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Marly de Souza 45 e

Os Lusíadas, Luís Vaz de Camões

“Canto I

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As armas e os Barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; ...

Canto V

Estas sentenças tais o velho honrado Vociferando estava, quando abrimos As asas ao sereno e sossegado Vento, e do porto amado nos partimos. E, como é já no mar costume usado, A vela desfraldando, o céu ferimos, Dizendo:- «Boa viagem!»; logo o vento Nos troncos fez o usado movimento.” Trecho do Inferno de Dante (Canto I) “No meio do caminho desta vida me vi perdido numa selva escura, solitário, sem sol e sem saída. Ah, como armar no ar uma figura desta selva selvagem, dura, forte, que, só de eu a pensar, me desfigura?”

Fontes: www.todamateria.com.br (Escrito por Daniela Diana) www.educamaisbrasil.com.br

apoio cultural: Magazine 60+

Aprendizagem na 3ª idade A doença chamada envelhecer

Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga Educadora no projeto Feliz Idade

As discussões a respeito da inclusão do termo velhice como uma doença a mais catalogada na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – CID 11, a ser adotada a partir de 1º de janeiro de 2022, vêm causando reações das mais diversas ordens em todas as partes do mundo. A padronização de diagnósticos, monitorização da incidência e prevalência de doenças, objetivo primeiro do CID, agiliza o trabalho médico de investigação sobre doenças que acometem o ser humano e aponta os principais sintomas a elas relacionados. Publicado pela Organização Mundial de Saúde, OMS, é consultado por médicos, outros profissionais da saúde, pesquisadores, gestores em saúde, seguros em saúde e outras organizações de alguma forma ligadas à saúde. A padronização universal de doenças permite monitorar a incidência e prevalência das doenças, além de se obter um panorama da situação global da saúde.

Em 19/08/2021, em um evento ao vivo e online promovido pela OMS, profissionais de saúde de vários países e de outros segmentos, representantes da sociedade civil, estudiosos e pesquisadores se posicionaram contrários ao uso do termo velhice como doença a ser relacionada no CID. Na verdade, velhice no CID-11 ocupa o lugar de “senilidade”. Como resultado desse encontro, a OMS abriu espaço para que a sociedade possa se manifestar e colaborar, indicando sugestões que substituam o termo “velhice”.

Desde quando envelhecer representa adoecer?

A velhice faz parte do desenvolvimento humano e, até o momento, foi reconhecida como tal. Nosso ciclo de vida é composto por, pelo menos, oito períodos, a contar do estágio pré-natal até a terceira idade. Embora essa

Foto: portaldoenvelhecimento.com.br

Foto: portaldoenvelhecimento.com.br divisão tenha caráter meramente didático, cada estágio certamente apresenta características ou apresenta acontecimentos característicos àquela fase. Envelhecemos a cada segundo que vivemos e nem por isso nos sentimos mais velhos ou mais doentes pelo envelhecimento a que fatalmente estamos sujeitos. Nesta aventura chamada vida, saúde, doença, alegrias, tristezas, facilidades, dificuldades, certezas, dúvidas, amores, desamores, nascimentos, mortes, vitalidade, fragilidade e tantas outras condições antagônicas que se alternam e vão formando a base sobre a qual criamos nossas vivências, nos expressamos e transformamos o mundo. Somos animais sociais e o contato com outras pessoas e com a natureza que nos rodeia serve como um convite permanente para desfrutarmos o que a vida nos oferece de melhor. Juntamos, a esse convite nossa curiosidade e determinação, nossa inteligência e imaginação, nossa criatividade e, independente da idade que possuímos, seremos capazes de criar as mais belas obras, os mais nobres atos de heroísmo, a melhor forma de ensinar, o apaixonar-se pelo próximo, o perdoar... Como psicopedagoga sei que, diferentemente do organismo com o qual nascemos, o corpo é uma construção subjetiva que envolve a vida inteira das pessoas. A constituição narcísica de cada um será relevante para que se adote determinada posição frente aos desafios que a vida impõe: enfrentando os riscos, mantendo sua autonomia e resiliência ou entregando-se ao desânimo, tornando-se frágil e dependente. Ser autônomo ou tornar-se frágil pode ser motivo de escolha. E a escolha se resume em: como quero passar o restante de meus dias? Acreditar que a velhice é uma doença é retirar do ser humano aquilo que o caracteriza, transformando a vida após os 60 anos em um calvário de dores, tristezas, lamentações, como se isso fosse possível. Onde a beleza, a amizade, a cumplicidade, a paixão por si mesmo, pelo outro e o sentido de vida? Envelhecer representa mudar e, respeitosamente ir se despojando daquilo que não nos serve mais. Tornamo-nos mais compreensivos, mais compassivos, mais sábios. A vida nos ensinou e nos ensinará sempre. Deixamos de lado valores que nos foram inculcados pela mídia, pelas indústrias que apostam na vaidade e na necessidade das pessoas se tornarem belas, saudáveis e “saradas” – esse termo não se encontra aí ao acaso – garantindo-lhes assim maior felicidade e total alienação. Não precisamos disso, pois já temos o que nos parece importante e fundamental: o gosto pela vida, a vontade de viver nosso tempo com ou sem doenças, sabendo-se que adoecer é uma possibilidade, mas nunca será a única alternativa para quem envelhece.

Aqui entre nós

Perguntas do Leitor

Mário D. , Araçariguama –SP

Tenho duas netinhas lindas que moram nos Estados Unidos. A mais velha, que tem doze anos, quer ser astrônoma. Eu na faculdade fiz estágio em Observatório Astronômico, queria muito estar com ela nessa aventura. O que faço com a emoção do avô e da neta?

Que bom saber que um neto pode seguir os passos dos avós! Quanta alegria, quanto orgulho! Que não seja, então a distância a atrapalhar a troca de informações, questionamentos, dúvidas e descobertas que vocês poderão viver. Afinal, muitas das conversas e reuniões familiares hoje em dia principalmente com a pandemia ainda presente em nossas vidas, são feitas online e podem permanecer assim.

Algo interessante que não se pode ignorar são os livros, os mapas e demais instrumentos utilizados tempos atrás, quando você era estagiário do Observatório Astronômico. Eles poderão ser uma rica fonte de investigação e atualização sobre o que se conhecia sobre o céu na sua juventude e o quanto se sabe hoje. Vocês poderão retomar a história da Astronomia confeccionando um álbum com os pormenores dessa história.

Sua neta sabe o quanto “olhar para as estrelas” beneficiou a navegação? Ela conhece ou já ouviu falar de Marco Polo? E de Leonardo da Vinci? Ela sabe dizer quando se deu a corrida espacial e a chegada do homem à Lua? Será que ela sabe o que os astronautas sentiram ao ver a Terra à distância? Ela sabe a cor que a

Malu Navarro Gomes

Especialista em Psicopedagogia e Neuropedagogia Atenção, concentração e memória. Práticas psicopedagógicas conforme necessiades e objetivos específicos Troca de informações, orientações sobre dinâmicas e atividades apropriadas ao idoso.

blog: https://blogdafelizidade.blogspot.com + 55 11 93481 1109 email: qualidadedevidaidosos@gmail.com

O BLOG DA FELIZ IDADE FOI CRIADO PARA AJUDAR, PRINCIPALMENTE OS 60+. COM ISSO, VEM RECEBENDO EMAILS E PEDIDOS DE CONSELHO OS QUAIS A EDIÇÃO DO MAGAZINE 60+ ACHA IMPORTANTE QUE TODOS LEIAM. PODE SER QUE UM DESSES CASOS ESTEJA ACONTECENDO COM VOCÊ! Perguntas e Respostas no BLOG Feliz Idade

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