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Lufada I

quem ganha quando o tempo não passa? quem passa neste tempo sem a febre, a regar o sonho, quem? das mãos dadas, num círculo, assim, como se a solidão fosse a cura para os gritos a reinventar a própria solidão: ó, idiossincrasia maldita a revelar o riso, enquanto carrega pelas ruas mundo, do Rio Estige de Janeiro, ano inteiro, as almas, aquelas: Nísia Floresta Augusta, Bertha Maria Júlia Lutz, Celina Guimarães Viana, Patrícia Rehder Galvão, Rose Marie Muraro, Maria da Penha, Juliana de Faria, Anita Garibaldi, Hipólita Jacinta Teixeira de Mello, Bárbara Alencar, Maria Quitéria de Jesus, Maria da Glória Sacramento, Maria Firmina dos Reis, Maria Amélia de Queiroz, Leolinda Daltro, Maria Lacerda de Moura, Dorothy Stang, Patrícia Acioli, Marielle Franco. quem ganha quando o tempo não passa? quem passa

neste tempo sem o medo de pagar com sangue o que se respira? sorte dos que resistem longe de Sirius a reinventar lanças e escudos, dentro do eco a doer, um lugar que tentam ferir, aprisionar: Ei ê lambá, quero me acabá no sumidô quero me acabá no sumidô lamba de 20 dia ei lambá, quero me cabá no sumidô –Ei ererê que a morte maior neste lugar é viver. e viver sem cantar a vida é manilha, é libambo: o nosso vissungo é lutar dentro de um sol em gradação, quando palavra e suor são um só enfrentamento contra os carontes no tempo.

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