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3.4 CONFORTO TÉRMICO

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Figura 19 - Utilização das cores no ambiente de trabalho do Google/Alphabeta de Dublin, Irlanda

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Fonte: ARCHDAILY (2013)

Percebe-se que a utilização das cores em escritórios depende dos ambientes em que são aplicadas, das atividades a serem exercidas e dos efeitos e sensações que se pretende estimular.

3.4 CONFORTO TÉRMICO

O clima se refere às condições físicas dos locais em que vivemos e trabalhamos. É constituído por quatro componentes principais: temperatura do ar, das superfícies do entorno, umidade e movimento do ar. O clima dos ambientes é geralmente percebido apenas quando este se desvia do padrão de conforto pessoal. Quanto maior for esse desvio, maior será o desconforto. Este desencadeia variações funcionais que tem o poder de impactar o corpo por inteiro. Enquanto o superaquecimento ocasiona cansaço, redução de desempenho físico e crescimento de erros, o resfriamento exagerado provoca superatividade, diminuindo o estado de alerta e a concentração, especialmente no que diz respeito a atividades mentais. Deste modo, percebe-se que a conservação de um clima confortável é fundamental para o bem-estar e performance das pessoas (KROEMER e GRANDIEAN, 2007).

Como mencionado no início deste capítulo, a temperatura, segundo a Figura 13, foi o fator mais percebido pelos trabalhadores. O intervalo de temperatura no qual um indivíduo sente-se confortável varia muito. Esse estado de conforto depende, a

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princípio, da quantidade de vestimenta que está sendo utilizada e, logo após, da escala de esforço físico que este indivíduo realiza (KROEMER e GRANDIEAN, 2007).

Em ambientes onde são realizados trabalhos que compreendem pouco ou nenhum esforço físico, as recomendações são de que, durante o inverno, a temperatura do ar se estabeleça entre 20 e 21ºC, enquanto no verão o intervalo é de 20 a 24ºC (KROEMER e GRANDIEAN, 2007).

Outro aspecto importante do clima é a umidade do ar, que, no inverno, deve ser mantida superior ou igual a 30%, de forma a evitar o ressecamento das vias respiratórias. Já durante o verão, a umidade relativa do ar é naturalmente confortável, variando de 40 a 60% (KROEMER e GRANDIEAN, 2007).

A Figura 19 apresenta as temperaturas recomendadas, segundo Kroemer e Grandiean (2007), para cada tipo de trabalho,

Figura 20 - Temperatura de salas recomendadas conforme o tipo de trabalho

Fonte: KROEMER e GRANDIEAN (2007)

A temperatura interna pode ser mantida através de sistemas de condicionamento de ar. Porém, também é importante que os escritórios possuam janelas que possibilitem a ventilação natural, que é o método considerado frequentemente como o mais eficaz para se alcançar o conforto térmico nos espaços arquitetônicos (BITTENCOURT, 2005 apud MARCONDES, 2010). Além de possibilitar o conforto, a ventilação natural se faz essencial para a conservação da saúde e do bem-estar das pessoas, pois a troca de ar entre os meios interno e externo dissipa as partículas tóxicas do ambiente, como fumaça, poeira e outros poluentes (FROTA, 2000 apud FIGUEIREDO, 2007).

Além dos aspectos mencionados nos parágrafos anteriores, a incidência solar sobre os edifícios também é um fator determinante para o conforto térmico dos escritórios.

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Deve-se atentar, primeiramente, para implantação do edifício, levando em consideração a orientação solar (Figura 21).

Figura 21 - Orientação solar de acordo com as estações do ano

Fonte: VIVADECORA (S/D)

A orientação ideal para melhor iluminação natural é a Norte, por dispor de uma incidência solar mais frequente. Embora o calor que está associado a luz natural, as aberturas nesta orientação são fáceis de se sombrear.

A orientação Sul, de acordo com Lamberts, Dutra e Pereira (2013), é considerada a segunda melhor, por conta da constância da iluminação. Ainda que essa orientação conte com baixa quantidade de luz solar, possui alta qualidade de luz branca fria. Também dispõe de poucos problemas relacionados ao ofuscamento, sendo simples de aplicar métodos de proteção solar para fachadas orientadas para o Sul.

Já as orientações Leste e Oeste recebem grande quantidade de iluminação solar direta, sedo consideradas as piores orientações para o desenvolvimento de projetos de proteções solares. (LAMBERT, DUTRA e PEREIRA, 2013)

Para amenizar os efeitos da incidência solar, como o aquecimento do ambiente e o ofuscamento da visão, são indicadas estratégias como utilização de brise-soleil (Figura 22) e persianas (Figura 23). A aplicação de insulfilm nos vidros (Figura 24) também pode ser adotada, conforme necessidade do projeto.

Figura 22 - Brise-soleil

Fonte: HUNTER DOUGLAS (S/D)

Figura 23 - Cortina em rolo

Fonte: HUNTER DOUGLAS (S/D) 44