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iv.......................................................................................45 Observatório de ventos
Observatório de ventos
mariana azevedo, casa oito, fim de linha, sete de abril: os telhados da rua feitos de um quando dirimido, vivo. todas as manhãs a vida é no centro, a cidade abrindo-se como um cu, de dentro para fora, repelindo a insistência, os corpos sem peso, todos os dias: roda-gigante, a saga, a sina de um supositório a tentar estancar a natureza. às 04h30min levanta da cama. às 05h00min bebe o café. às 05h30min entra no ônibus. soldieroftimesoldieroftime a voz que acalma saindo dos fones no ouvido, um grito afeto oração: descer e caminhar com os iguais, na dor e no suor respiramos com as mãos dadas, caminhemos com o sangue ressequido sob os pés. às 07h30min, o prédio, o trabalho começa, não há tarefa maior do que a de igualar as batidas do relógio
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às do coração, não há outra condução para a lua: só o tiro das 17h00min pode salvar: mariana azevedo, casa oito, fim de linha, sete de abril.