Monções a sua voz esticada a porta do elevador fechando e a palavra açúcar – não se esqueça do açúcar – entre o 9º e o PG lembro das ondas e do duplo do mar daquele que entende diante do poema que é preciso aprender a ficar submerso volto para o açúcar e o elevador sacode abre a porta – bom dia seu zé – será será um duplo de beleza despercebida açúcar e o sinal quebrado os carros abrindo e fechando a luz e não chove e não há uma folha solta voando só os prédios percebem o som da nossa voz sob nós é preciso aprender a ficar submerso é um poema de Alberto Pucheu submerso no mar no trânsito das ondas até que sejas lançado de volta para a superfície quando era menino mergulhávamos no tanque da laje de Duda um minuto um e trinta um e cinquenta dois o ar nunca foi igual: vivemos para respirar entre o açúcar a folha
Tiago D. Oliveira
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