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Ventos alísios
a piaçava empurrando os confetes molhados sobre o azulejo no movimento dos braços a alegria de ontem inofensiva como as bitucas de cigarro você me disse certa vez que o amor é reconhecido como uma voz no escuro os pés de lá para cá não dançam perseguem os restos da comemoração que não importa não chega o que há de ser comemorado amanhecido no domingo eu que nunca quis vender a razão para o coração ainda temo a banalização do amor na sala de estar depois do lixo reunido cadeiras e mesas sobrepostas as janelas e portas fechadas na noite sempre anterior a vida também é uma festa tal como nas pedreiras o suor e o canto temperam este fio de sol que rasga o céu dias em que o sorriso existia enquanto aceitávamos
as curvas das imperfeições maturávamos o abraço e o olhar para a casa simples aos pés de um rio que não cessa para o que se coloca a sobrar: que observasse as borboletas
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