Magazine 60+ #28

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60+

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#28

Variedades - Cultura - Informações Ano III

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Formato A4 | internet livre

Outubro/2021 - #28

- Brasil - Portugal

Foto: Cidália de Aguiar

Argentina

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Nem todas as Peras são iguais Páginas 37 e 38

A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES PARA O PUBLICO 60+, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS.


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Jornalista Responsável

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Editorial

seja bem-vindo Manoel Carlos Conti Jornalista

Millôr Fernandes disse uma vez “não é que com a idade você aprenda muitas coisas; mas você aprende a ocultar e mentir melhor aquilo que ignora”. Desde pequeno, sem meus pais presentes uma vez que faleceram cedo, sempre estive no meio de idosos ou no mínimo de adultos que eram mais velhos que meus pais. Admirava a capacidade de alguns deles quando conversavam e faziam com que todos mantivessem a atenção plena naquilo que diziam. Meu Vô Marino era um desses. Depois do sagrado macarrão feito em casa aos domingos eu saia da mesa e ficava brincando com algum carrinho ou algo pequeno ao lado da cadeira que ele se sentava na cabeceira de uma mesa de tábuas armada só nessa ocasião... era para caber toda italianada, adultos e crianças. Certa vez, enquanto eu brincava percebi que meu avô contava a história de um vulto que eles e seus amigos observaram numa noite em que foram acampar no alto do Morro do Maluf, em Guarujá - SP. Ele contava aquela história com tantos detalhes que parecia estarmos lá no dia em que isso aconteceu. Bem mais tarde, a maioria já havia saído da mesa e minha avó chegou perto dele e disse: “nunca tinha ouvido essa história”. E meu avô deu uma risada, ainda baforando o mesmo charuto que acendeu quando iniciou a fala para todos e disse com seu sotaque italiano Io male sei onde fica questo tal morro...” Deu um sorrisinho e saiu da mesa arrumando seu suspensório. Acho que nós, que já temos uma idade para sermos chamados de idosos, temos mesmo a capacidade de falar melhor, inventar coisas, descrever fatos, sentir e apreciar melhor os gostos, etc... estamos acostumados com o bom e o ruim. Durante a vida, nossas oportunidades de aprender e ter conhecimento é bem guardada em nossa memória e assim, penso eu e não sei se estou certo nisso, quase sempre acertamos os nossos objetivos. Escrevo esse editorial no dia do idoso e tenho certeza que muita gente vai me parabenizar por esse texto e por essas palavras mas, será essa uma história verdadeira? Millôr disse em outra ocasião “As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades”. Parabéns a todos os idosos! Boa leitura!

Morro do Maluf nos dias de hoje - arquivo

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60+

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Nosso time de Colunistas

Herodoto Barbeiro 4e5 Silvia Triboni 7 a 10 Sérgio Frug 11 e 12 Thais B. Lima 13 e 14 Sandra Schevinsky 15 e 16 Malu Alencar 17 a 19 Veterinária USP 21 e 22 Marisa da Camara 23 Maria Eugênia 24 Lawrence C. Nogueira 26 a 28 Fabio F. Sá 29 e 30 Maria Luiza Conti 31 e 32 Norberto Worobeizyk 33 e 34 Laites Temple Vidal 35 e 36 Cidália Aguiar CAPA 37 e 38 Osvaldo B. de Moraes 39 e 40 Jane Barreto 41 e 42 Marly de Souza 45 e 46 Malu Navarro Gomes 49 a 52 Manoel Conti 53 e 54 João Alberto Neto 55 e 56 Katia Brito 57 e 58 Laerte Temple 59 e 60 Tony de Sousa 61 e 62 Lenildo Solano 63 e 64 Luiz A. Moncau 65 e 66 Marcelo Conti 67 e 68 Marcelo Kassab 69 e 70 Cida Castilho 73 e 74 Ebe Fabra 75 e 76 Noticias que rolaram no whatsapp 79 a 86

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Crônicas do Brasil

Deputado sueco chega a Estocolmo Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

Foto: blog do Colunista

O deputado sueco chega à capital do país, Estocolmo, para mais uma semana de trabalho legislativo. Desembarca no aeroporto local, faz um pit stop na sala vip que tem direito, toma um lauto café juntando forças para mais uma semana de embates em nome dos eleitores que o elegeram. Sua bagagem é levada por assessores ao carro oficial e parte para o seu apartamento funcional. No caminho um dos seus muitos assessores o abastece com as fofocas que assombram a cidade e quais os encontros que deverá participar. Uma lista de prefeitos, cabos eleitorais, colegas do parlamento que têm alguma coisa para pedir e o representante do povo da Suécia tem que estar preparado. Não pode ser pego de surpresa. A segunda parte das informações são as visitas que deve fazer nos ministérios e órgãos federais para atender aos pedidos dos empresários que financiaram a sua campanha eleitoral e precisam ser atendidos. Não só porque assumiu compromisso com eles, isso é administrável, mas principalmente porque no ano que vem tem eleição e ele vai precisar do caixa dois das empresas deles para financiar a campanha. O fundo eleitoral bancado pela população da Suécia não é suficiente. O parlamento sueco tem uma semana que mata de inveja outros parlamentos do mundo. Começa na terça, dia da chegada do deputado, e termina na quinta à tarde, quando embarca no aeroporto de volta para as suas bases eleitorais. Há rodadas de almoços, jantares e encontros noturnos que consomem a saúde de qualquer um, mesmo os mais acostumados com a vida vibrante de Estocolmo.

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Especialmente à noite, com direito a encontros amorosos nas suítes mais caras dos hotéis 5 estrelas. Há quem pague, mas isso não é da conta do deputado sueco. Afinal, se afastar da família, dos amigos, da sua base eleitoral tem que ter alguma compensação. A consciência do deputado sueco está tranquila. Chegar ao apartamento funcional, com 4 quartos, 2 suítes, com todo o serviço de hotelaria funcionando nos seus mínimos detalhes é o que ele merece. A vista do prédio é calmante, dá para o lago de Estocolmo, e o seu domicílio está sempre aberto para os peregrinos amigos que chegam à capital federal. Sente-se gratificado em poder ajudar os que ajudam os interesses do povo. O deputado sueco é um defensor das causas populares e está de olho no estrago provocado pela pandemia. Vota garbosamente pelo auxílio emergencial de 150 coroas suecas para manter as numerosas famílias que vivem miseravelmente nas favelas espalhadas pelas cidades do país. A diferença de valor entre a moradia funcional e barraco ao lado do córrego que carrega mais esgoto do que água, é suportável, O imóvel funcional, pertencente ao povo, vale uns 2 milhões de coroas suecas. É o custo da democracia dizem os parlamentares preocupados com as críticas que se espalham nas mídias sociais. O que custa manter mais de 450 apartamentos, ou indenizar com 4 mil e 500 coroas os coitadinhos que não tem apartamento para se alojar ? O contribuinte paga tudo isso com um sorriso nos lábios, porque sabe que está ajudando a democracia a se consolidar e que nenhum golpe de estado venha atrapalhar o processo político como aconteceu no passado da Suécia. As mudanças não são bem-vindas e desnecessárias. Tudo vai bem na terra da padroeira do país, Santa Brígida. Foto: Sálvio Arantes

Acordo Obsoleto, Durmo Atualizado www.durmoatualizado.com.br

Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizesUm blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+

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Contos II

O guerreiro vai voltar João F Aranha

Cidadão e Repórter

Força nosso querido amigo. Toda nossa equipe está ao seu lado orando e torcendo para que você se recupere o quanto antes. Nessa edição nossa revista estará um pouco mais pobre sem as tuas maravilhosas matérias. Forte abraço de todos aqui do Magazine 60+

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Mudança de Hábito

4 dicas para você ter uma linguagem inclusiva e precisa em seu dia-a-dia Fotos enviadas pela colunista Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

Já se sentiu constrangido ao se expressar de alguma maneira, sentindo que o seu interlocutor poderia estar se sentindo ofendido, ainda que esta não fosse a sua intenção? Alguma vez teve dificuldade em construir uma mensagem por não saber como se expressar de forma coerente? Você já pensou que muito mais do que não falar de maneira politicamente incorreta é verbalizar seus pensamentos de forma precisa e inclusiva? Se respondeu sim a alguma dessas questões, acredito que este artigo poderá lhe ser útil. Para mim foi, e muito. Foi em busca de orientações sobre comunicação precisa que encontrei este material no site Think with Google criado pela equipe de Precise Language, que trabalha para capacitar o uso de linguagem inclusiva no local de trabalho. Da leitura do artigo vi logo que mais do aplicado no trabalho, o estudo é e deve ser adotado em nossas vidas cotidianas. Comunicação é ferramenta chave para um ambiente seguro. Sabemos que o bom relacionamento entre as pessoas depende muito da qualidade da comunicação entre elas. “Comunicar-se de forma inclusiva e precisa significa ter a consciência de que nos relacionamos com pessoas com diferentes características e identidades e por isso é importante comunicar-se incluindo, valorizando, respeitando e acolhendo toda a diversidade inerente ao ser humano.”

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Linguagem inclusiva e precisa levada a sério. Importante que estejamos atentos para adotarmos uma postura legítima quanto à adequação de nossa comunicação daqui para a frente, em qualquer contexto em que estejamo adequada. Transformar nossos hábitos, ou de equipes que façamos parte, não é tarefa fácil. É preciso converter mentalidades para tornar o ambiente de trabalho mais diversificado, igualitário e inclusivo para que a nova atitude não seja passageira, ou a nova diretriz de trabalho não seja algo “para inglês ver”. “De acordo com um estudo recente da PwC sobre diversidade e inclusão em organizações globais, 76% das empresas citam a D&I como um valor ou prioridade, enquanto apenas 22% dos funcionários relatam estar cientes dos esforços relevantes sobre o tema em suas empresas.” 4 dicas para você ter uma linguagem inclusiva e precisa em seu dia-a-dia Tudo isso parece muito complexo, entretanto, a orientação fornecida pela Think with Google para a criação e adoção de uma linguagem inclusiva é bem prática, e é útil a nós maturis, às lideranças e equipes de trabalho. A real diversidade, equidade e inclusão, na prática, há de criar locais de trabalho onde pessoas de todas as origens e culturas se sintam capazes de prosperar. 1. ENTENDA A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E PODER 2. AVALIE AS PALAVRAS QUE VOCÊ USA 3. CONSIDERE SEMPRE A INTERSECCIONALIDADE 4. COMPROMETA-SE A CONTINUAR PRATICANDO 1. Entenda a relação entre linguagem e poder

Foto: holdingredlich.com

“As palavras que usamos todos os dias têm um impacto real em nós mesmos, em nossos colegas e em nossas instituições. A linguagem pode ajudar a manter sistemas de poder que impedem, por exemplo, que um local de trabalho seja inclusivo, criando um ambiente hostil para os funcionários, especialmente aqueles que se identificam com comunidades sub-representadas. Em geral, indivíduos e grupos com mais poder têm acesso a mais oportunidades e podem impor seu jeito de pensar e fazer as coisas às pessoas que têm menos poder, muitas vezes sem se darem conta. A linguagem pode ajudar a manter sistemas de poder que impedem que um local de trabalho seja inclusivo, criando um ambiente hostil para os funcionários. A linguagem pode ser um reflexo disso, já que as pessoas com mais poder influenciam não apenas a linguagem usada, mas como ela é usada no local de trabalho. Como resultado, as palavras que usamos podem perpetuar um ciclo de desigualdade sistemática que é difícil de ser quebrado. Ao se conscientizar dos desequilíbrios de poder, você pode começar

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a resolvê-los para melhorar o local de trabalho para todos.” 2. Avalie as palavras que você usa “A linguagem evolui com o tempo, de tal forma que as palavras usadas há alguns anos podem não funcionar hoje. Por isso é importante avaliar continuamente o idioma que usamos e trocar periodicamente as palavras à medida que novas informações se tornam disponíveis. Ao escolher as palavras que você usa, lembre-se de que o princípio mais importante da linguagem precisa é respeitar as escolhas e preferências alheias. EXEMPLO PRÁTICO: Uso da palavra ‘minorias’ para descrever qualquer pessoa que não seja branca. Apesar de politicamente correto, não explica a quais pessoas nos referimos. Além do mais, certos grupos tidos como “minorias” são “maioria” em vários lugares deixando a palavra cada vez mais imprecisa.

Ao sub “minoria” termo preciso “grupo op suas pala mais prec as pessoa local de t que se ide como

“USE: GRUPO OPRIMIDO” no lugar de “MINORIA” Ao substituir “minoria” por um termo mais preciso, como “grupo oprimido”, suas palavras são mais precisas para as pessoas em seu local de trabalho que se identificam como tal. Ao escolher as palavras que você usa, lembre-se de que o princípio mais importante da linguagem precisa é respeitar as escolhas e preferências alheias. Em termos simples, use sempre os nomes, pronomes e palavras que as pessoas e comunidades escolheram para se identificar.” 3. Considere sempre a interseccionalidade “Uma parte importante do uso de linguagem precisa é garantir que seus conteúdos reflitam o mundo ao nosso redor. Fazer isso, efetivamente, significa reconhecer a interseccionalidade das identidades das pessoas e garantir que campanhas e comunicações representem a pluralidade que existe dentro da diversidade. EXEMPLO: “A COVID-19 teve um impacto desproporcional na vida de pessoas não brancas e de pequenos negócios comandados por mulheres”. Mesmo com a melhor das intenções a frase citada separa gênero e raça, e sem querer exclui pessoas não brancas proprietárias de pequenas empresas. Uma abordagem mais inclusiva seria dizer que: “A COVID-19 teve um impacto desproporcional nas pequenas empresas de pessoas não brancas e mulheres”.

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Foto: env


bstituir ” por um o mais o, como primido”, avras são cisas para as em seu trabalho entificam o tal.

Você poderia até completar, reconhecendo explicitamente a natureza desse impacto desproporcional: “Como resultado das disparidades financeiras, geográficas e sociais preexistentes, a COVID-19 teve um impacto desproporcional em pequenas empresas comandadas por pessoas não brancas e mulheres”. Quando a comunicação não é capaz de refletir a interseccionalidade, ela corre o risco de reduzir identidades multidimensionais em histórias simplificadas demais, que podem perpetuar estereótipos e ser ofensivo às pessoas a quem se destina o trabalho. Escolha sempre narrativas variadas e, de preferência, aquelas que vêm diretamente das pessoas que fazem parte da narrativa, mesmo quando elas desafiam visões históricas de como algo deve ser apresentado.” 4. Comprometa-se em continuar praticando

“A inclusão não é uma moda. É necessário mudar as desigualdades estruturais, e isso requer uma vontade de examinar e resolver continuamente os desequilíbrios de poder. Avalie as práticas de sua empresa rotineiramente para criar uma comunicação e relações mais eficazes entre sua equipe. Considere fazer uma pesquisa com todos os funcionários para ter opiniões e comentários e decidir qual será seu objetivo final. EXEMPLO: Você pode buscar uma meta de 95% dos funcionários satisfeitos com a comunicação da empresa e com a maneira como ela incentiva a produtividade e valoriza o trabalho deles. Avalie rotineiramente as práticas de sua empresa para encontrar oportunidades de criar uma comunicação e relações mais eficazes entre todas as pessoas.” Mãos à obra! A aplicação dos princípios da linguagem inclusiva e precisa pode parecer complicada no início, mas é importante que viada pela colunista - divulgação nos dediquemos a isso com afinco, mesmo se parecer difícil. Vamos usar as 4 dicas para termos uma linguagem inclusiva e precisa em nosso dia-a-dia, e nos comprometer a melhorar a nossa comunicação constantemente, de forma que o nosso ambiente pessoal e de trabalho, seja verdadeiramente respeitoso e inclusivo. Obrigada!

Fundadora do projeto Across Seven Seas, Repórter 60+ e Deputy Ambassador na Ageing2.0 Lisbon www.acrosssevenseas.com Linkedin: Silvia Triboni Instagram - @across_seven_seas

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Cultura Geral

A Tenda Vermelha Sergio Frug

Bastante significativas as diferenças entre a história de Jacó contada por Moisés no Antigo Testamento e a história de Jacó contada por sua filha Dinah através da fascinante obra de Anita Diamant, que serve também de título para este texto. A meu ver o cerne da questão está no olhar. Não só do autor, mas sobretudo dos personagens. Jacó não olhava nos olhos das suas esposas, assim como não olhou nos olhos de Labão. E vice-versa. Assim provavelmente Rebeca e Isaac (que se torna cego) não se olhavam nos olhos, assim provavelmente Sara e Abraão e quase que certamente a Eva e o Adão (especialmente após o fatídico momento da queda). A ferida foi aberta, a dor foi manifesta e a confiança foi corrompida. Assim perdemos o olhar. O sagrado olhar olho no olho que nos une, que miscigena os nossos corações e que nos torna efetivamente irmãos e semelhantes. Antes de procurar nossos erros e nossas culpas provenientes das histórias sagradas, parece que nos compete compreender o caminho para o futuro. Se quisermos definitivamente construir uma nova Humanidade será preciso retomar a mansidão e nos aceitar uns aos outros, na confiança do eterno sentido que há nas coisas, muito mais do que na atitude nossa ou do nosso companheiro. Retomar o olhar é reconciliar no-

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Imagem: fragmento Carav Galeria Nacional d


vamente o masculino e o feminino. Como na união das partes do cachimbo sagrado dos nativos de pele vermelha, cuja fumaça conduz as preces para o céu e não se espalha apenas pela terra como a fumaça da oferenda de Caim, atingido que foi, também e muito fortemente, pela questão do pecado original. Ainda que cometamos os mais diversos erros e sempre os cometeremos, podemos nos olhar olho no olho e unir as nossas almas com as almas dos nossos companheiros. A verdade se manifesta olho no olho, mas sem a verdade, enquanto houver um engodo (de que eram mestres os irmãos Rebeca e Labão, vítimas também de tudo isso), não poderemos dizer que haverá um caminho seguro na face do nosso querido e belíssimo planeta. Como dizer que trabalhamos pelo bem da Humanidade, como clamar contra aqueles que ferem os códigos éticos, enquanto não pudermos olhar simplesmente nos olhos das pessoas amadas, exatamente das pessoas que o destino oferece ao nosso convívio? Penso que Jesus e Judas souberam olhar-se nos olhos e abrir o espaço um para o outro para que cumprissem a sua missão. Sabia Jesus que sem a traição seu propósito não seria cumprido e por seu lado Judas se oferece para fazer o papel sujo com humildade e submissão. Sub-missão à Grande Missão Cósmica de que eram incumbidos esses dois seres de espírito altamente elevado. Livre pensar é só pensar, como dizia mestre Millôr, portanto que ninguém se sinta ofendido. Apenas manifesto as minhas visões e pergunto por que não? Por que não retomar as histórias sagradas com a possibilidade de uma nova compreensão e um novo encaminhamento sempre em favor da grandeza da Humanidade?

de ‘O beijo de Judas’ vaggio da Irlanda - Dublin

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Benefícios

Meditação e desempenho de memória: o que dizem as pesquisas? Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

Embora o ato de meditar remeta à religiosidade oriental – como o budismo e hinduísmo - essa prática milenar tem sido tema de vários estudos científicos nos últimos anos. Isto porque foi encontrada associação na literatura entre meditação e melhorias em diferentes aspectos neurocognitivos que dizem respeito à nossa saúde mental e qualidade de vida, especialmente quando a técnica empregada é a mindfulness (atenção ou consciência plena). Tal técnica foi inserida no contexto acadêmico em meados da década de 1970 nos Estados Unidos pelo Dr. Jon Kabat-Zim, atualmente professor emérito da Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts, conhecido internacionalmente por seu trabalho como cientista, escritor e professor de meditação empenhado em trazer a atenção plena ou mindfulness para a corrente principal da medicina e da sociedade. Trata-se de uma técnica que se utiliza de um processo pelo qual aperfeiçoamos nossa atenção e percepção do momento presente, refinando-as e conduzindo-as para um maior uso prático em nossas vidas. Um procedimento que pode nos ajudar a perceber que o caminho a que chamamos de nossa vida tem direção; que ele está sempre se desdobrando, a cada momento; e o que acontece agora, neste instante, influencia o que acontecerá a seguir. Além disso, trata-se de uma intervenção não farmacológica acessível e de fácil aprendizagem. Muitos dos adeptos da meditação fazem uso desta abordagem no contexto de terapias complementares ao tratamento de doenças crônicas ou de dependência química. Há, também, os que a utilizam simplesmente como uma estratégia de promoção de saúde, dada a sua influência em aspectos cognitivos - como a atenção - e redução do estresse, ao passo que outros objetivam uma melhor performance em práticas esportivas. Mas, ainda no âmbito cognitivo, será que a meditação pode trazer mudanças relevantes para a memória? Em um estudo longitudinal controlado realizado por Hölzel e

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colaboradores em 2011, imagens de ressonância magnética revelaram que os indivíduos que foram submetidos a uma intervenção com práticas meditativas no estilo mindfulness, durante oito semanas, apresentaram aumento na densidade de massa cinzenta do hipocampo, em comparação com o grupo-controle que nunca meditou. Como o hipocampo é a região cerebral envolvida em processos relacionados à memória, os resultados sugerem que a técnica mindfulness impacta positivamente sobre este subsistema cognitivo. Publicações recentes endossam o que fora anteriormente encontrado. Um estudo publicado em 2021 e intitulado “A meditação mindfulness melhora a memória visual de curto prazo” revelou que uma única sessão de intervenção com a técnica mindfulness foi capaz de melhorar o desempenho dos participantes da pesquisa no que diz respeito à memória visual de curto prazo, em comparação com um grupo controle. E aí, ficou interessado(a) na técnica? Se sim, a seguir o link de uma entrevista (legendada em português) com o Prof. Dr. Jon Kabat-Zim, fundador da Clínica de Redução de Stress baseada em Mindfulness (em 1979) e do Centro para Mindfulness em Medicina, Saúde e Sociedade (em 1995): https://www.youtube.com/watch?v=oxtipqMXoZ0. E, para treinar a habilidade de atenção ou consciência plena, alguns aplicativos para você baixar em seu smartphone ou tablet: Headspace: Meditação e Mindfulness Para Android: https:// play.google.com/store/apps/details?id=com.getsomeheadspace. android Para IOS: https://apps.apple.com/us/app/headspace-com-meditation-mindfulness/id493145008 5’ Minutos, Eu Medito Para Android: https://play.google.com/store/ apps/details?id=com.polvo.cincominutos Para IOS: https://apps. apple.com/br/app/5-minutos-eu-medito/id687191889 Meditações Jon Kabat-Zinn - (desenvolvido pelo Prof. Dr. Jon Kabat-Zim): Para Android: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.mindfulnessapps.jkz Para IOS: https://apps.apple.com/us/ app/jon-kabat-zinn-meditations/id1514947607#?platform=iphone Por fim, se você prefere livros a aplicativos, segue uma dica de leitura acerca da técnica mindfulness: Livro “A Mente Alerta” do Prof. Dr. Jon Kabat-Zim Tradução de Vera Werneck - ISBN: 8573023465 Boa meditação! Manuela Lina da Silva Gerontóloga pela Universidade de São Paulo (USP) Foto: Wikipédia Tiago Nascimento Ordonez do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo

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Divã

Ainda falando de regras! Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Caro leitor, como é bom escrever uma coluna em que as pessoas se manifestam, concordam, discordam, pensam, gostam ou desgostam, mas acompanham a Coluna Divã na querida revista Magazine 60+. Na edição anterior quis trazer a tona que colocar regras e seguir as leis dá trabalho. Precisa de afeto e comprometimento para fazer isso de forma efetiva, que muitas crianças são criadas sem disciplina em função da falta de paciência dos adultos em ensiná-las, é mais fácil dar um celular para que fique quieta. Meu amigo Alessandro Calçado de Medeiros fez a seguinte observação: Sandra, Acho que a sociedade precisa de afeto e amor, porém deve haver regras e punições. Pois o ser humano possui uma característica inerente a ele, que é o egoísmo. Além de ele ter o hábito de ser imperioso. Com isso, eu aposto que nunca existirá uma sociedade humana sem controle. E vivendo na base de amor sem leis. A piedade com a fraternidade ainda precisam dominar a mente humana. Talvez nunca domine a mente de egoístas... Mas eu creio que levará séculos, e o ser humano, através de muitos erros, aprenderá... O grande psicólogo Chu Yu Gi também sugeriu: Talvez valesse a pena abordar também de outro modo, até de um modo mais objetivo, de que a vida só existe tomando forma, o limite define a própria possibilidade de existir, por exemplo: se o pedestre não respeitar o limite do trânsito pode ser atropelado; se não respeitar o limite nutricional, pode

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Foto: Marcos Santos/USP Imagens

sofrer de subnutrição ou obesidade, etc Então meu amado leitor, podemos pensar que as regras e leis é que dão os limites para as pessoas, tanto no âmbito objetivo como subjetivo. A revolução cognitiva do Homo Sapiens ocorreu por vários motivos, mas aqui falarei do sentimento de confiança e consciência da morte. Quando confiamos em nossos pares podemos dormir, confiar à prole e relaxar, mas como disse o Alessandro sempre tem um egoísta no caminho, que pode querer roubar ou matar aquele que lhe delegou o afeto de confiar, por isso, as interdições das realizações dos puros desejos, do imediatismo e do eu centrado foram construídas ao longo dos séculos! O Homem não é a lei, mas é amparado, sujeitado e sustentado por ela, para que possa haver ordem no mundo, mas também em seu psiquismo. Para Freud o que nos torna civilizados é justamente regulamentar os relacionamentos sociais, considerando a maioria e não apenas interesses individuais, mas cria-se um mal estar naquele que é impedido na manifestação de sua agressividade ou desejos. Por vezes fico confusa, pois tenho a impressão que a ordem das coisas está mudando, parece que os interesses individuais suplantam os da coletividade, como por exemplo, tomar ou não a vacina contra o Covid 19. Nossa única arma, no momento, para conter a propagação do vírus é a vacina, mesmo que algumas pessoas ainda se contaminem e por infortúnio faleçam só ela pode enfraquecer a contaminação. Vivemos em um mundo globalizado e não se vacinar deixa de ser uma opção individual e passa a colocar em risco a coletividade. Talvez tenham regras e restrições para quem não se imunizou com certeza alguns se sentirão tolhidos em seus direitos, mas começo a pensar qual é a estrutura psíquica que vê lógica em colocar a vida dos outros em risco! Espero pelas colocações de vocês para continuarmos no assunto! Com muito carinho!

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Contos I

O petróleo é nosso! segundo Monteiro Lobato Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

Um dos principais elementos que causam a crise econômica que vivemos tem nome: o petróleo. Apesar de ser um líquido que não se bebe e muito menos se come in natura, é ele que gera e rege toda a economia do país e do mundo, pelo menos por enquanto. Mas nem sempre foi assim, afinal o petróleo existe desde sempre, mas sua descoberta é praticamente recente se formos pensar na sua utilização. Resolvi fazer uma pesquisa sobre esse tema que realmente afeta o bolso dce todos nós, ricos ou pobres! Para começar a origem da palavra: do latim petroleum, petrus = pedra e oleum = óleo. Quem diria que Pedra dá Óleo? No Brasil Colônia o petróleo era utilizado domesticamente em alguns lugares da Bahia para iluminar ambientes através de tochas e lampiões. A prática era rotineira e desatenta quanto ao potencial energético do produto utilizado. Mas o produto ganhou importância econômica a partir de 1850, quando os EUA passaram a investir no uso industrial produto. Logo, os primeiros carros, que nasceram elétricos, passariam a ser movidos à gasolina. O carro à gasolina apareceu quando o petróleo de John Davison Rockfeller para lampiões se viu condenado pelo comércio de lâmpadas elétricas, uma história que vale uma pesquisa e que atravessou o século XX. Na cena mundial, a contar daquele momento, o Brasil levaria quase cem anos para se posicionar quanto a investimentos em energia fóssil. O país se manteve como produtor rural movido à tração animal, trabalhador escravo, lenha e carvão. Quando passou a consumir petróleo, o país tornou-se importador. Só a partir de 1930 é que a política nacional atentou para a necessidade de tomar iniciativas no setor em meio à falência da produção do café paulista, que sustentava a economia nacional. Era início da industrialização pretendida pela ditadura progressista de Getúlio Vargas. Transcorreram mais vinte anos até que o Brasil se posicionasse na cena internacional com a criação da Petrobras e seu monopólio em prospecções, produção e refino. Assim, definia-se pelo caminho contrário do livre mercado adotado pelos americanos, que já operavam a energia nuclear. Por época da criação da Petrobrás e seu monopólio, em 1953,

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o Brasil era o último em perfurações na lista com EUA, Venezuela, México, Peru e Equador. Os EUA mantinham 49.760 perfurações. O Brasil registrava 58. Para quem considera que os paulistas têm mesmo um lendário espírito bandeirante, de ir em frente e abrir caminhos, a história do petróleo nacional contribui para confirmar essa crença. Muito antes da década de 1930, quando o país vacilava em pesquisas, já em Rio Claro cidade do interior do estado de SP e região, abriam poços há décadas. As buscam haviam começado em 1890. Na cidade, tudo aconteceu no bairro Assistência. Na literatura a respeito do tema, tem-se que a primeira perfuração particular em busca por petróleo no Brasil remonta ao final do século XIX e foi feita no município paulista de Bofete, entre 1892 e 1896. Ali, então, Eugênio Ferreira de Camargo instalou uma sonda por conta própria em uma área de afloramento de betume. A prospecção foi encerrada com a localização de água sulforosa a quatrocentos metros. Teria produzido dois barris petróleo. O episódio de Bofete fomentou a discussão sobre a existência de petróleo no estado de São Paulo. Visionários da região de Piracicaba, São Pedro e Rio Claro entraram em alerta. Alguns partiram para a ação e deram início à saga dos Bandeirantes do Petróleo. A mobilização foi encerrada no fim dos anos 1950 com a constatação de que não havia petróleo em Rio Claro nem no interior paulista. No Brasil, o primeiro poço foi encontrado 80 anos depois, em 1939, em Salvador. O responsável foi Manoel Ignácio de Bastos. Depois das primeiras descobertas, fatores com a criação de motores a óleo (muito utilizados nas indústrias) e o surgimento dos carros com motores a óleo diesel e gasolina influenciaram bastante no crescimento do interesse pelo petróleo. Mas afinal, qual a importância do petróleo? O petróleo pode ser utilizado de muitas formas, como matéria-prima para a formação de outras substâncias e como fonte energética. É muito utilizado como fonte de energia, gás e combustível. Atualmente, cerca de 40% da energia primária (originária da natureza) vem do petróleo. Mundialmente, aproximadamente 8% da energia elétrica ainda tem origem na exploração de petróleo. Existem muitos produtos que são derivados de petróleo. Alguns desses subprodutos são: óleo diesel, gasolina, gás de uso doméstico Foto: Petrobrás (GLP), querosene, parafina, asfalto e nafta. O petróleo também pode ser usado na formulação de outros subprodutos de uso comum e doméstico: itens em plástico, óleo lubrificante, maquiagens (sim maquiagens), remédios, tecidos sintéticos, sapatos e roupas, produtos de limpeza, corantes e conservantes de alimentos e fertilizantes utilizados na agricultura. A Petrobras foi criada em 1953, durante o governo do Presidente Getúlio Vargas. Mas o uso do petróleo deve ser feito de forma adequada para evitar danos ao meio ambiente e aos ecossistemas e problemas ambientais mais graves que podem ser causados pelo uso descuidado do petróleo é a contaminação de águas, quando a substância é despejada em mares, rios, oceanos ou lagos. A presença de petróleo pode ser muito danosa aos ecossistemas aquáticos, podendo conta-

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minar a água e causar a morte de animais. Outro problema ambiental é a poluição pela fumaça que resulta do uso do petróleo nas usinas produtoras de combustível. A fumaça contribui para a piora da qualidade do ar e agrava problemas que já existem, como o crescimento do buraco da camada de ozônio e o efeito estufa. O petróleo é uma energia não-renovável, ou seja, gerada por recursos naturais que não se renovam, ou seja, são esgotáveis. Mas foi Monteiro Lobato que gritou em alto e bom som que “O Petróleo é Nosso”!!! Monteiro Lobato conseguiu sacudir o Brasil de alto a baixo, apontando ao povo brasileiro os caminhos de sua emancipação econômica, lutas que se aprofundariam após a sua morte e que redundaram na fundação da Petrobras “Monteiro Lobato ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo de sua obra infanto-juvenil, constituindo aproximadamente a metade da sua produção literária” | Foto: Acervo Família Monteiro Lobato “Monteiro Lobato ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo de sua obra infanto-juvenil, constituindo aproximadamente a metade da sua produção literária” | Foto: Acervo Família Monteiro Lobato “No dia 2 de julho de 1948, Monteiro Lo­ba­to concedeu à rádio Record aquela que se­ria a última entrevista de sua vida, a qual encerrou com as palavras: “O Pe­tróleo é Nosso”! Dois dias após, “O Repórter Esso”, na voz de He­ron Domingues, anunciou a morte de um grande brasileiro, desses que surgem poucos a cada geração: “E a­gora uma notícia que entristece a todos: acaba de falecer o grande es­ critor e patriota Monteiro Lobato!” Monteiro Lobato, nascido em Taubaté em 1882, falecia aos 66 anos de idade; o corpo foi velado na antiga Biblioteca Municipal de São Paulo e em seu cortejo fúnebre, que seguiu a pé até o Cemitério da Consolação, havia mais de dez mil pessoas a quais cantavam o Hino Nacional. Compreendiam que Monteiro Lobato representou a seu modo o ímpeto pioneiro, renovador, criador de tantas iniciativas fecundas e ousadas, aventuras pessoais ou coletivas, que formatariam o Brasil moderno.” Carlos Russo Jr. / Jornal Opção Para finalizar a matéria e como a tecnologia impõe novos hábitos e faz descobertas incríveis, não sabemos se o petróleo continuará sendo o principal combustível do planeta. Quem viver, verá! Referencias: Bandeirantes do Petróleo Destaque, Diário do Rio Claro, Especial/José Roberto Sant’Ana, Petroleo Carlos Russo Jr / Jornal Opção

Monteiro Lobato Nascimento: 18 de abril de 1882, Taubaté, São Paulo Falecimento: 4 de julho de 1948, São Paulo, São Paulo

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GENTIL GIGANTE j o r n a l i s m o

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Papo Animal

Importância e benefícios da castração Saúde Única, sonhos coletivos FMVZ - USP

Existem muitas dúvidas em torno da castração de cães e gatos, originadas de ideias equivocadas sobre o procedimento e/ou sobre o comportamento do animal. Por isso, esse mês vamos conversar sobre a importância e as razões pelas quais ela é recomendada pelos médicos-veterinários. Muita gente acredita que é um procedimento cruel, o que é um mito. A castração é um procedimento cirúrgico como qualquer outro realizado pelo médico-veterinário, feito sob anestesia geral, com prescrição de analgésicos, antibióticos e anti-inflamatórios pós cirúrgicos para garantir a saúde e bem estar dos animais. Há várias técnicas disponíveis, mas a mais comumente realizada é a retirada do útero e dos ovários das fêmeas e os testículos dos machos, usando procedimentos pouco invasivos que permitem uma recuperação rápida. Mas, afinal, para que serve a castração? O principal objetivo é impedir a reprodução e nesse assunto reside um outro mito: de que namorar é importante para o bem-estar do animal, no entanto, os pets não cruzam por prazer e sim por instinto de perpetuação da espécie. Ocorre que esses animais não estão sob risco de extinção, muito pelo contrário, há uma grande população sem lar, abandonada ou em abrigos. Para se ter uma perspectiva populacional, uma única cadela pode produzir 64 mil filhotes em 7 anos e uma gata, no mesmo período, pode gerar 420 mil gatinhos!!! Além de reduzir a gestação indesejada, reduz o comportamento natural associado ao cio, que é a causa de muitos conflitos entre os animais e entre animais e humanos e tem sido reportado como causa de abandono. Por outro lado, animais castrados têm maior chance de serem adotados, porque o tutor não tem que se preocupar com isso.

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Foto: Asse


essoria de Comunicação USP

As gatas no cio costumam miar alto, de forma diferente e persistente e borrifam urina em diversos lugares da casa. As cadelas ficam mais agitadas e podem ficar mais agressivas, mas os conflitos com o tutor podem decorrer também da urina frequente com odor forte e do sangramento, que é comum e cuja duração varia bastante de animal para animal. Os machos, estimulados pelos feromônios de uma fêmea no cio, tentam fugir para encontrá-la e demarcam território com sua urina. Ao fugir, os animais ficam expostos ao risco de se perder, se envolver em brigas por disputa, contrair doenças, sofrer com atos violentos de algumas pessoas, ser envenenado, ser atropelado, causar acidentes viários, entre outros. Por outro lado, animais castrados ficam mais tranquilos e caseiros, os machos tendem a ficar menos agressivos, reduzir a marcação de território e a monta em outros animais, pessoas e objetos, enquanto as fêmeas deixam de apresentar o cio e as características que ele envolve. Mas é importante considerar que, uma vez aprendidos, os comportamentos associados à reprodução podem permanecer em algum nível, o que reforça o argumento pela castração antes que o animal chegue à maturidade sexual. O fato de ficarem mais calmos leva a uma outra crença, a de que os animais castrados ficam gordos. O aumento do peso pode ser consequência de uma redução da atividade física e do aumento de consumo de alimentos, como consequência de ficarem mais tempo em casa. Mas isso pode ser evitado com a oferta de alimentos menos calóricos e o incentivo à brincadeiras e passeios. Além disso, a castração previne o aparecimento de diversas doenças nas fêmeas, como tumores de mama e do útero, piometra (infecção do útero) e a “gravidez psicológica” e diminui o risco de tumores testiculares e de problemas na próstata nos machos. Podemos dizer então que a castração aumenta a expectativa de vida com qualidade e, por isso, é um ato de amor e de responsabilidade! Qualquer dúvida converse com o médico-veterinário de sua confiança, esse é um procedimento que envolve muitos custos, que variam de acordo com o tamanho do animal e com a clínica, mas é um investimento que vale a pena. Além disso, se você não tem condições financeiras de castrar o seu animalzinho, existem diversas campanhas de castração gratuitas e outras de baixo custo oferecidas pelos municípios, ONGs e faculdades de medicina veterinária. Texto escrito por Rafaela Oliveira Caetano dos Santos com a colaboração de Gabriela Cristina de Oliveira Santos; Natayane do Vale Torquato; Larissa Silva Santos; Loren D’Aprile, Luana Helena Antonini Gaia; Isabella Naomi Furusato; Evelise Oliveira Telles, membros do Projeto Santuário. Para sugestões ou dúvidas, entre em contato pelo e-mail: papoanimal60mais@gmail.com. Nos siga nas redes sociais: Instagram: @projetosantuariousp e Facebook: Projeto Santuário - FMVZ USP. Ficaremos muito felizes em ter vocês conosco!

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A vida como ela é

Dois grandes ícones Marisa da Camara Terapeuta Energética Radiestesista

O Rei Pelé é mundialmente conhecido por seus grandes feitos no futebol. Apesar de ter atuado de 1956 a 1977, é um ícone, cuja fama atravessa gerações. Qualquer criança, hoje, sabe de sua existência. Pelé eternizou a camisa 10, elevou o nível do futebol mundial, deu destaque e visibilidade ao Brasil, foi eleito o Atleta do Século, em 2020, e designado o Embaixador Mundial do Futebol, entre outros títulos. Ele foi a fonte de inspiração de grandes jogadores nacionais e internacionais, desde então. Um exemplo de talento, garra e determinação. De seus 1282 gols, 1081 foram pelo Santos Futebol Clube. Um outro grande ícone Santista o acompanhou nessa trajetória: o fotógrafo José Dias Herrera (1920-2010). Herrera (também conhecido como Zezinho) tirou as fotos mais lindas e inusitadas de Pelé, desde os 15 anos de idade do Rei, quando começou a jogar pelo Santos. A família de Herrera tem um acervo valiosíssimo de fotos do Rei Pelé e cedeu parte dele para a exposição que está em cartaz em Santos, no Museu Pelé. Eu não conheci o Pelé pessoalmente, mas sim o ícone Zezinho (Herrera), pai de minha grande amiga, Laís, que registrou e fotografou, divinamente, um dos maiores ídolos do mundo, numa época com poucos recursos técnicos, na qual arte e talento se faziam necessários. Vale a pena visitar essa exposição com o registro desses dois grandes ícones.

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Edson A. do Nascimento Pelé Foto: facebook oficial

José Dias Herrera Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura Foto: Marcelo Martins


orgulho60+

Celebrar a vida Maria Eugenia de Souza Meireles

Em 01 de outubro é comemorado o Dia Internacional dos Direitos das Pessoas Idosas, que no Brasil são as pessoas acima de 60 anos. Nesta data, além de nos sensibilizarmos para as questões do envelhecimento como o respeito aos direitos e o combate ao preconceito pela idade, acredito que deva ser um momento de comemoração, de celebração da vida. Envelhecer é um privilégio e é importante mostrar como os 60+ estão cada vez mais ativos e presentes, vivendo plenamente esta fase da vida. Em nosso canal do YouTube, apresentamos pessoas que demonstram isto, falam sobre suas trajetórias, e principalmente sobre suas realizações após a maturidade. É o caso de Mary Porto, hoje com 81 anos, que nos falou sobre seu reencontro com Raymond Widmer, um amor da juventude. Eles se conheceram na Suíça em 1958, e só em 2014 se reencontraram e puderam viver este romance. Ela nos contou que Raymond também se reinventou, após ficar viúvo no primeiro casamento, superando com dificuldade a morte de sua esposa. Mary e Raymond nos mostram que é possível ser feliz em qualquer idade. E que vida longa é uma conquista, que precisa ser celebrada! Mary é pintora aquarelista, terapeuta artística antroposófica, autora do livro “O Ciclo das Mandalas”, escritora e personagem do livro “A Carta Amarela”, que será lançado em breve e onde será contada esta história. Assista em nosso canal youtube.com/orgulho60mais Foto: enviada pela colunista

E-mail: orgulho60mais@gmail.com | Site: www.orgulho60mais.com.br Facebook e Instagram: @orgulho60mais | Canal:Youtube.com/orgulho60mais

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Condominio

Direitos e deveres dos condôminos Lawrence Gomes Nogueira Advogado sócio da Advocacia Aurichio Sindico morador e Sindico Profissional

Foto: sindiconet.com.br

Como deve se comportar os moradores dentro e fora do seu apartamento, respeitando o direito de vizinhança. Com o aumento da violência e a busca de maior comodidade, as pessoas têm buscado cada vez mais morar em condomínio, seja este vertical ou horizontal. Mas o que poucos sabem é que viver em condomínio é um grande exercício de civilidade, com regras e deveres para os condôminos. O filósofo inglês Hebert Spencer dizia: “A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro.”. Em outras palavras, a verdadeira liberdade do indivíduo é o próprio respeito da liberdade do próximo. Outrossim, na legislação Brasileira há um ditado jurídico que estabelece: “O seu direito termina onde começa o do outro”, ditado este que exprime zelo pelo direito individual, entretanto prioriza o direito coletivo. Para se conviver de forma ideal em condomínio, esse é o princípio fundamental: usufruir do seu direito de liberdade, respeitando o direito do seu vizinho. Contudo, não raramente, esse simples princípio não é respeitado. De acordo com o levantamento feito no condomínio no qual sou síndico, pôde-se elencar quais são as reclamações mais recorrentes: 1) Som alto/barulho; 2) obra; 3) cachorros; 4) vazamentos; 5) cheiro de cigarro/maconha. Isto posto, abre-se espaço para um questionamento: O morador causador do incomodo tem o direito de usufruir incondicionalmente do seu espaço? Por exemplo, em festas, o morador que está festejando pode se achar no direito de aproveitar aquele momento sem levar em conta se poderia estar incomodando seus vizinhos, invocando o direito de proprietário nesse momento. Igualmente, o morador vizinho, que entende ter o direito ao descanso, poderá reclamar

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do som alto da festa, objetivando a satisfação do seu direito. Como proceder nessa situação? São situações como esta em que se deve refletir no princípio anteriormente mencionado, isto é, até onde vai o direito de quem faz a festa e daquele que reclama do som? Assim, deve-se agir com bom senso e o dono da festa pensar em aproveitar com moderação e, por outro lado, o vizinho ter a paciência de ter o incômodo do som/barulho naquele momento. (Nesse exemplo dado, não me refiro a casos recorrentes do mesmo morador, mas sim em um caso isolado, sendo estes casos mais comuns). Outra situação com relação ao barulho refere-se a moradores com crianças que acabam por vezes brincando dentro do seu apartamento, batendo bola, arrastando móveis, derrubando objetos no chão, sendo que seguindo o princípio de boa vizinhança, os pais das crianças devem moderar as brincadeiras depois de um determinado horário e o morador abaixo ter o entendimento que se trata de crianças, e que estas necessitam gastar energia. Outra reclamação frequente em condomínio diz respeito as obras nas unidades próximas, que causam barulho e sujeira. O dono da obra tem o direito de fazer as reformas necessárias em sua unidade, mas por vezes, ignoram os vizinhos que reclamam do excesso de barulho. Como proceder? A obra poderia ser feita de forma a minimizar os incômodos aos vizinhos, intercalando, quando possível, o barulho ou consultando os vizinhos os horários de aula, curso, exames ou outros compromissos que precisam de silencio. Já os vizinhos da obra, devem entender que aquilo é passageiro e necessário. Os casos de vazamento geram ainda mais problemas, já que pode chegar a interditar uma área da unidade atingida. Nesses casos, o morador da unidade causadora do vazamento deveria se colocar no lugar do vizinho e solucionar o problema o mais rápido possível, para evitar maiores prejuízos materiais e morais, e o morador atingindo deve compreender que muitas vezes localizar o vazamento não é uma tarefa fácil, prática e barata. Temos ainda o exemplo do vizinho que fuma, seja cigarro, cigarro elétrico, narguilé ou maconha, na varanda ou na janela, sem cogitar que a fumaça pode incomodar os seus vizinhos. Não há lei que proíba alguém de fumar nesses lugares, porém, é possível que o morador encontre outra forma de exercer seu direito, sem que isso gere incômodo aos vizinhos? O vizinho

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Foto:novomundoadm.com.br

que não fuma, deve entender que se trata de um vício de difícil controle, assim como o fumante precisa ter ciência que o odor forte do fumo incomoda e permeia nos apartamentos vizinhos. Quanto aos pets, as reclamações, em sua grande maioria, são oriundas do latido de cachorro, especialmente aqueles que ficam sozinhos durante todo o dia ou noite. Quando permitido pelo regulamento interno, o dono do pet tem todo o direito de cuidar de seu animalzinho. Entretanto, ele deve levar em conta o fato de que fazer o animal ficar sozinho o dia todo, o fará latir e incomodar os vizinhos. Nesses casos, deixar o animal com algum adestrador ou com alguém de confiança durante o período em que se está fora de casa seria uma possível alternativa, visando a paz e o bem-estar coletivo. Assim, diante de todo o acima exposto, é possível afirmar que a vida em condomínio deve seguir, além das regras legais previstas na legislação vigente, Código Cível, regulamento interno e convenção do condomínio, o princípio do respeito ao próximo e o exercício da civilidade. O corpo diretivo do condomínio, especialmente o síndico, deve sempre agir com bom senso, verificando as reclamações para assegurar se é uma reclamação legitima ou não. Da mesma forma, os moradores devem respeitar o direito de vizinhança, com empatia e se colocando no lugar do próximo, agindo de forma a minimizar os transtornos aos vizinhos e com sabedoria para suportar um incômodo que será passageiro. Quando surgir o incômodo, deve-se ligar ao morador, com educação e dialogar diretamente com o vizinho, explicando o que está incomodando e tentando chegar a uma solução amigável. Caso isso não ocorra, levar o problema para o corpo diretivo e até, eventualmente, em último caso, mover ação judicial para ter a resolução do problema, com as devidas provas do problema causado. Portanto, a vida em condomínio será um exercício permanente do equilíbrio nas decisões e julgamentos em cada situação que se apresenta, valorizando o diálogo como uma forma de evitar atitudes e ações que prejudiquem o bom convívio, deixando de lado o egocentrismo.

lawrencegnogueira@adv.oabsp.org.br

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Amigo do Idoso

A reforma da Previdência de 2019 Foram concretizadas 4 regras para a transição Fábio Faria de Sá Diretor do Instituto de Orientação Previdenciária

- PONTOS - IDADE MÍNIMA - PEDÁGIO 50% - PEDÁGIO 100% Vou explicar um pouco sobre a regra de transição por pontos, na qual o beneficiário tem sua concessão aprovada somando tempo de contribuição e idade onde juntos devem atingir uma pontuação. Qual a pontuação? Para MULHERES: A pontuação deve ser de 88, sendo assim a mulher precisa comprovar (Mínimo) 30 anos de contribuição e completar 58 anos. Para HOMENS: A pontuação deve atingir 98, sendo assim o homem precisa comprovar (Mínimo) 35 anos de contribuição e completar 61 anos. Em 2028 com as novas regras é necessário chegar à pontuação limite de 100 pontos para mulheres e 105 pontos os homens. É muito importante lembrar que a contribuição não é obrigatória, mas ela é de suma importância pois ela é quem garante a todos a possibilidade de aposentaria no prazo ou lhe dá o a probabi-

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lidade de tempo para o recebimento do benefício. Quer verificar o seu prazo ? Acesse o site ou aplicativo do INSS: Site: https://meu.inss.gov.br/#/login Aplicativo Android: https://play.google. com/store/apps/details?id=br.gov.dataprev.meuinss&hl=pt_BR Aplicativo IOS: https://apps.apple.com/ br/app/meu-inss/id1243048358 Caso tenha alguma dúvida me chame através das redes sociais: Instagram: @fabiofariadesa Facebook: @fabiofariadesa Ou ligue: 11 5015 – 0500

Quero também neste momento parabenizar os idosos pelo dia nacional (27/9) e internacional (01/10) do idoso, essa que é a faixa etária que mais cresce e que tem muito a nos ensinar, todos esses que fazem e fizeram essa história espetacular na qual todos nós vivemos, parabéns a todos os idosos.

arte: Agência Câmara

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Nosso Universo interior

Respeito M. Luiza Conti Desenvolvimento pessoal Life Coach

Respeito é essencial para que se tenha boas relações humanas, saudáveis, sociais, que implica reconhecer em si e nos demais os direitos de cada um, sem ele um pode invadir o limite do outro causando uma série de problemas. Antes de qualquer coisa o ser humano deve respeitar a si mesmo, só assim terá condições de respeitar o outro e qualquer outra coisa. Admirar alguém por seus atos ou palavras é respeitar esse alguém pelo que faz ou proporciona, e demonstrar isso cria laços muito fortes entre os seres, criando grandes chances de ser retribuído, e incentivando os outros a seguirem esse exemplo. Quando você respeita alguém estará plantando sementes, então ouça com atenção sem conversas paralelas, observe e valorize atitudes positivas, trate tudo com educação, aceite as escolhas de cada um, agradeça por um gesto positivo feito genuinamente e procure estar atento onde terminam os seus direitos e começam os dos outros. Todos querem ser respeitados, mas para isso temos que respeitar a nós mesmos em primeiro lugar, começando com a mudança em você. “AMOR – RESPEITO - LIBERDADE andam juntos... mas antes tem que ter respeito e admiração, para depois ser amado O que existe em mim e faz parte de mim, só pode ser transformado por mim, Aquilo que existe no outro e faz parte do outro, só pode ser transformado pelo

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Papa Francisco cumprimenta o hindu receber uma túnica dele durante u Salão Internacional de Conferência B (CNS, Paul Har


Kurukkal SivaSri T. Mahadeva depois de um encontro com líderes religiosos no Bandaranaike, em Colombo, Sri Lanka. ring) - divulgação

outro. É um profundo desrespeito achar que você pode mudar o outro. Posso falar ao outro em relação ao que ele faz ou diz, mas não tenho o poder de controlar o que ele faz ou diz. As ações do outro tem a ver com o seu universo de escolhas, nunca poderei calar o que vem legitimamente do coração de outra pessoa. Não posso afirmar que alguém fez algo que me feriu, eu é que me feri com algo que alguém fez. “Sou o dono das minhas emoções, sensações, sentimentos, atitudes, pensamentos e palavras, e é mais sensato perceber que sou dono das minhas próprias ações, e reconheço que as rédeas do meu destino estão em minhas mãos, e eu me recuso a segurar as rédeas do destino de outra pessoa, portanto abro mão da vida do outro, e busco o amor em sua mais bela expressão” Kau Mascarenhas

PENSAMENTO DA PSICOLOGIA DE YOUNG: “ você sabe o que é o oposto do amor... muitos dirão que é o ódio, a indiferença, mas ele propôs uma resposta nova - O OPOSTO DO AMOR É O PODER, PORQUE QUANDO EU ME APODERO DO OUTRO EU TIRO DELE A OPORTUNDIADE DE SER QUEM ELE É. AMOR E PODER ESTÃO A SOMBRA UM DO OUTRO, E QUANTO MAIS VEMOS O PODER LANÇADO SOBRE ALGUEM MENOS AMOR SE TEM POR ESSE ALGUEM E QUANTO MAIS VEMOS O AMOR LANÇADO SOBRE ALGUEM MENOS PODER SE TEM SOBRE ESSE ALGUEM”

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Caminhos da Argentina

Juegos Paralímpicos Norberto Worobeizyk

Quien es Norberto Bruno Worobeizyk? Es un Trihatleta activo actualmente no competitivo, ex subcampeón argentino en su categoría, con 72 años de edad cronológicos, pero según él con 30 años de edad biológicos, o dicho de otra manera, con 17 años de edad, pero con 55 años de experiencias. Fue atropellado por un borracho y quedó temporalmente cuadripléjico. Actualmente está enfocado en morirse sano y joven lo mas tarde posible. Columnista y corresponsal de RBN. Quiero tu opinión acerca de la nota, envíala a hola@reddebuenasnoticias.com y te contestare. EL 3 DE JULIO DE 1899 NACIÓ EL MÉDICO JUDÍO QUE INVENTÓ LOS JUEGOS PARALÍMPICOS En quienes sufren diferentes tipos de discapacidad, la actitud hace la diferencia, también soy portador de certificado de discapacidad. Hola estimados lectores y lectoras, pero que se encuentren todos bien. Ludwig Guttman era un neurólogo y neurocirujano judío que tuvo la brillante idea de creer que incluso las personas con discapacidades podían competir en eventos deportivos. Fue él quien estableció los primeros Juegos Paralímpicos en Roma el 18 de septiembre de 1960. Guttman nació en Alemania en 1899 en una familia judía ortodoxa, estudió en Hamburgo y se convirtió en neurocirujano. En 1943, (ahora un refugiado alemán) el gobier-

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Foto: Blog do colunista

no británico le ofreció la oportunidad de dirigir un hospital en Stoke Mandeville, aceptó con la condición de que no recibiría ninguna interferencia externa en su investigación sobre las lesiones de la médula espinal. Estableció un programa educativo para que los pacientes gravemente heridos fueran contratados como carpinteros, relojeros o simplemente mecanógrafos. Guttman estaba convencido de que era necesario cambiar la percepción de las personas con discapacidad que eran marginadas y dejadas a su suerte. (Estos pacientes fueron dejados en camas de hospital abandonadas hasta que murieron). El atletismo también formaba parte de su programa de rehabilitación. Comenzó con los deportes en silla de ruedas, primero el polo y luego el baloncesto. El 28 de julio de 1948, al mismo tiempo que los Juegos Olímpicos de Londres, alineó a catorce rivales con discapacidad, con un trofeo para el ganador de la competencia de tiro con arco. Salió bien y aumentó el número de participantes y especialidades deportivas. (Este evento se denominó Juegos Stoke Mandeville, sede del hospital donde trabajó y recuperó a sus pacientes). En 1954 había atletas con discapacidades de Canadá, Australia, Finlandia, Egipto e Israel. A finales de la década de 1950, Guttman le pidió al Comité Olímpico la oportunidad de hacer coincidir sus juegos con los Juegos Olímpicos de 1960 en Roma. El Comité aceptó y ese año los atletas discapacitados de 21 países llegaron a Roma para jugar en las mismas estructuras y compartir los mismos alojamientos que otros atletas. Desde ese año hasta hoy, los juegos del doctor Ludwig Guttman se llamarán para siempre Juegos Paralímpicos. Guttman murió en 1980, pero su sueño sigue vivo y creciendo. En el judaísmo hay un principio llamado Tikkun Olam: arreglar el mundo. Según la tradición judía, el Creador da deliberadamente a todos los seres humanos la posibilidad de intervenir corrigiendo las imperfecciones del mundo. Norberto B. Worobeizyk Corresponsal de noticias de RBN

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Variações in VIVO

Alquimia para o Bem Dra. Lairtes Temple Vidal Psicóloga/acupunturista fitoterapeuta

O que esperar dos tempos vindouros pós eclosão pandêmica? O caldeirão das possibilidades contém muitos ingredientes. Já as soluções nem sempre são adequadas e resolutivas na proporção do propósito. Podemos ter uma receita básica e customiza-la várias vezes, cada pessoa a seu modo, tal e qual mudam as luas, as marés, os ventos e os desejos. Os desejos são fugazes. Cuidado com eles. A magia pode ocorrer assim que a cortina se abrir revelando o que estava oculto, ou quando a cortina se fechar deixando o cenário recém apresentado ecoar enigmaticamente nas cabeças cheias de ideias bem como nas cabeças vazias de seguranças. O improvável, o imponderável, o imaginário, o mítico e o místico, expectam. Nesse mês com datas comemorativas como o dia das Crianças, dia da Padroeira do Brasil, dia dos Professores, dia do Médico, dia de São Judas, dia do Saci e dia das Bruxas, nessa ordem, e, também, na desordem de intenções, devido as variações de interesses e interessados, tem também contradição. Onde tem alguém chorando tem alguém vendendo lenço. Afinal, são marcos carregados de energias, superstições, necessidades, esperanças, clamores, devoção, exaltação, algumas mentiras e algumas verdade, talvez. O professor quer ensinar a criança que não aprende, cuja mãe, depois de não alcançar a graça almejada, blasfema o santo e apela ao doutor a cura do mal que o feitiço causou. Quando poderia ser ao contrário, primeiro o doutor, depois, ora, depois dá seus pulinhos. O importante é não desistir. Sigamos. Seja para arranjar, curar, transformar, modificar, desmanchar, adaptar, refazer, aumentar, diminuir, solucionar, enfim, pra quase tudo há uma fórmula direcionada ao êxito. Dente de tubarão, unhas de sapo, óleo de dragão, pele de jararaca, água de chafariz, uma pitada de pirlimpimpim, flor de Zanzibar, xixi de anjo e abracadabra. Não deu em nada. Pensa de novo. Comece outra vez. Conforme-se. O universo é impermanente, principalmente nas certezas. Observamos o mundo em ebulição com a chegada e morada da pandemia. Sim, morada. Ainda que passe o surto, que os tratamentos se estabilizem com sucesso, que as vacinas sejam periódicas, a pandemia morará eternamente em nossas memórias. Pesquisas, palpites, fé, ciência, política, donos das verdades, evasivos das mentiras, poetas dos ânimos, financeiros da balança infiel, setores segmentados, crescimento vertiginoso do uso doméstico das tecnologias da comunicação. Por aí

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vai. Complete mentalmente, você leitor, engrandeça essa lista de itens facilmente encontrados nas prateleiras da coletividade, enquanto busca em pensamento randômico, estimo eu, um tanto menor de opções para atenuantes. Haverá de encontrar alguns aspectos concertantes e outros desconcertantes, dentro da mesma máxima da certeza impermanente. Creia. E por falar em crença. Em mês de October Fest façamos um brinde virtual às fadas do bem clicando nos links abaixo, onde likes, compartilhamentos e adesões, são todos bem vindos. Os links levam você ao projeto “Uma Pata Lava a Outra – Aromas que salvam”. O projeto foi criado por uma professora apaixonada por gatos e que durante décadas se dedicou a formar pessoas para uma nova consciência em relação a convivência pacífica entre todos os seres vivos e a natureza. Tem como objetivo colaborar para a diminuição de animais abandonados que circulam pelas ruas, vítimas do desamparo e sofrendo maus tratos. Os produtos desenvolvidos cuidadosa e carinhosamente, além de agradavelmente cheirosos, são elaborados artesanalmente para humanos e animais utilizando técnicas de Aromaterapia, Florais de Bach, cristais e Reiki. Todo o lucro é revertido para animais em situação de vulnerabilidade e seus protetores independentes que se propõem, com muito esforço, e muitas dificuldades resgatar, cuidar e esterilizar esses animais até uma possível adoção. Aderindo aos produtos, você fará parte desse movimento e dessa energia de compaixão, respeito e solidariedade. Eu acho que eu vi um gatinho clicando! https://instagram.com/umapatalavaaoutra?utm_medium=copy_link https://wa.me/c/5511967766977

Foto: arquivo

“Seja a mudança que você deseja ver no mundo”. Mahatma Gandhi

Errata - O titulo do artigo na edição anterior era Setembro Amarelo, ou não. Por um erro nosso saiu “Interiores” - na ultima frase do texto, cuja frase era uma palavra unica: “Cuide.” faltou o (.) ponto e as pessoas ficaram com a sensação que foi cortado o texto DESCULPAS A COLUNISTA E AOS LEITORES

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Caminhos de Portugal

Nem todas peras são iguais... Cidália de Aguiar Bióloga, professora, repórter 60+

Das origens, da colheita até ao nosso prato, eis a história da pera Rocha, sumarenta e doce, que é produzida essencialmente na região Oeste de Portugal. No Brasil ela é conhecida como pera portuguesa.

A pera-rocha (Pyrus communis L.) é uma variedade de pera, originária de Portugal, mais precisamente de Sintra. Afinal, como distinguimos esta variedade? A pera Rocha é um fruto muito atrativo e apetecível e podemos identificar uma cor verde clara e um salpicado da epiderme junto ao pedúnculo, designado por carepa, onde se acumulam os açúcares. Por isso é tão doce. O prazer de consumir um fruto associa-se à sua riqueza em Potássio, Cálcio, Magnésio e outros nutrientes. A pera Rocha tem uma história para contar A pera, no geral, tem origem na Ásia, e foi introduzida na Europa pelos romanos e mais tarde por todo o mundo pelos europeus. Conta-se que foi no ano de 1836 que o português Pedro Rocha achou interessante uma pereira diferente na sua propriedade, a Fazenda Rocha. Saboreou o fruto doce e sumarento e todos os anos convidava amigos para se deliciarem com as peras. Foi a partir dessa árvore que a variedade se espalhou e foi sendo divulgada, mas apenas

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Fotos: Cidália de Aguiar


90 anos depois, num congresso de pomologia, foi reconhecida oficialmente. Existe até uma confraria da pera Rocha. A cerimónia de apresentação decorreu em Sintra em homenagem à localização da Fazenda Rocha. A colheita A apanha da pera Rocha é feita de modo tradicional, à mão e durante o mês de agosto. Há contratação, nesta época, de jovens que partem à “aventura da apanha da pera” nos campos da região. Há um truque para colher as peras sem as danificar, agarrando o fruto e puxando para cima, rolando ao mesmo tempo. A conservação A grande capacidade de conservação é potenciada, caso haja cuidado especial na apanha e no transporte para as centrais de conservação. Há condições específicas para a normalização, rotulagem e acondicionamento destes frutos. Não há bela sem senão (como se diz em Portugal…) mas há soluções Numa cultura intensiva, esta árvore tem vindo a ocupar cada vez mais os solos disponíveis no Oeste, contribuindo para o empobrecimento dos solos. O uso de produtos químicos para pulverizar tem também um impacto negativo na biodiversidade. Para solucionar estes problemas, promove-se o cultivo de certas espécies de plantas que aumentem a quantidade de nutrientes disponíveis (como, por exemplo, os trevos). Muitos produtores optaram já pela produção Integrada ou biológica. A Pera Rocha do Oeste foi reconhecida em 2003 como Denominação de Origem Protegida (DOP), selo da União Europeia que certifica a qualidade e tradição de produtos alimentares e agrícolas. http://perarocha.pt/pera-rocha É um fruto delicioso e nutritivo que distingue nacional e internacionalmente a região do Oeste de Portugal.

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Antropologia

Cultura Chinchorro Osvaldo B. de Moraes Historiador

O deserto de Atacama situado ao norte do Chile se estende até o sul do Peru e segundo especialistas é o mais seco e talvez o mais antigo do planeta. Ao norte do Chile se encontra Arica, uma província que foi um importante porto espanhol para exportação de prata da região do Peru, que após uma guerra, passou para o domínio chileno. Hoje é frequentada por turistas por suas praias que favorece a prática de surf. Alcançando o Morro Arica se obtém uma vista panorâmica da região. A catedral de São Marco feita em metal e madeira, em estilo gótico é outra atração, além do Museu Histórico y de Armas. Através dos sítios arqueológicos existentes na região foi possível traçar um perfil de seus antigos habitantes, que viviam da pesca, da agricultura e da caça, sendo que a maior parte dos alimentos era extraída do oceano. Na costa desértica habitavam um povo “Chinchorros”, que significa “barcos de pesca” estabelecido por volta de 7000 a.C. atraídos pela abundância de recursos marítimos. Nessa exploração dos recursos marinhos conseguiram desenvolver ferramentas que facilitavam a pesca, como anzóis feitos de espinhos de cactos e pontas de arpão, além de outros artefatos feitos de mineral ou vegetal, bem como de ossos e conchas. Sendo a pesca o instrumento mais frequente para alimentação, eles criaram assentamentos na foz dos rios e riachos, sendo que informações arqueológicas mostraram indícios de que se organizavam em grupos de trinta a cinquenta pessoas provavelmente com alguma relação de parentesco. Estabelecidos em lugar fixo os chinchorros puderam construir cemitérios onde realizavam ritos funerários para veneração de seus mortos. Muitos sítios de Chinchorros se localizavam no deserto de Atacama que possuem elevados níveis de cobre, arsênio e outros metais tóxicos, cujos traços foram identificados nos cabelos e dentes das múmias, além de porcentagens elevadas de arsênio. Segundo pesquisas arqueológicas os chinchorros possuíam uma técnica de mumificação de corpos superior aos egípcios Portanto, os corpos embalsamados encontrados no deserto de Atacama, no Chile que se presume existirem a cerca de 7000 anos, evidenciam que já eram utilizados processos complexos e são mais antigos do que os egípcios. Pesquisas da Universidade de Tarapacá no Chile demonstram que o processo de mumificação era feito através da extração dos órgãos e vísceras por meio de incisões e substituídos por vegetais, penas, pedaços de couro e lã. Removia-se também o couro cabeludo e a pele do rosto, bem como abria-se

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o crânio para retirar o cérebro, que depois de seco era preenchido com cinzas, terra, argila e pelos de animais. Finalmente o rosto era modelado e adornado com uma peruca de cabelos humanos e o corpo era revestido de tecido vegetal e coberto com uma camada de argila. No início os chinchorros processavam a mumificação apenas em recém-nascidos. Porém por volta de 3000 a.C. a mumificação se tornou geral, independente do membro da sociedade e da idade, ou status. Alguns conjuntos de múmias demonstraram que se tratasse de famílias, pelas posições encontradas deitados lado a lado As condições do solo, rico em nitratos e aridez do deserto favorecia a conservação dos corpos mumificados. A posição dos mortos de olhos e boca abertos, deixados em macas feitas de fibra vegetal ou pele de animal permite considerar que essas múmias pertenciam ao mundo dos vivos. Essa ritualista de preservar os restos mortais dos mortos sempre foram notificados em várias sociedades, desde os primórdios do tempo, sendo que em várias culturas os cadáveres geralmente são sepultados no solo em locais como cemitérios ou em templos, ou então cremados, mas sempre precedidos de algum ritual fúnebre. Tal procedimento é permissível através de credos ou preceitos religiosos previstos em algum tipo de religião. Foto: Livro: Aspectos científicos da mumificação Prof. Emiliano Chemello Em pdf na internet - divulgação

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CriativA Idade

100 anos de Paulo Freire Patrono da educação permanece vivo! Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

Muitos se preocupam com legado que deixarão após a vida, e de fato se sua existência reverberou impactando a história da espécie humana, de maneira a contribuir. Paulo Freire morreu mas vive, como muitas daquelas pessoas que vive em morte, enquanto muitas morrem em vida, a cada dia...deixam de sonhar e realizar seus sonhos . Os sonhos alimentam não só os ideais mas são como mola propulsora no cotidiano que dá sentido à vida nos gestões, ações, palavras, contempladas pela sensibilidade humana. Fico cá pensando e imaginando, em tudo que fez e como viveu esse simples homem nordestino que evidenciou a arte do ressignificar a vida... E se ele estivesse vivo? completaria 100 anos e seria o idoso mais legítimo da história da educação brasileira. Se ele estivesse vivo... Conhecendo sua trajetória e admirando sua arte de educar de forma criativa e humana, com certeza estaria inspirando muitos como sempre fez... Se ele estivesse vivo... Continuaria sendo influenciador, digital, analógico, pessoal e de todas as outras formas possíveis, daqueles que querem e buscam por verdade e justiça. Se ele estivesse vivo... Estaria contribuindo brilhantemente com a formação emancipatória que tantos procuram e não encontram, mas aqueles que a compreendem, praticam legitimamente e a dissipam... Se ele estivesse vivo... Ah, com certeza estaria sendo criticado por sua pedagogia democrática, inclusiva, humanizadora e transformadora... Se ainda estivesse vivo.... Ainda seria o mais reconhecido educador no mundo, com premiadas e merecidas homenagens feitas à grandes imperadores, lideres, mestres, grandes homens com grandes feitos ... Se ele estivesse vivo...

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arquivo

Não se conformaria com a desigualdade atual que grita, com privilégio de somente minorias acessando a educação, enquanto há abundância de ignorância e pobreza de arte e do filosofar, na existência dos oprimidos. Se ele estivesse vivo... A educação bancária não seria apontada como um mito, ele estaria narrando os exemplos da realidade que comprovam a fragmentação do que chamam de aprender. Se ele estivesse vivo... Diria que nunca foi de uma liderança política e sim um filosofo da educação que tinha ideias tão revolucionarias que a própria política contemporânea não o entenderia.. Se ele estivesse vivo... Repetiria sua mensagem de construção permanente, afirmando que ninguém nasce feito pois é experimentando-se no mundo que cada um se constrói... Se ele estivesse vivo... Demonstraria incansavelmente com suas ações, que há urgência de diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, até que a ação comprove o discurso... Se ele estivesse vivo... Diria que ainda o homem mais do que nunca , antes de ler a palavra ele lê o mundo...e precisa pensar para ser reconhecido em sua identidade...depois verificar o que é fato ou Fake. Se ele estivesse vivo... Aplicaria seus método para letramento sócio emocional, desejoso de fazer da escola lugar de conversa onde as pessoas olham nos olhos, escutam, e respeitam suas singularidades... Se ele estivesse vivo... Permaneceria sonhando com a liberdade que ainda é ameaçada, com a justiça que é cerceada, e uma sociedade com bondade e leveza, cada um a respeitar cada um sendo o que realmente é... Se ele estivesse vivo... Ensinaria que a educação não transforma o mundo, a educação muda as pessoas e as pessoas transformam o mundo... E se te disserem que ele está vivo? Sim!!! Ele está vivo, em sua obra, sua memória, suas ideias, ensinamentos e ações, que permanecerão através dos séculos, nesse tempo Cronos em que ele fez de sua existência um marco na história, para que o Kairós de cada um de nós, nesse ou em outro século tenha valido a pena.

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ANUNCIE COM A GENTE PREÇO BAIXO E UM GRANDE ALCANCE

Seja um doador mantenedor da nossa revista; entre em contato com Manoel Carlos por telefone ou whatsapp (11) 9.8890.6403 seu nome terá um agradecimento (ou não caso prefira) e um destaque na próxima edição

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Falando em leitura

Classicismo Marly de Souza C. Almeida Pres. da Academia Contemporânea de Letras

O Classicismo é um movimento artístico cultural que aconteceu a partir do século XV, na Europa, durante o período do Renascimento. Na Literatura, consolidou-se no século XVI. O nome do movimento que marca o fim da Idade Média, que durou dez anos (V a XV), cuja predominância era a religião. Esse momento esteve marcado por grandes transformações e descobertas históricas: as Grandes Navegações; a Reforma Protestante (que levou a uma crise religiosa) encabeçada por Martinho Lutero; a invenção da Imprensa pelo alemão Gutenberg; o fim do sistema feudal (início do capitalismo); o cientificismo de Copérnico e Galileu. Para os autores do classicismo a prioridade eram a linguagem culta e o rigor estético, preservando uma linguagem clássica, formal, objetiva, equilibrada e racional. As principais características do classicismo são: antiguidade clássica, antropocentrismo, humanismo, universalismo, racionalismo, cientificismo, paganismo, objetividade, equilíbrio, harmonia, rigor formal, mitologia greco-romana, ideal platônico e de beleza. Principais autores e suas obras: Na literatura portuguesa o autor de maior destaque foi Luís Vaz de Camões, com sua obra “Os Lusíadas” (1542). Já na Espanha, Miguel de Cervantes (1547-1616) com sua obra mais notável “Dom Quixote” (1605). Na literatura italiana, destacaram-se os seguintes humanistas: Dante Alighieri (1265-1321), com sua obra mais popular “A Divina Comédia” (1555); Francesco Petrarca (1304-1374), pai do humanismo e inventor do soneto; Giovanni Boccacio (13131375), com sua obra Magma “Decamerão” (1348 e 1353).

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EXEMPLOS:

Os Lusíadas, Luís Vaz de Camões “Canto I As armas e os Barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; ... Canto V Estas sentenças tais o velho honrado Vociferando estava, quando abrimos As asas ao sereno e sossegado Vento, e do porto amado nos partimos. E, como é já no mar costume usado, A vela desfraldando, o céu ferimos, Dizendo:- «Boa viagem!»; logo o vento Nos troncos fez o usado movimento.” Trecho do Inferno de Dante (Canto I) “No meio do caminho desta vida me vi perdido numa selva escura, solitário, sem sol e sem saída. Ah, como armar no ar uma figura desta selva selvagem, dura, forte, que, só de eu a pensar, me desfigura?”

Fontes: www.todamateria.com.br (Escrito por Daniela Diana) www.educamaisbrasil.com.br

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apoio cultural: Magazine 60+

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Aprendizagem na 3ª idade

A doença chamada envelhecer Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga Educadora no projeto Feliz Idade

As discussões a respeito da inclusão do termo velhice como uma doença a mais catalogada na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – CID 11, a ser adotada a partir de 1º de janeiro de 2022, vêm causando reações das mais diversas ordens em todas as partes do mundo. A padronização de diagnósticos, monitorização da incidência e prevalência de doenças, objetivo primeiro do CID, agiliza o trabalho médico de investigação sobre doenças que acometem o ser humano e aponta os principais sintomas a elas relacionados. Publicado pela Organização Mundial de Saúde, OMS, é consultado por médicos, outros profissionais da saúde, pesquisadores, gestores em saúde, seguros em saúde e outras organizações de alguma forma ligadas à saúde. A padronização universal de doenças permite monitorar a incidência e prevalência das doenças, além de se obter um panorama da situação global da saúde. Em 19/08/2021, em um evento ao vivo e online promovido pela OMS, profissionais de saúde de vários países e de outros segmentos, representantes da sociedade civil, estudiosos e pesquisadores se posicionaram contrários ao uso do termo velhice como doença a ser relacionada no CID. Na verdade, velhice no CID-11 ocupa o lugar de “senilidade”. Como resultado desse encontro, a OMS abriu espaço para que a sociedade possa se manifestar e colaborar, indicando sugestões que substituam o termo “velhice”. Desde quando envelhecer representa adoecer? A velhice faz parte do desenvolvimento humano e, até o momento, foi reconhecida como tal. Nosso ciclo de vida é composto por, pelo menos, oito períodos, a contar do estágio pré-natal até a terceira idade. Embora essa

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Foto: porta


aldoenvelhecimento.com.br

divisão tenha caráter meramente didático, cada estágio certamente apresenta características ou apresenta acontecimentos característicos àquela fase. Envelhecemos a cada segundo que vivemos e nem por isso nos sentimos mais velhos ou mais doentes pelo envelhecimento a que fatalmente estamos sujeitos. Nesta aventura chamada vida, saúde, doença, alegrias, tristezas, facilidades, dificuldades, certezas, dúvidas, amores, desamores, nascimentos, mortes, vitalidade, fragilidade e tantas outras condições antagônicas que se alternam e vão formando a base sobre a qual criamos nossas vivências, nos expressamos e transformamos o mundo. Somos animais sociais e o contato com outras pessoas e com a natureza que nos rodeia serve como um convite permanente para desfrutarmos o que a vida nos oferece de melhor. Juntamos, a esse convite nossa curiosidade e determinação, nossa inteligência e imaginação, nossa criatividade e, independente da idade que possuímos, seremos capazes de criar as mais belas obras, os mais nobres atos de heroísmo, a melhor forma de ensinar, o apaixonar-se pelo próximo, o perdoar... Como psicopedagoga sei que, diferentemente do organismo com o qual nascemos, o corpo é uma construção subjetiva que envolve a vida inteira das pessoas. A constituição narcísica de cada um será relevante para que se adote determinada posição frente aos desafios que a vida impõe: enfrentando os riscos, mantendo sua autonomia e resiliência ou entregando-se ao desânimo, tornando-se frágil e dependente. Ser autônomo ou tornar-se frágil pode ser motivo de escolha. E a escolha se resume em: como quero passar o restante de meus dias? Acreditar que a velhice é uma doença é retirar do ser humano aquilo que o caracteriza, transformando a vida após os 60 anos em um calvário de dores, tristezas, lamentações, como se isso fosse possível. Onde a beleza, a amizade, a cumplicidade, a paixão por si mesmo, pelo outro e o sentido de vida? Envelhecer representa mudar e, respeitosamente ir se despojando daquilo que não nos serve mais. Tornamo-nos mais compreensivos, mais compassivos, mais sábios. A vida nos ensinou e nos ensinará sempre. Deixamos de lado valores que nos foram inculcados pela mídia, pelas indústrias que apostam na vaidade e na necessidade das pessoas se tornarem belas, saudáveis e “saradas” – esse termo não se encontra aí ao acaso – garantindo-lhes assim maior felicidade e total alienação. Não precisamos disso, pois já temos o que nos parece importante e fundamental: o gosto pela vida, a vontade de viver nosso tempo com ou sem doenças, sabendo-se que adoecer é uma possibilidade, mas nunca será a única alternativa para quem envelhece.

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Aqui entre nós Perguntas do Leitor

Mário D. , Araçariguama –SP Tenho duas netinhas lindas que moram nos Estados Unidos. A mais velha, que tem doze anos, quer ser astrônoma. Eu na faculdade fiz estágio em Observatório Astronômico, queria muito estar com ela nessa aventura. O que faço com a emoção do avô e da neta? Que bom saber que um neto pode seguir os passos dos avós! Quanta alegria, quanto orgulho! Que não seja, então a distância a atrapalhar a troca de informações, questionamentos, dúvidas e descobertas que vocês poderão viver. Afinal, muitas das conversas e reuniões familiares hoje em dia principalmente com a pandemia ainda presente em nossas vidas, são feitas online e podem permanecer assim. Algo interessante que não se pode ignorar são os livros, os mapas e demais instrumentos utilizados tempos atrás, quando você era estagiário do Observatório Astronômico. Eles poderão ser uma rica fonte de investigação e atualização sobre o que se conhecia sobre o céu na sua juventude e o quanto se sabe hoje. Vocês poderão retomar a história da Astronomia confeccionando um álbum com os pormenores dessa história. Sua neta sabe o quanto “olhar para as estrelas” beneficiou a navegação? Ela conhece ou já ouviu falar de Marco Polo? E de Leonardo da Vinci? Ela sabe dizer quando se deu a corrida espacial e a chegada do homem à Lua? Será que ela sabe o que os astronautas sentiram ao ver a Terra à distância? Ela sabe a cor que a

Malu Navarro Gomes

Especialista em Psicopedagogia e Neuropedagogia Atenção, concentração e memória. Práticas psicopedagógicas conforme necessiades e objetivos específicos Troca de informações, orientações sobre dinâmicas e atividades apropriadas ao idoso. blog: https://blogdafelizidade.blogspot.com + 55 11 93481 1109 email: qualidadedevidaidosos@gmail.com O BLOG DA FELIZ IDADE FOI CRIADO PARA AJUDAR, PRINCIPALMENTE OS 60+. COM ISSO, VEM RECEBENDO EMAILS E PEDIDOS DE CONSELHO OS QUAIS A EDIÇÃO DO MAGAZINE 60+ ACHA IMPORTANTE QUE TODOS LEIAM. PODE SER QUE UM DESSES CASOS ESTEJA ACONTECENDO COM VOCÊ!

Perguntas e Respostas no BLOG Feliz Idade magazine 60+ #28 - Outubro/2021 - pág.51


Terra tem ao ser avistada longe? E sabe o porquê dessa cor? Ela assiste filmes de aventuras espaciais? Conhece os clássicos dessas aventuras, Perdidos no Espaço e Jornada nas Estrelas? Ela conhece as constelações e o histórico de cada uma? Ela sabe diferenciar astronomia de astrologia? Provavelmente sua neta possua um telescópio e, acredito você também. Se ela não possui, que tal auxiliá-la a montar um telescópio? E, depois, os dois explorarem os céus, localizando as constelações que cada um avista de onde está? Que tal cada um fazer o mapa estelar da noite de 24 de dezembro e oferecer de presente de Natal para o outro? São inúmeras as possibilidades de se criar atividades com o tema Astronomia. Tenho certeza que vocês farão muito bem um ao outro, criando um espaço de conversa, pesquisas e descobertas.

Felicidade, vovô! Foto: EBC

O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção.

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A História da Arte

Curiosidades sobre Leonardo da Vinci Manoel Carlos Conti Artista Plástico Jornalista

Amo estudar história e já li diversos livros que contam fatos do nosso passado. Essa semana que passou ganhei um folheto de um laboratório que foi distribuído em clínicas a mais ou menos uns 5 anos e nele são citadas diversas curiosidades e eu gostaria de compartilhar sobre algumas. Vamos começar com Leonardo da Vinci. Leonardo di Ser Piero da Vinci, ou simplesmente Leonardo da Vinci, nasceu no vilarejo de Anchiano (parte da comunidade de Vinci na região da Toscana no dia, 15 de abril de 1452. Foi uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento, que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poéta e músico. Entre várias obras de Leonardo, seu maior projeto que durou 17 anos e não ficou conhecido foi uma encomenda do Duque de Milão, uma estátua de 6 metros de um cavalo. O problema de não ser conhecida é que em 1499 as forças francesas invadiram Milão e a estátua, quase pronta em argila foi totalmente destruida a tiros. Uma pena. Leonardo gostava de escrever ao contrário e seus textos só poderiam serem lidos colocando um espelho ao lado. Além de ele querer manter segredo muitos dizem que ele era ambidestro e ele (segundo relatos em manuscritos) podia evitar manchar ou apagar o giz com as mãos quando escrevia ao contrário. Outra curiosidade é que embora Leonardo fisesse muitas obras, nunca teve pressa em

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Estudo sobre


terminar projetos individuais. Muitas pinturas e outras obras foram abandonadas ou consideradas incompletas, incluindo um de seus projetos mais famosos, a Mona Lisa. Quando Leonardo morreu em 1519, a pintura (entre outras) parecem ter sido terminadas por seu assistente e amigo próximo, Salai. Alguns historiadores da arte especularam que uma doença debilitante poderia ter resultado em paralisia do lado direito que teria dificultado seu trabalho nos últimos anos de sua vida. Para Leonardo, não havia barreira entre a ciência e a arte, ou entre o coração e a mente. Seus estudos da anatomia humana o ajudavam na sua arte. Na década de 1480, seu interesse em replicar os tendões e a musculatura do corpo levou-o a realizar numerosas dissecações de humanos e animais. Acredita-se que suas representações do coração, sistema vascular, órgãos genitais e outros componentes são algumas das primeiras ilustrações de seu tipo registradas. Outra curiosidade é que Michelangelo viveu na mesma época que Leonardo e os dois não se davam nada bem. Relatos históricos descrevem os homens como rivais artísticos, provocando um ao outro em seus métodos. Michelangelo insultou Leonardo por sua incapacidade de concluir certas obras ( principalmente o seu famoso cavalo); Leonardo criticava seu oponente por usar uma musculatura exagerada em suas esculturas. Outra curiosisdade tem a ver com o meio ambiente. Há mais de 500 anos, Leonardo da Vinci fez uma observação interessante sobre as árvores. Ele concluiu que a espessura total dos galhos de uma árvore é igual à espessura total do tronco da árvore. Árvores em muitas espécies obedecem a essa regra e ele, além de tudo que fazia, costumava comprar animais enjaulados no mercado apenas para libertá-los. E é isso. Tenho escrito muito sobre a história da arte em suas várias épocas e tendencias. Hoje resolvi mudar um pouco. Na próxima edição falaremos um pouco sobre o Renascimento setentronal. Até lá.

e o cavalo

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Reutilizando materiais

Martellina e Tagliolo

Fotos: enviadas pelo colunista

João Alberto J. Neto Analista de sistemas

“A martellina e tagliolo não tem uma data exata para o surgimento, porém estima-se que a sua utilização se dê em meados do século II A.C., quando encontraram alguns mosaicos realizados em “tessellatum”, ou seja, materiais cortados em tesselas” Essa é a definição de um dos materiais mais antigos utilizados no mosaico, descritos pela professora Cristina Passaretti, 46 anos, natural de Santo André, SP Filha de dona Vincenza, ou Vicentina, que fazia bolos decorados, tricô e flores em tecido, desde pequena se interessou pelas artes. Aprendeu pintura em porcelana, pintura em tela, formou-se bacharel em artes visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e fez curso de fusing em vidros – modelagem de vidro através de forno em alta temperatura. Descendente de família italiana e dupla cidadania, em 2008 procurou um curso de especialização na Itália, interessando-se por um curso de duas semanas na Scuola Mosaicisti del Friuli em Spilimbergo, Itália. “Lá chegando, fiquei apaixonada, pois o ambiente é de mosaico e respira-se mosaico em todas as horas do dia” Após o curso de duas semanas, conseguiu matricular-se no curso intensivo de Mosaico Tradicional Italiano, com duração de 3 anos. Com mais de 30 anos na época, foi necessário se submeter a várias regras exigidas pela entidade e o fator idade era um deles, pois a escola só aceita alunos com menos de 26 anos. Essa regra foi resolvida após uma

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Passaretti - Nossa Sra. das Graças

Passaretti - Canção Nova


Passaretti - Sartório

Passaretti - Dom Inácio

Martellina e Tagliolo

Nota do Editor: Matéria reeditada por erros da edição. Pedimos desculpas pelo nosso erro

análise bem detalhada no seu curriculum. Metade das vagas é reservada para a região e a escola se mantém com a venda dos trabalhos feitos pelos alunos. O curso é dividido em 3 partes: 1 ano de técnica em mosaico romano 1 ano de técnica em mosaico bizantino 1 ano de técnica de mosaico contemporâneo Voltando ao Brasil em 2011, montou seu atelier e começou a criar e dar aulas. Com base no seu aprendizado na Itália, montou um curso técnico em parceria com as artistas Regina Shahini e Simone Berton, sócias do Atelier Berton e Shahini Mosaicos, com duração de 1 ano e meio, sendo 6 horas de aula por dia, 1 vez por semana. Os trabalhos gerados nesse curso foram base para criar uma exposição no Circulo Italiano em São Paulo e na Casa do Olhar na cidade de Santo André. Participou na coordenação de trabalhos na Igreja de Santa Rita em Campinas – SP, Santuário Canção Nova e Santuário Pai das Misericórdias, esse com 720 m2. Com base na sua formação no mosaico, o seu instrumento de trabalho é a martellina e tagliolo e, consequentemente, o material mais usado é o mármore, smati, pasta vítrea, e outros cuja constituição mais dura dificulta o uso da torquês. “A martellina italiana é de excelente qualidade e, tomando os devidos cuidados para não quebrar a vídea, é uma ferramenta para a vida toda”. Atualmente a artista está estudando uma parceria para a confecção de uma martellina nacional de boa qualidade. O homem nem sempre destrói. Muitos ainda prezam pela cultura e pela formação de novos artistas, passando técnicas às vezes milenares, justamente para que não sejam esquecidas. A arte do mosaico é difundida com a possibilidade de construção de obras com as mesmas características de séculos passados, usando praticamente os mesmos materiais e basicamente as mesmas ferramentas. As antigas civilizações guardaram essas informações para que possamos criar através delas. Compete a nós passarmos adiante, sempre adiante. Até mais... referências: https://www.facebook.com/cristinapassarettimosaico Instagram: @cristinapassarettimosaicos

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Em todas as telas

Velhices:

representação X representatividade

Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade

Envelhecer é um problema?

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Sandra e Sandra Oh e Holland T soras em diferentes

divulgação

O mês de outubro marca as comemorações do Dia da Pessoa Idosa, celebrado logo no primeiro dia do mês, que geralmente conta com uma série de eventos voltados para o debate do envelhecimento saudável, a longevidade e as muitas velhices. Mas será que as muitas velhices estão devidamente representadas? Quando se pensa na mídia de forma geral os avanços existem com certeza, mas ainda é longo o caminho. Recentemente assisti a série “The Chair”, na Netflix, apontada como uma comédia dramática. A protagonista é Sandra Oh, a sempre Cristina Yang de “Grey’s Anatomy”. Ela é ótima e a série simpática, mas perde parte do charme com um olhar mais atento sobre como a velhice é representada. Pensei em uma discussão de uma aula que estou fazendo, sobre representação e representatividade. Apenas ter pessoas mais velhas ocupando espaços na mídia não resolve o preconceito etário, o idadismo, e muito menos estimula o envelhecimento saudável para todos, é preciso representar o envelhecer com seus desafios, mas também como potencialidade e novas possibilidades. A série se passa em uma universidade e Sandra vive Ji-Yoon, professora de origem coreana que assume o Departamento de Inglês. Uma mulher forte como Cristina Yang e também com seus dilemas pessoais e profissionais. Mas o ponto aqui são os professores mais velhos que fazem parte do departamento e a universidade quer aposentá-los.

“Envelh um prob

THE CH Os personagens de R Balaban são estereó senilidade e de resist


hecer é blema?”

e Holland Taylor vivem profess fases da carreira

HAIR Ron Crawford e Bob ótipos de à beira da tência às mudanças

Os “candidatos” à aposentadoria são retratados como professores ultrapassados, que não dão muita atenção aos alunos, e por isso têm poucos estudantes, enquanto outra professora que abre espaço para discussões de diversidade e o uso da tecnologia tem a turma cheia. O choque não está apenas no uso que fazem ou não da tecnologia, um forte questionamento neste período de pandemia quanto à população idosa, que bravamente se adaptou e se integrou às novas formas de comunicação. O envelhecimento e a longevidade são problemas para a série, que discute temas como racismo, inclusão de minorias, mas não avança com seus personagens centrais 70+. A mesma coisa ocorre com a série médica “Grey’s Anatomy”, que bem retratou a questão da covid-19 em sua 17ª temporada, debateu o racismo. Porém a morte de idosos em instituições de longa permanência, outro drama da pandemia, foi tratado de forma quase banal, mesmo com a mãe de uma das protagonistas tendo se contaminado em um desses locais e não sobrevivido. Possibilidades Voltando a série “The Chair”, os professores 70+ da forma como são retratados parecem até mais envelhecidos. A atriz Holland Taylor, de 78, é a solitária professora Joan Hambling, que é relegada a uma sala no porão da universidade; Bob Balaban, de 76, é o professor Elliot Rentz, referência em sua área, mas resistente às mudanças, e Ron Crawfor, 75, o professor John McHale, retratado como praticamente senil e fazendo uso de vários medicamentos. O reitor chega a dizer à protagonista quando ela pede a efetivação da professora mais jovem, que ela terá lugar se um dos três 70+ for demitido, se aposentar ou morrer. Claro que trata-se também de uma questão de orçamento do departamento, mas serão apenas estas as opções para os professores mais velhos? Eu acho que não, há caminho para atualização, inclusão digital, inovação. Como diz a campanha #VelhiceNãoéDoença, velhice é uma fase da vida, que como todas as outras têm seus desafios, mas também traz muitas oportunidades. E que seja assim para todos!

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Humor

Outubro, Rosa Laerte Temple Doutor em Ciências Sociais Relações Internacionais

ltemple@uol.com.br Essa coisa de atribuir cada mês do ano a uma causa social ainda vai dar confusão. Vai faltar mês para tanta causa. Mesmo que inventem mais meses, faltarão cores. Eu nunca dei bola para isso, mas minha mulher não pensa em outra coisa. Setembro ainda nem tinha terminado e ela já falava em outubro rosa. Toda vez que ela toca no assunto eu respondo “hã-hã”, apenas para fingir que me importo, mas eu não dou a mínima. Se eu deixar, a coisa começa no café da manhã e vai até o anoitecer. Desta vez ela pendurou um enorme calendário na parede da cozinha e pintou de rosa o todo o mês de outubro. A gente teve uns perrengues no início do ano por causa dessa mania que algumas esposas têm de xeretar o celular dos maridos. Não sei por que fazem isso. Desde os tempos de namoro que a gente se pega e faz barbaridades, sem problemas. Agora, xeretar o celular do outro, isso é falta de respeito! Sempre fui semifiel ao extremo mas, ser fiel a uma só, é trair todas as outras! Não consigo ver uma amiga sofrendo e não fazer nada para consolar. Minha mulher diz que marido não tem amiga. Tem só “aquela vadia”. O pessoal do bar sugeriu disfarçar os nomes das moças na agenda do celular, mas minha imaginação não é muito boa e a mulher é esperta demais. Descobriu com facilidade a senha (meu aniversário), e os disfarces que criei: Margarido, Amélio, Soraio, Marildo. Aí ela começou uma greve de sexo que já dura sete meses. Preciso camuflar melhor os nomes. Neste sábado, dois de outubro, ela acordou bem cedo, o que não é normal, e saiu sem dizer nada. Quando fui tomar café, lá pelas 10:30, vi algo estranho na mesa da cozinha. Folhetos de hotel nas montanhas, de Spa, cruzeiro marítimo, joias. Ela deixou um bilhete carinhoso dizendo que ia arrumar o cabelo, fazer as unhas, os pés, almoçar com as amigas e voltaria lá pelas 16 horas. Nunca tive tan-

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“Acho

greve ho


Foto:Arquivo

o que a e acaba oje!”

to sossego num sábado. Será que outubro rosa é mês de dar presente para a mulher? Se ao menos ela desse alguma dica. Por que não abre logo o jogo? Pesquisei no Google e fiquei abismado com o que li sobre os meses coloridos. Fevereiro roxo é dedicado ao Alzheimer. Março lilás é câncer de colo de útero e abril azul é autismo. Mas tem também o março azul marinho, para câncer de colo retal e abril verde, para acidentes de trabalho. Não disse que ia faltar mês? Olha aí, duas cores num mês só. E também tem o maio roxo, maio amarelo e assim por diante. O quem tem a ver os meses e as cores com essas causas? Quando vi o que significa novembro azul, fiquei pasmo! É cada coisa que o povo inventa e ainda por cima chamam de campanha de conscientização. É uma violência contra os machos alfa como eu, isso sim. Não é à toa falta homem no mercado. Pensando bem, melhor prá mim. Finalmente achei Outubro Rosa: câncer de mama. Fiquei preocupado e resolvi me aprofundar no assunto. Li artigos, entrevistas e assisti vídeos sobre como fazer o autoexame e detectar nódulos apalpando os seios. Será que alguma das minhas amigas tem câncer de mama e minha esposa está querendo me alertar? O que devo fazer? Telefonar para elas? Oferecer-me para auxiliar no diagnóstico precoce? Fazia um tempão que eu não frequentava as redes sociais. Aproveitei que a patroa tinha saído e abri Instagram das amigas. Nada anormal, nenhum problema com as mamas. E cada mama! Abri o Facebook e procurei os perfis delas. Tudo tranquilo. Repararam como tem propaganda nas redes? A gente não consegue pesquisar dois perfis sem entrar anúncios na tela, os tais “pop-up”, para atrapalhar. Eu já estava ficando maluco quando resolvi acessar o perfil da minha esposa. Muitas postagens das amigas e dos parentes no perfil dela. Flores, apitos, confetes, taças, bolos. Aí eu me toquei: Outubro, Rosa. O nome da minha mulher é Rosa e dois de outubro, se não me falha a memória, é seu aniversário! Não fosse a preocupação com o eventual câncer de mama das amigas, não teria me lembrado. Êpa. Ela saiu para arrumar o cabelo, fazer pés, mãos e hoje é seu aniversário. Onde foi que eu vi aquele anúncio da Polishop? Tem promoção de Robô Aspirador de Pó e Jogo de Panelas. Vou já no shopping comprar um dos dois e embrulhar para presente. Depois é só abrir umas cervejas e pedir delivery do Habbib’s. Tenho certeza que ela vai se emocionar. Acho que a greve acaba hoje!

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‘Causos’ do Nordeste

O homem que atirou num Lobishomem Tony de Sousa Cineasta

Nos idos de 1905, um lugar chamado Lagoa dos Atoleiros, lá para os lados do povoado de São Sebastião, no Rio Grande do Norte, ficou totalmente inundado com as águas do rigoroso inverno daquele ano. Parecia que o sertão havia virado mar cumprindo-se a profecia do beato Antonio Conselheiro. Uma leva enorme de patos selvagens, marrecos e outros animais aquáticos tomaram conta do lugar. A notícia se espalhou pela região, atraindo caçadores locais e das regiões vizinhas. Nessa época, ao sul da cidade de Mossoró, bem distante do centro, atrás de umas caieiras de cal, havia um sítio chamado Sítio do Saco, em cujas terras morava um homem de nome Geraldo Medeiros. Além da agricultura e cuidado com uns poucos animais domésticos, Geraldo era apaixonado por caça. Adorava espingardas. Tinha sempre umas duas ou três em sua casa. Além de todo equipamento de caça. Quando tomou conhecimento de que a Lagoa dos Atoleiros estava infestada de patos e marrecos, Medeiros ficou louco. Preparou seu material de caça e na primeira oportunidade que teve foi para lá. Saiu de manhã cedinho, ainda um pouco escuro, caminhando a pé, na direção do lugar que ficava há 5 léguas de sua propriedade. Chegando no local, confirmou o que diziam os boatos. Realmente havia muitos patos selvagens, marrecos e pombas. Como bom atirador que era não foi difícil abater um grande número de aves. Deixo agora que esse causo siga através das palavras do seu autor original, o excepcional escritor Raimundo Nonato: “E aí, cuidando rápido do retorno, fez um grande molho de aves mortas, penduradas pelos pés, e entre as quais, cinco ou seis patos selvagens e outra roda das menores, amarrou tudo

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Ilustração: M.C.Conti

com o cinturão, atirou o fardo às costas, atravessando a lazarina no ombro, e meteu o pé no caminho, quando já não havia mais sinal de claridade do dia. Para encurtar a viagem, e como era bom conhecedor daqueles recantos, tomou uns atalhos e veredas abertas pelos carregadores de lenha, indo desembarcar na estrada tronco cerca de meia légua distante de seu sítio. Por que andara depressa, até se despreocupara do tempo, mas olhando para o céu, viu pela altura do Sete Estrela, que já se aproximava da meia noite, fato ainda confirmado pela ventania fria que vinha soprando do nordeste. Também, por longe, de algum casebre perdido, ouvia o cantar do galo, embora fora de hora, e que denunciava moça fugida ou aparição de alguma sombra amedrontadora. Apesar de não ser noite de lua, a claridade das estrelas permitia ao viajante descortinar as coisas que estavam mais aproximadas. Deste modo, desde que o solitário caçador, saindo do carrasco, penetrou na várzea, para avistar as frondes dos velhos e conhecidos carnaubais, sentiu-se como que aliviado daquelas horas de isolamento, que passara, sozinho, na travessia da picada. Já então, não estava de seu lado a ameaça do encontro com as onças vermelhas que farejavam os currais de bode, e que ainda apareciam, por ali naqueles tempos. Afastando desse perigo e de outros, como os botes traiçoeiros das cascavéis, Medeiros arrancou o cachimbo da sacola, encheu de um pacaio forte do brejo, e continuou baforando, alegre, pensando na rede que estava esticada no alpendre, no torrado nas marrecas, uma chicara de café bem quente, que não devia tardar. As coisas, no entanto, não teriam esse fim prometidamente alegre, como imaginava o caçador, pois uma surpresa desagradável estava reservada, ainda naquela noite, ao morador do Saco. E assim é que, ao passar pela encruzilhada, onde a estrada se bifurca para São Sebastião, por cima da chapada e pela várzea, Seu Medeiros foi despertado por uma coisa estranha, por uma tinideira de correntes que eram arrastadas pelas pedras, como se fossem puxadas por um animal desenfreiado. Apanhado por aquele imprevisto, o agricultor estancou, quase recuou, mas recobrando o ânimo agarrou a espingarda com a mão firme, e embora tomado de verdadeiro pavor, esperou o fim daquela marmota. E em seguida, viu, distintamente, no meio do caminho, uma forma do tamanho de um burro, dando pulos e jogando coices no ar, como se fosse um endemoninhado. Ante aquela situação em que não tivera tempo de pensar, e agindo mais por força do instinto, segurou a arma e disparou contra o bicho, que se encontrava a pouco mais de dez metros em frente. Depois do estampido, seguiu-se um baque surdo, e um gemido estertorante. A carga forte, que tinha sido preparada com chumbo grosso para a eventualidade do encontro com a uma onça, surtira seu efeito.” Esse acontecido ainda traria muitos aborrecimentos ao caçador, mas aí, já é um outro causo.

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Mensagens para leitura e meditação

Arte Poética Lenildo Solano Professor

Segundo definições de Oxford Languages: Arte é um substantivo feminino que significa: 1) Habilidade ou disposição dirigida para a execução de uma finalidade prática ou teórica, realizada de forma consciente, controlada e racional ou 2) o conjunto de meios e procedimentos através dos quais e possível a obtenção de finalidades práticas ou produção de objetos; técnica. (Google) Somos amantes fervorosos de todas as modalidades de arte, começando pela própria arte de viver. Portanto, todos nós somos artistas naturalmente. Os pais, os professores, os religiosos no ensinamento, na educação e na evangelização, principalmente, os que trabalham com as nossas queridas crianças e adolescentes, oportunizando também para os idosos. A culinária, o artesanato, a música, a obra poética são as modalidades artísticas mais notadas e divulgadas, porém tudo que é feito, confeccionado com dedicação, precisão e amor resulta em bela arte. Queremos destacar conversas informais que temos com amigos que admiram certas artes e dizem, será que eu consigo fazer? A resposta que sempre damos é que para termos certeza daquilo que queremos fazer, basta iniciar e com boa vontade, perseverança, preparação e paciência a tendência será, obviamente, evoluir no ato de fazer, de compor. Mencionamos compor por ser onde mais ouço o questionamento: será que sou capaz de compor? Nas composições literárias e musicais temos como dádiva divina a inspiração, que será produtiva com a boa vontade, o interesse, perseverança e também como estudo de tema e técnicas especiais e específicas. Há também aqueles que trazem na veia certa modalidade de arte e com leve toque desabrocha em grande artista. A arte poética fascina-nos desde as leituras das obras clássicas e imortais que compõem a nossa rica literatura,principalmente, quando preparávamos para o vestibular; foi o começo da admiração pelos inesquecíveis poetas e escritores.

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Vamos concluir esta nossa participação com um poema sobre o rio Cuiabá, que deu origem a nossa querida capital e a abaste como também municípios vizinhos. O rio infelizmente está sendo condenado a destruição pelo desleixo das autoridades competentes e pela falta de consciência tanto das autoridades quanto da população na preservação do meio ambiente:

CUIABÁ: Rio e Cidade

Foto:Arquivo

Cuiabá sem o rio não pode vingar pois o rio que dá vida a este belo lugar Rio que era bom pra banhar e pescar cidade verde lugar gostoso para morar O rio hoje está pedindo socorro e a cidade grita se ele morrer eu também morro Já não existem mais suas nascentes com construções em cima secando estão seus afluentes Vamos minha gente vamos reagir senão o rio Cuiabá vai deixar de existir Cuiabá é um rio e também uma cidade que estão pedindo socorro por caridade!

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Mensagens

De repente Luiz Arnaldo Moncau

De repente, o migrante que sou Andando de costas no meio da ponte Olhando pra frente só tem o passado Andando de costas par’onde vou? De repente coração se debate

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Foto: arquivo

De repente, aquele aperto no peito Dor que não dói, mas que a gente sente Sentimento distante, quase triste Incompletude mansa, intermitente.


Se debate num debate sem fim Onde está o que eu procuro Se o que procuro está em mim De repente sou dervixe rodopiante Tudo gira tudo roda tudo em volta No meio do giro uma última volta Coração inquieto de um ser dançante De repente aquele aperto no peito Andando de costas no meio da ponte Se o que procuro está em mim Onde está o que procuro De repente dervixe na última dança A ponte sou eu, caminho em mim Sentimento distante, quase triste Incompletude mansa, intermitente.

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Coisas nossas

A lenda do Negrinho do Pastoreio Marcelo Conti

Tive a oportunidade, e a felicidade, de na década de 80 morar em Porto Alegre. Nesse período, além do trabalho que foi o motivo de minha ida, aproveitei para conhecer o que pude do incrível Estado que é o Rio Grande do Sul. Pela sua beleza natural, pela mescla do toque europeu com a raça do índio gaúcho, por sua gente amável e seu sotaque inconfundível, comida boa, enfim, é envolvente, e quem conhece sabe bem do que estou me referindo. Fatos, lembranças, passagens que não se esquecem... O gosto pela música facilitou minha aproximação, e logo estava eu metido em rodas de chimarrão embaladas pelas lindas canções folclóricas do lugar. Aliás, folclore (e preservação do folclore) é o que não falta entre eles. A riqueza dos detalhes, a beleza das composições, e as mensagens que tiramos formam um verdadeiro tesouro, que nos faz entender o motivo que têm em manter a tradição, valorizar sua origem. As lendas são produtos da imaginação, e misturam o real com a ficção, deixando na maioria das vezes lições, exemplos, mensagens e até manias que varam os tempos sem preconceitos nem contestações. E o Rio Grande do Sul inteiro preserva uma das lendas mais bonitas do folclore gaúcho – e brasileiro – que é a Lenda do Negrinho do Pastoreio. Dizem os livros que o “Negrinho do Pastoreio” já era contada no final do século XIX, por brasileiros que defendiam o fim da escravidão. João Simões Lopes Neto (Pelotas/RS, 1865/1916) era empresário, mas também escritor. Segundo os críticos de literatura, foi o maior autor regionalista do Rio Grande do Sul, tendo, no entanto, alcançado sua glória literária apenas depois de sua morte. É dele a versão mais conhecida, e mais admirada, da lenda do “Negrinho do Pastoreio”, e que segue abaixo. “Era um menino negro, pequeno, escravo de um estancieiro muito mau. Não tinha nome, nem padrinhos; era conhecido apenas por “negrinho”. Aliás, ele mesmo se dizia ser afilhado da Virgem Maria. Certa vez, o patrão colocou-o para disputar uma corrida de cavalos com o filho de um rival seu. Tendo sido derrotado, foi cruelmente punido pelo estancieiro que lhe aplicou uma surra como nunca ninguém tinha levado. Cansado e ferido, caiu no sono e acabou por perder o pastoreio (os cavalos para os quais lhe era incumbida a responsabilidade de tomar con-

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ta). Novamente foi castigado, porém, desta vez encontrou o pastoreio. Pois, caiu no sono e o perdeu pela segunda vez. Agora, além da surra, o patrão o jogou num formigueiro, para que fosse comido pelas formigas. E foi embora assim que elas cobriram seu corpo. Passaram três dias, e o estancieiro voltou até o formigueiro para ver o estado de sua vítima. Tomou um grande susto, porque o menino estava lá, em pé e com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas que levou. Ao seu lado a Virgem Maria, e mais adiante o cavalo baio sobre o qual perdera a corrida, e todos os outros cavalos. O homem se atirou ao chão, implorou perdão, mas o negrinho não respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no cavalo baio, e partiu conduzindo a tropilha...” A lenda do Negrinho do Pastoreio está viva até os dias de hoje. Há quem, no Rio Grande, quando dá pela falta de alguma coisa – material ou não – ainda acenda uma velinha e suplique ao Negrinho que a tenha de volta. Luiz Carlos Barbosa Lessa (Piratini/RS, 1929 – Camaquã/RS, 2002), advogado, escritor, músico, folclorista, criou em 1957 a toada que é quase um hino do povo gaúcho, e que muitos de nós certamente conhecemos... Negrinho do Pastoreio, Acendo esta vela pra ti E peço que me devolvas A querência que perdi. Negrinho do pastoreio, Traga a mim o meu rincão. Eu te acendo esta velinha, Nela esta meu coração. Quero ver meu lindo pago Coloreado de pitanga. Quero ver a gauchinha A brincar n’água da sanga. Quero trotear pelas coxilhas, Respirando a liberdade, Que eu perdi naquele dia. Que me embrenhei na cidade. amazon.com.br divulgação

Negrinho do pastoreio, Acendo esta vela pra ti E peço que me devolvas A querência que perdi. Negrinho do pastoreio, Traga a mim o meu rincão. A velinha está queimando, E aquecendo a tradição. Marcelo Conti Escritor, Gestor Cultural Sócio da SOLUÇÃO Gestão de Negócios e Cultura Ltda. www.solucao-gnc.com.br

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Apenas a mudança é permanente Marcelo Kassab Escritor A.C.L

Quando convidado a escrever para uma coluna cujo mote é a trajetória pessoal pela literatura, fiquei imaginando como me posicionar perante tal desafio. Profissional da escrita? Escritor? A autodefinição requer certezas e estas podem amanhecer num dia de verão ou recolherem-se na escuridão do inverno polar. Certo estou de que a cidade paulistana me pariu e na odontologia encontrei a arte de gerar saúde e cura física. Porém, ainda insatisfeito e inconformado com as limitações da matéria, busco na formação em filosofia – ainda em curso – perguntas e respostas necessárias ao nosso percurso por este planeta e para além dele. Como colunista do portal Filosofar a Vida, procuro trazer temas que suscitem tais reflexões e exercitem os meus questionamentos. Mas voltando ao termo “escritor’’, remeto-me ao metafísico e ao sagrado, tamanho o respeito que nutro pelo ato de escrever. Tecer o subjetivo nos teares alheios, requer muito mais do que o bom manuseio dos vocábulos, pois reverbera sentimentos diversos. Acredito que, por isso, a escrita tenha entrado na minha vida de modo muito peculiar, repentino e invasivo. Minhas gavetas tinham meias e não poemas, meus textos eram acadêmicos, mas a forma dava indícios de uma quase subversão ao pragmatismo necessário à literatura científica. A música foi o primeiro indicativo para que, através do ritmo, eu criasse meus versos. E assim, meus acordes debutaram. Era tomado por um estado quase mediúnico, um fluir constante de ideias, palavras e movimentos das mãos. Poderia aqui citar Heráclito de Éfeso com o seu “Tudo flui’’ e a afirmação de que só a mudança é permanente, por mais contraditório que pareça. Fazendo um paralelo com a escrita, as transmutações partem da vivência própria e do próximo, das observações do mundo, bem como das nossas interpretações e reações ao que nos preenche o inconsciente. Por essa razão, jamais leremos ou escreveremos nada do mesmo modo que lemos e escrevemos ontem ou agora. Porém, ao encarar a página em branco, algo precedente ao surreal acontece. Uma força maior leva tais experiências, ainda incompreensíveis, para fora de mim como flecha certeira na direção do âmago das linhas. O externo, travestido de papel, é uma passagem estreita entre dois interiores: o do escritor e o do leitor. É o deífico em meio ao mundano; ato e efeito de transcendência. Já a literatura, entendo, deve ser isenta de funcionalidade definida e

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específica, a fim de aproximar a arte literária da humanidade, pois não somos obras acabadas, mas seres em constante transformação, buscando inserção nos conceitos de formação civilizatória, social e política. Destarte, o encanto dos livros se faz presente conforme transporta o leitor do seu espaço físico para o onírico, e ao sonhar, torna-se capaz de vislumbrar alternativas à sociedade vigente quando esta se mostra doente, injusta e desesperançada. O assimilar de novas possibilidades se ilumina assim que o ponto final da última página assume reticências e o receptor passa a construir a sua própria história. Foi difícil, mas disposto ao desafio de compreender esse mecanismo – indefinível e muitas vezes incognoscível –, iniciei minha trajetória literária oficialmente. Primeiro vieram as antologias e em seguida os concursos literários. Digo que estes foram os responsáveis pelo carimbo alheio e generoso de ‘’escritor’’ (ainda reluto em eliminar as aspas). Após classificações que me surpreenderam tanto na prosa quanto no verso, deparei-me com um grande desafio: o concurso nacional “Meu Primeiro Livro’’, promovido por uma editora e do qual participei. O resultado foi mais um indicativo de qual caminho eu deveria percorrer. E foi assim que nasceu a obra ‘’Efemeridades: em Versos, Contos e Crônicas’’. Falo com muito carinho do livro, não só por ser o de estreia, mas pela aceitação obtida pelos autores que admiro no cenário literário. O êxito veio acompanhado pelo convite da escritora Marly de Souza para que pensássemos sobre a fundação de uma academia de letras. Mais uma vez, vislumbrei um caminho desenhado bem à minha frente e senti que deveria percorrê-lo. Assim, nasceu a Academia Contemporânea de Letras, hoje em franco crescimento, abrigando membros do Brasil e do estrangeiro. Nossas atividades primam pela divulgação e incentivo à literatura, através de ações como oficinas literárias, concursos, entre outras, além de publicações de antologias. Acredito que os versos abaixo são a forma mais completa com a qual consigo expressar minha percepção sobre o criador e a criatura; a pena e o traço. Da realidade, extrais fantasia. Semeias asas às emoções reprimidas. Das lágrimas que lavam as feridas. Mudas a vírgula, renasce a alegria. Pintas imensas obras de arte. Nas páginas que libertas das amarras. As tintas e cores com que matizas, Costumas chamar de palavras. Com elas adentras às almas. Adormecidas e latentes. Acessas corações entorpecidos. Afagas os subconscientes. Misturas graça e desgraça num só verso. Depois separas tudo, fazes o inverso. No mundo das letras, encontras-te submerso.

O certo no incerto; reverso. Pouco importa o concreto. Porque deste, abstrais o sentido. Forjas das frases, metáforas. Deixas o completo, incontido. Entornas sentimentos nas entrelinhas. Outrora de devaneios e torpor. Transformas apatia em prosas e rimas. Tens as chaves do mundo, ESCRITOR! Cada vez mais, vejo-me preso nas teias libertárias das palavras, e ainda tentando digerir a soma de paradoxos que me cercam, sigo meu aprendizado diário, pois só a arte é capaz de desadormecer mentes e agregar os corações.

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Nosso cafézinho

Métodos coados II

Nesta edição do Magazine 60+, vou continuar apresentando METODOS DE FITRAGEM DO CAFÉ, by Biah Sobral. Biah Sobral, Barista renomada, empresaria e coordenadora de cursos no Bares SP, com métodos de filtragem”, e “Barista”. Além dos cursos, Biah realiza eventos corporativos em estandes montando cafeterias com “Carta de Café” personalizada e com baristás na execução. Vamos lá! Hoje nossa dica é sobre a cafeteira Moka. METODOS MOKA EXPRESS Nome do método: Moka Express Quando foi lançado: 1933 Quem criou: Luigi di Ponti Histórico: O Italiano Alfonso Bialetti, engenheiro, empresário, dono de uma empresa de fundição que produzia alumínio semi acabado, comprara de Luigi di Ponti, projetista, uma cafeteira que revolucionária o modo de preparo de cafés naquele ano. Ao contrário de que todos pensam, Alfonso Bialetti não criou a Moka Express, mas foi o detentor da patente. Naquele mesmo ano, 1933 Alfonso Bialett i lançaria o método no mercado , e até a Segunda Guerra Mundial eram produzidas manualmente 70.000 unidades por ano. Seu filho Renato Bialetti assumiu o comando da empresa em 1946, com novas estratégias publicitárias e em 1953 as unidades passam a ser comercializadas com o logo de um “homenzinho de bigode”. Este método tornou-se importante para a Itália, apesar de levar o nome MOCA que seria uma homenagem a cidade do Iêmen( conhecida como um dos primeiros portos de exportação de café no mundo), passou então a ser chamada Moka Express. Descrição: A Moka Express é composta por três compartimentos: Compartimento inferior (água), compartimento central (café), compartimento superior (coletor de café). Preparo: Para o preparo na Moka Express colocamos a água no compartimento inferior até o nível abaixo da válvula. Em seguida colocamos o café no compartimento central funil/peneira, com a moagem específica para este tipo de método, ou seja, grossa (um pouco mais grosso que o açúcar cristal), e de acordo com a quantidade de xícaras que será consu-

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Fotos: Moka - divulgação

Cida Castilho Barista


mido, até completar o compartimento (Nunca coloque menos pó que a capacidade permitida). Recomenda-se não compactar, ou seja, amassar o pó no recipiente. Rosqueie com o compartimento superior e leve-a ao fogo e de preferência de acordo com o tamanho para a cafeteira. Evite colocar em fogareiros maiores que a cafeteira. Este processo de fogo pelas laterais pode ocasionar excessos de temperatura comprometendo a bebida. Quando a Moka Express atinge a temperatuar de 100 graus, gera-se uma pressão no compartimento inferior e o vapor nõa tem por onde sair, então será impulsionado pelo sifão central passando pelo bolo de café sob pressão e sendo extraído pelo compartimento superior. Assim que iniciar o processo de extração, desligue o fogo e aguarde o término do preparo da bebida. O resultado é um café mais encorpado, próximo de um espresso e com uma intensidade maior de cafeína. Curiosidade: Neste método, recomendamos que se adicione um pouco de água no compartimento superior, a ntes de iniciar o processo de extração. Por ser uma peça inteira de alumínio, ela esquenta por igual e este processo pode evitar que o café queime assim que começar a ser extraído. Em casa: Existem Moka Express de vários tamanhos, mas o ideal é que se adquira aquela que tenha a quantidade de xícaras que será consumido no momento. Neste método a moagem também deve estar de acordo com o tipo de extração, e a água sempre filtrada. De preferência mantenha o fogo brando durante todo o processo de extração. Se atentem sempre em verificar a borracha de vedação que fica no compartimento central. De tempos em tempos será necessário sua substituição por conta de desgaste. Depois de utilizada mantenha-a limpa e seca. A Moka Express pode ser encontrada em diversas cores e com capacidades diferentes. Assim, você escolhe o melhor tamanho que atenderá suas necessidades. Estabelecimentos: : Em cafeterias, bares e restaurantes é imprescindível todos os materiais que se fazem necessários para a extração do método. É de fundamental importância que o Barista conheça o café que foi cuidadosamente selecionado,ter o domínio das técnicas do método a ser preparado, tornando aquele momento único e que estabeleça o retorno do cliente outras tantas vezes em seu estabelecimento. Onde encontrar: www.bialettishop.com.br Bibliografia: www.bbc.com/portuguese www.bialettishop.com.br pt.m.wikipedia.org https://www.youtube.com//////////watch?v=1vr9ShzbFeY&feature=emb_rel_end

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Receitas Fáceis

DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA Fotos e receitas da Colunista

Ebe Fabra Chef de Gastronomia

Primavera chegou com tudo! Nossa cidade está mais alegre, bonita e colorida. Para este mês, o sol aparece bem quente, o que nos faz querer comer pratos leves. Bora pras receitas. REPOLHO COM FILÉ DE FRANGO (foto) Rendimento: 6 a 8 porções Tempo de preparo: 1: 10h INGREDIENTES - 1 repolho de pequeno a médio - sal a gosto - 600g de filé de frango - pimenta-do-reino a gosto - páprica doce a gosto - 1 caixa de creme de leite - 2 colheres de chá de mostarda - 3 tomates em rodelas - 200g de mussarela ralada MODO DE FAZER 1- Comece cortando o repolho em 6 rodelas de 2 dedos de espessura. Passe-as para uma assadeira com papel-manteiga. Tempere as rodelas de repolho com uma pitada de sal em cada uma e reserve ao lado. 2- Pegue os filés de frango e tempere-os com sal. pimenta-do-reino e páprica doce. (Reserve). 3- Pegue os repolhos na assadeira e coloque 1 colher de sopa de creme de leite em cada um. Em seguida pegue os filés de frango temperados e coloque em cima de cada rodela do repolho. Reserve. 4- Com o restante do creme de leite que sobrou, junte 2 colhe-

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res de chá de mostarda. Misture bem. Coloque esse creme em cima do filé de frango. 5- Pegue os 3 tomates em rodelas e coloque- os em cima do frango. Cubra essa assadeira com papel-alumínio até ficar pronto. Coloque em forno preaquecido em 200° C por mais ou menos 40 minutos. Tire do forno, retire o papel-alumínio e acrescente a muçarela. Volte ao forno para esta derreta. Se gostar depois de pronta, coloque cheiro-verde picado por cima. Só esse prato nos satisfaz, mas fica delicioso acompanhado de arroz e purê de batata. BOLO DE CHOCOLATE NÃO VAI AO FORNO - SÓ GELADEIRA (Foto à esquerda)j Ingredientes - 1 caixa de farelo de aveia ( aproximadamente 170g) - 1 vidro de leite de coco - 4 barras de chocolate meio amargo ou 80% cacau (100g cada) - 1 caixa de creme de leite Modo de Preparo: - Untar uma assadeira pequena de aro de 15cm com fundo falso ou colocar papel-manteiga. - Colocar num bowl: - aveia - leite de coco - Misturar muito bem. - Derreter no micro-ondas por 1 minuto 200g do chocolate picado com metade do creme de leite. Tirar do micro-ondas, mexer bem até ficar homogêneo. Se precisar volte mais um minuto no micro-ondas, deixe esfriar. - Pegar o bowl que está com a aveia e o leite de coco e misturar com essa ganache fria. - Colocar na assadeira untada toda essa mistura. Fechar bem com filme-plástico e deixar na geladeira por 12/24 horas. - Fazer com outra barra de 100g de chocolate e a metade do creme de leite que havia sobrado, outra ganache. Deixar esfriar. Desenformar o bolo e colocar essa ganache por cima. Com a outra barra que restou, faça lascas de chocolate, com a faca ou pegue um ralador e rale a barra no ralo grosso e coloque em cima do bolo. Para decorar folhinhas de hortelã e morangos. Espero que apreciem essas receitas e até a próxima!

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VAMOS APRENDER DESENHO? CURSO ON LINE VIA ZOOM SAIA DA MESMICE DESSA PANDEMIA VAMOS VER NO CURSO BÁSICO COMPOSIÇÃO, LUZ E SOMBRA, ANATOMIA E PERSPECTIVA MATERIAL: 1 BLOCO DE PAPEL LAY OUT A4, 1 BLOCO DE PAPEL CANSON A4, 1 LÁPIS 6B E 1 HB - UMA RÉGUA DE 30 CM.e BORRACHA TURMA 1 - TODA 2ª E 3ª DAS 10:00 ÀS 11:00 HS TURMA 2 - TODA 2ª e 3ª DAS 12:00 ÀS 14:00 HS TURMA 3 - ÓTIMA PARA QUEM TRABALHA DE DIA TODA 3ª DAS 18:30 ÀS 19:30 HS

INÍCIO DAS AULAS AO COMPLETAR UMA TURMA DE NO MÍNIMO 4 ALUNOS VALOR - R$ 150,00/MÊS

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N o t í c i a s O QUE ROLOU NO WHATSAPP

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São Bernardo do Campo (SP) retoma gratuidade no transporte público municipal para idosos com 60 a 65 anos Jessica Marques para o Diário do Transporte - Divulgação O prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Orlando Morando, anunciou a retomada da gratuidade concedida no transporte público municipal para pessoas de 60 a 65 anos. A medida passa a valer a partir deste sábado, 02 de outubro de 2021, em todas as 68 linhas municipais. O anúncio foi feito nesta sexta (1º), Dia Nacional do Idoso. Com a retomada do benefício, a população deste grupo poderá utilizar novamente o Cartão Legal Sênior, tendo direito a 60 créditos mensais para embarcar gratuitamente no transporte público municipal. A medida foi oficializada no decreto 21.741, de 30 de setembro de 2021, publicado na edição desta sexta-feira do Notícias do Município.

Foto: Omar Matsumoto - PMSBC

CARTÃO É OBRIGATÓRIO Para usufruir da gratuidade, é preciso obter o Cartão Legal Sênior, que é destinado ao público de 60 a 65 anos. Segundo a Prefeitura, o benefício visa atender as pessoas não contempladas pela Lei Federal 10.741/2003, que garante a gratuidade apenas para idosos acima de 65 anos. Este cartão não possui custo de emissão, conforme detalhado pela administração municipal.

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Confira abaixo como obter o cartão: Os interessados em obter o cartão devem comparecer ao posto de atendimento portando os seguintes documentos obrigatórios para sua emissão (original e cópia): RG e CPF, além de comprovante de residência atual (até 90 dias) em nome do usuário. O posto de atendimento para emissão do cartão fica localizado nas dependências do Terminal João Setti, na Rua Domingos João Balotim, nº 80 – Centro. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 08h às 17h, e aos sábados, das 08h às 12h. AVANÇO NA VACINAÇÃO De acordo com o prefeito, o retorno do benefício ocorre após a cidade avançar na vacinação de idosos e em um momento de diminuição dos óbitos por covid-19. A gratuidade no transporte público para idosos de 60 a 65 anos havia sido suspensa no 23 de março de 2020, em razão da pandemia. “Quando suspendemos o benefício no ano passado nosso objetivo foi desestimular, na época, os deslocamentos desnecessários de idosos, em um período em que eles eram considerados, por especialistas, o maior grupo de risco da doença. Agora com a imunização avançada e a queda dos indicadores retomamos este benefício tão importante para nossa população”, disse Morando.

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EXPEDIÇÃO LONGEVIDADE: A Expedição Longevidade é um projeto comemorativo da Revista Aptare, que completa 10 anos em 2022. A jornalista Lilian Liang viajará para as 5 cidades mais longevas do mundo, as chamadas blue zones – Okinawa (Japão), Nicoya (Costa Rica), Loma Linda (EUA), Sardenha (Itália) e Ikaria (Grécia). A ideia é entender melhor como essas populações chegam aos 100 anos de maneira ativa e saudável e, claro, contar tudo para nossos leitores. A viagem terminará na cidade de Veranópolis, na serra gaúcha, considerada a cidade mais longeva do Brasil. Serão quase 3 meses na estrada, com matérias em veículos brasileiros e atualizações nas redes sociais. O projeto conta com o apoio institucional da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, do International Longevity Center Brazil, do Instituto Moriguchi, da Disciplina de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal de São Paulo e da Toniolo Saúde. Nesse Dia Mundial do Idoso, a Aptare reafirma seu compromisso de trazer informação confiável e de qualidade acerca do envelhecimento e da longevidade. Fique de olho nas atualizações sobre a nossa Expedição. Tem muita coisa boa preparada para comemorar os nossos 10 anos! divulgação

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Desde 1993

Diagramação, Reportagem, Fotografia, Desenho, Entrevistas, Propagandas, Folders, Folhetos, Identificação Visual, Montagem de livros e Revistas

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magazine 60+ #28 - Outubro/2021 - segunda capa


Articles inside

Marcelo Conti 67 e

3min
pages 69-70

Luiz A. Moncau 65 e

2min
pages 67-68

Tony de Sousa 61 e

3min
pages 63-64

Manoel Conti 53 e

3min
pages 55-56

Katia Brito 57 e

3min
pages 59-60

Malu Navarro Gomes 49 a

2min
pages 53-54

Laerte Temple 59 e

3min
pages 61-62

Marly de Souza 45 e

6min
pages 47-52

Osvaldo B. de Moraes 39 e

2min
pages 41-42

Cidália Aguiar CAPA 37 e

3min
pages 39-40

Fabio F. Sá 29 e

1min
pages 31-32

Norberto Worobeizyk 33 e

3min
pages 35-36

Lawrence C. Nogueira 26 a

2min
pages 29-30

Maria Luiza Conti 31 e

2min
pages 33-34

Laites Temple Vidal 35 e

2min
pages 37-38

Maria Eugênia

5min
pages 25-28

Marisa da Camara

1min
page 24

Sérgio Frug 11 e

3min
pages 13-14

Sandra Schevinsky 15 e

6min
pages 17-19

Herodoto Barbeiro 4 e

7min
pages 6-10

Silvia Triboni 7 a

3min
pages 11-12

Thais B. Lima 13 e

3min
pages 15-16

Veterinária USP 21 e

2min
page 23

Malu Alencar 17 a

3min
pages 20-22
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