da Capital e que, nos quase duzentos anos que se seguiram, deu origem, integral ou parcialmente, a muitos outros, a exemplo do Município da Vila do Arari, criado em 1864
COLABORAÇÕES DE SÓCIOS
HONORÁRIOS
CORRESPONDENTES
O MOVIMENTO CULTURAL DE 1920.
Aymoré Alvim, APLAC, ALL, AMM.
Até o fim da segunda década do século XX, Pinheiro era um lugar pacato, a não ser pelas animosidades políticas, no período eleitoral, entre Conservadores e Liberais que, de alguma forma, como relata Viveiros, J., intranqüilizavam o sossego dos pinheirenses, quebrando a monotonia que dominava o cotidiano da vila.
As oportunidades que muitas famílias tinham para alguns momentos de congraçamento eram poucas e periódicas como o carnaval, a festa do Divino, as festas juninas, do padroeiro Santo Inácio e de Natal com as pastorais, no salão “Recreio da Maria”, na residência do casal dona Santa e José Cruz Lima.
Ao iniciar a década de 1920, Pinheiro experimentou uma grande mudança. Um conjunto de atividades e realizações começaram a ocorrer, desencadeando o início de um movimento que iria se estender até nossos dias, o “Movimento Cultural de 1920” ou “ Movimento Cultural Pinheirense” que foi a base do desenvolvimento cultural, intelectual e artístico de Pinheiro e que o tem distinguido, até hoje, como o centro cultural da Região onde está inserido
Tudo começou com a reativação da Comarca e o retorno do Juiz Elizabetho Barbosa de Carvalho como seu titular. Coincidência ou não, ocorreu a elevação da Vila à categoria de cidade pela Lei nº 911 de 30 de março de 1920.
Vários nomes locais e procedentes de outros lugares, inclusive de São Luís, ao lado do Dr. Elizabetho, destacaram-se, nesse processo, como Clodoaldo Cardoso, Carlos Humberto Reis, João Hermógenes de Matos, Othon Franco de Sá, Basiliano Barroca, José Paulo Alvim, Antônio Pedro de Sousa, Alberto Serejo, Albino Paiva, Josias Abreu, Raimundo Silva, Domingos de Castro Perdigão, Alcides Reis, George Gromwell e as Senhoras Fausta Carvalho, Alice Soares, Dona Santa Cruz Lima, Raimunda Nogueira que, dentre outras, tiveram participação ativa, na arrancada do Movimento.
Omarco inicial foia fundação, em julhode1920, daLoja MaçônicaRenascimentodePinheiro, nome bastante sugestivo considerando o objetivo a que se propunha, que era reunir pinheirenses, em laços fraternais, de forma a reduzir ou mesmo acabar com as querelas políticas alimentadas por alguns.
No ano seguinte, Dr. Elizabetho, Clodoaldo Cardoso e Josias Abreu, com a ajuda financeira da família pinheirense, fundaram, em 25 de dezembro, o Jornal Cidade de Pinheiro, atualmente, o mais antigo em circulação, no Estado.
Oferecendo espaço para a produção intelectual e movimentos culturais, o jornal foi e tem sido um instrumento de grande valor para a promoção de Pinheiro e dos municípios circunvizinhos. Nessa mesma linha, José Alvim, em 1925, fundou “A Vanguarda,” o segundo semanário a se integrar ao Movimento deflagrado, ampliando, assim, o espaço da imprensa local e regional. A direção foi confiada ao jornalista George Gromwell.
Com um grupo de amigos, Dr. Elizabetho instalou, em 1923, a Biblioteca Popular e o Salão de Leitura que grandes oportunidades deram à juventude e ao povo.
Outra atividade, constante da política de ação do Movimento, foi a educacional. Em junho de 1921, o Dr. Elizabetho e outros companheiros fundaram, através do Guarany Sport Club, uma Escola Noturna e gratuita com 70 alunos de ambos os sexos. No ano seguinte, em 1º de julho de 1922, foi instalado o Instituto Pinheirense com os cursos de primeiras letras, primário e secundário também para ambos os sexos sob a sua direção. Outros estabelecimentos de ensino foram criados, ao longo da década, dos quais destacamos, a Escola Normal, em 1926 e o Grupo Escolar Odorico Mendes, em 1927. Ainda, nessa década, o grupo, tendo à frente a Maçonaria, fundou, em maio de 1925, a Escola Antônio Souza para crianças pobres
No campo das artes, foi fundado, em maio de 1921, o Teatro Guarany oferecendo um espaço para entretenimento dos pinheirenses e uma oportunidade para a juventude mostrar os seus pendores artísticos, promovendo as artes cênicas e como auxílio ao seu desenvolvimento cultural, social e intelectual. Devido sua vida efêmera, foi inaugurado, em 1926, o Teatro Santo Inácio e, em 1935, o Teatro São José. Para aproveitar as oportunidades, no campo da comunicação, foi fundado, em 1934, o Rádio Clube Pinheirense.
O Movimento, buscando ampliar o seu raio de ação e atingir os diferentes segmentos da sociedade pinheirense, investiu no esporte. Assim, foram criados os times Guarany Sport Club, Pinheirense Foot-ball Club, o Aymoré Sport Club e outros que animavam as tardes de domingo dos amantes do esporte. Na década de1930, foram organizadas equipes de rapazes e moças, nas modalidades volley-ball e basquetebol.
O Movimento não se deteve aí. Tendo por sede provisória a residência do Capitão João Batista Soares, foi fundado, em fevereiro de1925, a Sociedade Cívico-teatral Recreativa Cassino de Pinheiro. Era mais um ambiente de lazer e entretenimento posto à disposição dos pinheirenses com vista à sua promoção cultural. Outros clubes sociais sugiram dando prosseguimento às atividades do Movimento cujas realizações alicerçaram a atual vida cultural de Pinheiro.
A LUTA
CAMPANHA “VOLTA PRA CASA, MÃE D'ÁGUA”, LIDERADA PELO PERFORMISTA E AMANTE DE SÃO
LUÍS, ARTISTA UIMAR JUNIOR
Esta matéria mostra a força coletiva da sociedade artística em prol da justiça. Vale muito à pena.
Há alguns anos, o performista Uimar Junior protagonizou uma das mais emocionantes campanhas de resistência cultural em São Luís, erguendo sua voz contra uma ação do Poder Público que muitos ludovicenses viram como predatória. Seu objetivo era simples, mas de imensa força simbólica: resgatar a escultura em tamanho natural da Mãe D’água, peça central que ornamentava a Fonte Luminosa da Praça D. Pedro II e que jamais deveria ter saído de seu lugar de honra.
Movido por um amor profundo à memória arquitetônica da cidade, Uimar conquistou o apoio de diversos artistas locais pintores, poetas, músicos e transformou indignação em arte e poesia pelas ruas históricas. A população, tomada por um sentimento quase romântico de devoção às suas esculturas, ocupou praças e avenidas numa demonstração de carinho e orgulho, declamando versos e entoando cânticos que ecoaram entre os corações ludovicenses.
Por: Mhario Lincoln
Quando, enfim, a Mãe D’água retornou ao seu pedestal, o que se viu foi mais do que a restauração de um monumento: foi a celebração da união entre povo e patrimônio. Sob aplausos e emoção, ficou claro que a verdadeira beleza de São Luís reside na alma de quem a habita e que, com determinação e afeto, é possível manter viva a história esculpida em pedra.
Nessa hora é que entra a “Mulher Babaçu”, personagem criativa de Uimar Junior, que tomou as rédeas e lançou às ruas de São Luís a vibrante campanha “VOLTA PARA CASA, MÃE D’ÁGUA”. Era a Mulher Babaçu quem, sob indumentária de mitológica guardiã, convocava a cidade a resgatar a obra em bronze que, esquecida em um recanto do jardim do Museu do Maranhão, clamava por retorno ao seu trono de pedra na Praça D. Pedro II. “Passei dias buscando seu paradeiro”, revela Uimar Junior, “até a encontrei escondida sob a névoa de poeira e descaso nos fundos do Museu. Gritei, reuni artistas e admiradores e ela veio para casa”.
Reerguida ao seu lugar, a Mãe D’Água brilhou novamente sob o olhar emocionado dos ludovicenses, que viram, naquele gesto, mais que uma vitória cultural: um ato de amor coletivo. A escultura, última obra do mestre Newton Sá "primeiro escultor maranhense a conquistar reconhecimento nacional e agraciado com Medalha de Prata no Salão Nacional de Belas Artes" (FSP). ressurgiu eminente, não apenas como arte monumental, mas como símbolo de resistência e carinho pelo patrimônio histórico.
No vídeo abaixo fiz a minha participação, onde prestei homenagem a esse trabalho elogiável de Uimar Junior e dos artistas maranhenses empenhados em preservar nossa história. Neste poema, composto na viagem que fiz na época, entre Curitiba-Brasília-São Luís, retratei essa imagem que se entrelaça a uma luta necessária onde nossa alma grita por respeito maior ao nosso patrimônio histórico e artístico, reforçando essa nossa paixão pelo berço e pela honra de onde nascemos.
JOÃO BATISTA DO LAGO: UM MERGULHO NA ALQUÍMICA ÁGUA SURREALISTA DO ITAPECURU, EM BUSCA DA ESSÊNCIA DE GOETHE, BAUMAN E WERNER JAEGER
Poeta João Batista do Lago é membro-efetivo da Academia Poética Brasileira.
Esse cara, no meu bestunto, é uma das mais ricas vozes vivas da poesia brasileira. Porque João Batista do Lago é um poeta maranhense com solstícios constantes de Brasil. Ele emerge da sua caverna platônica em busca do ontem renovado, agregando, de forma esplendidamente moderna, as experiências das sombras de sua vida.
Ele não morre. Mas mata a angústia e a solidão, com a frieza de uma caneta que escreve com o suor de sua imaginação, enquanto usa a linguagem jâmbica. Há dentro dele uma coleção de Dante's, há Infernos e Céus que se confundem com o Olimpo, cheio de confusos deuses; quem sabe, com zunidos gravídicos para além do Deus de Spinoza.
João Batista, enquanto poeta, é; a sua poesia, é! E em sendo, vira mito, Touro Encantado nos Lençóis Maranhenses. Desta forma, corro um risco imenso tentando penetrar nas entranhas desse João - um Muro de Jericó, quase intransponível - com os portões da alma muito bem fechados, a fim de que hipócritas não consigam entrar. Porém, em meu auto-niilismo, vou usar as trombetas da coragem e enfrentarei (mesmo sendo o último mensageiro inorgânico), esse desafio.
Destarte, enfileiro os poemas enviados por ele em ordem aleatória e vou mergulhar nesse infinitório agregado de Goethe, Heidegger, Leo Strauss, Habermas, Ludwig Wittgenstein, Hannah Arendt, Maurice Blondel, Emmanuel Levinas, Zygmunt Bauman, Edmund Husserl, Henri Bergson...
Nem necessário falar que quando se trata de João Batista Gomes do Lago, "o gozo é mais embaixo", como me disse certa vez o poeta Manoel Serrão da Silveira Lacerda um amigo comum, ao se referir que a gente precisa mergulhar mais fundo na poética de JB do Lago, para entendê-la, como também, por osmose, tentei fazer com Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito, Pitágoras de Samos, Xenófanes de Cólofon, Parmênides de Eleia, James Lovelock...
Com tanta bagagem, Serrão me confidenciou sobre o poeta dos Itapecurus: "Feito dor./ Feito verbo./ Feito carne./ Feito nós infestos de agruras abstêmias,/ Idem inglórios epítetos insultuosos". Então lancei minha rede ao mar e recorri aos salvadores citados acima, tateando com a vara bussólica, a fim de iluminar meu caminho de linotipista, para interpretar os versos de João Batista.
Com "Paideia: A formação do homem grego", do imortalíssimo Werner Jaeger, senti-me suficientemente preparado para vociferar: "Eu posso, eu vou fazer!". Não sei se acertei nessa minha tentativa.
Assim, fiz-me polígrafo para entender as entranhas imaginárias do poeta João Batista do Lago, batizado que foi nas águas surrealistas do rio Itapecuru.
EXCERTOS POEMÁTICOS
SER
De João Batista do Lago
“Não!
Eu não nasci dos meus pais.”
― Sou filho do complexo nada; do Caos mais que perfeito.
O poema “SER” de João Batista do Lago é uma exploração profunda da identidade e existência humanas. Ele desafia a noção convencional de nascimento e ancestralidade, proclamando-se como “filho do complexo nada; do Caos mais que perfeito”. Corajosamente indo aonde poucos poemas e pensadores do século XX foram, JB desafia a noção convencional de nascimento e existência, propondo que somos filhos do “complexo nada; do Caos mais que perfeito”.
Imediatamente chamei à mesa o filósofo Jean-Paul Sartre, para compactuar essa 'matrix batista' com o que o francês afirmou: “a existência precede a essência”. Segundo Sartre, primeiro existimos e só então definimos quem somos, através de nossas ações e escolhas.
Desta forma, Lago parece sugerir que não somos meramente produtos de nossos pais biológicos, mas sim seres complexos moldados pelo caos existencial, fato que me levou a considerar a possibilidade de que nossa verdadeira origem esteja além da biologia: no reino metafísico do “nada” e do “caos”. Aterrorizante?
Nem tanto para quem estudou Theodore Adorno, sociólogo alemão, que abordou o conceito de 'Caos' de diferentes maneiras. Em uma delas, "(...) as palavras são pequenas formas no maravilhoso caos que é o mundo; formas que focalizam e prendem ideias, que afiam os pensamentos, que conseguem pintar aquarelas de percepção". As ideias de Lago e Adorno parecem xifópagos quando há sensibilidade única de entender o ‘caos’ como algo comum ao Mundo e a quaisquer que sejam as experiências humanas.
ESPELHO FRAGMENTADO
De João Batista do Lago
Quem sou eu!? Que lugar é este!?
(...) Eu não consigo lembrar…
Tudo está muito fragmentado…
Meus pensamentos estão todos quebrados...”
Passei algumas boas horas tentando escrever algo que me parecesse coerente ao todo (fragmentado aqui) desse poema entranhesco - “Espelho Fragmentado”, de João Batista do Lago. Ao princípio se fez dúvida se eu escrevia o que estava sentindo. Depois se fez verbo quando chamei para a mesma mesa Albert Camuso conceito do absurdo. Sim, seria absurdo a ideia de que a vida é inerentemente sem sentido e que qualquer tentativa de encontrar ordem ou propósito é em vão?
A confusão se apossou de minha pena, da mesma forma que o ‘eu poético’ construiu esse poema, especialmente quando li: “Não, eu não tenho esses rostos; esses rostos que estou vendo não são meus!”. Seria uma forma lírica de expressar, o autor, sensações de desconexão e confusão? Ou o 'eu lírico' passou a questionar, durante a feitura da escrita, a (frágil) identidade do autor (“Quem sou eu!?”) e do seu ambiente real (“Que lugar é este!?”)? A imagem do “espelho fragmentado” pode ser um símbolo da identidade fragmentada do 'eu lírico' de João Batista, que não consegue reconhecer a si mesmo ou entender seu lugar no mundo? No fundo, um excepcional uso da liberdade poética.
SONETO DO FIM
De João Batista do Lago
De tudo que há na vida
A morte sempre será Única certeza vívida
Que por certo findará (...)
No útero da terra mãe
Finalmente retornados
Ao eterno peito das mães
Entre certezas e incertezas, “Soneto do Fim” de João Batista do Lago me força a trazer à mesa o existencialista Martin Heidegger, um dos grandes pensadores do século XX. Foi exatamente ele que argumentou se a consciência da morte é fundamental para a compreensão da existência humana. E respondeu: "(...) ao nos confrontarmos com a morte, somos levados a questionar o significado e o propósito de nossas vidas (...)".
Então, se todos nós sustentamos que somos radicalmente livres e responsáveis por dar sentido as nossas vidas, por que nos deixamos influenciar pela certeza da morte? A resposta do próprio João Batista é intrigante, mas maravilhosa: “útero da terra mãe”, sugerindo um retorno à natureza após a morte, uma ideia que tem paralelos com muitas crenças espirituais e filosóficas.
Entra aqui, de forma genial, o inglês James Lovelock, o primeiro a propor uma forma científica da palavra 'Gaia', cuja máxima seria o conceito de homeostase biológica, onde os seres vivos são 'sistemas reguladores do Planeta' e assim, estão sempre vivos, mesmo que em constantes mudanças e transformação. Daí, minha ideia do 'pós-mortem-húmus', nas subliminares do poema.
VELÓRIO
De João Batista do Lago
No meio da sala velo minh’alma
Que me olha com dentes escancarados
Abrigada nos quatro cantos do mundo
Donde sorri das minhas dores
E qual punhal que sangra ventos
Rasga o meu profundo nada
(...)
No meio da sala velo minh’alma que aos poucos se afasta… E de mim voa.
Confesso meu bestunto ao revelar aqui que foi nesse poema de JB que pela primeira vez consegui visualizar, efetivamente, o desencarne de um 'eu lírico', do corpo físico do poeta. Isso acontece em “Velório”. Mais uma vez, o autor se vê em encruzilhadas existenciais quando tenta lidar com temas de morte, perda e a natureza efêmera. Aí, como disse acima, vi o 'eu lírico' pairando sobre o corpo e velando sua própria representação física. Há claríssima desconexão entre o corpo e o 'sujeito lírico'. Na doutrina espírita, Alan Kardec diria: "o cordão fluídico, que liga o corpo físico ao perispírito, estaria rompido".
Zygmunt Bauman, a quem convido agora para a mesa, também falou extensivamente sobre a modernidade líquida ou, "um tempo caracterizado pela transitoriedade e pela incerteza". Destarte, ouso-me afirmar, no contexto dos versos batistas, serem esses, expressões de máxima ansiedade e incerteza. Fato também não tão desastroso, pois acompanham nossas vidas neste Mundo em constantes mudanças.
Finalmente, peço a opinião de Arthur Schopenhauer, aqui do meu lado, sobre o seguinte verso: “No meio da sala velo minh’alma que aos poucos se afasta…”. E ele, imediatamente responde: "(...) pode ser visto como um momento de percepção aguda da natureza dolorosa da vontade. A alma, ou a vontade individual, está se afastando, talvez sugerindo um desejo de escapar do sofrimento inerente à existência".
Em tempo: Schopenhauer também foi influenciado pelas filosofias orientais e acreditava na possibilidade de negação ou renúncia à vontade como um caminho para a libertação do sofrimento. Assim, na carona, e conhecendo muito bem meu amigo João Batista como o conheço, acredito que esses versos (metáfora) estejam ligados diretamente à crescente desigualdade e alienação na sociedade moderna.
DA MORTE DE DEUS
De João Batista do Lago “Deus está morto” gritou o poeta. Verberou o louco.
Assim falou Zaratustra. (...)
Contudo, ninguém lhes emprestaram ouvidos; todos imersos estavam em seus afazeres. E todos zombaram do velho filósofo: uns sorriram; outros, pilhérias disseram; uns meneavam a cabeça em plena gozação, outros acreditavam que ouviam um louco, que teimava em insistir no seu axioma:
“Deus está morto!”.
Meu caro amigo João Batista do Lago. Até agora não havia lhe respondido essa correspondência porque mergulhei em dias constantes, a fim de tentar entender o que está aí escrito. Óbvio que eu começaria com 'Zaratustra'. Mas não! Quis ir um pouco além da margem cálida do rio Itapecuru. Por isso me aventurei mergulhar nas profundezas da mente de quem ora leio e sempre admirei. Para isso, tive que convidar para se sentar ao meu lado o magnífico Slavoj Žižek, esse filósofo esloveno que se envolveu muito com as ideias de Nietzsche. Ou seja, alguém que - com certeza - segue a mesma linha de pensamento expresso por JB, nesse poema: a proclamação de Friedrich Nietzsche “Deus está morto”! Slavoj Žižek, em um ensaio, publicado na internet, por sua vez, falava sobre as críticas feitas ao proclamo de Nietzsche - "Deus está morto" - com indiferenças e zombarias. Žižek respondeu a essas críticas argumentando que “(...) vivemos em uma era pós-ideológica, onde as grandes narrativas ou sistemas de crenças (como a ideia de Deus) não têm mais o poder que costumavam ter”. E complementa: "(...) essa indiferença, invés de nos libertar, nos aprisiona mais do que nunca aos sistemas de poder e controle que são ainda mais difíceis de perceber e resistir porque eles são apresentados como ‘naturais’ (...)”.
Consciente, JB alerta através desses belos versos acima, algumas vezes incompreendidos. Contudo, mesmo que grite no deserto, seus versos sempre serão como as pedras sonoras, assentadas nas grandes e solitárias paredes das igrejas antigas, onde qualquer ruído, produz reverberação constante, servindo de trilha sonora para o ato de expulsar demônios ou anjos, dependendo da linguagem almática de cada privilegiado leitor. A mim, caro poeta, esses versos me fizeram um bem danado!
“QUÊ
RIO DE JANEIRO, COISA NENHUMA!”
Mhario Lincoln é presidente da Academia Poética Brasileira.
Por: Mhario Lincoln Fonte: Mhario Lincoln 11/06/2025 às 09h04 Atualizada em 11/06/2025 às 10h15
Igreja de São José de Ribamar
Na década de 70, pelo menos eu e alguns amigos, éramos fissurados pelo Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa. Eu, particularmente, queria conhecer o bar “Degrau”, passear pelo calçadão de Copacabana, assistir ao clássico Vasco x Flamengo, (falo por mim), no Maracanã. (Aliás, em nossa casa na Rua dos Afogados [São Luís-MA], onde passei meus primeiros anos de vida, meu pai mandou fazer o piso do terraço imitando as ondas que ornamentam aquele mesmo calçadão carioca).
Queria conhecer o Hotel Glória, ir ao Corcovado ou tomar aquele café-da-manhã no Forte, andar livre pelo Posto 06, ir visitar amigos nas 'Laranjeiras', conhecer o Jardim Botânico e claro, curtir a noite nas grandes “boites” que espocavam na época do Bee Gees, mas, sem antes, participar do samba-feijoada da Mangueira, para ver Alcione.
Isso e mais muitas coisas atraentes, chamavam minha turma para ir lá na esperança de, deitado nas areias da praia carioca mais em voga, encontrar alguma ‘famosa’ em trajes de banho; muito peculiar da nossa mente adolescente: Rose de Primo, Índia Potyra, Sonia Braga, Vera Fischer.... (Você leitor, lembrou de mais alguma?)
E lá estávamos nós, a turma da igreja (tinha a Turma do Muro, dos bam-bam-bans), sentada na calçada da Igreja de São Pantaleão, sonhando com o Rio, enquanto pitávamos uma carteira de cigarros “Minister” que eu havia surrupiado do pacote do papai, tomando alguns goles de "Bitanguinha C", com limãozinho, que o filho de Luiz Papagaio (ex-vereador da capital maranhense) levava para a gente, após pular o muro da igreja e ir buscar num pé carregadinho no quintal. Vale aqui, acrescentar, que a Igreja de São Pantaleão, em São
Luís, não é dedicada a São Pantaleão, mas sim a São José. O nome da igreja deriva de Pantaleão Rodrigues de Castro, um dos seus cofundadores. É nessa igreja que está a imagem de São José, que foi oferecida pelos doadores com a condição de serem sepultados na igreja e de São José ser celebrado anualmente.
Bom! Cada um dava sua opinião. Cada um sonhava o mais alto que era possível com o Rio. Mas tínhamos um consolo: ir aos domingos no cinema para assistir as reprises dos clássicos cariocas de futebol, no Canal 100, embalado pela música gloriosa “Na cadência do samba”, composta por Luiz Bandeira em 1956 e gravada por Waldir Calmon. (Abra e ouça: https://www.youtube.com/watch?v=5uCPo6p97Pw&t=10s ). Mas o Rio que era Rio, não saía de nossas cabeças.
Muito tempo depois, lá por volta de 19/20 anos, eu decidi, definitivamente, viajar para o Rio. E, colocando a carroça diante dos bois, espalhei para todo mundo que iria finalmente conhecer a Cidade Maravilhosa. Choveram pedidos (perfume Fleurs De Rocaille), de indicações de lugares; cheguei até mesmo a ouvir uma ‘aula de Rio’, a mim ministrada pelo meu inesquecível amigo Gerd Pflueger que, à época, morava lá. Nos encontramos, por acaso, no restaurante “Gosto da Terra”, de Graça Silva, na Ponta do Farol, bairro de São Luís-MA.
Pois bem! Parece que “a cidade toda” já estava sabendo que ia fazer essa viagem. Acontece que a ‘grana’ não estava fácil. Pedi a alguns empresários amigos, mas não tive sucesso. Minha mãe não intercedeu porque não queria que eu fosse. Assim, entre discussões, decepções e anseios, decidi bolar um grande plano (tipo Cebolinha e Cascão) porque muita gente já sabia dessa sonhada viagem.
Então, convidei meu amigo Júlio César de Jesus Guterres Costa para bolarmos, juntos, esse plano “B”. E se ao invés de ir ao Rio, eu e ele fossemos passar esse período escondido na cidade de São José de Ribamar? Ninguém iria saber, realmente, se eu tinha viajado ou não. E assim foi feito. Arrumei as malas e rumei para o Aeroporto do Tirirical (era esse o nome), a fim de que muitas pessoas me vissem sentado em uma daqueles bancos de madeira, até, com uma capa (lembram das capinhas em papelão?) de uma passagem da VASP (já usada) nas mãos. Esperei as pessoas acalmarem; aí, entrei no meu velho Opala café-com-leite e eu e Júlio nos deslocamos para São José de Ribamar, município da Grande São Luís.
No percurso íamos dando boas gargalhadas, assim como, ‘enganamos essa gente toda’. Na primeira noite ficamos sossegados no hotelzinho, na parte superior do sobrado e, embaixo, um famoso restaurante de lá. No outro dia, fomos ao Caúra para almoçar com José Lócio, único que sabia da presepada. Passamos a tarde por lá até surgir a ideia de ir à noitinha, para a frente da Igreja, ver as meninas passarem e ouvir serestas que eram feita com aquela radiola “Phillips”, de pilha, o ‘must’ da época. E uma das músicas mais executadas pelos dj’s improvisados era “Eu te Amo”, de Roberto Carlos. Demoramos quase a noite/madrugada toda e não fomos descobertos. (Ufa!) Clique no link para recordar: (https://www.youtube.com/watch?v=2qYcR0LQggg).
No outro dia, o cheiro do peixe-pedra frito era tão forte e convidativo que eu e Júlio decidimos almoçar lá mesmo, no restaurante de baixo. Aí foi o erro, nem bem eu entro e dou de cara com Fontenele (aquele que trabalhou muitos anos na VASP e depois teve uma agência de turismo). Ele e uma galera da sociedade maranhense e alguns membros da Academia Maranhense de Letras, que ele levava para “apresentar” São José de Ribamar a um escritor que havia dado uma palestra na AML, na noite anterior. (Fico devendo o nome dessa figura. Não me lembro).
Não deu outra: quando Fontenele me viu, deu uma gargalhada estridente. Ele, ainda, de gozação, perguntou em voz alta:
- Ué, já voltou do Rio. Tão depressa! Óbvio. Gargalhadas e mais gargalhadas. Acenei (ainda meio de longe) e sai de fininho. Fui almoçar numa barraquinha discreta, no Porto do Barbosa. Mas não tinha mais jeito. A ‘farsa’ havia sido descoberta e em
grande estilo, fato que resultou na morte imediata da ‘disfarçada' viagem exuberante ao Rio de Janeiro. Depois dessa, nem Rio, nem São José.
Júlio, com quem fui a SJ de Ribamar, já na volta pra São Luís-MA, reclamou: "Não disse que não ia dar certo!..."
Mhario Lincoln é presidente da Academia Poética Brasileira.
Artigos de colaboradores
A
ÁRVORE MONTADA NOS ESPINHOS - um passeio pela ancestralidade negra
“Quando não souber para onde ir, olhe para trás e saiba pelo menos de onde você vem” (Owomoyela, 2005 – provérbio yorubá).
A ÁRVORE MONTADA DE ESPINHOS
O sangue que corre nas veias
Reconstrói o antigamente
Tantas Marias passaram
Maria Antonia
Maria da Conceição
Maria Raimunda
Maria Luiza
Quebradeiras de coco
Lavadeiras
Lavadoras
Benditas sejam elas
Que deixaram em mim
O dom de assuntar a vida
E estes pés que tocam o Mundo (Cantanhêde, 2023, p. 95).
O poema "A Árvore Montada nos Espinhos", de Luiza Cantanhêde, é uma celebração da ancestralidade feminina “como marca de resistências individuais, mas sobretudo coletivas” (Manjate, 2023, p. 16). E essa simbologia de resistências só existe quando reconhecemos o papel das nossas antepassadas na construção das nossas identidades e na luta por direitos, dignidade e reconhecimento. O poema, portanto, foca nas gerações de mulheres que desempenharam papéis centrais na sustentação da vida eno legado cultural, evidenciandoque “existeumarelaçãoestreitaentremulher(negra),atividadeprofissional de sustentação, identidade e ancestralidade” (Gomes; Santana, 2023, p. 78), pois
No mundo do trabalho, as mulheres negras vêm desenvolvendo atividades sustentáveis desde o sistema escravista. Vamos encontrar escravizadas nas funções domésticas e como lavadeiras, engomadeiras, costureiras, bordadeiras, rendeiras, charuteiras. Tal constatação nos fornece a hipótese de que as profissões dessas sujeitas surgiram ligadas a um saber-fazer que está incluso no rol dos legados africanos (Gomes; Santana, 2023, p. 78).
Assim, as mulheres do poema (lavadeiras, lavradoras e quebradeiras de coco) são trabalhadoras manuais, inseridas em um contexto rural, marcadas pelo trabalho árduo, mas também pela resistência e força. Elas são
"benditas", abençoadas pela sua dedicação, e seu legados vão além do trabalho físico; elas deixam para o eulírico o "dom deassuntar avida",ouseja, deentender,perceber, ese conectarcom omundo deforma profunda e “os pés que tocam o mundo”, ou seja, esses pés são uma extensão do legado, indicando que a conexão com a terra e com a vida é uma herança direta dessas ancestrais.
Esse contexto me remete às mulheres da minha família, as minhas ancestrais, no meio das quais fui criada, avó, mãe e tias, que costuravam, bordavam, faziam bolo e cuscuz para vender no mercado, lavavam roupa e quebravam coco babaçu para manter a família. E ainda hoje se mantêm entre as suas descendentes os ofícios do bordado e da costura. Desse modo, tanto as antepassadas do eu-lírico quanto as minhas e de tantas outras pessoas foram/são “mulheres que estiveram (estão) desenvolvendo atividades para o sustento” (Gomes; Santana, 2023, p. 79). E isso evidencia o valor da contribuição dessas mulheres para a formação econômica e social de suas famílias.
Desse modo, as "Marias" mencionadas são personagens coletivas, representando não apenas mulheres específicas, mas um conjunto de figuras anônimas que realizaram trabalhos fundamentais, embora invisibilizados socialmente. A repetição do nome "Maria", que é muito comum no Brasil, reforça essa ideia de anonimato coletivo, sugerindo que elas representam todas as mulheres que desempenharam esses papéis. Logo no primeiro verso, o eu-lírico afirma que "O sangue que corre nas veias / Reconstrói o antigamente". Essa metáfora do sangue como veículo de memória e legado ancestral sugere que a herança dessas mulheres é algo visceral, transmitido fisicamente e espiritualmente de geração em geração. O sangue é o elo do presente com o passado, fazendo com que as experiências dessas "Marias" permaneçam vivas. Portanto, nesse poema, o eu lírico “olha para trás, para a sua história”, semelhante à perspectiva “Sankofa”, “que é uma filosofia africana representada pictoricamente por uma ave que gesta um ovo e que tem a cabeça voltada para trás” (Pinheiro, 2023, p. 98), ou seja, isso significa que “é só olhando de onde viemos (olhando para trás) que sabemos quem somos; e é só sabendo de onde viemos e quem somos, a partir da nossa agência ancestral, que conseguimos construir novos passos rumo à emancipação do nosso povo (Pinheiro, 2023, p. 99).
Ainda, na construção do poema, a autora vale-se da anáfora de “Maria”, ao longo do poema para reforçar a ideia de que essas mulheres, embora diferentes em nome e ocupação (Maria Antonia, Maria da Conceição, Maria Luiza etc.), compartilham uma história comum de luta e trabalho. Essa repetição evoca um coro de vozes femininas, cada uma contribuindo com sua parte para a construção da identidade do eu-lírico.
"A Árvore Montada nos Espinhos" é um poema que celebra a ancestralidade feminina, prestando homenagem às gerações de mulheres trabalhadoras que, apesar de invisibilizadas pela sociedade, deixaram um profundo legado de força, sabedoria e resistência. Através de imagens poderosas, como o sangue que interliga o passado ao presente e os pés que tocam o mundo, esse poema explora a ideia de que a vida dessas mulheres não foi em vão elas plantaram em suas descendentes o "dom de assuntar a vida", uma forma sensível de perceber o mundo e de continuar resistindo às adversidades.
O título sugere que essa herança não veio sem sacrifícios, como a árvore cheia de espinhos, mesmo assim, é uma árvore que continua a crescer e a florescer, transmitindo suas raízes às gerações futuras. O poema, assim, se torna uma celebração tanto do passado quanto do presente, mostrando que as lutas e os esforços dessas "Marias" continuam vivos nas novas gerações.
Essa percepção da autora fortalece a ideia de que as histórias e os legados familiares são essenciais para a construção da identidade individual, lembrando a filosofia africana ubuntu, “que se baseia no conceito de que eu não posso ser feliz sozinha” (Pinheiro, 2023, p. 93). Então, o eu-lírico estabelece “acolhimento e comunhão” com essas mulheres, ou seja, com “outras/os ‘eus’ que carregam suas raízes identitárias, manifestadas no ubuntu do ser: ‘eu sou porque tu és e tu és porque eu sou’” (André, 2023, p. 61).
REFERÊNCIAS
ANDRÉ, Sónia. Outras elas: a cultura pelo olhar das silenciadas. In: CONSORTE, Josildeth Gomes; SANTANA, Marise de (org.). Mulher negra e ancestralidade. São Paulo: Selo Negro, 2023. CANTANHÊDE, Luiza. Plantação de Horizontes. Guaratinguetá: Penalux, 2023. MANJATE, Teresa. A ancestralidade e a figura da mulher: entre rupturas e continuidades. In: CONSORTE, Josildeth Gomes; SANTANA, Marise de (org.). Mulher negra e ancestralidade. São Paulo: Selo Negro, 2023.
OWOMOYELA, Oyekan. Youruba Proverbs. University of Nebraska Press, 2005.
PINHEIRO, Bárbara Carine Soares. Como ser educador antirracista. São Paulo: Planeta do Brasil, 2023.
Anna Liz é poeta, escritora, mestranda em Língua Portuguesa/Unifesspa
A INCONFIDÊNCIA
MINEIRA POR DENTRO DE UMA OUTRA HISTÓRIA
EUDES DE SOUSA
Como se sabe, em Portugal, a mais intransigente defesa do absolutismo dos reis é representada pela figura do Marquês de Pombal, o que explica a perseguição por ele implementada aos Jesuítas.
No Brasil enquanto colônia era proibida a divulgação de uma efervescência do pensamento político- filosófico europeu. Em Vila Rica, nas Minas Gerais, florescera uma aristocracia intelectual, fruto do enriquecimento de uma sociedade que prosperara com o ouro. Este período apresentou impressionante produção na arquitetura, pintura, escultura, música e literatura. E, é claro, o acesso a literatura proibida se produziu, seja porque os jovens ricos iam estudar em Coimbra. Lá estava Montesquieu com suas obras capitais: O Espírito das Leis, As Cartas Persas.
O que passou à História com o nome de Inconfidência foi um movimento, mas de intenções frustadas do que efetiva ação revolucionária. Os inconfidentes representava a nata da próspera e culta sociedade das Minas Gerais. Para citar somente alguns: Tomás Antônio Gonzaga, desembargador, um dos maiores poetas da língua portuguesa; padreJosé daSilvaRolim, homemfamoso porsuavastacultura,eoriganáriodefamiliaabastada; o tenente-coronel Francisco Paulo de Andrade, sobrinho de Gomes Freire, cujo pai fora governador das Minas Gerais; Domingos Vital Barbosa, que estou nas Universidades de Montpellier e Bordeaux; Cláudio Manoel daCosta,um dos homensmais ricos daCapitania. Nomeiodaqueles aristocratas,a figuradoAlferes Joaquim José não era a mais socialmente expressiva.
Os inconfidentes, mais idealistas do que conspiradores, começavam pelo fim: discutia-se como seria o pavilhão do país independente: no inicio , pensou-se em uma bandeira com o lema aut libertas aut nihil. O lema não agradou, sendo substituido por libertas aequo spiritus, encimado por um gênio quebrando grilhões. Finalmente, decidiram-se pelos versos de Virgílio: lebertas quae sera tamen. O escudo seria um triângulo. Antes, havia sido proposto um escudo com três triângulos.
Havia consenso quanto à forma de governo seria republicana. Quanto a escravidão, houve divergências: como o número de negro na Capitania era superior ao de brancos, havia o risco de aqueles apoiarem a Coroa, para se tornarem livres como recompensa. Então propôs-se a libertação dos negros. Mas, depois, o inconfidente José Álvares Maciel ponderou que tal medida, tomada abrutamente, desorgazaria a economia, estruturada no alcance escravocrata. Inácio José de Alverenga Peixoto, um grande poeta, como Tomás Gonzaga, sugeriu que, entáo, se desse liberdade imediata aos mulatos, conservando-se ainda por um tempo, no cativeiro os nascidos na África. A Inconfidência abortou antes de ser esta pendência solucionada. Para os africanos, o libertas auae sera temn teria um leve sabor de ironia.
Por fim, na atual Ouro Preto, Monumento Nacional e Patrimônio da Humanidade, repousa em austero mausoléu os Inconfidentes da Vila Rica; Mas, onde ali está o Tiradente? Tiradente não está?. Seu corpo, após a execuçãp, foi esquartejado. O mártir da Inconfidência não teria um funeral cristão. Seus despojos, portanto, não estão erm Ouro Preto. Seu túmulo foi a terra do Brasil, que ele, com seu espírito, e até com seu sangue e sua carne, fertilizou a força moral de um grande brasileiro.
PEDRO HENRIQUE MIRANDA FONSECA
MEMBRO FUNDADOR DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HISTÓRIA DA MEDICINA
Antônio da Silva Mello nasceu no dia 10 de maio de 1886 em Juiz de Fora – Minas Gerais e faleceu no Rio de Janeiro em 19 de setembro de 1973. Formou-se em Medicina pela Faculdade de Berlim – Alemanha em 1914, mas cursou os três primeiros anos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1918 retornou ao Brasil. Antes, em 1916, tentou, mas não conseguiu, pois o navio no qual viajava foi torpedeado no Mar do Norte. Conseguindo se salvar retornou a Berlim, indo depois para a Suíça, onde trabalhou em Lausanne e Genebra. Tornou-se, por concurso, Professor Catedrático de Clínica Médica na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Como professor publicou em 1937 a obra “Problemas de ensino médico e de educação”, prefaciado por Gilberto Freyre, que ressalta a sinceridade, a independência e boa-fé do livro escrito com severo espírito crítico, mas também com amor, simpatia e vontade de contribuir para a melhoria do ensino. Um livro corajoso que denuncia um ensino palavroso e uma falta grande de realidade e prática, no qual os futuros médicos eram formados liturgicamente com anel, beca e título, sendo na verdade, deformados. E conclui o prefaciador: “... é um livro tão cheio de verdades que parece mentira a sua publicação.”
Outro livro da sua lavra que merece destaque é “A superioridade do homem tropical” publicado em 1965. Neste, composto de dezenove capítulos, o autor vai demonstrando, com argumentos muito convincentes, como veremos, que a superioridade do homem tropical começa por ser ele o verdadeiro criador da humanidade, deixando um patrimônio biológico que permitiu a esta expandir-se para outras áreas, o que só veio a acontecer depois da dominação da tecnologia que permitiu ao homem enfrentar as regiões de clima frio. Descobrindo novas condições de existência não se adaptou ao clima e ao ambiente, e sim encontrou recursos para vencê-los e dominá-los, sem sofrer modificações maiores em seu corpo, quer anátomo ou fisiologicamente. Cita o exemplo bíblico de Adão e Eva que andavam nus no Paraíso, portanto, este maravilhoso jardim só poderia estar situado em região de clima quente. Além disso, sob o ponto de vista anátomo-fisiológico, o ser humano não apresenta diferenças significativas, apesar de habitar as mais variadas regiões do globo, com os mais variados climas. Outro fator a favor da tese do livro é a distribuição dos povos morenos mais primitivos, que se estendiam em uma cintura desde a Índia até a Espanha, abrangendo todos os povos de cultura neolítica que se tornaram os pioneiros da civilização.
O recém-nascido humano tem um passado tão tropical, que deixado sem alimentos ao nascer, sobrevive por muito menor espaço de tempo no frio do que o fará em ambiente aquecido. O verdadeiro berço da Humanidade é o sul da África, terra de clima quente. Conclui, afinal, que o homem tropical, sendo o verdadeiro criador da humanidade, desenvolveu uma máquina biológica espantosa em sua contextura e função com um padrão quase homogêneo e de grande resistência. Graças a isso pôde emigrar para outras regiões, fazendo, pelo domínio de técnicas, que os climas se adaptassem artificialmente às suas necessidades.
Esta obra de Silva Mello representa, a meu ver, um antídoto ao complexo de vira-lata dos brasileiros em particular, e de outros povos igualmente tropicais em geral, pois abala a crença da superioridade das civilizações desenvolvidas em regiões de clima frio. A versão de inferioridade do clima tropical é uma versão dos europeus, baseada na vivência deles em clima quente, onde eram atacados por doenças desconhecidas e de alta mortalidade para eles, pois não apresentavam nenhuma resistência a elas.
FONTES
FONSECA, Pedro Henrique Miranda – Um livro esquecido. Suplemento Cultural do Jornal da Associação Paulista de Medicina número 85, maio de 1994.
FREYRE, Gilberto – Prefácios desgarrados, organização do texto, introdução e notas de Edson Nery da Fonseca, volume I, Rio de Janeiro, Livraria Editora Cátedra; Brasília, Instituto Nacional do Livro, 1978.
MELLO, Antônio da Silva – A superioridade do homem tropical, Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira S. A., 1965.
Rio de Janeiro, domingo, 20 de abril de 2025, às 18:40 horas.
ANTÓNIO LUIS ALVES.
Ter uma família unida, aonde o respeito impere, o amor entre pais e filhos seja uma constante no viver, esse é, deveria ser, o bem mais precioso que se possa ter.
Umafamíliaunidaalheadadailusóriafelicidadematerial,aquelafamíliaunidaqueacalenta, cuidaamaesofre, essa é uma família feliz, que nada nem ninguém pode destruir o vinculo que ela representa, que vive ama e sofre, mas é feliz. Mas para isso possa acontecer, todos que constituem essa família, o pai,a mãe os filhos, precisam de acreditar, ter paciência, acreditar no trabalho que fazem, porque o bem material não pode ser comparado com o sucesso de uma família feliz que muito poucos valorizam.
Também há os que riem, ignoram essa felicidade, e chamam felicidade as riquezas há ostentação mundana, há felicidade material, o sonho acordado no amanhã, se o amanhã existir. Viver essa felicidade de estarmos juntos, de ser uma família, daqueles a quem amamos, e não ignorarmos o sentimento do ser, sentir, amar!
Há tantos que queriam um lar (não uma casa) aonde se vivam dias de carinho, e também aqueles dias de tristeza que sempre deixam marca para sempre na nossa existência.
Não devemos deixar que a ingratidão fale mais alto que o coração, não devemos correr atrás do tempo que passou, há muito tempo para viver, saibamos viver. Mas infelizmente ainda há quem pense que vive, e apenas existe, e isso jamais poderá chamar-se família!
António Luis Alves.
Av.Bomb.Volun.71
5445/151
Carrazedo Montenegro.
Portugal.
O sol acabou de acender a luz de um radioso dia...Deu uma piscadela travessa e derramou poeira dourada rebrilhando em cada rosto de mãe; raios de ouro, aquecendo maternos coraçōes; pleno viver iluminando almas, cristalizando desejos de bem, em aceitaçāo de contínuo encantamento...
E de repente, flores se abriram, compondo um bouquet de delícias perfumadas, colorindo de sorrisos um dia que é cada dia, todo dia de todas as māes.
O céu azulou de bençāos e uma estrelinha que esqueceu de se esconder, nāo apagou uma saudade sempre terna companheira, mas, garantiu a doce presença de minha māe-menina na calma do Paraiso, onde se encantam tantas outras doces māezinhas..
Na orquestra de sons variados, harmoniosos, do sublime concerto da natureza em festa a vibrar, toda verde de esperanças, desperta a sinfonia de um Parabéns para cada mulher que é Māe em todas as formas de intenso amor..Amor que de fato confere a mais silenciosa, eficaz, desprendida, sofrida e feliz maternidade.
Prismas
No velho sobradão dos verdes tempos, onde nascemos nós, irmãos de sempre, havia numa sala, (a ampla sala de todos os sobradões), um lustre de cristal.
Peça rara e preciosa, cinzelada com arte, com delgados pingentes dançarinos, que prendiam a luz, toda una, transformando-a em fios refulgentes, de mil notas difusas,
E a criança de então, que eu era a sonhar, ganhava horas perdidas, a contemplar, esse jogo tão belo, de mil luzes em cores, a dançar com leveza, um bailado irisado, todo em tom de arco- iris.
E a beleza era múltipla! Uma oferta tão pura, que fazia nascer, dentro em meu coração, uma fonte de luz, desmaiada em azul, amarelo, violeta, rosa e verde. Uma orgia de cores, em brilho de promessas.
O vento caricioso, maranhense, balançava os pingentes bailarinos, E a luz, sorria, generosa, regente do belo, na difusão desses prismas.
Era doce o momento, no sabor da infância,
Feliz Dia de todos os dias de todas as Māes!!!
arco-iris de amor, partilha, proteção.
O adulto que sou,nessa vida de agora, nos momentos de dor, quando a luz vai embora, regressa ao sobradão.
E criança outra vez, senta na sala ampla.
Com olhos de sonhos, na neblina de outrora, recria o passado, no brilhar do cristal
As lágrimas a correr, tomam formas de cor, nesses olhos de névoa, que não veem o presente.
O coração dolorido, busca a luz da lembrança, pincelada em cores, no balanço di vento, e no brilho do sol.
O verde é esperança, na alvura da paz.
O rosa é miragem, de saudades bem ternas.
O azul é o céu, no dançar do pingente.
E a dor, faz-se cor.
O coração, protegido, desfaz-se em beleza, luminosa, de cores, em nuances.
Nas dores do presente viver, a magia soberana do passado, feito força, rediviva.
Na luz, surgida em cores,a esperança do amanhã presa em vitorias, no lustre de cristal, feito farol, guia, suporte, remissão, retorno.
Rosa Maria Soares Bugarin
NONATO REIS
Ele foi missionário, desbravador, polemista, conselheiro, estrategista, intelectual e, seguramente, o maior nome da literatura portuguesa em terras brasileiras. Nascido em Portugal, veio para o Brasil ainda criança. Em Salvador aprendeu as primeiras letras, iniciou-se em teologia, lógica, filosofia, matemática, literatura, línguas. Aos 15 entrou para a Ordem de Jesus, de onde jamais saiu. Morreu no final do século XVII, próximo de completar 90 anos, entre realizado e frustrado.
O Padre Antônio Vieira foi um diamante bruto que se lapidou com o tempo. Ao contrário do que muitos possam imaginar, a luz sobre ele não surgiu de chofre. Seu biógrafo mais importante, João Lúcio de Azevedo, diz que ele não foi um gênio precoce, pois, como estudante, compreendia mal, decorava a custo, escrevia com dificuldade. No resumo da ópera “era um aluno medíocre”. Agressivo, ousado, ambicioso, Vieira pode ser visto como anjo e também demônio. De volta a Portugal, em 1641, já famoso por suas cartas e sermões e amigo e confidente do Rei Dom João IV, influenciaria os acontecimentos mais importantes relacionados com a corte dos Bragança pelos anos seguintes. Graças a ele, Portugal não entraria em confronto direto com a Holanda pela retomada de Pernambuco. Vieira argumentava que os holandeses, muito mais preparados belicamente, imporiam uma derrota humilhante e desnecessária aos compatriotas lusos. “Transplantaremos Pernambuco a outra parte, pois o que nos falta não são terras, senão habitantes”.
Contudo, a derrota holandesa sobre o território pernambucano ocorreria anos depois, em 1654, por efeito de uma iniciativa do próprio Vieira: a criação da Companhia Geral de Comércio do Brasil, turbinada com dinheiro de cristãos-novos e judeus. A empresa gerenciava a guarda e o transporte de mercadorias, o que ajudou a recuperar a economianordestina, assentadasobre a produçãode açúcar. Com issoPortugal fortaleceu suas posições na região, controlou o trânsito de mercadorias com destino à Coroa e acabou reavendo a capitania.
Vieira desembarcaria em São Luís em 1653, sob clima de guerra. Os colonos, descontentes com a presença dos jesuítas, que resistiam à escravização dos indígenas, ameaçam-lhes de expulsão, a exemplo do que já ocorrera em São Paulo. A situação tornou-se crítica com a publicação de uma ordem régia que abolia o cativeiro nativo. Em carta Vieira registrou os protestos. “Aproveitou-se da ocasião o demônio, e pôs na língua, não se sabe de quem, que os padres da Companhia foram os que alcançaram de El-Rei esta ordem, para lhe tirarem os índios de casa”.
No célebre "Sermão da Quinta Dominga da Quaresma”, Vieria colocou ainda mais lenha na fogueira. Fez alusão ao quinto domingo da Quaresma que o Evangelho classifica como o domingo da verdade e deu-lhe amplitude. "Para mim todos os domingos têm este sobrenome, porque em todos prego verdades, e muito claras como tendes visto”. Afirma que pensou em que verdades dizer aos fieis e optou por uma única verdade. “Mas que verdade será esta? Não gastemos tempo. A verdade que vos digo é que no Maranhão não há verdade”. E conclui o sermão com um trocadilho canalha sobre o M de Maranhão. “M – murmurar; M- motejar; Mmaldizer; M – malsinar; M – mexericar; e sobretudo M – mentir: mentir com as palavras, mentir com as obras; mentir com os pensamentos. Que de todos e por todos os modos aqui se mente.".
Os sermões de Vieira e as resoluções da Coroa, contrários aos interesses dos colonos, só pioravam a situação e o motim explodiu em São Luís em 1661, culminando com a expulsão do Padre Vieira, que passou a residir em Salvador e jamais retornaria à Ilha. E mesmo dali continuou a influenciar nos assuntos do Maranhão, com sermões e decisões régias.
Na revolta de Beckman, em 1684, teve participação crucial sobre os desdobramentos. Por causa de gestões do padre, Tomaz, irmão de Beckman, foi preso e condenado à morte. O líder acabou enforcado e os jesuítas retornaram à região, pouco depois. Vieira, de tudo ciente, comemorou os feitos.
Também bateu de frente com a Inquisão e, por conta de uma carta, em que defendia a tese de que o rei Dom João VI, já falecido, ressuscitaria para retomar o trono, foi processado pelo Santo Ofício, preso e proibido de pregar, o que o feriu no âmago.
Foi libertado em 1667, mas a pena de silêncio assumiu caráter perpétuo. Em Roma negociou com o Papa o perdão, obtendo-o em 1675. Já sem relevância na corte portuguesa, retornou à Bahia, onde viveu seus últimos dias. Morreu em 1697, em silêncio e exaurido.Que importava? Já havia entrado para a História. No plano das letras a obra do Padre Vieira é tão vasta e valorosa que fica difícil situá-lo no universo literário, sem colocá-lo num pedestal. Já no contexto filosofo-cristão, ele próprio sugere uma nota no "Sermão da Sexagésima”. “Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo!"
...
Texto escrito com base no livro "A Grande Aventura dos Jesuítas no Brasil", de Tiago Cordeiro.
Por Alan Silus
A literatura não se limita à mera expressão estética; ela é também um instrumento de transformação social, cultural e humana. Nesse cenário, a figura de Delasnieve Miranda Daspet de Souza emerge não apenas como uma poetisa de rara sensibilidade, mas como uma ativista cuja voz ecoa além das páginas de seus livros. Sua trajetória, marcada por uma produção literária engajada e uma atuação incansável em prol da cultura e da paz, consolida-a como uma das personalidades mais relevantes do cenário artístico brasileiro contemporâneo.
Nascida em Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul, em 1950, Delasnieve Daspet carrega em sua poesia as raízes pantaneiras, amalgamadas a um lirismo que transita entre o romântico e o contemporâneo. Sua obra, no entanto, não se restringe ao plano estético.
Como Embaixadora Universal da Paz, fundadora da Academia Feminina de Literatura e Arte de Mato Grosso do Sul (AFLAMS) e diretora da Regional Centro-Oeste do PEN Clube do Brasil, ela personifica a fusão entre arte e militância, demonstrando que a palavra poética pode ser, simultaneamente, denúncia e celebração, resistência e esperança.
Oromantismo,escolaliteráriaqueinfluenciaprofundamentesuaproduçãoinicial,serve-lhecomobase para explorar temas universais: o amor, a natureza, a melancolia e a busca pelo eu lírico. Em muitos de seus textos percebe-se uma estética que dialoga com a primeira geração romântica brasileira, mas que também incorpora um ufanismo telúrico, uma exaltação ao Pantanal e às culturas indígenas. Essa fase revela uma poeta em sintonia com as tradições locais, mas cuja subjetividade transcende fronteiras geográficas.
A partir da leitura de seus escritos, compreendemos que Delasnieve aprofunda seu compromisso com causas sociais, especialmente a emancipação feminina. Se os românticos da terceira geração, como Castro Alves, aliaram-se à abolição da escravidão, ela posiciona sua pena como arma na luta pela libertação da mulher. Seus versos não são apenas belos; são políticos. Em outros textos, a autora atinge o ápice dessa fase, tecendo um cântico aos povos originários e à biodiversidade sul-mato-grossense, numa linguagem que mescla o lírico ao épico.
Suaatuaçãonão secircunscreve aoBrasil.Com obras publicadas na França, Alemanha,Portugal, Itália e Noruega, Delasnieve internacionaliza sua poesia, levando consigo as causas que defende. Na Rússia e na Índia, seus estudos sobre a cultura da paz reforçam seu papel como intelectual comprometida com o diálogo global. Essa projeção a coloca entre os raros autores brasileiros cuja influência ultrapassa o âmbito nacional, sem, contudo, perder suas raízes identitárias.
Mas não só de romantismo vive sua escrita, Delasnieve absorve também as contradições da pósmodernidade. Versos livres, imagens fragmentadas e uma linguagem prosaica refletem um mundo em crise, mas sua essência lírica persiste. A poeta não abandona o olhar sensível sobre a natureza ou as paixões humanas; antes, os ressignifica à luz do caos contemporâneo. Essa transição demonstra sua capacidade de reinventar-se, provando que a maturidade artística não implica estagnação.
Para a professora Ana Arguelho, a escrita de Delasnieve está
Ainda centrada na própria poesia, mas também no aqui e agora do mundo contemporâneo, apresenta uma produção poética essencialmente lírica, trazendo ecos do romantismo oitocentista, na valorização da natureza, das emoções, ainda voltada ao eu lírico, mas transgredindo formas e ousando na liberdade criativa. Assinala, pois, a contemporaneidade da sua poética, a composição em versos livres, a absoluta ruptura com os modelos formais clássicos, a recorrência a imagens,
sinestesias e musicalidade pautadas no universo prosaico do mundo contemporâneo (Arguelho, 2023, On-line)
Além da produção literária, Delasnieve destaca-se como promotora cultural. À frente da AFLAMS e do PEN Clube no Centro-Oeste, ela não apenas escreve, mas cria espaços para que outras vozes femininas ecoem. Seja por meio da Revista Feminae, seja em antologias e eventos literários, sua atuação fomenta uma rede de artistas que, como ela, acreditam no poder transformador da arte. Essa generosidade intelectual é rara em um meio muitas vezes marcado pelo individualismo.
Sua simplicidade, paradoxalmente, é o que a torna grandiosa. Delasnieve não se enclausura em torres de marfim; desce às ruas, às escolas, às comunidades carentes, onde desenvolve trabalhos sociais com menores. Advogada de formação, une a rigidez jurídica à fluidez poética, mostrando que as duas esferas podem coexistir em prol de um mundo mais justo. Seus projetos revelam uma crença inabalável na educação e na cultura como antídotos contra a violência e a exclusão.
A poesia de Delasnieve Daspet é, em última instância, um ato de resistência. Num tempo em que a linguagem sebanalizaem algoritmos ediscursos vazios, seus versospreservam adensidadedohumano.Como escreve em Gramática da fúria, ela domina a arte de transmutar a ira em beleza, a dor em reflexão. Seus poemas não são escapistas; confrontam o leitor com perguntas sobre existência, memória e futuro.
Sua obra também é um legado às novas gerações. Ao resgatar mitos indígenas e cantar a flora e a fauna pantaneiras, Delasnieve inscreve-se numa linhagem de escritores que, como Guimarães Rosa e Manoel de Barros, elevam o regional ao universal. Seu ativismo ecológico antecipa discussões urgentes sobre sustentabilidade, mostrando que a literatura pode ser um chamado à preservação da vida.
Como poeta, ela sabe que a imortalidade está nas palavras. Mas Delasnieve não almeja apenas a eternidade literária; quer que sua poesia mobilize consciências. Seus versos são sementes plantadas no solo árido de um mundo cada vez mais distante da sensibilidade. Passemos a leitura de alguns de seus textos, dispostos no repositório Recanto das Letras (https://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=2510):
AGRADECIDA
Me curvo feliz e agradecida
Diante da grandeza infinita
Que tudo criou e fez.
Criou o encantamento.
Criou a vida.
Criou o amor.
Criou a brisa que passa
O céu de puro azul.
O cinza plúmbeo da chuva
O sol sempre a aquecer.
Os campos e as verdes relvas.
Os pássaros que voam alegres
Os rios que correm lentamente
Como veias da terra
Conduzindo o sangue
Que produz a vida
No doce murmúrio das águas.
Tanta a beleza contemplo, Minh’ alma se extasia.
O poema apresenta um lirismo devocional, no qual o sujeito poético reverencia a grandiosidade da criação e da natureza. Há uma clara disposição contemplativa, marcada por um inventário poético das maravilhas do mundo: o amor, a vida, a brisa, o céu, os pássaros, os rios. Essa enumeração transmite um sentimento de plenitude e reverência que aproxima o texto de um hino à natureza e à existência. A autora adota uma linguagem simples, porém intensa, que dialoga com uma sensibilidade espiritual e existencialista
A presença de elementos naturais como o céu, a chuva, os campos e os rios aponta para uma estética que remete ao romantismo, porém sem o dramatismo típico dessa escola. Aqui, a natureza é símbolo de harmonia, não de tormento. As imagens sugerem que a vida pulsa em cada detalhe do mundo natural, numa espécie de comunhão sagrada entre o ser humano e o universo. Esse encantamento pela natureza também aproxima o poema de uma visão panteísta, onde o divino se manifesta no todo.
Ao final, o “extasiar da alma” indica que essa contemplação não é meramente visual, mas espiritual e transformadora. A autora nos conduz a uma experiência de transcendência, em que o olhar sensível se transforma em um ato de gratidão. Trata-se de um poema que celebra a existência a partir da percepção sensorial e afetiva do mundo, resgatando o encantamento frente à simplicidade da criação.
SEM POESIA
Cale-se!
Com este barulho não ha pressa.
E, eu já não tenho tempo.
Deixei de procurar o caminho na aba do tempo.
Tudo é fantasia.
Não falo seu nome. Sussurro ao vento.
Os ventos levam as ações que faço.
Acompanho na janela a noite crepuscular.
Vi apenas a paisagem...
Meus olhos veem além do tempo
E da matéria.
E a noite amanhecida, morreu.
Com este tempo não há poesia!
O texto revela um poema em tom melancólico e filosófico. A primeira expressão “Cale-se!” rompe abruptamentecomafluidezhabitual dolirismo,sugerindoumsujeitopoéticoexausto,desiludidocomotempo e suas urgências. A ausência de poesia neste tempo é uma denúncia da falta de sensibilidade, de silêncio interior, de escuta ao que transcende a rotina. O poema transforma-se assim em um grito silencioso de resistência contra a banalização do sentir.
A dicotomia entre tempo e fantasia se mostra crucial. A afirmação de que “tudo é fantasia” pode ser lida como uma crítica à superficialidade do mundo moderno ou à efemeridade das relações humanas. O sujeito poético deixa de procurar caminhos símbolo da busca existencial , pois sabe que o tempo já não permite essa exploração interior. Os ventos, símbolo constante na poética ocidental, aqui são os condutores do que é feito e, paradoxalmente, do que se desfaz. A noite crepuscular, entre luz e treva, funciona como metáfora do fim de um ciclo ou da perda de sentido.
A visão de mundo que se projeta “além do tempo e da matéria” indica um deslocamento do eu lírico para uma percepção metafísica da realidade. Contudo, ao afirmar que “a noite amanhecida, morreu”, a autora sugere que até mesmo as esperanças renovadas são anuladas pelo tempo que tudo devora. O poema se encerra como denúncia e como confissão: sem tempo, sem silêncio, sem sentido não há poesia. A repetição do título reforça a ideia de desolação e recusa.
Guerra é Guerra.
Não importa a sua violência, ou a sua virulência...
Não existe desculpa para o descalabro...
As nossas guerras de todos os dias,
As nossas picuinhas,
As nossas maldades internas, Nascem do rancor, da mágoa, do recalque que é o homem...
. É o homem mata!
Suas bombas cruzam o anil dos céus, Toldam de cinza as tardes do mediterrâneo, Pontes, casas, castelos, crianças esparramadas pelos chãos, quais bonecos jogados, esquecidos, sonhos destruídos...
Elos que se quebram, e que não serão recompostos!
. Não interessa quem esteja certo, quem esteja errado...
Nossa consciência nos cobra:
Não se cale!
Não permita que o amordacem, que lhes toldem o sol, que lhes matem o ar, que lhes escureçam a lua!
Poeta, não permita que o privem da liberdade!
. E, é pelo Homem, o meu lamento!
Que o farfalhar das folhas leve meu soluço, E abrace a imensidão azul de nossos sonhos De Paz que ouso cantar, Neste canto de recriação que entrego ao vento!
. Recriar... Reciclar... Novos horizontes... Assumir decisões a cada dia, a cada instante, Pois não existem estradas fáceis,
Mas a que esta adiante, Construindo um caminhar...
. É pelo homem, este solitário animal, O meu lamento de Paz!
Este poema carrega um forte apelo ético e humanista. Delasnieve Daspet abandona a contemplação da natureza ou o eu lírico íntimo para assumir uma voz social e denunciatória. A autora inicia o poema com uma máxima direta “Guerra é Guerra” , seguida por uma série de imagens que revelam o horror e a irracionalidade dos conflitos armados. As cenas de destruição, de crianças mortas, de sonhos despedaçados são trazidas com uma estética do choque que não se permite à indiferença.
Ao estabelecer que a guerra nasce das maldades internas do ser humano rancor, mágoa, recalque o poema aponta não apenas para os grandes conflitos bélicos, mas também para as guerras diárias, simbólicas, travadas nas relações humanas. O homem aparece como figura central da destruição, mas também como o alvo último do lamento da autora. A figura do poeta é convocada a resistir: “Não se cale!”, diz ela, em tom imperativo, fazendo da poesia um instrumento de combate à barbárie.
No desfecho, a esperança se revela no gesto de recriar, de reciclar, de construir novas formas de viver. A utopia da paz se torna um compromisso diário, intransferível. O poema assume, então, uma postura que concilia denúncia e construção. Com linguagem clara, metáforas potentes e uma cadência rítmica marcada por verbos de ação e apelo, Delasnieve Daspet convoca a consciência do leitor, propondo não a resignação, mas o engajamento. É, sobretudo, um poema de coragem ética.
ESTE POEMA
Este poema,
É este poema.
É este momento.
Que não se repete.
Não se perpetua.
Outro poema,
Será outro poema.
Outra história.
Nunca, nunca serão iguais!
Neste exemplo, a escrita da autora é um exercício metalinguístico, no qual a autora reflete sobre o próprio fazer poético. A repetição das palavras “este poema” marca um tempo presente absoluto, um aqui e agora que se inscreve como irrepetível. Delasnieve Daspet nos lembra que cada manifestação poética é única, pois é filha de um instante igualmente singular. A linguagem é direta, quase aforística, eliminando ornamentos em favor da precisão.
Essa perspectiva aproxima o poema da filosofia da impermanência. A poesia se dá no instante em que é vivida, e qualquer tentativa de repetição resulta em outro poema, outra experiência, outro tempo. Há aqui uma compreensão profundamente sensível do ato criador: o poema é a marca de um momento subjetivo que se esgota em si mesmo. Dessa forma, a poesia é apresentada como um registro de afetos e percepções passageiras, mas intensas.
A autora propõe uma ética do instante, que valoriza o aqui e agora da criação e da leitura. Esse poema curto, quase minimalista, convoca o leitor a uma escuta atenta do presente. É uma convocação à presença, ao gesto de perceber e escrever o mundo sem pretensão de eternidade. Trata-se de um manifesto lírico da efemeridade poética, onde o tempo e a linguagem se entrelaçam num testemunho singular.
AZUL DO TEMPO
Manhã de céu azul.
Todas os pássaros no ar,
Sustentados pela Luz.
As estrelas partiram...
No entanto, lá estava o céu.
O pintor colhe todos os matizes,
Do azul celeste ao ouro dourado,
Barras do céu anil.
E nasce o infinito soturno e negro,
Que pende para um cinza soberbo e frio,
Mas o céu continua fixo e imutável.
Se voltares, um dia,
Não estarei aqui. Não me procure.
Estarei integrada no azul tempo
No espaço, já não serei.
No poema em questão, o tempo é apresentado como entidade vasta, imutável, diante da qual o sujeito poético se funde. A imagem do céu azul que permanece após a partida das estrelas indica a continuidade da existência, mesmo diante da transitoriedade das coisas. O uso de cores azul, dourado, cinza constrói uma paleta simbólica que alude às fases do dia, às emoções humanas e à passagem do tempo.
A presença do “pintor” que colhe os matizes confere ao poema uma dimensão estética e filosófica. Esse pintor pode ser a própria natureza, ou o tempo, ou ainda o poeta que registra a transformação do mundo. O céu se torna metáfora da permanência, enquanto tudo ao redor muda. A oscilação entre a luz e o escuro, o calor e o frio, cria uma tensão simbólica entre vida e morte, presença e ausência.
Ofecho dopoemarevela adissoluçãodoeunaimensidão: “Estarei integrada noazul tempo”.Otempo, aqui, não é cronológico, mas cósmico. O sujeito poético não morre, apenas se funde ao todo. A expressão “não me procure” não é negativa, mas serena: é o reconhecimento de uma nova forma de existência. Assim, o poema caminha da observação externa para a introspecção, do mundo visível para a dissolução espiritual, reiterando o lirismo contemplativo de Delasnieve.
O SER POETA
Quero falar sobre ser poeta.
Esse individuo que é tanto
Num só. Um artista.
Numa hora é mocinho. Noutro viés, o bandido.
Nasce e morre a todo instante.
Numa mesma cara em várias faces.
Um nome e tantos outros. Malabarista,
Não perde a essência, mesmo pendurado.
Com tantas casas não possui nenhum teto.
Timoneiro sem nave.
Ignorante de tantas coisas. Domina a poesia
Sem nenhuma ciência.
Poeta diz o não dito em melodias ou canções.
Foge de todas as regras. É homem ou mulher.
Assexuado. Sem preconceitos.
Ser tudo ao mesmo tempo. Ser nada.
Um louco apenas.
Para finalizar essa pequena amostra de textos, em “O Ser Poeta” Delasnieve Daspet busca captar a essência do fazer poético e a multiplicidade do ser que escreve. “O Ser Poeta” é descrito como um indivíduo plural, contraditório e transgressor. A metáfora do malabarista, do timoneiro sem nave e do artista sem teto revela a instabilidade, mas também a liberdade de quem se entrega à poesia. O poeta é simultaneamente tudo e nada: encarna as máscaras do mundo sem jamais perder sua autenticidade.
Ao rejeitar a ciência e as regras, a autora inscreve o poeta no campo da intuição, da sensibilidade extrema, daquilo que escapa à razão. Ele é um ser marginal no sentido mais potente do termo , que opera na fronteira entre o sensível e o indizível. O poeta aparece como figura subversiva e essencial, que diz “o não dito”, que canta o que não tem nome, que ousa construir sentido onde há silêncio.
A fluidez de gênero (“homem ou mulher”, “assexuado”) reforça a ideia de que o poeta transcende categorias fixas, sendo movido por uma vocação que o coloca em conflito com a normatividade. A condição poética é, portanto, uma forma de loucura mas uma loucura lúcida, vital. Ao celebrar essa figura múltipla e necessária, Delasnieve Daspet compõe um verdadeiro elogio ao poeta e à poesia como espaço de liberdade radical.
Delasnieve Daspet é, portanto, mais que uma escritora: é uma força cultural. Seja por meio da AFLAMS, do PEN Clube, de seus livros ou de suas palestras internacionais, ela constrói pontes entre a arte e a sociedade. Seu ativismo lítero-cultural é um convite à ação, uma prova de que a palavra, quando genuína, pode mudar realidades.
Num país onde a cultura frequentemente é negligenciada, sua trajetória serve de farol. Ela demonstra que é possível conciliar excelência estética e engajamento, tradição e vanguarda. Se a literatura brasileira tem um nome a ser lembrado neste século, Delasnieve Daspet certamente está entre eles não apenas pelo que escreve, mas pelo que representa: a coragem de ser poeta e militante em um mundo que precisa, mais do que nunca, de ambas as coisas.
Por Alan Silus (em 18.05.2025)
REFERÊNCIAS
ARGUELHO, Ana. Delasnieve Daspet: uma poeta de muitos tempos. O Progresso, Dourados, 9 mar. 2023. Disponível em: <https://www.progresso.com.br/cultura/delasnieve-daspet-uma-poeta-de-muitostempos/397479/>. Acesso em: mai-2025.
DASPET, Delasnieve. Página da autora. Recanto das Letras, [s.d.]. Disponível em: <https://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=2510>. Acesso em: mai-2025.
Terra de Urbano Santos, de Ivar Saldanha e Benedito Leite.
Terra dos Silva, dos Oliveira, dos Aquino, dos Moraes, dos Baldez, e por adoção de coração, dos Frota.
De Ferreira Goulart, não posso dizer que sim, mas que por aqui passou.
Usou nossa centenária estação diversas vezes, junto com seu pai, rumo a Teresina.
O intuito era buscar mercadorias compradas naquela capital, para abastecer seu comércio em São Luís.
Estação essa, que desde 1919, apita com um som de tamanha grandeza e saudosismo.
Ah, Rosário!
Tu és forte, tu tens o forte, que por posição estratégica, se fincou.
Calvário é uma elevação térrea, e tu te elevas das demais.
Ah, Rosário.
Tu tens o dom da conquista.
Tu conquistas, de forma rápida, o coração de pessoas que venham a te conhecer.
Tu tens no sangue, várias famílias que por aqui fizeram história.
Tu tens na história, vários sangues que por ti, foram colocados à prova.
Desde 1620, teu coração pulsa.
Com seus 405 anos, o tempo tem sido majestoso contigo.
Teu povo carrega o teu nome.
A igrejinha também tem no seu sobrenome, o teu DNA.
Ah, Rosário.
Marcada por eternos conflitos, mas que não apagam o amor que têm por ti.
Hoje tu pertences a uma região que chamam de metropolitana.
Mas na geografia, tu ocupas o lugar central, o destaque está em ti.
Ainda tem muitos anos que virão.
Só desejamos que eles sejam, através do teu povo, momentos vividos com eterno zelo e gratidão ao teu nome. Ah, Rosário!
Henrique Frota
CARLOS HENRIQUE LOPES FROTA FONTENELE
Graduado em Administração de Empresas. Nascido em Campo Maior, Piauí, em 05 de maio de 1966. Viajou para São Luís, Maranhão, aos 17 anos de idade, em 14 de janeiro de 1984, para passar férias, onde mora até hoje. Pai de 3 filhos maranhenses, Janaina, Vinicius e Gabriel. Avô de 3 netinhas, Mariana, Maria Augusta, e Isabela. Foi Secretario de Turismo, na cidade de São Jose de Ribamar, Maranhão, de 1993 a 1996 Atual Secretario de Planejamento da cidade de Rosario, Maranhão. Conselheiro da AGEM – Agencia Executiva Metropolitana. Poema criado em 07.06.2025, as O5:18h
ANTONIO LUIS ALVES. CARRAZEDO MONTENEGRO
Maria Firmina dos Reis!
Viverá para sempre eternamente na vida e na memória daqueles que hoje lutam contra a escravidão que ainda existe.
A escravidão a temos presente desde tempos imemoriais; desde que a raça humana existe. Muitos antes dela lutaram, sofreram esse terrível flagelo, que ainda hoje nos atormenta. O Brasil em festa vive os duzentos e três anos da sua existência. Mas a escravidão continua. Ela é ainda a princesa, a mãe, a Rainha, de todos que se revêm nela, e continuam lutando contra esse flagelo que nos oprime e atormenta. Não partiu. Vive todos os dias no coração e na alma que ao longo dos anos tudo fazem para que continue sentada no trono da imortalidade. Milhões sofreram e morreram com a escravidão. Não foi a Lei Áurea, e tantas que antes e depois se fizeram que acabaram com essa mancha jamais apagada na humanidade. Nessa história de lutas, nessas páginas negras escritas com sangue, o nome de Maria Firmina dos Reis, está escrita em letras de ouro, sofridas mas eternas. Em seu nome, a luta continua. A escravidão continua a existir. Mais sofisticada mas existe. Podem os arautos da liberdade dizerem, gritarem que somos livres. Não é verdade! Continuamos escravos. O seu nome é eterno, o seu sonho continua, a luta pela verdadeira liberdade continua. É dever de honra que os vivos continuem lutando, que seu sonho seja uma realidade vivida, para que a nossa liberdade não seja apenas a liberdade alcançada com a morte e deixar-mos de ser escravos apenas no cemitério. É dever de todos honrar seu nome, que de cada um de nós, uma gota do nosso sangue, seja o sangue de Maria Firmina dos Reis, efaráflorescer odiasagradodaliberdade,ofim daescravidãoque aindahojesofremos enos oprime.
Antonio Luis Alves. Carrazedo Montenegro. Portugal.
Hamilton Raposo Miranda Filho
Tenho me preocupado nos últimos anos com o futuro do marrom glacê. Um doce pouco lembrado, mas que tem a cara e a marca registrada da sobremesa típica da casa dos meus pais.
Não era uma sobremesa comum; tinha lá seus encantos e particularidades. A marca preferida dos meus pais era Cica, servida sempre após o almoço de domingo, na companhia do insubstituível e irresistível queijo de cuia.
O almoço especial do domingo tinha, invariavelmente, galinha ao molho pardo e algumas vezes, linguiça de Buriti Bravo, trazida pelo seu Teodoro, um amigo de infância do meu pai, e como “Petit Résistance”, alguma invenção culinária da minha irmã Hamilena, tirada dos seus inúmeros cadernos de receitas. O comando da cozinha era de Crisálida, uma negra quilombola, companheira dos meus pais, enquanto tiveram vida. De Crisálida, além do afeto e da companhia, trago a coroa de São Benedito como presente de casamento. Durante o almoço discutíamos política, comíamos e bebíamos vinho tinto Raposa ou Cabeça de Touro. Às vezes, com a finalidade de melhorar o sabor do vinho, adicionávamos Guaraná Jesus, uma mistura bizarra que unia e divertia a família. Compartilhavam a mesa e a família: Teresa, Marli e Estela, todas irmãs de alma e que muito me ajudaram na minha formação e educação.
Após o almoço, o marrom glacê, em companhia do queijo de cuia, era servido triunfalmente e depois, em um ritual contemporâneo, brindávamos a alegria e a presença de todos sob a benção do aperitivo San Rafael, finalizando a tarde com alguns comprimidos de Metionina ou Xantinon B12.
A lembrança do marrom glacê surgiu em uma dessas conversas de fim de ano. E em época de Naked Cake, tortas, pavês e sofisticados suflês, a simplicidade do marrom glacê e dos doces caseiros perderam o espaço merecido eganhouo esquecimento modernodasofisticação.Aquiem casanão faltam marromglacê, goiabada cascão e queijo de cuia, e que se dane o colesterol e o triglicérides.
Nonato Reis
Qualquer cidade, no mundo, se orgulharia de ter um centro histórico como o de São Luís, com mais de 1.500 prédios e monumentos dos mais diversos estilos arquitetônicos. E mais do que orgulho, faria todo esforço para mantero seu estadode conservaçãoeexibi-lo mundoafora.Somos,porém, umaexceção às avessas. Seguimos pela contramão da lógica. No lugar de orgulho, desprezo; de cuidado, abandono. De projeção, esconderijo. Poucas cidades no Brasil são tão maltratadas naquilo que têm de melhor, que constitui a sua própria alma. Nossa maior riqueza agoniza sob o descaso e a insensatez, mergulhada em lixo, ruas esburacadas, prédios caindo aos pedaços, esgotos a céu aberto, promiscuidade. Um crime equiparado ao de lesa-pátria, que assume ares ainda mais graves, para uma cidade que ostenta o título de patrimônio da humanidade. E nós, os cidadãos, a quem caberia pressionar as instituições ( Prefeitura de São Luís, Governo do Estado e Iphan à frente) a cumprirem o seu papel, como que mergulhados na mais completa apatia, nos perguntamos: até quando?
CADÊ O BUSTO DE MARIA FIRMINA DOS REIS?!
Aí vai uma dica para os interessados em pesquisa sobre Maria Firmina dos Reis e as memórias do Maranhão.
O jornal O Imparcial de 11 de novembro de 1976 publica um precioso artigo do escritor Nascimento Morais Filho, com o título “Rememorando a glorificação de Maria Firmina.”
O texto é acompanhado de foto que registra a inauguração de um busto, localizado na praça Deodoro, em homenagem à escritora.
A legenda diz: “A glorificação de Maria Firmina dos Reis foi o maior acontecimento cívico e literário do ano de 1975.”
O monumento, inaugurado pela então primeira dama do Estado do Maranhão, Delcy Nunes Freire, junto com o governador Nunes Freire, no seu mandato de 1975 a 1979, tem a escultura de Maria Firmina enrolada na bandeira do Maranhão.
E agora fica a pergunta: o que fizeram com o monumento, que não existe mais?!