TCC arqurbuvv A ARQUITETURA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O BEM-ESTAR NO ESPAÇO CORPORATIVO

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UNIVERSIDADE VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO

MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA

A ARQUITETURA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O BEM-ESTAR NO ESPAÇO CORPORATIVO:

O

Coworking

como

Alternativa

Contemporâneos

VILA VELHA 2021

para

os

Trabalhadores


MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA

A ARQUITETURA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O BEM-ESTAR NO ESPAÇO CORPORATIVO:

O

Coworking

como

Alternativa

para

os

Trabalhadores

Contemporâneos

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Vila Velha como pré-requisito do Programa de Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Me. Luiz Marcello Gomes Ribeiro

VILA VELHA 2021


MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA

A ARQUITETURA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O BEM-ESTAR NO ESPAÇO

CORPORATIVO:

O

Coworking

como

Alternativa

para

os

TrabalhadoresContemporâneos

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha-ES como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Aprovado em 05 de julho de 2021.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Me. Luiz Marcello Gomes Ribeiro Universidade Vila Velha-ES Orientador

Profa. Dra. Larissa Letícia Andara Ramos Universidade Vila Velha-ES Membro Interno

Arq. Luiza Duarte da Fonseca


Dedico este estudo a Deus, aos meus amados pais, Débora e Fernando, à minha irmã, Fernanda e ao meu namorado, Matheus.


AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus, por me conduzir, me amparar e por iluminar minha mente a cada novo desafio a ser enfrentado. Foste essencial para que este sonho se concretizasse, afinal, nada acontece se não for da Tua vontade. Obrigada também a vocês, meus amados pais, por estarem comigo para me apoiar quando necessário, em todas as etapas iniciadas e finalizadas da minha vida. Antes de decidir qual curso faria, vocês me deram todo o suporte do mundo, me apoiaram em cada hipótese que imaginava para meu futuro. Obrigada por sempre confiarem no meu potencial e nas minhas escolhas. Fernanda, minha irmã, sem você eu não chegaria aonde estou hoje. Foi fundamental para a minha decisão em cursar Arquitetura, sou extremamente grata por me ajudar nessa escolha tão importante, que me faz tão realizada. Agradeço, também, por ser minha amiga de todas as horas, com quem sei que posso sempre contar. Matheus, meu amor, você tornou estes anos de faculdade e minha vida ainda mais felizes. Muito obrigada por sempre estar ao meu lado, me ajudando e acreditando em mim todas as vezes em que eu mesma não consegui acreditar. Seu apoio foi indispensável para que eu chegasse até aqui. Agradeço também aos meus amados amigos, que fizeram essa jornada ser ainda melhor, especialmente Wislley, Paula, Emily, Marcos e Ludimila. E, claro, não poderia deixar de mencionar a minha maravilhosa dupla de todas as horas, Julia, com quem dividi cada uma das dificuldades e conquistas. Obrigada a cada um de vocês, espero que permaneçamos juntos nessa próxima etapa que se iniciará. Aos meus queridos professores, minha eterna gratidão por todos os ensinamentos e pelos bons momentos que me proporcionaram ao longo desses anos, os quais guardarei com carinho em minha memória. Já estou com saudade de cada um de vocês. Em especial, gostaria de agradecer ao meu orientador, Luiz Marcello, por toda a ajuda, pelas orientações e por estar sempre disponível para tirar minhas dúvidas e responder aos incontáveis e-mails. Sou muito grata por todo o apoio que me deu, que foi fundamental para que eu concluísse essa etapa.


“Nós moldamos nossos edifícios, depois eles nos moldam” – Winston Churchill


RESUMO Nesta monografia, são estudados os aspectos do ambiente que interferem nas percepções, sensações e produtividade das pessoas nos espaços corporativos, como cores, mobiliários, layout, biofilia, relação com o ambiente externo e interação entre os funcionários. São definidos alguns aspectos que fazem com que o local de trabalho propicie o bem-estar e auxilie nas atividades a serem exercidas pelos colaboradores. A tipologia de ambiente corporativo, denominada coworking, também é estudada, uma vez que reflete diversos ideais que contribuem para um local de trabalho mais agradável e que melhor atenda às necessidades dos trabalhadores da atualidade. Todos os temas abordados são embasados em pesquisas e na literatura existente a respeito dos mesmos. Como produto, é proposto um espaço de coworking, elaborado a partir dos conhecimentos estabelecidos neste trabalho.

Palavras-chave: Ambientes corporativos. Arquitetura. Bem-estar. Coworking.


ABSTRACT In this monograph, aspects of the environment that interfere in the perceptions, sensations and productivity of people in corporate spaces are studied, such as colors, furniture, layout, biophilia, relationship with the external environment and interaction between employees. Some aspects that makes the workplace provide well-being and assist in the activities performed by employees are defined. The typology of corporate environment, called coworking, is also studied, as it reflects several ideals that contribute to a more pleasant workplace and that better meet the needs of today's workers. All topics covered are based on research and existing literature about them. As a product, a coworking space is proposed, based on the knowledge established in this work.

Keywords: Corporate environments. Architecture. Well-being. Coworking.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Palácio dos Uffizi....................................................................................... 15 Figura 2 - Linha do Tempo: Ambientes Corporativos ................................................ 16 Figura 3 - Sentimento dos trabalhadores quanto a mudança de local de trabalho durante a pandemia .................................................................................................. 17 Figura 4 - Bem-estar e ambiente de trabalho ............................................................ 23 Figura 5 - Tempo de trabalho dos trabalhadores pesquisados.................................. 23 Figura 6 - Pirâmide da Teoria de Maslow .................................................................. 25 Figura 7 - Expressão de Kurt Lewin .......................................................................... 26 Figura 8 - Os espaços da interação entre pessoa e ambiente .................................. 27 Figura 9 - Controle dos trabalhadores pesquisados sobre a organização do espaço de trabalho ..................................................................................................................... 29 Figura 10 - Sentimento de pertencimento por parte dos trabalhadores ..................... 29 Figura 11 - O que os trabalhadores consideram mais importante haver em ambientes corporativos ............................................................................................................... 30 Figura 12 - Clima entre as pessoas no local de trabalho........................................... 30 Figura 13 - Características existentes nos locais de trabalho dos pesquisados ........ 32 Figura 14 - Elementos mais desejados nos escritórios, de acordo com os trabalhadores ............................................................................................................ 34 Figura 15 - Abertura zenital do tipo átrio, que possibilita a entrada de luz natural .... 36 Figura 16 - Iluminação geral no teto, de tarefa na mesa e de destaque por spots .... 38 Figura 17 - Círculo cromático .................................................................................... 39 Figura 18 - Predominância das cores nos ambientes de trabalho ............................. 40 Figura 19 - Utilização das cores no ambiente de trabalho do Google/Alphabeta de Dublin, Irlanda ........................................................................................................... 41 Figura 20 - Temperatura de salas recomendadas conforme o tipo de trabalho ........ 42 Figura 21 - Orientação solar de acordo com as estações do ano ............................. 43 Figura 22 - Brise-soleil .............................................................................................. 44 Figura 23 - Cortina em rolo........................................................................................ 44 Figura 24 - Insufilm aplicado em janela ..................................................................... 45 Figura 25 - Medidas ideais para mesas e cadeiras de escritórios ............................. 46 Figura 26 - Cadeira ergonômica ................................................................................ 46 Figura 27 - Alturas de mesas recomendadas para trabalhos em pé ......................... 47 Figura 28 - Mesas flexíveis........................................................................................ 48 Figura 29 - Mesa acoplada a bicicleta ergométrica, denominada FlexiSpot Deskcise Pro............................................................................................................................. 48 Figura 30 - Mesa acoplada a esteira ......................................................................... 48 Figura 31 - Escritório com carpete aplicado no piso .................................................. 50 Figura 32 - Piso vinílico ............................................................................................. 50 Figura 33 - Esquema de isolamento acústico em parede de Drywall ........................ 52 Figura 34 - Malha metálica, exemplo de divisória flexível ......................................... 55 Figura 35 - Espaço de lazer do Google/Alphabeta de Dublin, Irlanda ....................... 56 Figura 36 - Ambientes de descanso .......................................................................... 56 Figura 37 -Ambientes e características desejadas pelos trabalhadores .................... 57


Figura 38 - Fachada do escritório do Google/Alphabeta de Dublin ........................... 58 Figura 39 - Ambiente de trabalho flexível .................................................................. 59 Figura 40 - Área de lazer mesclada com ambiente de trabalho ................................ 60 Figura 41 - Elementos que remetem à natureza ....................................................... 61 Figura 42 - Ambiente de trabalho que remete ao mar ............................................... 61 Figura 43 - Fachada do escritório do Airbnb, 999 Brannan ....................................... 62 Figura 44 - Entrada do escritório 999 Brannan .......................................................... 63 Figura 45 - Ambientes de trabalho diferenciados ...................................................... 64 Figura 46 - Parte central do edifício, que conta com uma grande claraboia, proporcionando iluminação natural ........................................................................... 64 Figura 47 - Espaço para prática de exercícios .......................................................... 65 Figura 48 - Mobiliário que possibilita o descanso ...................................................... 65 Figura 49 - Porcentagem de trabalhadores que conhece e que desconhece o que é um coworking ............................................................................................................ 67 Figura 50 - Satisfação dos trabalhadores segundo tipos de ambientes de trabalho .69 Figura 51 - Porcentagem dos trabalhadores pesquisados que trabalhariam em um coworking .................................................................................................................. 69 Figura 52 - Linha do tempo do coworking no Brasil................................................... 70 Figura 53 - Fachada do Selina de Praia Mole, SC .................................................... 73 Figura 54 - Ambiente de coworking ........................................................................... 74 Figura 55 - Biblioteca disponível no espaço de coworking ........................................ 74 Figura 56 - Tempo de mercado dos trabalhadores pesquisados............................... 77 Figura 57 - Tipo de ambiente corporativo em que os pesquisados trabalham .......... 77 Figura 58 - Cidade onde os pesquisados moram ...................................................... 78 Figura 59 - Cidade onde os pesquisados trabalham ................................................. 78 Figura 60 - Paisagem frontal do terreno do edifício proposto .................................... 79 Figura 61 - Mapa funcional-paisagístico .................................................................... 80 Figura 62 - Mapa de usos e vias ............................................................................... 81 Figura 63 - Mapa de gabarito, zoneamento e índices ............................................... 83 Figura 64 - Moodboard .............................................................................................. 86 Figura 65 - Fachada voltada para a rua Archimedes Vivácqua ................................. 90 Figura 66 - Planta de implantação ............................................................................. 91 Figura 67 - Corte BB ................................................................................................. 92 Figura 68 - Corte AA ................................................................................................. 93 Figura 69 - Corte CC ................................................................................................. 93 Figura 70 - Pavimento térreo ..................................................................................... 94 Figura 71 - Planta baixa 2º pavimento ....................................................................... 96 Figura 72 - Planta baixa 4º pavimento ....................................................................... 97 Figura 73 - Planta baixa rooftop ................................................................................ 98 Figura 74 - Planta de cobertura ................................................................................. 99 Figura 75 - Planta baixa do subsolo ........................................................................ 100 Figura 76 - Perspectiva Envoltória 1........................................................................ 101 Figura 77 - Perspectiva Envoltória 2........................................................................ 101 Figura 78 - Vista do alto da escada ......................................................................... 102 Figura 79 - Perspectiva Sala de Trabalho Flexível 1 ............................................... 103 Figura 80 - Perspectiva Sala de Trabalho Flexível 2 ............................................... 103 Figura 81 - Perspectiva Sala de Trabalho Flexível 3 ............................................... 104


Figura 82 - Perspectiva Sala de Trabalho Flexível 4 ............................................... 105 Figura 83 - Perspectiva Sala de Trabalho Flexível 5 ............................................... 105 Figura 84 - Perspectiva Espaço do Café 1 .............................................................. 106 Figura 85 - Perspectiva Espaço do Café 2 .............................................................. 107 Figura 86 - Perspectiva Sala de Descompressão 1 ................................................ 108 Figura 87 - Perspectiva Sala de Descompressão 2 ................................................ 108 Figura 88 - Perspectiva Sala de Descompressão 3 ................................................ 109 Figura 89 - Perspectiva Rooftop 1 ........................................................................... 110 Figura 90 - Perspectiva Rooftop 2 ........................................................................... 110 Figura 91 - Perspectiva Rooftop 3 ........................................................................... 111


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Sensações proporcionadas pelos ambientes de trabalho com e sem a presença de espaços verdes..................................................................................... 35 Tabela 2 - Efeitos psicológicos das cores ................................................................. 40 Tabela 3 - Ambientes e áreas do subsolo ................................................................. 87 Tabela 4 - Ambientes e áreas do térreo .................................................................... 88 Tabela 5 - Ambientes e áreas do 2º e 3º pavimento.................................................. 88 Tabela 6 - Ambientes e áreas do 4º pavimento ......................................................... 89 Tabela 7 - Ambientes e áreas do 5º pavimento ......................................................... 89 Tabela 8 - Materiais e elementos utilizados no paisagismo ...................................... 95


SUMÁRIO

PRÓLOGO: O ESPAÇO CORPORATIVO E O NOVO NORMAL PÓS PANDEMIA15 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 19 1. TEMAS NORTEADORES ..................................................................................... 21 1.1 ARQUITETURA ............................................................................................... 21 1.2 BEM-ESTAR .................................................................................................... 21 1.3 A ARQUITETURA E O BEM-ESTAR NO AMBIENTE DE TRABALHO ........... 22 1.4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS SOBRE O CAPÍTULO .................................... 24 2. FATORES PSICOLÓGICOS................................................................................. 25 2.1 PSICOLOGIA AMBIENTAL .............................................................................. 26 2.1.1. Aspectos espaciais .................................................................................... 28 2.1.2 Aspectos interpessoais .............................................................................. 29 2.2 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS SOBRE O CAPÍTULO .................................... 31 3. FATORES PROJETUAIS ..................................................................................... 32 3.2 ILUMINAÇÃO ................................................................................................... 35 3.2.1 Natural .......................................................................................................... 35 3.2.2 Artificial ........................................................................................................ 37 3.3 CORES ............................................................................................................ 38 3.4 CONFORTO TÉRMICO ................................................................................... 41 3.5 MOBILIÁRIOS E ERGONOMIA ....................................................................... 45 3.6 PISOS .............................................................................................................. 49 3.7 ACÚSTICA ....................................................................................................... 51 3.8 SOM AMBIENTE.............................................................................................. 52 3.9 AROMATERAPIA............................................................................................. 53 3.10 LAYOUT ......................................................................................................... 54 3.11 ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA, LAZER E DESCANSO ................................ 55 3.12 PROJETOS DE REFERÊNCIA ...................................................................... 57 3.12.1 Google/Alphabeta de Dublin, Irlanda ................................................... 57 3.12.2 Airbnb de São Francisco, Estados Unidos .......................................... 62 3.13 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS SOBRE O CAPÍTULO .................................. 66 4. COWORKING: UMA NOVA MANEIRA DE SE TRABALHAR ............................. 67 4.1 O QUE É COWORKING? ................................................................................ 67 4.2 COWORKING NO BRASIL; ............................................................................. 70 4.3 PRINCÍPIOS DO COWORKING; ..................................................................... 71


4.4 ESTUDO DE CASO: SELINA DE PRAIA MOLE, FLORIANÓPOLIS-SC ......... 73 4.5 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS SOBRE O CAPÍTULO .................................... 75 5. ESTUDO PARA PROJETO DE UM COWORKING .............................................. 76 5.1 PERFIL DO USUÁRIO ..................................................................................... 76 5.2 ESTUDO DA ÁREA DO PROJETO ................................................................. 78 5.2.1 Análise funcional-paisagística da área de estudo ................................ 79 5.2.2 Análise de usos e vias ............................................................................. 81 5.2.3 Análise do gabarito, zoneamento e índices........................................... 82 5.2.4 Conclusão ................................................................................................ 85 5.3 CONCEITO/PARTIDO ..................................................................................... 86 5.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................. 87 5.5 ESTUDO DA PROPOSTA: WORK TO - COWORKING .................................. 90 5.5.1 Acessos .................................................................................................... 91 5.5.2 Estrutura ................................................................................................... 92 5.5.3 Circulação ................................................................................................ 92 5.5.4 Térreo ........................................................................................................... 94 5.5.5 Segundo e Terceiro Pavimento .............................................................. 95 5.5.6 Quarto Pavimento .................................................................................... 96 5.5.7 Quinto Pavimento - Rooftop ................................................................... 97 5.5.8 Cobertura .................................................................................................. 98 5.5.9 Subsolo..................................................................................................... 99 5.6 PERSPECTIVAS............................................................................................ 100 5.6.1 Envoltória ............................................................................................... 101 5.6.2 Sala de Trabalho Flexível ...................................................................... 102 5.6.4 Sala de Descompressão ........................................................................ 107 5.6.5 Área Descoberta 1 - Rooftop................................................................. 109 5. 7 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS SOBRE O CAPÍTULO ................................. 111 6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 112 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 114 APÊNDICE A – Pesquisa de aprovação do estudo de projeto desenvolvido... 119 APÊNDICE B – Observações dos trabalhadores quanto ao questionário respondido ............................................................................................................. 121 APÊNDICE C – ESTUDO PARA PROJETO .......................................................... 125


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PRÓLOGO: O ESPAÇO CORPORATIVO E O NOVO NORMAL PÓS PANDEMIA O ambiente de trabalho é o local onde as pessoas passam a maior parte do seu dia (SADIR; BIGNOTTO; LIPP, 2010). É, também, uma tipologia de edificação que, durante grande parte da história, poucas vezes atendia as necessidades reais de seus usuários, o que contribuiu para a insatisfação dos mesmos e para execução indevida das atividades exercidas no ambiente. Estudos revelam que os ambientes de trabalho favoráveis aos usuários, que os auxiliem fisiológica e simbolicamente, além de proporcionar bem-estar aos trabalhadores, revertem em melhor desempenho e produtividade (FONSECA, 2004). A palavra escritório possui origem no móvel escrivaninha, tipicamente encontrada em gabinetes, onde se realizavam atividades como leitura, escrita, projetos e cálculos. Já no século XV, foram feitos tratados dos edifícios dos escritórios, sendo um dos mais representativos o desenvolvido pelo arquiteto italiano Francesco di Giorgio, que descreveu a forma como essas construções deveriam ser feitas. O Palácio dos Uffizi (Figura 1), localizado em Florença, é considerado o primeiro edifício administrativo especializado (CALDEIRA, 20- apud FONSECA, 2004). Este foi feito por Giorgio Vasari, entre 1560 e 1574, para a família Médici. Figura 1 - Palácio dos Uffizi

Fonte: UFFIZI (2020)

Já com a Primeira Revolução Industrial, começou a surgir a necessidade de espaços onde fossem realizadas especificamente atividades administrativas, espaços exclusivos de escritórios. No final do século XIX e início do XX, com o surgimento do Taylorismo, houve grande influência dessa teoria administrativa na configuração dos locais de trabalho. Com foco na segregação de acordo com a hierarquia dos trabalhadores e na competição, o escritório de layout taylorista ou americano era caracterizado pela rigidez e móveis padronizados (FONSECA, 2004).


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Ainda no século XX, começou a haver a preocupação com as condições dos ambientes corporativos e como projetá-los de forma que atendessem as necessidades dos usuários. Assim, os profissionais começaram a desenvolver ambientes mais agradáveis do que os produzidos até então, com a crise do Taylorismo. A partir das primeiras mudanças, houve diversos avanços na concepção dos escritórios. A segregação hierárquica e a rigidez do Taylorismo foram substituídas por plantas livres e layouts mais orgânicos, baseados no fluxo dos ambientes e nas relações de trabalho (FONSECA, 2004). Com a evolução tecnológica do final do século XX e início do século XXI, os escritórios continuaram a se adaptar. O uso de computadores e smartphones possibilitaram aos trabalhadores exercerem seus ofícios em diversos locais, havendo assim uma flexibilização que não existia antes. Os escritórios começaram a ter espaços voltados ao descanso e lazer, além de serem mais humanizados. Percebe-se que o ambiente corporativo evoluiu e continua constantemente evoluindo para o caminho em que supre não só as necessidades consideradas básicas para o exercício do trabalho, mas o conforto dos trabalhadores em geral (FONSECA, 2004). A Figura 2 a seguir apresenta um resumo dessa evolução ao longo dos séculos. Figura 2 - Linha do Tempo: Ambientes Corporativos

Fonte: Elaboração própria (2020)

Com a pandemia mundial provocada pelo novo corona vírus, o mundo foi obrigado a se adaptar. Escolas, universidades, comércios fechados, todos adaptando suas rotinas e afazeres para o ambiente de casa. Muitas coisas mudaram, começou-se a sentir falta de estar ao lado de fora, da possibilidade de sair e conviver com outras pessoas. A relação com o trabalho também mudou. Muitos trabalhadores começaram


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a exercer suas funções de suas casas, através do computador. O ambiente corporativo pós pandemia sofrerá adaptações, visto que se percebeu que muitas atividades podem ser realizadas fora do ambiente de trabalho. Além de proporcionar maior flexibilidade em relação a localização do funcionário, o tempo de deslocamento, por exemplo, é poupado, o que evita o desgaste dos trabalhadores. Contudo, existem momentos em que se faz necessária a presença física da equipe de trabalho. Mesmo as conferências ao vivo realizadas por meio de aplicativos não são capazes de suprir a necessidade de convivência humana, fazendo com que o psicológico seja afetado com essa abrupta mudança dos métodos utilizados para o exercício das atividades. Adaptações a esse novo modelo de ofício são empreendidas e inicia-se a percepção e valorização de aspectos cotidianos dos tempos anteriores à pandemia, que continuam sendo importantes para o pleno desenvolvimento do trabalho. Essa relação com o ambiente foi verificada por meio de uma pesquisa desenvolvida para melhor entendimento das necessidades dos trabalhadores. O questionário foi elaborado utilizando-se o Google Forms, e obteve-se respostas de uma amostra de 81 trabalhadores de idades e ofícios variados. A divulgação foi feita nas mídias sociais, incluindo WhatsApp, Instagram e Twitter. Em uma das questões, indicada na Figura 3, perguntou-se sobre a nova realidade acarretada pela pandemia e como os trabalhadores se sentiram a respeito. Figura 3 - Sentimento dos trabalhadores quanto a mudança de local de trabalho durante a pandemia

Fonte: Elaboração própria (2021)


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Ao analisar os percentuais das respostas, percebe-se que a maior parte das pessoas sentiu falta do ambiente de trabalho, mesmo considerando que produziram de forma satisfatória. Apenas 7,4% se sentiram indiferentes às mudanças, trabalhando da mesma maneira. Na parte de observações acerca da pesquisa realizada, alguns dos trabalhadores comentaram a respeito do futuro do trabalho, que será caracterizado pela modalidade híbrida, onde as pessoas alternarão suas jornadas entre o ambiente residencial e o corporativo. Através das reflexões feitas a respeito de todos os aspectos levantados, pode-se concluir que o “novo normal” do mundo corporativo será dotado de escritórios em que não há a obrigatoriedade de presença, onde os funcionários serão livres e poderão flexibilizar seus horários de acordo com suas necessidades e demandas. Dito isto, chega-se ao recorte de ambiente corporativo abordado neste trabalho, que está em ascensão pelo mundo inteiro e que corresponde às novas necessidades dos trabalhadores e do mercado: o coworking, que será conceituado no decorrer desta pesquisa.


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INTRODUÇÃO Como criar um ambiente corporativo melhor, em que os colaboradores se sintam bem e estimulados a irem trabalhar? Como fazer os ambientes fomentarem uma boa relação interpessoal? Qual é o tipo de ambiente corporativo que melhor atende as necessidades dos trabalhadores da atualidade? Essas são as perguntas que nortearam a produção desta monografia. É conhecido que os espaços imprimem percepções e sensações sobre seus usuários. Para se chegar à elaboração de ambientes que gerem impactos mais positivos nos usuários, que contribuam para o bem-estar e auxiliem no cumprimento dos objetivos para os quais são projetados, deve-se levar em consideração cada característica que envolve a criação de um ambiente e o que elas podem desencadear. Dentro desse contexto, destaca-se o recorte desta pesquisa: o ambiente corporativo. As pessoas passam grande parte de seus dias em seus trabalhos. Logo, espera-se que estes locais atendam verdadeiramente suas necessidades, de modo que todos os usuários se sintam bem e exerçam suas atividades da melhor forma possível. O conhecimento dos efeitos gerados por todos os elementos que configuram o espaço, desde aspectos psicológicos e interpessoais até elementos arquitetônicos como as cores, mobiliários e janelas, por exemplo, podem contribuir para o alcance desses objetivos, através da introdução das características certas para este tipo de ambiente, que serão abordadas no desenvolvimento desta pesquisa. Assim, é de grande importância que os arquitetos e urbanistas conheçam tais características e as utilizem como base para seus projetos. A elaboração de espaços corporativos melhor adaptados às necessidades dos trabalhadores atuais é um fator primordial para plena satisfação destes. Além de espaços diferenciados dos que, convencionalmente, existem nos escritórios tradicionais, veremos adiante que os trabalhadores demonstram uma forte tendência a considerar ambientes corporativos flexíveis como ideais para o trabalho. Assim, como resultado desta monografia, será elaborado um escritório baseado nos estudos realizados, no modelo que está em ascensão no Brasil e no mundo: o coworking. É um ambiente que atende às necessidades da sociedade atual, que promove o colaborativismo, o networking e a flexibilidade.


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As metodologias utilizadas para a elaboração deste trabalho envolveram a revisão da literatura existente a respeito dos temas, pesquisa com aplicação de formulário online e visitas técnicas a espaços coworkings localizados na cidade de Vila Velha – ES. Cabe ressaltar o contexto histórico em que esta monografia se desenvolveu, um período de pandemia e isolamento social, o que acarretou a limitação ao acesso de materiais, locomoção e recursos para a produção desta pesquisa. No primeiro capítulo, são abordados os conceitos e aspectos importantes para compreensão do mote da monografia, sendo eles a arquitetura, o bem-estar e os ambientes corporativos. O segundo capítulo levanta os atributos que, de acordo com a psicologia, devem fazer parte da constituição do espaço, envolvendo desde aspectos físico-espaciais às relações interpessoais. O terceiro capítulo aborda os estudos e aspectos projetuais que devem ser levados em consideração para o desenvolvimento um espaço corporativo dotado de características que contribuem positivamente para o dia a dia dos trabalhadores. O quarto capítulo se trata da caracterização do ambiente de coworking, bem como seu histórico no Brasil e no mundo. Já o quinto abrange a aplicação do resultado de toda a pesquisa com o desenvolvimento de um estudo para implantação de um edifício para coworking pautado nos conhecimentos adquiridos, seguido pela conclusão, no último capítulo.


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1. TEMAS NORTEADORES 1.1 ARQUITETURA Existem muitos conceitos e teóricos que estudaram e teorizaram sobre a arquitetura, cada qual a sua maneira. Para este trabalho, foram escolhidas duas teorias que melhor se conectam às caraterísticas que geram o bem-estar pessoal, as quais serão abordadas ao longo do estudo. Envolvendo a relação entre a arquitetura, as necessidades da sociedade e as sensações que seus atributos provocam nos usuários, os arquitetos Bjarke Ingels e Juhani Pallasma definem, respectivamente, que: “Arquitetura é a arte e a ciência de garantir que nossas cidades e edifícios sejam apropriados ao modo como queremos viver nossas vidas: o processo de manifestar nossa sociedade em nosso mundo físico. A vida está sempre evoluindo e, ao passo que evolui, nossas cidades e edifícios também deveriam evoluir, para que se adéquem ao modo como queremos viver.” (INGELS, 2014) “A arquitetura é, em última análise, uma extensão da natureza na esfera antropogênica, fornecendo as bases para a percepção e o horizonte da experimentação e compreensão do mundo. Ela não é um artefato isolado e independente; ela direciona nossa atenção e experiência existencial para horizontes mais amplos. A arquitetura também dá uma estrutura conceitual e material às instituições societárias, bem como às condições da vida cotidiana. Ela concretiza o ciclo do ano, o percurso do sol e o passar das horas do dia.” (PALLASMAA, 2011)

Tomando como base os trechos acima, entende-se que a arquitetura é moldada pelas mãos dos arquitetos para as pessoas, de modo que suas características, necessidades e o contexto social em que se inserem se tornem atributos presentes nas obras, com significados que extrapolam a matéria física em que se constitui. Não é simplesmente um espaço físico, mas um local vivenciado, cujas características interferem diretamente no modo que ocorrerá essa vivência (PALLASMAA, 2011). É uma arte e uma ciência, é a vida refletida no objeto e o objeto que interfere na vida. É o cenário de nossas existências. 1.2 BEM-ESTAR Segundo o dicionário online Michaelis (2021), o termo bem-estar possui três definições: 1 Estado de boa disposição física; satisfação das necessidades físicas e espirituais: “E, com um aspecto regalado, deixava-se ficar prostrada na cadeira, entorpecida no bem-estar do seu estômago” (AA2).


22 2 Sensação agradável de segurança, conforto, tranquilidade: “Numa súbita exaustão onde havia certa volúpia e bem-estar, deitou-se no leito dos hóspedes […]” (CL). 3 FIG Condição material confortável, com haveres suficientes para a comodidade da vida; conforto material, prosperidade: “Dá-lhe luz, luxo, bemestar, comodidade e até impressões selvagens no adejar das árvores e no trinar dos pássaros […]” (JR).

Pode-se concluir que se atinge o bem-estar quando as necessidades e o conforto pessoais são alcançados, gerando uma boa sensação. O conforto abrange o aspecto ambiental, que inclui o meio onde o indivíduo se insere, tanto o natural como o construído. Como foi expresso anteriormente, o projeto arquitetônico deve levar em consideração as necessidades dos usuários e todo o contexto que os envolvem, de modo a tornar o ambiente favorável aos momentos que serão vividos em seu interior. Logo, entende-se que a arquitetura influencia diretamente no bem-estar das pessoas, uma vez que é pensada e constituída com base nelas, para que se sintam bem ao adentrar os espaços. Essa influência se estabelece através da relação entre as características espaciais e a percepção humana. Assim, as pessoas e o meio vivem em uma relação mútua de troca entre estímulos externos e respostas a estes estímulos. Uma arquitetura de qualidade e que prioriza o bem-estar de seus usuários deve induzir os melhores estímulos possíveis aos seus usuários (PALLASMAA, 2011). 1.3 A ARQUITETURA E O BEM-ESTAR NO AMBIENTE DE TRABALHO Uma vez conceituados e relacionados os conceitos de arquitetura e bem-estar, é essencial associá-los à tipologia de espaço foco desta pesquisa: o ambiente de trabalho. Anteriormente, se expos que as pessoas passam grande parte de suas vidas em seus escritórios. Logo, essa tipologia de ambiente deve ser formulada para que cada usuário possa se sentir da maneira mais confortável possível. Na pesquisa realizada pelo Google Forms supracitada, uma das questões elaboradas questiona a respeito da interferência do ambiente de trabalho no bem-estar pessoal. No gráfico da Figura 4, observa-se que a maior parte dos pesquisados afirma sentir essa relação:


23 Figura 4 - Bem-estar e ambiente de trabalho

Fonte: Elaboração própria (2021)

O resultado apresentado reitera o que já fora dito sobre a relação entre a arquitetura e seu poder de impacto sobre os usuários. Dessa forma, tomar conhecimento sobre tal influência é essencial para que se possa compreender a importância de projetar ambientes que sejam condizentes com as necessidades das pessoas e propiciem o bem-estar. Em outra questão, percebe-se que grande parte dos trabalhadores possui jornada de trabalho superior a 8 horas por dia, evidenciando a grande parcela de tempo que estes passam em seus ofícios, conforme mostra a Figura 5. Figura 5 - Tempo de trabalho dos trabalhadores pesquisados

Fonte: Elaboração própria (2021)


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Assim, é de suma importância que um ambiente no qual as pessoas estão inseridas durante grande parte do tempo de seus dias possua atributos que supram suas necessidades e garantam o conforto. 1.4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS SOBRE O CAPÍTULO Neste estudo, a arquitetura é o grande meio pelo qual se atingirá o bem-estar nos ambientes corporativos. Logo, para bem começarmos o desenvolvimento deste, fezse necessária a definição dos conceitos de arquitetura e bem-estar, bem como a relação destes com o local de trabalho, evidenciada pela pesquisa realizada com os trabalhadores. A seguir, serão apresentados os fatores que influenciam diretamente na qualidade espacial e na percepção desta pelos indivíduos, partindo dos aspectos psicológicos ligados ao ambiente até os projetuais.


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2. FATORES PSICOLÓGICOS A palavra psicologia deriva da junção dos termos gregos “psique”, que significa mente e “logia”, estudo. Como disciplina que tem como base o estudo da mente, são avaliadas diversas facetas do ser humano, como fatores comportamentais, pensamentos e aprendizagens. (OLIVEIRA, 2008) Um instrumento importante da psicologia que auxilia no desenvolvimento de espaços de trabalho melhores é a pirâmide de Maslow, desenvolvida pelo psicólogo Abraham Maslow (1943, apud Bosa, 2017). Esta pirâmide traduz a chamada teoria da motivação, na qual as necessidades humanas são divididas em cinco grupos, hierarquicamente localizados em uma pirâmide. Essas necessidades são: fisiológicas, segurança, aflição, autoestima e autorrealização, respectivamente localizadas na base ao topo da pirâmide, ilustrada na Figura 6. Figura 6 - Pirâmide da Teoria de Maslow

Fonte: SCHERMANN (2018)

A partir da pirâmide de Maslow (1943, apud BOSA, 2017, p.11), observa-se quais necessidades humanas devem ser contemplados pela arquitetura do ambiente de trabalho, contribuindo na criação desses espaços pelo projetista. Unindo a teoria de Maslow (1943, apud BOSA, 2017, p.11) com as dos pesquisadores que serão citados


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adiante, chega-se à complementaridade de ideias de alguns dos elementos que tornam o ambiente de trabalho mais confortável e agradável. Para Haynes (2008, apud BOSA, 2017, p.11), existem duas abordagens que relacionam as sensações humanas com a arquitetura: o conforto, envolvendo aspectos como ventilação, ergonomia e temperatura, ligadas com a percepção física e aspectos subjetivos, psicológicos, como limpeza, decoração e segurança. Ayoko e Härtel (2003, apud BOSA, 2017, p.11) consideram que, para estimular a interação entre os trabalhadores, o ambiente de trabalho deve proporcionar visibilidade, compartimentação, proximidade e disponibilidade de outros ambientes destinados a convivência. Mayer (1995, apud BOSA, 2017, p.11) pontua que os projetos dos ambientes corporativos podem ser concebidos de maneira que estimulem a troca de ideias, discussão e interação entre os colaboradores. Bosa (2017) conclui que, da mesma forma que os fatores psicológicos, o ambiente físico de trabalho influencia na percepção de conforto e bem-estar, por meio de aspectos como ergonomia, iluminação, layout, acústica, temperatura, cor e tantos outros elementos que compõem o espaço. Para adentrar mais especificamente na relação entre a psicologia e o ambiente, surgiu a Psicologia Ambiental, que será abordada a seguir. 2.1 PSICOLOGIA AMBIENTAL Primeiramente, é necessário estabelecer a relação entre o comportamento e o meio, que, segundo o psicólogo Kurt Lewin (1892-1947) (apud GONÇALVES e PAIVA, 2018), pode ser demonstrado pela expressão da Figura 7. Figura 7 - Expressão de Kurt Lewin

Fonte: GONÇALVES e PAIVA (2018)

A disciplina que busca entender o vínculo demonstrado acima é a Psicologia ambiental. Ela tem como objeto de estudo o indivíduo em seu contexto, sendo o cerne desta as relações e inter-relações entre a pessoa e o ambiente, tanto físico quanto


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social. Faz-se a investigação acerca da avaliação e percepção do ambiente pelo ser humano, assim como as influências que este ambiente causa no indivíduo que o utiliza. Moser (1998) afirma que é reconhecido que certas características espaciais influenciam notoriamente na adoção de determinados comportamentos e na inibição de outros. A psicologia ambiental procura responder qual é a relação entre as características espaciais e o impacto causado nos usuários. No Brasil, a área de estudos surgiu no início dos anos 1970, com base na tradução e publicação de livros do exterior. Porém, apenas na década de 1990 os estudos da psicologia ambiental se difundiram nas universidades brasileiras, em grupos de estudos ou laboratórios. Na atualidade, a disciplina está presente na grade curricular de diversos cursos brasileiros, a nível de graduação e pós-graduação, em cursos como psicologia, geografia, engenharia ambiental e arquitetura e urbanismo. (CAVALCANTE e ELALI, 2011). Moser (2005 apud CAVALCANTE e ELALI, 2011), define quatro níveis de interrelação entre pessoa e ambiente: “1) microambiente, abarcando os espaços privados (moradia etc.); 2) ambientes de proximidade, incluindo os espaços compartilhados semipúblicos (bairro, local de trabalho, praças, parques etc.); 3) ambientes coletivos públicos (cidade, vilarejo etc.); 4) ambiente global, abrangendo o ambiente em sua totalidade, construído ou não, e seus recursos, naturais ou referentes à sociedade.” (CAVALCANTE e ELALI, 2011)

Figura 8 - Os espaços da interação entre pessoa e ambiente

Fonte: MOSER (2018)


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De acordo com essa classificação, representada pela Figura 8, os espaços corporativos se inserem no nível de microambiente. Bosa (2017) afirma as pessoas que trabalham em locais considerados agradáveis inclinam-se a ter maior produtividade e motivação. A elaboração de um ambiente corporativo abrange elementos funcionais e psicológicos, logo, para projetar um espaço dessa tipologia, é necessário considerar os componentes da arquitetura que tem o potencial de interferir nas percepções e necessidades dos usuários (Fischer, Tarquinio e Vischer, 2004 apud BOSA, 2017). 2.1.1. Aspectos espaciais Segundo Moser (2018), na constituição dos espaços de trabalho, percebe-se frequentemente a falta de preocupação com fatores psicológicos importantes no ponto de vista da psicologia ambiental, sendo destacadas a territorialidade e a gestão de intimidade. A territorialidade compreende a apropriação de um ambiente por uma pessoa ou grupo de pessoas que criam um vínculo de posse sobre um objeto ou símbolo. Tal apropriação, segundo Ipiranga (2010, apud COIMBRA e SARAIVA, 2013), é demonstrada a partir do modo como o espaço é ocupado, através de objetos, atividades, indivíduos ou grupos (COIMBRA e SARAIVA, 2013). Já a gestão de intimidade compreende o controle do indivíduo sobre sua relação com o espaço onde está inserido, como por exemplo a escolha em se estabelecer em locais que possibilitem maior interação interpessoal ou em ambientes mais privativos. Moser destaca que o grande problema de alguns escritórios é o fato destes propiciarem uma sensação de falta de privacidade. Ele afirma que a privacidade e a capacidade de exercer o controle sobre seu ambiente são essenciais para que os trabalhadores se sintam satisfeitos na visão da psicologia ambiental, uma vez que possibilitam a sensação de construção de um lugar pessoal (MOSER, 2013). Observando os gráficos das Figuras 9 e 10, pode-se identificar a relação entre o controle sobre a organização do ambiente e a sensação de pertencimento no meio. O percentual de pessoas que possui esse controle é semelhante ao percentual dos que se sentem acolhidos e pertencentes ao meio.


29 Figura 9 - Controle dos trabalhadores pesquisados sobre a organização do espaço de trabalho

Fonte: Elaboração própria (2021)

Figura 10 - Sentimento de pertencimento por parte dos trabalhadores

Fonte: Elaboração própria (2021)

Outro quesito que deve ser levado em conta é a necessidade dos trabalhadores possuírem um espaço amplo para execução das atividades, sendo esse aspecto mais importante que um layout aberto ou individualista dos ambientes corporativos (MOSER, 2013). 2.1.2 Aspectos interpessoais O ambiente é constituído por tudo que se faz presente nele, incluindo as pessoas. Quaisquer modificações nesse ambiente alteram também suas características e


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dinâmicas (CAVALCANTE e ELALI, 2017). Sabendo-se que as relações interpessoais impactam na configuração e percepção do ambiente, este representa mais um dos fatores que influenciam no bem-estar individual e coletivo. Ao analisar o gráfico da Figuras 11, percebe-se que os aspectos da relação interpessoal são sentidos e são considerados essenciais para um bom ambiente corporativo, interferindo diretamente na dinâmica do espaço. Identifica-se, ainda, que a maior parte das pessoas que responderam à pesquisa possuem uma boa relação com seus colegas de trabalho (Figura 12). Figura 11 - O que os trabalhadores consideram mais importante haver em ambientes corporativos

Fonte: Elaboração própria (2021)

Figura 12 - Clima entre as pessoas no local de trabalho

Fonte: Elaboração própria (2021)


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Nesse contexto, ao se proporcionar um ambiente que favorece relações benéficas entre as pessoas, obtém-se bons resultados tanto para os colaboradores quanto para as empresas. Um bom clima organizacional possibilita entusiasmo, aumento do desempenho e produtividade (FONSECA et al, 2016). Um dos meios de se alcançar esse clima favorável é através do incentivo do trabalho em equipe. Essa é uma das formas de interação que contribui para maior eficiência na conquista de resultados (SILVERSTEIN, 2013 apud FONSECA et al, 2016). Atualmente, essa forma de trabalho se encaixa no contexto da chamada rede colaborativa ou colaborativismo. De acordo com o portal Social Base (2012), o colaborativismo se resume a interação de pessoas que trabalham em conjunto para a resolução de problemas comuns, de forma que cada uma contribua de sua maneira, através das vivências e conhecimentos pessoais. É uma forma mais eficiente de trabalho em conjunto, sendo benéfico para as empresas e para os trabalhadores. Essa dinâmica também pode ser favorecida pelos elementos que constituem o espaço físico do ambiente, de modo que possibilitem maior troca entre os colaboradores. 2.2 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS SOBRE O CAPÍTULO Vimos neste capítulo que os aspectos psicológicos ligados ao ambiente, envolvendo tanto as características físicas como o aspecto interpessoal, interferem diretamente na percepção do espaço e, consequentemente, no bem-estar do usuário. Isso foi verificado através da literatura existente e da pesquisa realizada com trabalhadores diversos. Para o que foi apresentado até agora se tornar concreto, deve-se estabelecer os fatores projetuais necessários a serem aplicados em ambientes de trabalho. O capítulo a seguir aborda mais especificamente as características físicas que contribuem para um espaço corporativo melhor, desde a biofilia até aspectos sensoriais como o olfato, de modo que cada aspecto atribuído ao espaço seja pautado no bem-estar daqueles que o utilizam.


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3. FATORES PROJETUAIS O gráfico apresentado na Figura 13 identificou as características existentes e as mais percebidas pelos trabalhadores, de acordo com a pesquisa (desenvolvimento próprio, 2021) Figura 13 - Características existentes nos locais de trabalho dos pesquisados

Fonte: Elaboração própria (2021)

Considerando que 81 pessoas responderam à pesquisa, evidencia-se que a característica da temperatura foi a mais percebida, totalizando 74 respostas, seguida pelo conforto dos mobiliários. O fator menos percebido pelos trabalhadores foi a respeito dos odores, acumulando 20 respostas ao todo. Os demais fatores representam o que existe ou não nos escritórios, indicando que a iluminação natural é algo predominante, assim como tipologias básicas de espaços, como as salas de reunião. Já os ambientes de relaxamento e descompressão são os menos implementados nos escritórios dos trabalhadores da amostra. As características mencionadas na pesquisa, além de outras que não foram avaliadas, serão abordadas ao longo deste capítulo, uma vez que cada uma possui contribuições para o bem-estar.


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3.1 BIOFILIA A primeira característica, representada na Figura 13 pela iluminação natural, pelos elementos que remetem à natureza e pela vista agradável para o exterior, representam aspectos conceituados pela biofilia. Esse termo foi popularizado por Edward O. Wilson (1984, apud BROWNING e COOPER, 2015), o qual retrata a relação inata entre o ser humano e a natureza, bem como a necessidade que possuímos de continuarmos conectados a ela. Browning e Cooper citam que pesquisas realizadas na área de psicologia ambiental mostram que a conexão com a natureza é uma função humana adaptativa, possibilitando e auxiliando na melhoria psicológica. Desta forma, a presença de elementos que provocam conexões diretas (como parques e cursos d’água) e conexões indiretas (utilizadas no design de interiores, como cores e formas que remetem a natureza, plantas e visuais para áreas naturais) nos ambientes urbanos tendem a melhorar os aspectos psicológicos humanos, aliviando as mentes e proporcionando maior bem-estar e qualidade de vida. Além disso, pesquisas demonstram que existem diversos benefícios provocados pelo design biofílico nos ambientes corporativos, incluindo, além do bem-estar, o aumento da produtividade (BROWNING e COOPER, 2015) Ainda de acordo com pesquisas realizadas por Browning e Cooper (2015) com trabalhadores de diferentes países do mundo, constatou-se que os fatores mais requisitados no ambiente de trabalho são: iluminação natural, plantas e flores, ambiente silencioso e tranquilo, vista para recursos hídricos e presença de cores vibrantes (Figura 14).


34 Figura 14 - Elementos mais desejados nos escritórios, de acordo com os trabalhadores

Fonte: BROWNING e COOPER (2015)

Percebe-se que os profissionais possuem grande anseio pela presença de elementos naturais, sendo a iluminação e a presença de plantas pontos mais importantes do que o silêncio no local de trabalho. Os funcionários de ambientes corporativos onde existem elementos naturais apresentam um nível 15% maior de bem-estar. Além disso, também se constatou o aumento de produtividade em 15%, no período de três meses, entre colaboradores de empresas com vegetação natural (BROWNING E COOPER, 2015). A Tabela 1 representa os sentimentos dos trabalhadores em relação aos locais de trabalho, comparando os locais que proporcionam contato com a natureza com os que não proporcionam.


35 Tabela 1 - Sensações proporcionadas pelos ambientes de trabalho com e sem a presença de espaços verdes

Fonte: BROWNING e COOPER (2015)

Assim, as empresas que propiciam o contato de seus colaboradores com elementos do design biofílico tendem a gerar maior conforto, desempenho profissional, produtividade, criatividade, foco e qualidade de vida aos seus funcionários (BROWNING e COOPER, 2015). 3.2 ILUMINAÇÃO 3.2.1 Natural Um bom ambiente de trabalho deve proporcionar uma iluminação que se adapte às necessidades de seus usuários ao longo do dia, tanto natural como artificial. A Figura 13 demonstrou que grande parte dos escritórios possui iluminação natural, que, como visto no tópico anterior, é uma prioridade para os trabalhadores (BROWNING E COOPER, 2015). Esta deve ser pensada de acordo com as características do clima onde o espaço está inserido, de forma a conter os aspectos desagradáveis, aplicando estratégias passivas de conforto (ANDRADE, 2007 apud BOSA, 2017). Além de fornecer a iluminação necessária no interior dos ambientes, a luz natural fornece uma relação entre o meio interno e o externo, fornecendo aos usuários informações a


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respeito do clima e da hora do dia (KROEMER e GRANDIEAN). A iluminação natural vinda de janelas da altura da visão também proporciona um contato visual com o exterior, o que é agradável no sentido da biofilia e conforto (KROEMER e GRANDIEAN). Tanto no quesito psicológico como fisiológico, sabe-se que é interessante uma grande quantidade de luz, distribuída da melhor forma possível. Se existe uma grande incidência de luz natural, menor é a necessidade de iluminação artificial no ambiente. Porém, deve-se considerar diversos aspectos para implementação de janelas e aberturas zenitais (Figura 15), por exemplo, a fim de que a iluminação não seja desconfortável para os usuários, causando ofuscamento. Figura 15 - Abertura zenital do tipo átrio, que possibilita a entrada de luz natural

Fonte: ARCHDAILY (2018)

Kroemer e Grandien (2007) fazem algumas seguintes recomendações a respeito da iluminação natural, as quais se destacam: 1. Inserção de janelas altas ao invés de largas, já que estas possibilitam maior alcance da luz natural em locais onde não existem janelas; 2. A janela deve possuir peitoril da altura da mesa. Quando a mesa é mais alta que a janela, pode-se gerar ofuscamento; 3. A janela deve ser posicionada de forma que sua distância para com o posto de trabalho seja menor que duas vezes o valor de sua altura;


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4. O vidro deve possibilitar grande transmissão de luz. O vidro claro possui transparência superior a 90%, ao passo que o jateado, o tijolo de vidro ou vidros específicos para isolamento de calor possuem transparências de 70 a 30%; 5. As janelas devem captar a iluminação direta do céu, sendo interessante que uma parte deste seja visível dos postos de trabalho; 6. A utilização de cores claras deve ocorrer tanto nas salas quanto nas áreas externas, a fim de aumentar a reflexão de luz natural. 3.2.2 Artificial Antigamente, costumava-se iluminar os escritórios com luz difusa e homogênea. Porém, essa forma de iluminação não era eficaz. Gurgel (2020) cita que uma melhor iluminação propicia melhores resultados aos trabalhos feitos no ambiente. O projeto luminotécnico de um escritório deve possuir iluminação geral, mais fraca, juntamente com a iluminação de tarefa, focada nos postos de trabalho, preferencialmente com controles individuais (GURGEL, 2020). Permitir que os colaboradores controlem os níveis de iluminação de acordo com preferências pessoais pode aumentar o contentamento e conforto dos usuários, propiciando melhor desempenho e rendimento (PIQUETTI, 2012 apud BOSA, 2017). Também pode-se implementar luzes de destaque, a fim de proporcionar um caráter especial ao ambiente (GURGEL, 2020). A Figura 16 apresenta exemplos de aplicação desses três tipos de iluminação.


38 Figura 16 - Iluminação geral no teto, de tarefa na mesa e de destaque por spots

Fonte: GURGEL (2020)

Para a iluminação geral de espaços corporativos, são recomendadas as lâmpadas fluorescentes, uma vez que geram naturalmente uma luz difusa. É recomendado que a iluminação geral das salas de trabalho seja mais clara, branca. Já em outros ambientes de edifícios corporativos, que não são destinados para trabalho, como lanchonetes e espaços de descompressão, podem ser utilizadas lâmpadas com temperatura de cor mais quente, amareladas, a fim de se criar um clima mais aconchegante (GURGEL, 2020). 3.3 CORES A cor é um dos fatores de percepção o qual temos contato mais imediato (BOSA, 2017). Os estudos relacionados a seus efeitos são extremamente importantes na ergonomia do trabalho, visto que contribuem para a segurança, ordenação e orientação nos ambientes e para o bem-estar e saúde dos colaboradores, devido a ação psicológica que elas possuem (FONSECA, 2004). As cores possuem o potencial de se modificar em frequências vibracionais, atuando intimamente nas emoções humanas, com base em pesquisas feitas pela Universidade de Colúmbia Britânica (GIMENES; CÂNDIDO; PEREIRA, 2011 apud BOSA, 2017, p. 11), no Canadá. Segundo os estudos da referida universidade, a utilização das cores


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corretas nos espaços corporativos pode fomentar o bem-estar e a performance dos funcionários, levando-se em conta a tipologia da empresa. (BOSA, 2017) Segundo Pilloto (1980 apud (FONSECA, 2004) as cores podem ser divididas em dois grupos, segundo as reações que despertam nas pessoas. Esses grupos são o de cores quentes e o de cores frias, observados na Figura 17. Figura 17 - Círculo cromático

Fonte: POLASTRI (S/D)

O grupo de cores quentes são, no aspecto psicológico, dinâmicas e estimulantes, denotando energia e movimento. Já as o grupo de cores frias são tranquilizantes, amenas e estáticas, transmitindo a sensação de calma e descanso (FONSECA, 2004). Deve-se levar em conta os ambientes onde serão aplicadas e a área de atuação da empresa para que os benefícios e características das cores possam ser aproveitados por completo (BOSA, 2017). Kroemer e Grandiean (2007) salientam que, se o trabalho a ser desenvolvido numa sala requer concentração, deve-se atentar especialmente ao uso das cores, de forma a prevenir distrações e inquietação. Nessa circunstância, os elementos estruturais do ambiente, como paredes e teto devem possuir cores claras, que não desviam a atenção. Já as cores mais fortes e intensas, podem ser utilizadas em locais onde os usuários permanecem por pouco tempo, como entradas e corredores. Nesses casos, essas cores podem tornar o ambiente mais agradável.


40 Tabela 2 - Efeitos psicológicos das cores

Fonte: KROEMER e GRANDIEAN (2007)

Segundo o portal Qualidade Corporativa (2018), grande parte dos empreendimentos corporativos possuem paletas de cor neutras com alguns elementos em cores fortes, o que gera equilíbrio e evita a monotonia. A pesquisa realizada com os trabalhadores demonstrou essa predominância das cores neutras citada, como demonstrado na Figura 18. Figura 18 - Predominância das cores nos ambientes de trabalho

Fonte: Elaboração própria (2021)

Já o ambiente da Figura 19 é um exemplo de escritório onde há a predominância da utilização de tons vibrantes, frios e quentes, mesclados com tons claros. Sabendo-se que este ambiente faz parte de um dos escritórios do Google/Alphabeta, conhecido pela criatividade, nota-se a intensão de gerar diferentes estímulos, tanto tranquilizantes (cores frias e neutras) quanto estimulantes (cores quentes), fomentando essa característica criativa sem deixar o ambiente cansativo, fatigante.


41 Figura 19 - Utilização das cores no ambiente de trabalho do Google/Alphabeta de Dublin, Irlanda

Fonte: ARCHDAILY (2013)

Percebe-se que a utilização das cores em escritórios depende dos ambientes em que são aplicadas, das atividades a serem exercidas e dos efeitos e sensações que se pretende estimular. 3.4 CONFORTO TÉRMICO O clima se refere às condições físicas dos locais em que vivemos e trabalhamos. É constituído por quatro componentes principais: temperatura do ar, das superfícies do entorno, umidade e movimento do ar. O clima dos ambientes é geralmente percebido apenas quando este se desvia do padrão de conforto pessoal. Quanto maior for esse desvio, maior será o desconforto. Este desencadeia variações funcionais que tem o poder de impactar o corpo por inteiro. Enquanto o superaquecimento ocasiona cansaço, redução de desempenho físico e crescimento de erros, o resfriamento exagerado provoca superatividade, diminuindo o estado de alerta e a concentração, especialmente no que diz respeito a atividades mentais. Deste modo, percebe-se que a conservação de um clima confortável é fundamental para o bem-estar e performance das pessoas (KROEMER e GRANDIEAN, 2007). Como mencionado no início deste capítulo, a temperatura, segundo a Figura 13, foi o fator mais percebido pelos trabalhadores. O intervalo de temperatura no qual um indivíduo sente-se confortável varia muito. Esse estado de conforto depende, a


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princípio, da quantidade de vestimenta que está sendo utilizada e, logo após, da escala de esforço físico que este indivíduo realiza (KROEMER e GRANDIEAN, 2007). Em ambientes onde são realizados trabalhos que compreendem pouco ou nenhum esforço físico, as recomendações são de que, durante o inverno, a temperatura do ar se estabeleça entre 20 e 21ºC, enquanto no verão o intervalo é de 20 a 24ºC (KROEMER e GRANDIEAN, 2007). Outro aspecto importante do clima é a umidade do ar, que, no inverno, deve ser mantida superior ou igual a 30%, de forma a evitar o ressecamento das vias respiratórias. Já durante o verão, a umidade relativa do ar é naturalmente confortável, variando de 40 a 60% (KROEMER e GRANDIEAN, 2007). A Figura 19 apresenta as temperaturas recomendadas, segundo Kroemer e Grandiean (2007), para cada tipo de trabalho, Figura 20 - Temperatura de salas recomendadas conforme o tipo de trabalho

Fonte: KROEMER e GRANDIEAN (2007)

A temperatura interna pode ser mantida através de sistemas de condicionamento de ar. Porém, também é importante que os escritórios possuam janelas que possibilitem a ventilação natural, que é o método considerado frequentemente como o mais eficaz para se alcançar o conforto térmico nos espaços arquitetônicos (BITTENCOURT, 2005 apud MARCONDES, 2010). Além de possibilitar o conforto, a ventilação natural se faz essencial para a conservação da saúde e do bem-estar das pessoas, pois a troca de ar entre os meios interno e externo dissipa as partículas tóxicas do ambiente, como fumaça, poeira e outros poluentes (FROTA, 2000 apud FIGUEIREDO, 2007). Além dos aspectos mencionados nos parágrafos anteriores, a incidência solar sobre os edifícios também é um fator determinante para o conforto térmico dos escritórios.


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Deve-se atentar, primeiramente, para implantação do edifício, levando em consideração a orientação solar (Figura 21). Figura 21 - Orientação solar de acordo com as estações do ano

Fonte: VIVADECORA (S/D)

A orientação ideal para melhor iluminação natural é a Norte, por dispor de uma incidência solar mais frequente. Embora o calor que está associado a luz natural, as aberturas nesta orientação são fáceis de se sombrear. A orientação Sul, de acordo com Lamberts, Dutra e Pereira (2013), é considerada a segunda melhor, por conta da constância da iluminação. Ainda que essa orientação conte com baixa quantidade de luz solar, possui alta qualidade de luz branca fria. Também dispõe de poucos problemas relacionados ao ofuscamento, sendo simples de aplicar métodos de proteção solar para fachadas orientadas para o Sul. Já as orientações Leste e Oeste recebem grande quantidade de iluminação solar direta, sedo consideradas as piores orientações para o desenvolvimento de projetos de proteções solares. (LAMBERT, DUTRA e PEREIRA, 2013) Para amenizar os efeitos da incidência solar, como o aquecimento do ambiente e o ofuscamento da visão, são indicadas estratégias como utilização de brise-soleil (Figura 22) e persianas (Figura 23). A aplicação de insulfilm nos vidros (Figura 24) também pode ser adotada, conforme necessidade do projeto.


44 Figura 22 - Brise-soleil

Fonte: HUNTER DOUGLAS (S/D) Figura 23 - Cortina em rolo

Fonte: HUNTER DOUGLAS (S/D)


45 Figura 24 - Insufilm aplicado em janela

Fonte: RIKINFILM (S/D)

3.5 MOBILIÁRIOS E ERGONOMIA O estudo da ergonomia determina os parâmetros ideais para todos os tipos de elementos que devem ser inseridos nos escritórios, como posicionamentos e dimensões adequadas, a fim de propiciar maior conforto aos colaboradores. O desenvolvimento de mobiliários baseados na ergonomia é outro fator que contribui para o maior bem-estar e qualidade de vida no ambiente corporativo, visto que diminui incômodos e cansaço, além de ocasionar menos lesões (PANERO; ZELNIK, 2008 apud BOSA, 2017). A Figura 25 apresenta as medidas ideais, segundo o Neufert (1998) que devem ser adotadas nas mesas e cadeiras de escritórios, enquanto, na Figura 26, é retratado um dos modelos de cadeira ergonômica utilizado atualmente.


46 Figura 25 - Medidas ideais para mesas e cadeiras de escritórios

Fonte: NEUFERT (1998)

Figura 26 - Cadeira ergonômica

Fonte: MARELLI (S/D)

Além de cadeiras ergonômicas e das medidas pautadas no conforto do usuário, existem diversos mobiliários adaptados para o ambiente de trabalho que permitem aos colaboradores trabalharem da forma que se sintam mais confortáveis. Segundo Kroemer e Grandiean (2007), da perspectiva ergonômica, é interessante o ajuste de


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acordo com a necessidade individual da altura de trabalho (Figura 27). A mesa com altura ajustável é algo interessante de se implementar nos ambientes corporativos. Figura 27 - Alturas de mesas recomendadas para trabalhos em pé

Fonte: KROEMER e GRANDIEAN (2007)

Kroemer e Grandiean (2007), expõem que, sob a perspectiva ortopédica e fisiológica, é grandemente indicado um ambiente de trabalho que possibilite ao trabalhador intercalar o exercício de seu ofício sentado com a postura de pé. Essas duas posturas propiciam cargas em músculos distintos, possibilitando relaxar determinados grupos musculares quando outros estão sobrecarregados (KROEMER e GRANDIEAN, 2007). Recentemente, além das mesas ajustáveis, foram desenvolvidos diversos mobiliários que tornaram o exercício do trabalho ainda mais flexível, como, esteiras e bicicletas ergométricas acopladas a mesas, mostradas nas Figuras 28, 29 e 30 (BOSA, 2017).


48 Figura 28 - Mesas flexíveis

Fonte: MELO, 2016 apud BOSA (2017) Figura 29 - Mesa acoplada a bicicleta ergométrica, denominada FlexiSpot Deskcise Pro

Fonte: HARRISON (2018) Figura 30 - Mesa acoplada a esteira

Fonte: HARRISON (2018)


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Fornecer tipos de mobiliários diferenciados favorece o bem-estar, pois, além de suprir a necessidade psicológica de controle pessoal através da escolha do modo de trabalhar, tais mobiliários possibilitam o exercício físico, que contribuem para a melhora da saúde (HARRISON, 2018). 3.6 PISOS O piso ocupa uma das maiores superfícies em um ambiente, possuindo um grande papel no resultado final. Além dos fatores estéticos, este também influencia diretamente na reflexão da iluminação, na manutenção e na acústica dos ambientes (GURGEL, 2020). Existem incontáveis tipos de pisos no mercado, das mais variadas formas e materiais, os quais provocam impactos visuais que variam de acordo com os estímulos sensoriais. A escolha destes para um projeto deve ser pautada nas características espaciais, na atmosfera que se deseja criar e nas funções a serem desempenhadas no ambiente, por exemplo. Para os ambientes de escritório, a arquiteta Miriam Gurgel (2020) indica a utilização de diversos tipos de materiais, sendo destacados o carpete e os pisos vinílicos. O carpete (Figura 31), além de possuir grande variedade de estilos, cores e materiais, é uma das melhores alternativas no quesito acústica. Também podem apresentar texturas táteis, o que permite ao usuário sentir o material, fornecendo mais um estímulo sensorial (GURGEL, 2020).


50 Figura 31 - Escritório com carpete aplicado no piso

Fonte: OLIVEIRA (2021)

Assim como o carpete, os pisos vinílicos (Figura 32) também são encontrados em diversos estilos e padrões. São resistentes, macios e simples de instalar e manter. Alguns tipos também possuem propriedades acústicas e antiderrapantes (GURGEL, 2020). Figura 32 - Piso vinílico

Fonte: LEROY MERLIN (S/D)


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3.7 ACÚSTICA Moser (2005) destaca que um dos grandes problemas de alguns escritórios é o desconforto devido aos ruídos. Estes são definidos como sons desagradáveis, que perturbam as pessoas. O ruído pode ocasionar a mudança do estado de alerta, além da perturbação dos indivíduos (KROEMER e GRANDIEAN, 2007). Os tipos de trabalho que demandam maior dedicação mental ou em que o entendimento da linguagem é primordial são “sensíveis ao ruído”, sendo que qualquer ruído, mesmo que de baixa intensidade, pode ser prejudicial ao pleno exercício dos mesmos. Além disso, esses sons desagradáveis podem dificultar o aprendizado de certos tipos de técnicas, além de atrapalhar a performance mental quando são altos e variáveis (KROEMER e GRANDIEAN, 2007). Para resolver o problema da crescente poluição sonora causada pelos ruídos nos meios urbanos, é essencial preparar as edificações de modo a melhorar as condições sonoras dos espaços internos. Para ambientes de escritório, a NBR 10152 (1987 apud BÓSCHI; MOISÉS; GHISI, 2019) recomenda a intensidade sonora de 30-40 dB (decibéis) em salas destinadas a realização de reuniões, enquanto salas de projetos, administração e gerência devem apresentar de 35-45 dB. Os ambientes de trabalho que possuem melhor qualidade acústica fomentam a concentração, atenção e motivação de seus colaboradores. (SCOPEL, 2015 apud BÓSCHI; MOISÉS; GHISI, 2019). O tratamento acústico é feito a partir da aplicação de elementos com propriedades absorventes, podendo captar de 30 a 100% da energia sonora incidente. Como exemplos de materiais, pode-se citar as chapas de gesso, lãs de rocha e vidro, feltro, entre outros (GREVEN; FAGUNDES; EINSFELDT, 2006 apud BÓSCHI; MOISÉS; GHISI, 2019). Outra maneira de se implementar o tratamento acústico é a partir dos chamados isolamentos, que bloqueiam a passagem de som pelas paredes. Esse sistema é formado por massa-mola-massa, sendo a massa um material como gesso, por exemplo, e mola o ar ou um elemento absorvente, quando se deseja melhor performance, como indicado na Figura 33 (GREVEN; FAGUNDES; EINSFELDT, 2006 apud BÓSCHI; MOISÉS; GHISI, 2019).


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Figura 33 - Esquema de isolamento acústico em parede de Drywall

Fonte: DIFORDECK (2020)

3.8 SOM AMBIENTE Além do tratamento acústico, grande parte das empresas utilizam o som ambiente em seus espaços, segundo o portal Qualidade Corporativa (2018). Sons ambientes ou “músicas de fundo”, são ideais para os escritórios onde deve-se haver concentração dos trabalhadores, uma vez que são discretos, tranquilos e pouco perceptíveis, agindo no subconsciente. Esse tipo de som é criado para ser agradável, não distrai as pessoas e, ao mesmo tempo, consegue abafar os ruídos, contribuindo para a composição de um ambiente corporativo mais agradável (KROEMER e GRANDIEAN, 2007). Impulsos sonoros possuem um efeito estimulante, principalmente quando se trata de contextos entediantes (KROEMER e GRANDIEAN, 2007). Mas, para implementar sons ambientes de forma a contribuir com o bem-estar dos usuários, é necessário compreender quais atividades são exercidas no local, de modo a descobrir o conforto sonoro para os colaboradores (QUALIDADE CORPORATIVA, 2018).


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3.9 AROMATERAPIA A aromaterapia olfatória auxilia nos sintomas prejudiciais propiciados pelo cotidiano da vida atual. Além de ajudar na melhora do humor, da cognição e da imunidade, a aromaterapia colabora para a redução da dor, depressão, estresse, entre outros benefícios (TRISKA, 2003). A utilização de óleos essenciais ajuda a aumentar a produção e eficiência dos trabalhadores, ao mesmo tempo que contribui para o bemestar. Eles podem ser usados no ambiente através de difusores, humidificadores e sprays para ambientes (WORWOOD, 2016). Passou-se a utilizar a aromaterapia nos espaços corporativos pois, além dos efeitos já citados, também ajuda a prevenir doenças associadas ao trabalho e na produtividade. Os óleos essenciais ajudam na purificação do ambiente, é bactericida, antifúngico e antiviral, diminuindo a incidência de alergias, doenças respiratórias e contagiosas, consequências decorrentes do uso de ar-condicionado e dos ambientes fechados (KNASKO, 1992 apud TRISKA, 2003). Segundo Baron (1990 apud TRISKA, 2003), os trabalhadores não só sentem maior bem-estar, como começam a pensar de maneira mais clara, positiva e reagir de forma intuitiva. Assim, pode-se concluir que a aromaterapia nos locais de trabalho é um investimento que auxilia os trabalhadores e proporciona uma atmosfera mais humanizada (TRISKA, 2003). Uma pesquisa feita pela Takasago, maior empresa produtora de fragrâncias, evidenciou que os trabalhadores apresentaram 54% menos erros de digitação quando era utilizado o limão para perfumar o local de trabalho, enquanto com jasmim e lavanda, respectivamente, foram 33% e 20% menos erros (WORDWOOD, 1996 apud TRISKA, 2003). Para o ambiente de trabalho, os óleos cítricos, como limão, laranja, tangerina e bergamota, por exemplo, são boas opções, pois são agradáveis e poucas pessoas se opõem a esses aromas. Uma combinação recomendada por Worwood (2016) é toranja e limão com uma pequena quantidade de lavanda ou alecrim. A lavanda, além de possuir naturalmente propriedades antibióticas, transmite a sensação de tranquilidade no ambiente. O alecrim contribui para a memória, enquanto a toranja evita a sensação de cansaço e o limão ajuda no foco dos colaboradores e promove a


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limpeza do ar. Essa combinação possui um aroma agradável para a maioria das pessoas, auxilia a concentração e aumenta a inspiração dos trabalhadores. Pode-se utilizar diferentes aromas em determinadas horas do dia, a fim de alcançar os benefícios os quais o grupo de trabalho está necessitando, como concentração ou relaxamento (TRISKA, 2003). 3.10 LAYOUT Um aspecto importante para que se alcançar o conforto dos usuários nos espaços corporativos é a configuração do layout. As empresas devem levar em consideração as atividades a serem desempenhadas no ambiente e fornecer tanto espaços onde os colaboradores possam se isolar quanto locais mais abertos, que propiciem maior troca de ideias e interações interpessoais (MOSER, 2013). Layouts flexíveis e adaptáveis também estão sendo amplamente explorados na arquitetura, sendo um reflexo da própria sociedade, que está em constante mudança. (SILVA e ELOY, 2012 apud BOSA, 2017). Na prática, para a criação de ambientes flexíveis, o uso de formas primárias é indicado, pois estas se adaptam a diversas tipologias de programas de necessidades (BOSA, 2017). Outra forma de implementar a flexibilidade é o desenvolvimento de plantas abertas e funcionais, além de artifícios que possibilitam a constante alteração das plantas, como paredes de Drywall e divisórias móveis, como a indicada na Figura 34 (SILVA; ELOY, 2012 apud BOSA, 2017).


55 Figura 34 - Malha metálica, exemplo de divisória flexível

Fonte: KIKUYAMA para ARCHDAILY (2018)

Também deve-se introduzir mobiliários moduláveis, que possibilitem a cada pessoa organizar seu espaço de trabalho e suas interações com os demais, sendo este um ponto chave para o desenvolvimento de um escritório melhor (MOSER, 2013). Mesmo os projetos pautados na arquitetura flexível devem possuir espaços fixos, como cozinhas, instalações sanitárias e outros destinados aos serviços. Estes devem ser localizados, preferencialmente, nas extremidades ou no centro da edificação (SILVA e ELOY, 2012 apud BOSA, 2017). Percebe-se que a flexibilidade no ambiente corporativo possibilita a gestão dos graus de interação, independência e privacidade dos colaboradores, condições estas que favorecem o bem-estar e são indispensáveis em ambientes de trabalho (MAYER, 1995 apud BOSA, 2017) (DUFFY e TANIS, 1993 apud BOSA, 2017). 3.11 ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA, LAZER E DESCANSO Um outro aspecto que deve ser levado em conta para a contribuição do bem-estar dos trabalhadores em ambientes corporativos é a criação de espaços de convivência e lazer, como lanchonetes, ambientes de descompressão, de descanso (Figura 35) e salas de jogos (Figura 36), por exemplo. A inserção desses espaços incentiva a integração entre os colaboradores, o entretenimento e o relaxamento, fazendo com que os funcionários voltem ao exercício de suas tarefas mais dispostos, aumentando o bem-estar (VOORDT, 2003 apud BOSA, 2017).


56 Figura 35 - Espaço de lazer do Google/Alphabeta de Dublin, Irlanda

Fonte: ARCHDAILY (2013)

Figura 36 - Ambientes de descanso

Fonte: THOMPSON, 2017

Os resultados da pesquisa realizada, identificados pela Figura 13 no início deste capítulo, mostram que poucos escritórios possuem espaços de descompressão. Além disso, as respostas à questão identificada pela Figura 37, demostram essa necessidade por parte dos trabalhadores.


57 Figura 37 -Ambientes e características desejadas pelos trabalhadores

Fonte: Elaboração própria (2021)

Percebe-se que a necessidade de ambientes destinados a descompressão e relaxamento não é atendida por grande parte das empresas atuais e que apenas 16% dos trabalhadores são indiferentes, ou seja, se sentem plenamente satisfeitos com os ambientes que existem em seus locais de trabalho. No tópico a seguir, são apresentados dois escritórios de empresas que, mesmo sendo classificados como tradicionais, foram escolhidos por possuírem diversas das características mencionadas nesse capítulo, como a presença de ambientes de descompressão e elementos biofílicos, sendo bons exemplos projetuais a se seguir. Esses escritórios são do Google/Alphabeta e do Airbnb. 3.12 PROJETOS DE REFERÊNCIA 3.12.1 Google/Alphabeta de Dublin, Irlanda Os ambientes de trabalho do Google/Alphabeta são referência em todo o mundo. São locais notadamente projetados para fomentar o desenvolvimento criativo. O escritório localizado em Dublin, Irlanda, é um dos exemplos (Figura 38). Criado por Camenzind Evolution, Henry J. Lyons Architects e concluído no ano de 2011, este projeto é destinado às equipes de marketing, vendas, engenharia e finanças da empresa, sendo essas equipes compostas por pessoas de diferentes partes do planeta (ARCHDAILY, 2013).


58 Figura 38 - Fachada do escritório do Google/Alphabeta de Dublin

Fonte: ARCHDAILY (2013)

É uma construção composta por quatro edifícios exclusivamente destinados aos escritórios: Google Docks, Gasworks House, Gordon House e One Grand Canal. De acordo com a descrição enviada pela equipe de projeto para o site archdaily, o campus dessa unidade do Google foi criado para ser estimulante e interativo, como explicitado no plano diretor a seguir: Além de espaços de escritório inovadores, o plano diretor exigiu a organização bem-sucedida de uma multiplicidade de funções adicionais, tais como 5 restaurantes, 42 micro cozinhas e centros de comunicação, salas de jogos, centro fitness, piscina, áreas de lazer, conferências, centro de ensino e desenvolvimento, pontos de tecnologia, mais de 400 salas de reunião formais e informais e cabines telefônicas, etc. (ARCHDAILY, 2013).

A criação de todos esses ambientes se deve à filosofia de trabalho do Google, com incentivo ao ambiente de trabalho equilibrado e saudável, favorecendo a interação dos funcionários e, por sua vez, a criatividade. As funções foram distribuídas por edifício e pavimento. O Google Docks, por exemplo, possui 14 pavimentos que incluem os temas: busca, seja verde, @casa, criação, organização e inovação (ARCHDAILY, 2013). A Figura 39 apresenta um dos ambientes de trabalho existentes no escritório.


59 Figura 39 - Ambiente de trabalho flexível

Fonte: ARCHDAILY (2013)

Em cada pavimento, existe uma área principal que funciona como centro de comunicação integrado entre diversas funções, abrangendo desde ambientes de trabalho flexíveis a locais de trabalho alternativos, salas de reunião informais, salas de jogos (Figura 40) e até uma piscina coberta. Esses espaços são os diferenciais de cada andar, promovendo características únicas ao ambiente e proporcionando experiências diferentes das habituais em ambientes de trabalho, algo que é bastante característico dos escritórios do Google. Os temas específicos dos pavimentos são reproduzidos através dos materiais, cores e formas distintas. Os edifícios também são pautados em temas. Gasworks House foi reformulado para apresentar paisagens naturais e artificiais da Europa, Oriente Médio e África, como céu, montanhas, paisagens urbanas e agrícolas, florestas e água. O edifício One Grand Canal possui referência na cultura irlandesa, contendo uma biblioteca que teve como referência o Long Room em Trinity College e a reprodução de um pub irlandês. Já o Gordon House teve inspiração do próprio Google e sua característica multicultural, com a mistura das cores de bandeiras de todos os países em um corredor virtual de cores, de forma a criar um espaço de trabalho dotado de conectividade, diversidade, funcionalidades e flexibilidade (ARCHDAILY, 2013).


60 Figura 40 - Área de lazer mesclada com ambiente de trabalho

Fonte: ARCHDAILY (2013)

Outro ponto fundamental para o Google é a sustentabilidade. Todos os projetos de imóveis da empresa são feitos pautados nos requisitos para obtenção do certificado LEED (Lidership in Energy and Environmental Design) (ARCHDAILY, 2013). Esse certificado foi criado pela instituição americana USGBC (U.S. Green Building Council), visando a promoção de edifícios sustentáveis e rentáveis, assim como ambientes saudáveis para morar e trabalhar (LEITE, 2011). O projeto abordado neste estudo aguarda os certificados LEED Gold e LEED Platinum (ARCHDAILY, 2013). Este escritório do Google/Alphabeta apresenta diversos aspectos abordados nesta pesquisa que contribuem para o bem-estar e criatividade. Além dos postos de trabalho, que se desenvolvem em formatos diversos, desde tradicionais mesas em locais silenciosos aos sofás inseridos em ambientes mais descontraídos, o Google/Alphabeta de Dublin conta com: •

Layout aberto, incentivando a integração e a colaboração entre os funcionários;

Cores estimulantes, que contribuem para a criatividade e para o bem-estar;

Elementos característicos do design biofílico, como plantas, cores e formas orgânicas que remetem a natureza (Figuras 41 e 42);

Grandes aberturas para o meio externo que possibilitam a entrada de iluminação natural;


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Divisórias de vidro, que permitem a visibilidade dentro do ambiente de trabalho;

Ambientes de descompressão.

Esses são alguns dos elementos presentes no escritório que fazem com que este seja uma boa referência projetual para ambientes corporativos no mundo todo. Observase que sua elaboração se pauta na qualidade de vida no trabalho de seus colaboradores, proporcionando um ambiente adaptado às diversas necessidades pessoais dos mesmos. Figura 41 - Elementos que remetem à natureza

Fonte: ARCHDAILY (2013)

Figura 42 - Ambiente de trabalho que remete ao mar

Fonte: ARCHDAILY (2013)


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3.12.2 Airbnb de São Francisco, Estados Unidos Seguindo o ideal de conforto e bem-estar no ambiente de trabalho, o edifício do Airbnb a seguir, assim como o Google/Alphabeta de Dublin, também é uma boa referência projetual. Segundo o Archdaily, o escritório 999 Brannan, localizado em São Francisco, Estados Unidos, foi projetado pelo grupo do Airbnb’s Environments com colaboração do escritório WRNS. Teve conclusão em 2017, sendo o novo espaço do complexo da empresa no país, ao lado do 888 Brannan. A Figura 43 mostra uma das fachadas do edifício. Figura 43 - Fachada do escritório do Airbnb, 999 Brannan

Figura: ARCHDAILY (2018)

O 999 Brannan foi o maior projeto criado pelo Airbnb’s Environments, possuindo 14000m² e empregando aproximadamente 1000 colaboradores de áreas distintas. O objetivo era evidenciar as principais qualidades da edificação, com o obstáculo de vincular e realçar sua estrutura central (Figura 44). Já a parte conceitual do projeto se baseia na ideia de “pertencer a qualquer lugar”, um princípio do Airbnb. Para isso, utilizou-se referências da comunidade global da empresa como norteadores do projeto. Cada pavimento possui inspiração em uma cidade: Buenos Aires (primeiro pavimento), Kyoto (segundo pavimento) Jaipur (terceiro pavimento) e Amsterdam (quarto pavimento). Dessa forma, as inspirações desde os materiais até os cafés são baseadas nessas cidades (ARCHDAILY, 2018).


63 Figura 44 - Entrada do escritório 999 Brannan

Fonte: ARCHDAILY (2018)

A intenção do projeto era que o ambiente de trabalho fosse como uma casa personalizada para os colaboradores. Os espaços de trabalho são divididos em 16 bairros, onde em cada bairro trabalham 50 pessoas. Esses bairros possuem: [...] área para trabalho com grandes mesas comunitárias feitas sob medida, algumas mesas altas, três salas de ligação, depósitos pessoais, uma garagem com 15 a 30 vagas e uma sala de reunião adaptável para as necessidades a partir de uma porta de garagem que se abre ou fecha, aumentando ou diminuindo, o tamanho da sala (ARCHDAILY, 2018).

A Figura 45 demonstra parte dos ambientes existentes no edifício. Pode-se notar que cada ambiente possui características diferentes e que a disposição destes se assemelha a um edifício residencial, o que evidencia a intensão de fazer com que o ambiente de trabalho remeta às moradias dos trabalhadores.


64 Figura 45 - Ambientes de trabalho diferenciados

Fonte: ARCHDAILY (2018)

O projeto também contou com a participação dos próprios funcionários da empresa, a partir da “Experiência de Design do Empregado”, possibilitando a contribuição dos colaboradores no desenvolvimento dos elementos finais das salas de reunião (ARCHDAILY, 2018). Figura 46 - Parte central do edifício, que conta com uma grande claraboia, proporcionando iluminação natural

Fonte: ARCHDAILY (2018)

Neste projeto, pode-se perceber a utilização de formas orgânicas, além de texturas e elementos que remetem a natureza, como madeira. Existem muitas aberturas que proporcionam a entrada de iluminação natural no interior do edifício. Foram utilizadas cores neutras e detalhes coloridos, de forma equilibrada, para estimular os usuários.


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Como descrito anteriormente, os ambientes foram pensados para que os funcionários se sentissem em casa em relação ao conforto, mas que, ao mesmo tempo, pudessem estar “em qualquer lugar do mundo”, uma vez que os espaços foram projetados com características baseadas em alguns países onde o Airbnb atua. Os ambientes também são bem amplos e abertos, incentivando a relação interpessoal entre os trabalhadores e, dessa forma, o colaborativismo. Assim como no escritório da Google/Alphabeta, o 999 Brannan possui espaços para descompressão dos usuários, como o ambiente para a prática de exercícios físicos identificado na Figura 46, além de mobiliários que permitem o descanso, como o da Figura 47. Figura 47 - Espaço para prática de exercícios

Fonte: ARCHDAILY (2018) Figura 48 - Mobiliário que possibilita o descanso

Fonte: ARCHDAILY (2018)


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3.13 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS SOBRE O CAPÍTULO Neste capítulo, foram abordados os aspectos projetuais que devem ser implementados nos ambientes de trabalho, a fim de proporcionar maior bem-estar aos usuários. Foram estudados dois ambientes corporativos que obtiveram êxito na aplicação dos aspectos citados, sendo ótimas referências de projeto para escritórios de todo o mundo. Os instrumentos citados neste capítulo são muito importantes para a criação de ambientes corporativos melhores, incluindo os espaços de coworking, tema do capítulo a seguir.


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4. COWORKING: UMA NOVA MANEIRA DE SE TRABALHAR 4.1 O QUE É COWORKING? Apesar de ser um termo que está se popularizando há relativamente poucos anos, como será exposto nos tópicos seguintes, a pesquisa realizada demonstrou que grande parte dos trabalhadores sabe o que são espaços de coworking, como demonstrado no gráfico da Figura 49. Figura 49 - Porcentagem de trabalhadores que conhece e que desconhece o que é um coworking

Fonte: Elaboração própria (2021)

De acordo com Leforestier (2009), os espaços de coworking consistem em ambientes onde profissionais de diferentes áreas podem trabalhar de forma flexível. É um espaço que favorece a interação entre os usuários, baseado nos valores: participação, compartilhamento e mente aberta. Fost (2008 apud CAMPOS et al., 2015) e Leforestier (2009 apud CAMPOS et al., 2015) citam que no coworking são compartilhados os ambientes físicos, mobiliários, custos de aluguel, telefonia, internet e endereço comercial, o que cria um ambiente favorável ao networking e troca de conhecimentos e vivências. É um espaço propício para o desenvolvimento do empreendedorismo, criatividade, inovação e propagação de conhecimento. Assim, aqueles profissionais que desejam trabalhar em um local com boa infraestrutura, além de usufruir de todos os benefícios profissionais


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mencionados, mas não querem ter seu próprio escritório ou não possuem condições para isso, tem o coworking como uma boa opção (LEFORESTIER, 2009). Segundo o portal Coworking Offices, o termo coworking foi criado em 1999, pelo escritor e designer de jogos norte-americano Barnie DeKoven, com a finalidade de retratar um tipo de trabalho colaborativo apoiado no uso de novas tecnologias, com base no computador. Já o coworking contemporâneo, que engloba um espaço físico, foi criado em 2005, mas começou a ser mais propagado em 2007 (LEFORESTIER, 2009). Localizado nos Estados Unidos, o San Francisco Coworking Space, inaugurado em 2005, é considerado o primeiro coworking do mundo. Porém, anteriormente, alguns “ensaios” de coworking foram reproduzidos ao redor do mundo, mas sem adotarem o termo coworking. Dois exemplos são Schraubenfabrik, uma fábrica de Viena e o Gate 3 Work Club, na Califórnia (COWORKING BRASIL, 2020). Desde seu início até os dias atuais, o coworking foi amplamente difundido por todo o mundo. Enquanto em 2006 existiam apenas 30 espaços registrados, o levantamento realizado em 2017 apontou a existência de mais de 12 mil coworkings ao redor do mundo (COWORKING BRASIL, 2020). Segundo o site coworkingbrasil.org, apesar dos impactos causados pela COVID-19, os fundadores, gestores e entusiastas do movimento são otimistas quanto ao futuro. Isto porque o coworking não é simplesmente um espaço, mas reflete uma cultura que se encaixa no contexto atual, para as pessoas, cidades e negócios. É um local que reflete a conectividade, cultura colaborativa e sustentabilidade, que definem a nova era vivida no mundo contemporâneo. Além disso, de acordo com a pesquisa realizada, demonstrou-se que os espaços de coworking são os ambientes corporativos onde os usuários se sentem mais satisfeitos, como demonstrado nos gráficos da Figura 50.


69 Figura 50 - Satisfação dos trabalhadores segundo tipos de ambientes de trabalho

Fonte: Elaboração própria (2021)

Esse resultado expõe que, atualmente, os coworkings são os ambientes corporativos que mais atendem as necessidades dos trabalhadores. Em outra questão, perguntouse às pessoas que trabalham em escritórios tradicionais e em home office se considerariam trabalhar em um espaço de coworking. As respostas se mostraram favoráveis à ideia (Figura 51) o que confirma que esses espaços possuem forte tendência a se tornarem os principais ambientes corporativos da contemporaneidade. Figura 51 - Porcentagem dos trabalhadores pesquisados que trabalhariam em um coworking

Fonte: Elaboração própria (2021)


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4.2 COWORKING NO BRASIL; No país, os primeiros espaços de coworking foram implementados há poucos anos. Segundo a revista FAAP (2015), a história do movimento em terras nacionais começou em 2007, primeiramente com a implementação de uma unidade da rede internacional The Hub (atualmente Impact Hub). Ainda no mesmo ano, surge o primeiro coworking nacional, o Ponto de Contato, localizado em São Paulo. (COWORKING BRASIL, 2020) Em 2012, criou-se o site coworkingbrasil.org, dedicado a divulgação do coworking e conexão entre os espaços localizados no país com seus usuários e público-alvo (COWORKING BRASIL, 2020). A implementação do coworking foi crescendo ao longo dos anos, como pode-se perceber na linha do tempo da Figura 52. O primeiro censo que contabilizou esses espaços foi realizado 2015, apontando que existiam 238 locais de coworking no Brasil, passando para 378 em 2016 e 810 em 2017. Já no último censo, realizado em 2019, eram mais de 1.497 ambientes espalhados pelo país (COWORKING BRASIL, 2020). Figura 52 - Linha do tempo do coworking no Brasil

Fonte: Elaboração própria (2020)


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4.3 PRINCÍPIOS DO COWORKING; O site wiki.coworking.org (apud CAMPOS; SCHMITZ; TEIXEIRA, 2015) aponta os valores e princípios do coworking como: a)

Abertura: os espaços são abertos, de maneira a fomentar as discussões entre

os usuários, uma vez que se crê que a transparência e abertura proporcionam a liberdade para criação de novas ideias e a cocriação; b)

Acessibilidade: para atender a todas as pessoas, é necessário investir na

acessibilidade, baseando-se no feedback como meio de saber as necessidades dos usuários e, assim, aperfeiçoar os ambientes; c)

Colaboração: um dos diferenciais do coworking é trabalhar com pessoas de

diferentes áreas de atuação, o que propicia trocas de conhecimentos, contribuindo para o exercício profissional; d)

Comunidade: proporciona um ambiente no qual todas as pessoas podem

colaborar e se beneficiar das relações interpessoais desenvolvidas. Campos (2015) observa que, apesar de existirem diferenças locais, culturais, estruturais e de áreas de atuação, os espaços de coworking possuem características espaciais comuns. Para Martin et al. (2010 apud CAMPOS; SCHMITZ; TEIXEIRA, 2015), esses princípios podem ser refletidos no espaço físico, psicológico, virtual, biológico e de interação. Campos, Schmitz e Teixeira (2015) também sugerem que, além destes ambientes, pode-se desenvolver espaços de equilíbrio. Os espaços citados são definidos como: Espaço Físico: determinado como um local de inovação, conhecimento e que fomenta a criatividade, que para Martin et al. (2010 apud CAMPOS; SCHMITZ; TEIXEIRA, 2015) decorre das características das propensões pessoais ou organizacionais, das necessidades e atividades exercidas no local. O espaço físico é um instrumento base para a concepção de negócios, aprendizagens, networking entre outros fatores. JISC (2004 apud CAMPOS; SCHMITZ; TEIXEIRA, 2015) define que os espaços físicos devem ser pautados no design flexível, para que este possa se adaptar às necessidades das atividades a serem desenvolvidas e dos colaboradores. Espaço Psicológico: é essencialmente um espaço destinado a troca, a partilha de contextos e culturas pessoais e comunitárias, nos âmbitos de trabalho, vivência, conhecimentos e socialização. Martin et al. (2010 apud CAMPOS; SCHMITZ;


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TEIXEIRA, 2015) são os ambientes onde vários aspectos da vida podem ser expressos e compartilhados, que incentivam o envolvimento para a elaboração de atividades em grupo. JISC (2004 apud CAMPOS; SCHMITZ; TEIXEIRA, 2015) declara que esses ambientes propiciam a motivação, o trabalho colaborativo e a inclusão entre os funcionários, favorecendo o aprimoramento de valores humanos e sociais. Espaço Virtual: além da Educação a Distância (EAD), o ambiente virtual possibilita variados meios de interação entre os colaboradores, em diferentes instrumentos e espaços virtuais. As ferramentas necessárias para a implementação do espaço virtual envolvem a internet, smartphones, tablets, vídeo conferências, quadros interativos e tecnologias assistidas, por exemplo, que dão suporte ao aprendizado em suas mais variadas formas (JISC, 2004 apud CAMPOS; SCHMITZ; TEIXEIRA, 2015). Espaço Biológico: envolve o aprimoramento das particularidades e habilidades pessoais, físicas e mentais, de forma a contribuir para a promoção da aprendizagem. As pesquisas na área da neurociência são aplicadas na concepção desses ambientes, de modo a estimular as capacidades e a cognição dos usuários (CAMPOS; SCHMITZ; TEIXEIRA, 2015). Espaço de Interação: promovem o contato entre os diferentes membros do coworking, como pesquisadores, empresários e estudantes (CAMPOS; SCHMITZ; TEIXEIRA, 2015). Espaços de Equilíbrio: propiciam a expansão da espiritualidade, da contemplação, da relação com a natureza, da sensação de descanso e bem-estar, o que proporciona o aprimoramento do autoconhecimento. Para Roberto (2004 apud CAMPOS; SCHMITZ; TEIXEIRA, 2015), essas experiências levam a um estado de calma interior, suscitando também uma melhor percepção acerca da realidade exterior e interior. As características citadas devem ser relacionadas aos ambientes e serviços oferecidos pelos espaços de coworking, que variam de local para local e são bastante diversos. O site coworkingbrasil.org mostra que os coworkings brasileiros já refletem essa diversidade, podendo ser equipados com espaços para convivência, bibliotecas, café gratuito, bicicletário, serviço de impressão, sala de reuniões e ambientes acessíveis, por exemplo.


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4.4 ESTUDO DE CASO: SELINA DE PRAIA MOLE, FLORIANÓPOLIS-SC Para estudo de caso, foi escolhida a unidade da rede Selina localizada em Praia Mole, Florianópolis-SC (Figura 53). A marca se pauta em um conceito inovador de negócios, combinando diversos espaços em um mesmo empreendimento. É, em essência, uma rede de hotelaria, mas que inclui o espaço de coworking, lojas, espaços culturais e restaurantes em suas unidades (DESIDÉRIO, 2018). Figura 53 - Fachada do Selina de Praia Mole, SC

Fonte: SELINA (2020)

Antes de estudar o espaço de coworking em si, é preciso entender alguns aspectos da rede como um todo, que imprime seus princípios em todas as suas unidades. Primeiramente, o público-alvo do Selina é baseado em pessoas que trabalham remotamente, podendo, assim, estar ou mesmo morar temporariamente em diferentes lugares para o exercício do trabalho, os chamados “nômades digitais”. Por isso, todos os hotéis da marca possuem um amplo espaço de coworking, visando atender tanto os hóspedes quanto a população local. Cada unidade é pensada de acordo com as necessidades da região, sendo personalizadas a partir de pesquisas realizadas com a população. Além disso, para imprimir características locais aos ambientes, o grupo contrata designers e artistas da comunidade que produzem obras diversas para decoração das unidades (DESIDÉRIO, 2018). Refletindo os conceitos da rede, o espaço de coworking Selina de Praia Mole é descrito pelo site da empresa como o “equilíbrio perfeito entre trabalho e profissão”, proporcionando aos seus usuários um local de trabalho que incentiva a criatividade e produtividade, como a sala da Figura 54 (SELINA, 2020).


74 Figura 54 - Ambiente de coworking

Fonte: BEERORCOFFEE (2020)

É cercado pela natureza, estando localizado entre a Praia Mole e a Lagoa da Conceição. Conta com diversos serviços, de espaços básicos como salas de reunião, estacionamento, vestiário e cozinha até espaço de convivência, eventos, lounge, biblioteca (Figura 55), cafeteria entre outros (FREITAS, 2020). Figura 55 - Biblioteca disponível no espaço de coworking

Fonte: SELINA (2020)


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4.5 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS SOBRE O CAPÍTULO. Neste capítulo, discorreu-se a respeito do coworking, suas características, valores e história no mundo, bem como a exemplificação em forma de projeto no estudo de caso do Selina de Praia Mole, Florianópolis-SC. Os estudos feitos, tanto neste capítulo quanto nos anteriores, propiciaram aprendizados os quais possibilitaram o desenvolvimento da próxima etapa deste trabalho, envolvendo a elaboração de um ambiente de coworking pautado no bem-estar dos usuários.


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5. ESTUDO PARA PROJETO DE UM COWORKING No decorrer desta monografia, foram vistos os aspectos a serem considerados para a criação de melhores ambientes de trabalho, visando o favorecimento ao usuário e seu consequente desempenho. Estes aspectos devem estar alinhados com as necessidades atuais dos trabalhadores, que incluem a flexibilidade e a interação com as pessoas, gerando assim o estudo do espaço de coworking proposto, que, além de se adaptar às necessidades supracitadas, configura uma forte tendência no mercado de ambientes corporativos. Assim, chegou-se à proposta de uma edificação para este ensaio, um espaço de coworking baseado no bem-estar dos usuários, denominado “Work to”. É comum que as pessoas associem o trabalho à uma obrigação, mas este deve ser visto como um meio para realização de sonhos, satisfação pessoal, melhoria de vida e diversos outros motivos. Associando ao bem-estar, que norteou todo o desenvolvimento desta pesquisa e as opções de projeto, o nome do edifício procurou remeter aos objetivos pelos quais as pessoas trabalham, às consequências positivas que serão geradas a partir do trabalho. Por isso, chegou-se ao nome “Work to”, que, na tradução literal do inglês, significa “trabalhar para”, a fim de remeter aos usuários o porquê de eles estarem ali. 5.1 PERFIL DO USUÁRIO Para identificar o público-alvo do projeto, foram considerados os dados levantados pela pesquisa etnográfica realizada, destacando os resultados obtidos pelas questões ilustradas nos gráficos das Figuras 56 e 57.


77 Figura 56 - Tempo de mercado dos trabalhadores pesquisados

Fonte: Elaboração própria (2021)

Figura 57 - Tipo de ambiente corporativo em que os pesquisados trabalham

Fonte: Elaboração própria (2021)

Analisando os resultados dos gráficos das Figuras 56 e 57 com o da Figura 51 apresentada anteriormente, percebe-se que o público que se mostrou favorável ao trabalho em um espaço de coworking é diverso, abrangendo desde os profissionais mais experientes até os que entraram há pouco no mercado de trabalho. Considerando também que a pesquisa foi distribuída para variados tipos de profissionais, estabeleceu-se que o espaço de coworking deste trabalho fosse desenvolvido para atender à um perfil heterogêneo de pessoas e profissões, como por exemplo profissionais liberais, empresários e autônomos, que desejem trabalhar em um local confortável, estimulante e com uma boa estrutura, além de contar com vários serviços.


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5.2 ESTUDO DA ÁREA DO PROJETO O projeto foi implantado no terreno localizado entre a rua Archimedes Vivácqua e a Avenida Dante Michelini, no bairro Jardim da Penha, Vitória-ES. Um dos motivos para a escolha deste local onde a proposta foi desenvolvida foi o fato de que grande parte das pessoas que residem na região metropolitana da Grande Vitória trabalham na capital, o que se evidenciou nas respostas da pesquisa, identificadas pelas Figuras 58 e 59. Figura 58 - Cidade onde os pesquisados moram

Fonte: Elaboração própria (2021)

Figura 59 - Cidade onde os pesquisados trabalham

Fonte: Elaboração própria (2021)


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5.2.1 Análise funcional-paisagística da área de estudo No tocante às questões funcionais paisagísticas, o local conta com uma bela paisagem, frontal para o mar, contribuindo fortemente para a sensação de bem-estar dos usuários no edifício (Figura 60). Figura 60 - Paisagem frontal do terreno do edifício proposto

Fonte: GOOGLE MAPS (2020)

As fachadas principais estão orientadas para o Leste (Avenida Dante Michelini) e para o Norte (Rua Arquimedes Vivácqua). Considerando o que fora exposto a respeito da orientação solar neste trabalho, o empreendimento conta com a incidência solar direta pela manhã na fachada Leste, enquanto a Norte recebe iluminação natural mais branda durante o dia inteiro. O vento predominante é o Nordeste, contribuindo para a ventilação natural do edifício, pois, como veremos nos tópicos seguintes, possui janelas orientadas para esta direção. Percebe-se que o local não tem muitas variações nas curvas de nível existentes, o que o configura como plano. A região conta com alguns equipamentos urbanos que fomentam a utilização do espaço por parte de públicos diversos e em horários diferentes ao longo do dia. O denominado “Salvamar”, ponto onde estão localizados os profissionais salva-vidas, evidenciam a apropriação do local para banho de praia, que atrai pessoas de todas as idades.


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Existem também os equipamentos esportivos, destinados a jovens e adultos, e a academia popular para pessoas idosas. Esses equipamentos são utilizados durante o dia inteiro, o que fomenta a movimentação da orla. Outro tipo de equipamento urbano que movimenta a região são os quiosques. Estes são responsáveis por estimular a frequentação noturna, atraindo, principalmente, jovens e adultos. O mapa da Figura 61 a seguir ilustra todas as características citadas acima. Figura 61 - Mapa funcional-paisagístico

Fonte: Elaboração própria (2021)


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5.2.2 Análise de usos e vias Observando o mapa presente na Figura 62, percebe-se a forte presença do uso residencial, havendo também edifícios comerciais, como banco, hotéis, academia e quiosques, além de edifícios de uso misto. Por conta dessas características, a implantação de um ambiente que funcione durante todo o dia é interessante para movimentar o local, induzindo maior sensação de segurança às pessoas. Figura 62 - Mapa de usos e vias

Fonte: Elaboração própria (2021)


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Pela vocação residencial, a implantação de um espaço de coworking nessa região tende a atrair as pessoas que moram nas redondezas. Nota-se, também, que a localidade é bastante adensada, com poucos espaços sem uso e, portanto, possui um potencial de crescimento consolidado, com poucas chances de mudança de perfil. A principal via da região é a Avenida Dante Michelini, classificada como uma via arterial, possibilitando uma grande movimentação de veículos ao longo do dia. Contando com ciclovia e pontos de ônibus próximos, os meios para se chegar ao terreno onde o projeto foi implantado são diversos, permitindo as pessoas terem maior liberdade de escolha de suas formas de locomoção. Além disso, nota-se a presença de calçadas arborizadas por grande parte do entorno, favorecendo também a locomoção a pé. 5.2.3 Análise do gabarito, zoneamento e índices A região possui predominância de edifícios baixos. Grande parte possui até 5 andares. As maiores construções presentes possuem de 14 a 15 andares, sendo minoria diante dos edifícios mais baixos (Figura 63). Como observado na análise do uso do solo, nota-se pouca presença de terrenos sem uso, evidenciando a alta densidade e consolidação local.


83 Figura 63 - Mapa de gabarito, zoneamento e índices

Fonte: Elaboração própria (2021)

De acordo com o zoneamento urbano, consultado no Plano Diretor Urbano (PDU) de Vitória (PMV, 2018), o terreno faz parte da Zona Arterial 2 (ZAR 2). A partir desta informação, foram extraídos os índices urbanísticos e demais parâmetros para a produção deste projeto. O coeficiente de aproveitamento (CA) mínimo da ZAR 2 é 0,2, enquanto o CA máximo é 1,4. Sabendo-se que o terreno possui 1.483m², a área computável máxima a ser


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construída equivaleria a 2.076,2 m². Porém, existe uma ressalva quanto a área construída para os terrenos da ZAR 2 que se encontram em frente à Avenida Dante Michelini, que é o caso do terreno escolhido. Nesta região, as atividades não residenciais possuem limitação quanto ao tamanho e a tipologia. Existem três grupos divididos pelo tamanho da área, sendo eles G1, até 600 m², G2, de 600 m² até 1500 m² e G3, acima de 1500 m². Em frente à Dante Michelini, são permitidas as atividades e empreendimentos especiais dos grupos G1, G2 e do subgrupo K do G3. A atividade realizada no edifício proposto se enquadra no subgrupo A, como “salas de acesso à internet”, visto que o PDU (PMV, 2018) não prevê atividades específicas ou semelhantes a um espaço de coworking. Assim, a área máxima computada permitida neste terreno é de 1500 m². A soma da área de todos os pavimentos que serão expostos no tópico seguinte, com exceção da área técnica e da garagem térrea e do subsolo, equivale a 5 (quantidade de pavimentos acima do solo) vezes 474,3 m² (área de cada pavimento), resultando em 2.371,5 m² de área construída. Porém, para o cálculo do CA, apenas são consideradas as áreas computáveis. As áreas não computáveis do projeto, além das garagens do subsolo e do térreo, incluem: •

O rooftop, que ocupa o último pavimento = 474,3 m²

15% da área de circulação vertical e horizontal das áreas computáveis, ou seja, da área total dos 4 pavimentos acima do nível da rua = 284,58 m²

As varandas e jardins das fachadas, as quais possuem área de 7,6 m² cada, contando com a estrutura que as envolve. Ao todo, são 6 jardins e 6 varandas, totalizando 91,2 m²

A recepção = 44 m²

Deste modo, a soma das áreas não computáveis citadas totaliza 894,08 m². Subtraindo este valor de 2.371,5m², têm-se a área computável de 1477,42m², e, por conseguinte, o CA de aproximadamente 1, atendendo assim as exigências locais. A taxa de ocupação máxima (TO) estabelecida pelo PDU (PMV, 2018) é igual a 60%, enquanto a taxa de permeabilidade mínima (TP) equivale a 10%. O projeto possui as respectivas taxas de 58% e 22,4%.


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Além dos índices urbanísticos, o gabarito adotado seguiu o padrão predominante na região, de 5 andares. Com 3,20 m de piso a piso, os 5 andares somados com a altura da última área técnica da cobertura resultam em 18,95 m de altura total. De acordo com essa altura, chega-se aos afastamentos laterais de 3,6m e de 4,8m aos fundos. Já o afastamento frontal é definido a partir da zona, sendo, na ZAR 2, equivalente a 4m. Como o edifício está implantado em um terreno de esquina, este valor foi adotado para o afastamento da porção norte e leste do terreno, voltadas para a rua Archimedes Vivácqua e para a Av. Dante Michelini, respectivamente. Por fim, o cálculo das vagas de garagem em edifícios comerciais, segundo o PDU de Vitória (PMV, 2018), deve seguir a proporção de 1 vaga de automóvel a cada 40m² de área computada, descontando-se 08 vagas do total. Logo, o número de vagas mínimas exigidas para o edifício é 29. Porém, o projeto conta com 36 vagas para automóveis no subsolo e 12 vagas para motos na garagem térrea, totalizando 48 vagas. Também foram previstos paraciclos na garagem térrea e bicicletário no subsolo. 5.2.4 Conclusão Em suma, esse terreno foi escolhido pelos fatores listados a seguir: •

Atende ao público-alvo: de acordo com a pesquisa realizada, a maior parte dos trabalhadores que vivem na grande Vitória trabalham na capital, salvo as exceções dos que trabalham fora da região metropolitana capixaba;

Vista para o mar: seguindo o conceito de interação com o ambiente e bem-estar, é preferível que a vista para o exterior seja agradável, incluindo também a questão da biofilia mencionada na pesquisa;

Locomoção: além de se localizar em frente à via arterial, a Avenida Dante Michelini, o terreno conta com ponto de ônibus na quadra onde está localizado e, também, com a ciclovia localizada no calçadão da orla de Camburí, flexibilizando os meios com os quais os trabalhadores podem se locomover para chegarem no espaço de coworking;

Posição do terreno: por se localizar em uma esquina entre duas vias, estando a rua Archimedes Vivácqua localizada a norte e a avenida Dante Michelini a leste, o posicionamento favorece a iluminação natural nas duas fachadas principais. A


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fachada voltada para o mar, a leste, recebe o chamado “sol da manhã”, enquanto a norte recebe iluminação natural durante todo o dia; •

Local atrativo para público em geral: a orla de Camburí possui diversos quiosques e outros ambientes que atraem as pessoas ao longo do dia. Visto que o edifício contará com espaços abertos ao público, a localização favorece esse movimento.

5.3 CONCEITO/PARTIDO As palavras-chave que nortearam o conceito do projeto são bem-estar e relação entre a arquitetura e a natureza. Como consequência, o partido, representado pela Figura 64, envolve: •

A utilização de elementos biofílicos,

Grandes aberturas, que possibilitam a visibilidade para o ambiente externo e a iluminação natural,

Cores estimulantes adequadas para cada tipo de ambiente do edifício,

Mobiliários ergonômicos e modulares,

Divisórias de vidro, que favorecem a visibilidade

Layout que mescla áreas abertas (que propiciam o colaborativismo entre os trabalhadores) e áreas privativas, para atender a todo tipo de necessidade pessoal e favorecer o bem-estar. Figura 64 - Moodboard

Fonte: Compilação própria (2021)


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5.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES De acordo com o levantado a respeito das necessidades dos colaboradores, bem como as do ambiente de coworking, o programa de necessidades envolve, além dos ambientes e serviços essenciais para o funcionamento de um edifício de coworking, espaços abertos ao público, sendo estes a lanchonete, localizada no térreo, e o rooftop, no último pavimento. A lanchonete ficará aberta durante todo o dia, enquanto o rooftop foi pensado para o uso noturno, a partir das 18 horas ou eventualmente em programações específicas, conforme demanda de auto sustentabilidade gerencial. Assim, o movimento de pessoas será favorecido durante todas as horas do dia. As Tabelas 3, 4, 5, 6 e 7 apresentam os ambientes com suas respectivas áreas, de acordo com cada pavimento. Tabela 3 - Ambientes e áreas do subsolo

Fonte: Elaboração própria (2021)


88 Tabela 4 - Ambientes e áreas do térreo

Fonte: Elaboração própria (2021) Tabela 5 - Ambientes e áreas do 2º e 3º pavimento

Fonte: Elaboração própria (2021)


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Tabela 6 - Ambientes e áreas do 4º pavimento

Fonte: Elaboração própria (2021) Tabela 7 - Ambientes e áreas do 5º pavimento

Fonte: Elaboração própria (2021)

As salas de trabalho foram dimensionadas para atender a um público variável, uma vez que são os usuários que definem seu tempo de permanência no espaço. A soma dos ambientes de trabalho, incluindo as salas flexíveis e individuais, salas de reunião e “sala corpo e mente”, possuem capacidade total de 102 pessoas. Já acrescentando a sala multiuso do 4º pavimento, que tem layout variável, a população aumenta para


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130 pessoas, considerando o layout de exemplo adotado no trabalho, onde foram distribuídos 28 assentos no formato palestra. 5.5 ESTUDO DA PROPOSTA: WORK TO - COWORKING Para evidenciar a relação e o contraste entre a arquitetura e a natureza, optou-se por utilizar uma linguagem geométrica na estrutura da edificação e elementos curvos que “quebram” e se destacam em meio à arquitetura, como forma de menção à natureza. Um exemplo desses elementos é a escada externa, que possui patamares curvos gerando uma forma mais escultural. Outro recurso utilizado para remeter a natureza foram as paredes verdes e a vegetação, presentes tanto nos ambientes externos quanto nos internos. Em que pese o montante de superfícies verdes e as questões de manutenção e conservação, pretende-se que estas sejam objeto de parcerias comerciais que venham divulgar o uso desse recurso e possam, assim, servir de outdoor para empresas de paisagismo da região. As texturas e cores utilizadas no projeto foram baseadas nesse contraste. O concreto aparente e o metal utilizado na estrutura da escada e nas esquadrias das janelas representam o meio construído, enquanto a madeira e as paredes verdes evocam o ambiente natural (Figura 65). Figura 65 - Fachada voltada para a rua Archimedes Vivácqua

Fonte: Elaboração própria (2021)


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5.5.1 Acessos O edifício possui quatro acessos para o público de pedestres, dois restritos para funcionários e dois para garagens. Os acessos para pedestres no geral são indicados pelas setas rosas na planta de implantação (Figura 66), enquanto os restritos estão indicados pela seta verde. Já as entradas para veículos estão indicadas pelas setas azuis, sendo que a seta à esquerda aponta a entrada para a garagem no subsolo e a direta para a garagem térrea, destinada para motos e bicicletas.

Figura 66 - Planta de implantação

Fonte: Elaboração própria (2021)


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5.5.2 Estrutura O sistema construtivo utilizado é um misto entre estruturas metálicas, drywall e estrutura convencional pré-moldada, sendo esta última utilizada na construção do subsolo (Figura 67), na caixaria dos elevadores e da escada enclausurada. Assim, o resíduo gerado na obra é diminuído, evitando-se maiores problemas de descarte no meio-ambiente.

Figura 67 - Corte BB

Fonte: Elaboração própria (2021)

5.5.3 Circulação Os meios de circulação vertical, presentes nos cortes das Figuras 68 e 69, foram posicionados próximos ao que se considera o núcleo central do edifício, a fim de facilitar a locomoção de pessoas independentemente de onde estiverem. Fazem parte da circulação dois elevadores com capacidade para 8 pessoas cada e duas escadas, sendo uma enclausurada e uma não enclausurada. A enclausurada atende desde o subsolo até o pavimento técnico do edifício, enquanto a aberta se estende do térreo até o nível do rooftop, podendo também ser utilizada para evacuação do edifício em casos de sinistro.


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Já com relação à circulação horizontal, prevendo questões de acessibilidade plena, todos os pavimentos possuem corredores com dimensão mínima de 1,20m, o que possibilita a passagem de uma pessoa e uma cadeira de rodas simultaneamente. Figura 68 - Corte AA

Fonte: Elaboração própria (2021)

Figura 69 - Corte CC

Fonte: Elaboração própria (2021)


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5.5.4 Térreo O térreo do edifício (Figura 70) concentra as áreas de serviços e recepção do público, além de lanchonete, aberta ao público em geral e uma ampla área aberta, onde foi proposto o paisagismo externo. Este foi desenvolvido a partir do desenho curvo da escada, de forma a reforçar a ideia de contraste entre o orgânico e o geométrico, citado anteriormente. Figura 70 - Pavimento térreo

Fonte: Elaboração própria (2021)

O desenho evidencia os caminhos, intercalados por áreas gramadas, canteiros e, nas extremidades e abaixo da escada, elementos d’água. Foram introduzidos bancos apenas no local próximo ao caminho entre a lanchonete e a recepção, para que o restante da área pudesse acomodar usos diversos, como por exemplo a prática de exercícios ao ar livre e a introdução de barracas de alimentação à noite. A Tabela 8 identifica os materiais e elementos utilizados no paisagismo.


95 Tabela 8 - Materiais e elementos utilizados no paisagismo

Fonte: Elaboração própria (2021)

Não foram propostas árvores de grande porte, uma vez que o pavimento subsolo ocupa toda a extensão abaixo deste pátio. Para gerar uma área agradável com sombreamento, foi projetado um pergolado de madeira, curvo, que acompanha a implantação da escada, onde também se desenvolve um grande banco de madeira. 5.5.5 Segundo e Terceiro Pavimento Estes dois pavimentos, representados pela Figura 71, possuem os mesmos ambientes, a única diferença entre eles se dá na posição das varandas e jardins das fachadas, que são alternados. Possuem três tipos de salas para trabalho, sendo elas: •

Salas de trabalho flexíveis: possuem tanto espaços abertos quanto ambientes separados por divisórias de vidro, permitindo tanto o trabalho individual como em grupo;

Salas individuais: destinadas para aquelas pessoas que precisam trabalhar de forma privativa, seja para obter maior concentração ou para receber algum cliente;

Salas de reunião: podem também ser utilizadas como ambientes de trabalho em grupo, dependendo da demanda.


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Esses pavimentos ainda contam com sala de leitura, de descanso, espaço do café e cabine de chamadas. Existem também quatro banheiros, adotados em todos os pavimentos, sendo dois com cabines comuns e dois para PcD. Foram utilizados forros acústicos em todos os ambientes, de duas tipologias: forro de fibra mineral e forro de madeira acústico. Os pisos aplicados também contribuem para a não dissipação de ruídos, sendo estes o piso vinílico e o carpete. Figura 71 - Planta baixa 2º pavimento

Fonte: Elaboração própria (2021)

No tocante ao conforto térmico, além da climatização em todos os ambientes e presença de janelas para a troca de ar, foi usado insulfilm nas janelas, para diminuir a incidência da energia solar nos ambientes e evitar a propagação de calor. Escolheuse essa estratégia para conservar a vista plena para o exterior, uma vez que este é um dos partidos que sistematiza o projeto. 5.5.6 Quarto Pavimento O quarto pavimento, representado pela planta baixa da Figura 72, possui três salas diferenciadas, sendo elas: •

Sala multiuso: com layout variável e dispondo de um guarda-volumes para possíveis mudanças na disposição do mobiliário, a sala multiuso pode receber diversos tipos de atividades;


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Sala corpo e mente: ambiente onde existem mobiliários que permitem a movimentação do corpo enquanto o usuário trabalha. Os equipamentos disponíveis incluem mesa com regulação de altura, que possibilita que o trabalho seja realizado em pé e esteira acoplada a mesa.

Sala de descompressão: possuindo um espaço para jogos, pufes e sala de TV, a sala de descompressão foi criada para que os trabalhadores possam interagir uns com os outros e aliviar a tensão propiciada pelo trabalho. Figura 72 - Planta baixa 4º pavimento

Fonte: Elaboração própria (2021)

5.5.7 Quinto Pavimento - Rooftop Podendo ser utilizado tanto pelos usuários do coworking como pelo público em geral, o rooftop (Figura 73) conta com uma área coberta e duas descobertas. Sob a área coberta está implantado o bar e a área de preparo de alimentos, além de mesas e cadeiras. A área descoberta 1 possui diversos mobiliários, de forma a criar um ambiente aconchegante, onde as pessoas podem conversar, comer e apreciar a bela vista para o mar. Já a área descoberta 2, além dos mobiliários, possui uma área aberta para que possam ser realizados pequenos eventos ou festas, contando com mesa coberta por um pergolado, para apoio de utensílios.


98 Figura 73 - Planta baixa rooftop

Fonte: Elaboração própria (2021)

5.5.8 Cobertura A cobertura (Figura 74) possui três tipos de proteção, sendo as telhas metálicas, telhas termoacústicas e as lajes impermeabilizadas. As telhas metálicas foram utilizadas apenas na parte da escada não enclausurada, de forma que esta fica escondida por uma envoltória metálica idêntica àquelas que envolvem os lances de escada, fazendo parecer que a escada alcança até o último pavimento. Na maior porção da área foi utilizada a telha termoacústica, pois, além de proteger a laje, evita a propagação de ruídos de chuva e de calor para o edifício. Como nesta parte do edifício estão localizadas as áreas técnicas de reservatório de água superior e área para equipamentos de ar-condicionado, optou-se por aplicar apenas a impermeabilização nesses locais, para facilitar o acesso para manutenção.


99 Figura 74 - Planta de cobertura

Fonte: Elaboração própria (2021)

5.5.9 Subsolo Além de possuir 36 vagas para automóveis e bicicletário, o subsolo (Figura 75) comporta as áreas técnicas de reservatório de água inferior e casa de bombas. O pavimento possui grelhas de ventilação apenas em uma de suas extremidades, sendo que outras demandas de ventilação forçada poderiam fazer parte de projetos complementares, que não fazem parte desta pesquisa, visto que foi desenvolvida a nível de estudo preliminar.


100 Figura 75 - Planta baixa do subsolo

Fonte: Elaboração própria (2021)

5.6 PERSPECTIVAS Foram desenvolvidas as perspectivas da envoltória e de quatro ambientes do edifício, sendo eles: •

A sala de trabalho flexível, presente no 2º e 3º pavimento;

O espaço do café, que está inserido no 2º, 3º e no 4º pavimento;

A sala de descompressão, localizada no 4º pavimento;

A área descoberta 1, do rooftop, localizada no 5º pavimento.

A envoltória e todos os ambientes foram desenvolvidos pautados no conceito e nos elementos que envolvem o partido, relacionados à relação entre a arquitetura e a natureza, citados previamente neste capítulo. Desta forma, pode-se perceber a presença de janelas e aberturas em cada um deles, além de texturas e cores que remetem à natureza, parede verde e plantas. Com relação as cores dos ambientes, além do concreto aparente e da parede verde que também estão presentes na envoltória, foram utilizados tons, em detalhes ou mesmo em paredes, que despertassem as sensações propícias para cada local.


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5.6.1 Envoltória Como pode-se observar na Figuras 76 e 77, a envoltória é caracterizada por elementos retilíneos, grande quantidade de esquadrias, jardins verticais e horizontais. As esquadrias foram dispostas de maneira irregular, intercaladas com jardins verticais, de forma a promoverem certa ludicidade ao passo em que proporcionam a vista para o exterior e consequente relação entre o ambiente interno e a paisagem. Figura 76 - Perspectiva Envoltória 1

Fonte: Elaboração própria (2021) Figura 77 - Perspectiva Envoltória 2

Fonte: Elaboração própria (2021)


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Foi introduzida uma escada escultórica entre os dois volumes principais, que possui patamares curvos, se tornando um elemento de destaque que proporciona um contraste com o restante da edificação. Como foi explicitado anteriormente, a partir da forma desta escada foi desenvolvido todo o paisagismo do térreo (Figura 78). Figura 78 - Vista do alto da escada

Fonte: Elaboração própria (2021)

5.6.2 Sala de Trabalho Flexível Esta sala foi desenvolvida para atender às diferentes necessidades dos trabalhadores do espaço de coworking. Como pode se observar nas Figuras 79 e 80, existem espaços abertos e outros fechados por divisórias de vidro, sendo que três destes são


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individuais e um é coletivo. Tais ambientes foram criados para proporcionar maior privacidade àqueles que necessitarem, sem interferir na visibilidade do espaço. Figura 79 - Perspectiva Sala de Trabalho Flexível 1

Fonte: Elaboração própria (2021) Figura 80 - Perspectiva Sala de Trabalho Flexível 2

Fonte: Elaboração própria (2021)


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Dois tipos de pisos foram aplicados, o carpete e o piso vinílico em cimento queimado. O carpete foi utilizado para proporcionar maior aconchego aos trabalhadores, estando presente em toda a área aberta do espaço. Já o piso vinílico, que está em três dos ambientes fechados, foi introduzido a fim de atender àqueles que possuem alergias ou não gostam da textura do carpete. Utilizou-se pendentes acima das mesas para proporcionar uma iluminação direcionada, visando o melhor desenvolvimento do trabalho e consequente satisfação dos usuários, como apresentado Figura 81. Figura 81 - Perspectiva Sala de Trabalho Flexível 3

Fonte: Elaboração própria (2021)

A vista para o exterior proporcionada pela varanda e pelo jardim reforçam a relação entre os ambientes internos e a natureza, o que, como foi visto neste estudo, tende a proporcionar maior bem-estar às pessoas (Figura 82).


105 Figura 82 - Perspectiva Sala de Trabalho Flexível 4

Fonte: Elaboração própria (2021)

A Figura 83 apresenta como foco o espaço de apoio criado, onde os trabalhadores podem se acomodar para ler ou mesmo utilizar a bancada para trabalhar, se assim necessitarem. A cor amarela dos pufes foi escolhida para se destacar no ambiente, evitando a monotonia. Figura 83 - Perspectiva Sala de Trabalho Flexível 5

Fonte: Elaboração própria (2021)


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5.6.3 Espaço do Café Presente em todos os pavimentos destinados ao trabalho, este espaço foi criado para que os trabalhadores possam interagir enquanto fazem suas pequenas pausas para lanchar. Para evidenciar o clima de interação pretendido, foi utilizada a cor laranja nos detalhes, caracterizada por ser estimulante e vibrante (Figura 84). Figura 84 - Perspectiva Espaço do Café 1

Fonte: Elaboração própria (2021)

Além dos mobiliários de estar, este local conta com um guarda-volumes, para que os trabalhadores possam guardar seus pertences. Também possui uma sapateira com banco, para que aqueles que optem por trabalhar descalços possam acomodar seus calçados (Figura 85).


107 Figura 85 - Perspectiva Espaço do Café 2

Fonte: Elaboração própria (2021)

5.6.4 Sala de Descompressão Sendo um dos ambientes mais desejados pelos trabalhadores, foi essencial a criação de uma sala de descompressão. Dispondo de um espaço para jogos (Figuras 86 e 87) e uma pequena sala de TV (Figura 88), o local foi desenvolvido para proporcionar momentos de descontração e interação entre os trabalhadores.


108 Figura 86 - Perspectiva Sala de Descompressão 1

Fonte: Elaboração própria (2021)

O amarelo, aplicado nas palavras de uma das paredes, e o roxo, presente nos pufes, são cores complementares que se destacam no ambiente, criando um contraste que evita a monotonia. Figura 87 - Perspectiva Sala de Descompressão 2

Fonte: Elaboração própria (2021)


109 Figura 86 - Perspectiva Sala de Descompressão 1

Fonte: Elaboração própria (2021)

5.6.5 Área Descoberta 1 - Rooftop Cercado por canteiros e com vista para o mar, este ambiente foi desenvolvido para atender tanto aos trabalhadores quanto ao público externo, fomentando a utilização do edifício em diversos horários. Possui mobiliários variados, dispostos de forma a criar ambiências diferentes em um mesmo local, como pode-se observar nas Figuras 89, 90 e 91.


110 Figura 89 - Perspectiva Rooftop 1

Fonte: Elaboração própria (2021)

Figura 90 - Perspectiva Rooftop 2

Fonte: Elaboração própria (2021)


111 Figura 89 - Perspectiva Rooftop 1

Fonte: Elaboração própria (2021)

5. 7 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS SOBRE O CAPÍTULO Este último capítulo resultou de todo o estudo a respeito dos ambientes corporativos e das características que, quando atribuídas, tendem a proporcionar maior satisfação e bem-estar aos usuários, de forma que as necessidades destes sejam plenamente atendidas. Com base nisso, foi desenvolvido o estudo do edifício de coworking apresentado, o “Work to”, finalizando este trabalho. A seguir, serão feitas as considerações a respeito do tema desenvolvido.


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6. CONCLUSÃO Neste trabalho, foram estudadas as maneiras de se projetar um espaço de trabalho que atenda plenamente seus usuários, de forma a proporcionar maior bem-estar. Para isso, foram estudados os fatores que constituem o ambiente e a tipologia de espaço que mais se adapta às necessidades dos trabalhadores atualmente, o coworking. Os fatores espaciais abordados incluíram os aspectos psicológicos que envolvem a constituição do espaço, desde os físicos às relações interpessoais, além das características arquitetônicas que devem ser levadas em consideração quando se pretende projetar um espaço corporativo. Em relação à tipologia de espaço corporativo, o espaço de coworking foi considerado o que melhor atende a sociedade atual, visto que, além de outras características, proporciona flexibilidade, networking e colaborativismo. Ademais, na pesquisa realizada com trabalhadores diversos, constatou-se que a grande maioria conhece e consideraria trabalhar em um coworking, evidenciando que esta opção é uma tendência atual do mundo corporativo. Como resultado, foi desenvolvido um estudo de edifício de coworking, denominado “Work

To”.

Pautado

nas

necessidades

demonstradas

pelos

trabalhadores

pesquisados e nas demais características expostas na pesquisa, este obteve 100% de aprovação pelas pessoas que responderam à um questionário realizado ao final da elaboração deste trabalho, recebendo respostas entre os dias 13 e 16 de junho (APÊNDICE A), o que indica que as características e ambientes implementados cumpriram com o objetivo. Este trabalho contribuiu muito para o meu aprendizado. Através do estudo dos temas elaborados, obtive muitos conhecimentos que serão utilizados na minha vida profissional. Aprendi que, para elaborar um espaço realmente adaptado para os usuários, deve-se pensar em todas as características, não só arquitetônicas, mas as psicológicas, envolvendo as sensações e as relações interpessoais, que se mostram tão importantes quanto os aspectos físicos do espaço. A importância do desenvolvimento dessa monografia se revela nos resultados obtidos. Além dos comentários deixados ao final da pesquisa (APÊNDICE B), onde houve observações a respeito da relevância desta para o desenvolvimento de espaços de


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trabalho melhores, percebeu-se que os ambientes corporativos das pessoas pesquisadas não atendem plenamente suas necessidades. Um exemplo disso são as salas de descanso e descompressão, tão citadas pelos trabalhadores como ambientes que eles gostariam que existissem. Além disso, muitos disseram que o espaço de coworking e o trabalho flexível serão a tendência a partir de agora, confirmando assim a relevância para a escolha e estudo dessa tipologia de espaço. Assim, espero que a trabalho realizado possa contribuir para que estudantes e arquitetos reflitam a respeito da elaboração de espaços corporativos e que busquem atender plenamente às necessidades dos trabalhadores, de forma a criar ambientes mais agradáveis, adaptáveis, colaborativos e que favoreçam o bem-estar em continuação às adaptações no mundo pós-pandemia.


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119

APÊNDICE A – Pesquisa de aprovação do estudo de projeto desenvolvido


120

Fonte: Elaboração própria (2021)


121

APÊNDICE B – Observações dos trabalhadores quanto ao questionário respondido


122

Observações/ comentários/ sugestões: Um ponto muito importante para mim é a localização do escritório e o quanto tempo se leva no trajeto até ele. Esse foi o maior ganho na mudança para o home office. Ganhei cerca de 4 horas a mais no meu dia. É melhor trabalhar metade do tempo no escritório e metade em casa . Sucesso. . nenhuma Preciso mudar de empresa ◆ z × ½ : Talvez uma das maiores dificuldades dos coworking seja a distração indireta. Observo que as pessoas que também frequentam o coworking tem a mesma sensação de terem produzido mais, que eu tenho. Por experiência em trabalhar nos dois tipos de escritórios, considero o Coworking uma excelente inovação, conectando pessoas e um ambiente favorável ao trabalho e a maior produtividade! bom Nada a acrescentar. Pesquisa muito interessante. Como trabalho em área industrial, não tive a oportunidade de trabalhar de home office. Sem comentário O que será das empresas se as pessoas decidirem trabalhar em Home Office por conta própria Ambientes de interação entre as pessoas Ótima pesquisa, nunca tinha me feito essas perguntas, mas hoje pra mim o ideal é um modelo flex home office e presencial. Para atividades produtivas, é importante o meio que está inserido. Não encontrei uma opção para quem exerce uma rotina mista, dividindo-se entre escritório e casa Mesclar home office e ambiente de trabalho é importante onde as relações olho no olho (contato humano) é o mais relevante para vida dos negócios. Escritório tipo coworking são mais agradáveis para se trabalhar. Trabalhar em Home Office é bom, mas a forma ideal é a híbrida. Considero importante para o local de trabalho um ambiente organizado e colaborativo. A pesquisa que está sendo realizada pode ser um diferencial para o bem-estar do trabalhador Para pequenas empresas é uma solução na questão de custo. Gosto de ambientes abertos, mas ao mesmo tempo torna-se um desafio se concentrar nestes ambientes. . Espaço verde N/a Precisamos inovar Estrutura física é muito importante para o desenvolvimento do trabalho. Mas a equipe, ou os profissionais que estão juntos, trabalhando ou não como um time, são tão importantes quanto. Acho que deve ter no seu ambiente uma personalização sua marca registrada uma foto família, santo devoção, etc... Com a pandemia nos forçou a visitar outros ambientes de trabalho que jamais iríamos pensar, com isto abriu se um leque grande para os trabalhos mix, isto é, parte home office e parte escritório tradicionais. Parabéns pela pesquisa.


123 acho que as grandes organizações ainda não se atentaram (ou se atentaram de forma superficial) a esse importante tema Entendo que o processo evolutivo tecnológico em breve não exigirá o trabalho presencial e trabalhar em um espaço de coworking será a melhor opção. Nd Acho que pode falar sobre espaços de alimentação nesta pesquisa. A forma como as pessoas se relacionam num ambiente de trabalho interfere na produção e demandas exigidas NA Apenas parabéns pelo desenvolvimento da pesquisa. Um ambiente aberto e colaborativo faz muito bem para o trabalho Antes da pandemia trabalhava em baias com outros colegas próximos e mesclava com trabalho em mesas compartilharas com outros colegas e após a pandemia trabalho em home office. O trabalho em home office não é produtivo. Se perde a sinergia da proximidade e contato. Para tudo tem que se fazer reuniões. Assuntos que trataria em uma conversa mais próxima e compartilhada em baias necessitam de alinhamentos através de reuniões que se tornam improdutivas. Para o trabalho em coworking (dependendo do design) também se torna tumultuado e improdutivo. Cada pessoa tem uma característica pessoal e acredito que os ambientes devem permitir a mescla entre a privacidade e a possibilidade de interação fácil e ágil. Não. Um local de trabalho adequado precisa ser motivador, estimular a produtividade e trabalho em equipe. Acredito que um modelo misto com possibilidades de home office e trabalho no escritório/espaço coworking seja algo benéfico. Sucesso! Hoje estamos trabalhando em modelos híbridos. Considera esta possibilidade para não contaminar sua pesquisa O atual sistema de trabalho deveria ser híbrido para que não se perca o contato com as pessoas. A rotina híbrida no meu caso é a melhor solução. Tudo ok O Ambiente bom para o trabalho, tem a junção da energia positiva das pessoas e as condições básicas do local que atende todas as pessoas. A pandemia nos forçou a nos mudarmos sem planejamento isto interferiu muito na nossa rotina de trabalho. NA Ambientes abertos e de livre circulação podem reduzir a produtividade nos serviços repetitivos e aumentar muito a criatividade em atividades de desenvolvimento. Me sinto bem em ambientes com conceitos mais modernos, com menos formalidade e com recursos para o trabalho. N/A O ambiente é fundamental para o engajamento e produtividade. O ambiente de trabalho e fundamental para execução de um bom trabalho, ele interfere diretamente na qualidade da entrega dos trabalhos. Sugiro q a pesquisa tenha direcionamento específico a partir da primeira resposta dada q mostra o histórico do participante. O serviço de coworking pode oferecer diversos pacotes de serviços. Apenas endereço de correspondência, agendamento de salas de reunião avulsas, espaços coworking mensais. Quando era autônoma, trabalhava home office, mas usava o coworking para reuniões com clientes, para um atendimento mais formal. Ambiente de trabalho com iluminação natural é mais agradável. Deveríamos ter mais espaços coworking, sem ter que ir a empresa principalmente se for em área operacional.


124 NA Estou satisfeita com a oportunidade de trabalhar home office Acho que a cada dia os espaços coworking vem sendo ótima opção. Não Nenhum Trabalho híbrido O ambiente de Coworking é a tendência de futuro para atendimento do bem-estar, redução de riscos operacionais, fortalecimento do network, redução dos espaços físicos e aumento da competitividade. Como respondi em situações anteriores, muitas perguntas não se aplicam a minha realidade já que trabalho em home Office há alguns anos independente de pandemia. . Excelente pesquisa. Sucesso no seu TCC. Excelentes questões de pesquisa. Desejo sucesso em sua carreira! Nenhum Nenhuma Bacana a pesquisa Nenhuma NA Sem comentários Trabalho em agência bancária Não se aplica. Fonte: Elaboração própria (2021)


125

APÊNDICE C – ESTUDO PARA PROJETO



C

BICICLETÁRIO 10,75M² 26

27

28

29

30

31

32

33

34

4,50

CASA DE BOMBAS A = 25,4M² 35

2,30

N

2,60

4,60

RESERVATÓRIO DE ÁGUA INFERIOR A = 40M²

36

-1,60 M

RAMPA DE VEÍCULOS A = 50,98M² i = 20%

CIRC. A=10,15M²

9 8 7 6 5 4 3 2 1

10 11 12 13 14 15 16 17

20

21

22

23

24

25

ELEVADORES 5,1M² CAPACIDADE: 8 PESSOAS CADA

4,60

ESCADA 19,73M²

5,50

A

A

GRELHA METÁLICA

17

18

19

16

R3

,17

VIGA DE TRANSIÇÃO

4,0 0

GARAGEM SUBSOLO A = 956,28m² TOTAL DE VAGAS = 36 -3,20 M

B

4,60

B

VIGA DE TRANSIÇÃO

1

2

3

4

GRELHA DE VENTILAÇÃO METÁLICA

5

6

GRELHA DE VENTILAÇÃO METÁLICA

7

8

9

GRELHA DE VENTILAÇÃO METÁLICA

10

11

12

GRELHA DE VENTILAÇÃO METÁLICA

13

14

15

GRELHA DE VENTILAÇÃO METÁLICA

C

PLANTA BAIXA GARAGEM SUBSOLO

ESCALA GRÁFICA: 0

1

2

3

4

5

UNIVERSIDADE VILA VELHA AUTOR DO PROJETO:

CONTEÚDO:

MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA

PLANTA BAIXA GARAGEM SUBSOLO

DATA:

17/06/2021

ESCALA:

1/100

PROFESSOR:LUIZ

MARCELLO GOMES RIBEIRO

SEMESTRE:

2021/1

FOLHA:

02/12


RUA ARCHIMEDES VIVÁCQUA

ÍNDICES URBANÍSTICOS RAMPA DE VEÍCULOS

RAMPA DE PEDESTRES

RAMPA DE VEÍCULOS

ZONEAMENTO

ZAR-2

AREA DO TERRENO

1.483m²

Nº DE PAVTOS

6 PAVIMENTOS

PARÂMETROS

C

PORTÃO DE ENROLAR

EXIGIDOS

ADOTADOS

CA (max)

1,4

0,99

1.477,42m²

TO (max)

60%

58%

858,43m²

TP (min)

10%

22,4%

332,44m²

ALTURA (max)

NA

18,95m

Nº DE VAGAS

1 vaga a cada 40m² de área computável descontando 08 vagas

36 vagas para automóveis na garagem do subsolo + 12 vagas de moto na garagem térrea

QUADRO DE ÁREAS PAVIMENTOS

SALA DE SEGURANÇA 9,4M²

359,14m²

858,73m²

2º PAVIMENTO

372,76m²

474,3m²

0,0M

3º PAVIMENTO

372,76m²

474,3m²

4º PAVIMENTO

372,76m²

474,3m²

5º PAVIMENTO

-

474,3m²

PAVIMENTO TÉCNICO

-

209,04m²

1.477,42m²

4.082,85m²

enofeleT

3 6

N

emoN

2

1

5

4

9

8

7

#

0

*

WC 2,40m² 6

3

0

8

5

2

*

7

4

1

emoN

9

12

#

GARAGEM TÉRREA A = 99,55m²

enofeleT

DML 8,5M²

9 8 7 6 5 4 3 2 1

10 11 12 13 14 15 16 17 18

ESCADA 19,73M²

ARQUIVO/ IMPRESSÃO 7,5M²

ÁREA DE SERVIÇOS 13,32M²

ELEVADORES 5,1M² CAPACIDADE: 8 PESSOAS CADA

CIRCULAÇÃO SERVIÇOS 42M²

11

CIRCULAÇÃO SOCIAL 52,55M²

A

VESTIÁRIO PcD 8,45M²

A

7

VESTIÁRIO MASCULINO 10,5M²

TOTAL

TABELA (DIVERSOS) CÓDIGO

1 WC PcD FEMININO 6,4M²

WC PcD MASCULINO 6,4M²

UNIDADE

TIPOLOGIA

1

Piso cimentício geométrico

2

Canteiro

3

Madeira

4

Piso concregrama

5

Espelho d'água

6

Piso cimentício

7

Piso tátil de alerta

8

Piso tátil direcional

LEGENDA DE PAGINAÇÃO

SALA DE ENERGIA 6,3M²

8

6

1 2 3 4 5 6 7 8 9

ESCADA 11,3M²

10

9

1117,88m²

TÉRREO

DEPÓSITO DE LIXO 8,5M²

+1,60 M

CONSTRUÍDA

-

RECEPÇÃO 44 M²

AV. DANTE MICHELINI

PORTÃO GARAGEM

COMPUTÁVEL

SUBSOLO

2

3

4

5

6

7

8

181716151413121110

DEPÓSITO DE ALIMENTOS 10,1M²

DECK 32,8M² CAPACIDADE: 14 ASSENTOS

LANCHONETE 116M² CAPACIDADE: 54 ASSENTOS

5

B

B 4

PREPARO DE ALIMENTOS 13,95M²

3

2

1

GRELHA DE VENTILAÇÃO METÁLICA

BANHEIRO FEMININO 10,4M²

BANHEIRO MASCULINO 10,4M²

VESTIÁRIO FEMININO 10,5M²

GRELHA DE VENTILAÇÃO METÁLICA

GRELHA DE VENTILAÇÃO METÁLICA

GRELHA DE VENTILAÇÃO METÁLICA

GRELHA DE VENTILAÇÃO METÁLICA

C

PLANTA BAIXA PAVIMENTO TÉRREO

ESCALA GRÁFICA: 0

1

2

3

4

5

UNIVERSIDADE VILA VELHA AUTOR DO PROJETO:

CONTEÚDO:

MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA

PLANTA BAIXA PAVIMENTO TÉRREO ESCALA:

17/06/2021

1/100

PROFESSOR:LUIZ

MARCELLO GOMES RIBEIRO

SEMESTRE:

2021/1

FOLHA:

03/12


C VARANDA 6,62M²

JARDIM 6,62M²

ACESSO RESTRITO AOS FUNCIONÁRIOS

N

SALA INDIVIDUAL 3 11,5M² SALA INDIVIDUAL 2 15,3M²

+4,80 M

U D AI

9 8 7 6 5 4 3 2 1

C ÁL AC AS

ESCADA 19,73M²

EA AJEV RU OÃ TET ÇU IU RT QR SN A OC

10 11 12 13 14 15 16 17 18

SALA INDIVIDUAL 1 15,3M²

SALA DE REUNIÃO 2 27,65M² ELEVADORES 5,1M² CAPACIDADE: 8 PESSOAS CADA

CIRCULAÇÃO 52,65M²

+3,20M

1 2 3 4 5 6 7 8 9

A WC PcD FEM. 4,8M²

ESCADA 11,3M²

CABINE DE CHAMADAS 4,3M²

CABINE DE CHAMADAS 4,3M²

WC PcD MASC. 4,8M²

BANHEIRO MASCULINO 10,24M²

SALA DE LEITURA 27,65M²

SALA DE REUNIÃO 1 19,65M²

SALA DE DESCANSO 10,75M²

A 1,20

181716151413121110

JARDIM 6,62M²

rabogirf

ACESSO RESTRITO AOS FUNCIONÁRIOS B

B

SALA DE DESCANSO 10,75M²

ESPAÇO DO CAFÉ 42,4M²

SALA DE TRABALHO FLEXÍVEL 102,2M² VARANDA 6,62M²

BANHEIRO FEMININO 10,24M² AJEV RU OÃ TET ÇU IU RT QR SN A OC

AI

D

U

ÁL

C

AS A

C

EA

C

PLANTA BAIXA 2º PAVIMENTO

ESCALA GRÁFICA: 0

1

2

3

4

5

UNIVERSIDADE VILA VELHA AUTOR DO PROJETO:

CONTEÚDO:

MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA

PLANTA BAIXA 2º PAVIMENTO

DATA:

17/06/2021

ESCALA:

1/100

PROFESSOR:LUIZ

MARCELLO GOMES RIBEIRO

SEMESTRE:

2021/1

FOLHA:

04/12


C JARDIM 6,62M²

VARANDA 6,62M²

ACESSO RESTRITO AOS FUNCIONÁRIOS

N

SALA INDIVIDUAL 11,5M² SALA INDIVIDUAL 15,3M²

+8,00 M

C

ÁL

U

D AI

9 8 7 6 5 4 3 2 1

AC

AS AJEV RU OÃ TET ÇU IU RT QR SN A OC

ESCADA 19,73M²

EA

10 11 12 13 14 15 16 17 18

SALA INDIVIDUAL 15,3M²

SALA DE REUNIÃO 2 27,65M²

ELEVADORES 5,1M² CAPACIDADE: 8 PESSOAS CADA CIRCULAÇÃO 52,65M²

+6,40M

1 2 3 4 5 6 7 8 9

A WC PcD FEM. 4,8M²

ESCADA 11,3M²

CABINE DE CHAMADAS 4,3M²

CABINE DE CHAMADAS 4,3M²

WC PcD MASC. 4,8M²

BANHEIRO MASCULINO 10,24M²

SALA DE LEITURA 27,65M²

SALA DE REUNIÃO 1 19,65M²

SALA DE DESCANSO 10,75M²

A 1,20

181716151413121110

VARANDA 6,62M²

rabogirf

B

B

SALA DE DESCANSO 10,75M²

ESPAÇO DO CAFÉ 42,4M²

SALA DE TRABALHO FLEXÍVEL 102,2M²

ACESSO RESTRITO AOS FUNCIONÁRIOS

JARDIM 6,62M²

BANHEIRO FEMININO 10,24M² AJEV RU OÃ TET ÇU IU RT QR SN A OC

AI D

U

ÁL

C

AS AC

EA

C

PLANTA BAIXA 3º PAVIMENTO

ESCALA GRÁFICA: 0

1

2

3

4

5

UNIVERSIDADE VILA VELHA AUTOR DO PROJETO:

CONTEÚDO:

MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA

PLANTA BAIXA 3º PAVIMENTO

DATA:

17/06/2021

ESCALA:

1/100

PROFESSOR:LUIZ

MARCELLO GOMES RIBEIRO

SEMESTRE:

2021/1

FOLHA:

05/12


C VARANDA 6,62M²

JARDIM 6,62M² ACESSO RESTRITO AOS FUNCIONÁRIOS

N SALA DE DESCOMPRESSÃO 55M²

-1,60 M

9 8 7 6 5 4 3 2 1

10 11 12 13 14 15 16 17 18

ESCADA 19,73M²

SALA "CORPO E MENTE" 56,3M²

ELEVADORES 5,1M² CAPACIDADE: 8 PESSOAS CADA CIRCULAÇÃO SERVIÇOS 42,25M²

+9,60M

1 2 3 4 5 6 7 8 9

A WC PcD FEM. 4,8M²

ESCADA 11,3M² CABINE DE CHAMADAS 4,3M²

CABINE DE CHAMADAS 4,3M²

WC PcD MASC. 4,8M²

SALA DE REUNIÃO 1 19,65M²

BANHEIRO MASCULINO 10,24M²

A 1,20

181716151413121110

JARDIM 6,62M²

rabogirf

ACESSO RESTRITO AOS FUNCIONÁRIOS

GUARDA-VOLUMES 21,7M²

B

B

ESPAÇO DO CAFÉ 42,4M²

SALA MULTIUSO 102,2M²

VARANDA 6,62M²

BANHEIRO FEMININO 10,24M²

C

PLANTA BAIXA 4º PAVIMENTO

ESCALA GRÁFICA: 0

1

2

3

4

5

UNIVERSIDADE VILA VELHA AUTOR DO PROJETO:

CONTEÚDO:

MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA

PLANTA BAIXA 4º PAVIMENTO ESCALA:

17/06/2021

1/100

PROFESSOR:LUIZ

MARCELLO GOMES RIBEIRO

SEMESTRE:

2021/1

FOLHA:

06/12


C

N

-1,60 M

9 8 7 6 5 4 3 2 1

10 11 12 13 14 15 16 17 18

ESCADA 19,73M²

ÁREA DESCOBERTA 2 ROOFTOP 126,7M²

ELEVADORES 5,1M² CAPACIDADE: 8 PESSOAS CADA 181716151413121110

CIRCULAÇÃO 23,05M²

+12,80M

A

A ESCADA 11,3M²

WC PcD FEM. 4,8M²

1 2 3 4 5 6 7 8 9

WC PcD MASC. 4,8M²

BANHEIRO MASCULINO 10,24M²

B

1,20

PREPARO DE ALIMENTOS 31,45M²

ÁREA COBERTA ROOFTOP 81,75M²

B

ÁREA DECOBERTA 1 ROOFTOP 116,44M²

BANHEIRO FEMININO 10,24M²

C

PLANTA BAIXA ROOFTOP

ESCALA GRÁFICA: 0

1

2

3

4

5

UNIVERSIDADE VILA VELHA AUTOR DO PROJETO:

CONTEÚDO:

MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA

PLANTA BAIXA ROOFTOP ESCALA:

17/06/2021

1/100

PROFESSOR:LUIZ

MARCELLO GOMES RIBEIRO

SEMESTRE:

2021/1

FOLHA:

07/12


C

N

LAJE IMPERMEABILIZADA i = 2%

LAJE IMPERMEABILIZADA i = 2%

ALÇAPÃO +16,00M

i = 2%

A

A

AR. COND 4 m²

TELHA METÁLICA i = 10%

LAJE IMPERMEABILIZADA

AR. COND 4 m² i = 2%

B

B i = 10%

AR. COND 4 m²

TELHA TERMOACÚSTICA

C

PLANTA BAIXA COBERTURA

ESCALA GRÁFICA: 0

1

2

3

4

5

UNIVERSIDADE VILA VELHA AUTOR DO PROJETO:

CONTEÚDO:

MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA

PLANTA BAIXA COBERTURA ESCALA:

17/06/2021

1/100

PROFESSOR:LUIZ

MARCELLO GOMES RIBEIRO

SEMESTRE:

2021/1

FOLHA:

08/12


RESERVATÓRIO DE ÁGUA SUPERIOR

+ 16,00 FORRO

+ 12,80

N4 - ROOFTOP

WC PcD FEMININO

ROOFTOP

PREPARO DE ALIMENTOS

FORRO

+ 11,20

+ 9,60

18,95

N3 - ESCRITÓRIO

WC PcD FEMININO

CABINE DE CHAMADAS

CABINE DE CHAMADAS

SALA DE REUNIÃO 1 FORRO

+ 8,00

+ 6,40

N2 - ESCRITÓRIO

WC PcD FEMININO

CABINE DE CHAMADAS

CABINE DE CHAMADAS

SALA DE REUNIÃO 1 FORRO

+ 4,80

+ 3,20

N1 - ESCRITÓRIO

WC PcD FEMININO

CABINE DE CHAMADAS

CABINE DE CHAMADAS

SALA DE REUNIÃO 1 FORRO

PORTÃO DE CORRER PORTÃO DE ENROLAR

+ 1,60

0,0

N0 - TÉRREO

BANHEIRO PcD

SALA DE ENERGIA

WC PcD FEMININO

WC PcD MASCULINO

- 3,20

N-1 - SUBSOLO 1

GARAGEM SUBSOLO

CORTE AA

ESCALA GRÁFICA: 0

1

2

3

UNIVERSIDADE VILA VELHA AUTOR DO PROJETO:

CONTEÚDO:

MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA PROFESSOR:LUIZ

MARCELLO GOMES RIBEIRO

CORTE AA ESCALA:

17/06/2021

1/100

SEMESTRE:

2021/1

FOLHA:

09/12

4

5


RESERVATÓRIO DE ÁGUA SUPERIOR

+ 16,00 FORRO

BANHEIRO FEMININO

+ 12,80 PREPARO DE ALIMENTOS

N4 - ROOFTOP

ÁREA DESCOBERTA ROOFTOP

ROOFTOP FORRO

FORRO

18,95

+ 9,60 BANHEIRO FEMININO

GUARDA-VOLUMES

N3 - ESCRITÓRIO

VARANDA

SALA MULTIUSO

ESPAÇO DO CAFÉ FORRO

FORRO

+ 6,40 BANHEIRO FEMININO

SALA DE DESCANSO

N2 - ESCRITÓRIO

JARDIM

SALA DE TRABALHO FLEXÍVEL

ESPAÇO DO CAFÉ FORRO

FORRO

+ 3,20 BANHEIRO FEMININO

SALA DE DESCANSO

N1 - ESCRITÓRIO

VARANDA

SALA DE TRABALHO FLEXÍVEL

ESPAÇO DO CAFÉ FORRO

PORTÃO DE CORRER

FORRO

PORTÃO DE ENROLAR

0,0 BANHEIRO PcD

PREPARO DE ALIMENTOS

BANHEIRO FEMININO BANHEIRO MASCULINO

N0 - TÉRREO

LANCHONETE VIGA DE TRANSIÇÃO

- 3,20 GARAGEM SUBSOLO

N-1 - SUBSOLO 1

CORTE BB

ESCALA GRÁFICA: 0

1

2

4

3

5

UNIVERSIDADE VILA VELHA AUTOR DO PROJETO:

CONTEÚDO:

MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA PROFESSOR:LUIZ

MARCELLO GOMES RIBEIRO

CORTE BB ESCALA:

17/06/2021

1/100

SEMESTRE:

2021/1

FOLHA:

10/12


CORTE CC + 16,00 RESERVATÓRIO DE ÁGUA SUPERIOR FORRO

+ 14,40

+ 12,80

N4 - ROOFTOP

ÁREA DESCOBERTA ROOFTOP

WC PcD FEMININO

WC PcD MASCULINO

BANHEIRO MASCULINO BANHEIRO FEMININO

WC PcD MASCULINO

BANHEIRO MASCULINO BANHEIRO FEMININO

WC PcD MASCULINO

BANHEIRO MASCULINO BANHEIRO FEMININO

WC PcD MASCULINO

BANHEIRO MASCULINO BANHEIRO FEMININO

FORRO

VARANDA

N3 - ESCRITÓRIO

+ 9,60 SALA DE DESCOMPRESSÃO

WC PcD FEMININO

18,95

+ 11,20

FORRO

+ 8,00

JARDIM

N2 - ESCRITÓRIO

+ 6,40 SALA INDIVIDUAL

WC PcD FEMININO FORRO

+ 4,80

VARANDA

N1 - ESCRITÓRIO

+ 3,20 SALA INDIVIDUAL

WC PcD FEMININO FORRO

+ 1,60

SALA DE SEGURANÇA

N0 - TÉRREO

0,0 WC

BANHEIRO PcD

- 1,60

- 3,20

N-1 - SUBSOLO 1

GARAGEM SUBSOLO

CORTE CC

ESCALA GRÁFICA: 0

1

2

4

3

5

UNIVERSIDADE VILA VELHA AUTOR DO PROJETO:

CONTEÚDO:

MARIA ISABEL LIMA FASSARELLA PROFESSOR:LUIZ

MARCELLO GOMES RIBEIRO

CORTE CC ESCALA:

17/06/2021

1/100

SEMESTRE:

2021/1

FOLHA:

11/12



Articles inside

APÊNDICE B – Observações dos trabalhadores quanto ao questionário respondido

5min
pages 121-124

REFERÊNCIAS

5min
pages 114-118

Figura 81 - Perspectiva Sala de Trabalho Flexível 3

1min
page 104

5.2.4 Conclusão

1min
page 85

6. CONCLUSÃO

2min
pages 112-113

5.2.3 Análise do gabarito, zoneamento e índices

1min
page 82

Figura 63 - Mapa de gabarito, zoneamento e índices

2min
pages 83-84

Figura 44 - Entrada do escritório 999 Brannan

1min
page 63

Figura 40 - Área de lazer mesclada com ambiente de trabalho

1min
page 60

4.3 PRINCÍPIOS DO COWORKING

3min
pages 71-72

Figura 38 - Fachada do escritório do Google/Alphabeta de Dublin

1min
page 58

3.10 LAYOUT

1min
page 54

3.9 AROMATERAPIA

1min
page 53

3.8 SOM AMBIENTE

1min
page 52

3.7 ACÚSTICA

1min
page 51

3.4 CONFORTO TÉRMICO

3min
pages 41-44

3.6 PISOS

1min
pages 49-50

3.3 CORES

2min
pages 38-39

3.2.2 Artificial

1min
page 37

3. FATORES PROJETUAIS

2min
pages 32-34

2.2 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS SOBRE O CAPÍTULO

1min
page 31

2.1.1. Aspectos espaciais

1min
page 28

INTRODUÇÃO

2min
pages 19-20

2. FATORES PSICOLÓGICOS

1min
page 25

1.4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS SOBRE O CAPÍTULO

1min
page 24

2.1 PSICOLOGIA AMBIENTAL

2min
pages 26-27

1.3 A ARQUITETURA E O BEM-ESTAR NO AMBIENTE DE TRABALHO

2min
pages 22-23

2.1.2 Aspectos interpessoais

1min
pages 29-30
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