Chão quem sabe deixe de calcular pedras para colher voos de pássaros pequenos no mar. quem sabe consiga dizer quando a fotografia, aquela em Arembepe, extraviar o pôr do sol, repentinamente: não tente aguentar. quem sabe a urina a respingar-me os pés possa então, as defesas das pausas do mundo, ensinar. quem sabe o que vai comer amanhã, o que comeu há minutos atrás. quem sabe o que pode ou não vomitar? quem sabe sobre sombras mais do que o fardo empírico a enganar, limitar, iludir, quem vai se importar?
Tiago D. Oliveira
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