Magazine 60+ #36

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60+

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#36

Variedades - Cultura - Informações Ano IV

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Formato A4 | internet livre

Foto: Milky Way over dunes in Great Sand Dunes National Park, Colorado, United States

Argentina

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Julho/2022 - #36

- Brasil - Portugal

Astronomia Falando sobre o Cosmos

Páginas 21 a 24

A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES PARA O PUBLICO 60+, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS.


Editoriais

seja bem-vindo Por: Manoel Conti Após alguns tempos com os sensacionais editoriais do colega Laerte, resolvi fazer um escrito por mim dessa vez. O dele vem a seguir. Tem tanto assunto que eu gostaria de escrever aqui que com certeza não iria caber, mas vamos lá. Fico trabalhando aqui nessa máquina e fico ouvindo meu velho radinho de pilha nas emissoras que nos dão notícias instantaneamente. “O jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira entraram numa região “inóspita” e deveriam ter cuidado melhor da própria segurança”. -- foram as palavras da maior autoridade do país, o Presidente Jair Bolsonaro. Acho, na minha simples forma de pensar, e sempre pensei assim “nossa, imagine só se perder na Amazônia, quantos perigos de doenças, infecções por picadas, bichos peçonhentos e muitas cobras, aranhas, escorpiões, piranhas e jacarés nas águas, além de uma infinidade de mamíferos ferozes... o cara morre em dias, ou horas naquele lugar”. Quando eles se distraíram, num momento de desatenção enquanto observavam a floresta que era a protagonista de seus trabalhos, bichos peçonhentos os atacaram, insetos, cobras, mamíferos famintos por carne humana... foi um momento de reboliço dos macacos nas árvores, de revoada das aves que estavam no entorno e de peixinhos de toda espécie que saíram em debandada assim que os tiros foram disparados. Depois de rasgarem seus corpos, os animais terríveis cavaram fossas e atiraram seus restos cobrindo-os com terra húmida da região e folhas secas. Jogaram areia dentro do barco daqueles ‘invasores’ e as piranhas e jacarés cumpriram sua tarefa de fazê-lo afundar a mais de 20 metros. Como disse aquele Senhor, eles deviam ter feito melhor a segurança de ambos... aquela região é inóspita [segundo o dicionário - onde não se pode viver, se hospedar, que é rude, áspera] e cruel. Que pena esses animais terem acabado com duas pessoas que só queriam o bem daquele local... que só estavam estudando uma forma de conservação daquele meio ambiente exatamente para defender a vida daqueles que tiraram a deles. Acho que agora, minha ideia de que ali ninguém pode se perder está correta... os animais vivem soltos e continuarão soltos como se tivessem uma intimidade com os que governam e que alertam para que ninguém vá àquele local sem a segurança necessária... é muito perigoso! Nosso governo sabe muito bem desses perigos e, eles estão atentos a tudo que acontece na região. Em Provérbios 12:6 As palavras dos maus são uma emboscada mortal

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Bruno Pereira

Dom Philips


No papel, todo plano funciona Por: Laerte Temple “Tudo seria mais fácil, se não fossem as dificuldades.” Barão de Itararé. Aparício Torelly, jornalista e escritor gaúcho, auto agraciado com o falso título de Barão, é autor de inúmeras frases bem-humoradas. Em breve, os planos de governo dos candidatos ao Planalto trarão pérolas como: erradicar a pobreza em 100 dias, dobrar o PIB em 4 anos, acabar com a corrupção ou, não duvidem, enviar uma nave brasileira a Vênus. Lua e Marte já eram. Como na frase do Barão, tudo muito fácil e exequível, exceto pelas dificuldades. Muitos se lembram de planos ou promessas mirabolantes como: “Varre Vassourinha” (varrer a corrupção); Fome Zero (só um slogan); Aero Trem (o Fidelix nunca ganhou a eleição); Caçador de Marajás (ativos e operantes); Trem Bala (bala de festim); Arco do Futuro (o que era isso?); Fim da corrupção (de novo?); Reformas e Prioridade à Saúde e Educação (promessa de todos). Nem vou falar dos planos econômicos contra a hiperinflação dos anos 1980, fracassos que ainda estamos pagando. A lista é longa, o papel aceita tudo e o eleitor crê em qualquer coisa, tal qual a “Velhinha de Taubaté” – personagem de Luiz Fernando Veríssimo que acreditava nos pronunciamentos do governo. Fato curioso: O Parque do Ibirapuera foi criado para comemorar o 4o centenário de São Paulo e nele ergueu-se um belo monumento em espiral com inclinação de 60 graus. O desenho de Oscar Niemeyer também foi usado em cartazes, medalhas e flâmulas. A escultura desmoronou em pouco tempo e a causa provável foi um erro estrutural. Era muito bonito, mas só no papel.

Na foto, Lucas Nogueira Garcez (governador), Jânio Quadros (prefeito) e Getúlio Vergas (presidente). Fonte: Arquitexto

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Assim como a escultura que não parou em pé, muitos planos de governo são ótimos, mas só no papel. Os candidatos se apresentam como inovadores, ainda que sejam os mesmos. Contratam consultorias caríssimas, desenvolvem planos milagreiros, sabem o que é melhor para o país e tudo o que precisa ser feito. Uma vez eleitos, abandonam os planos ou justificam o fracasso: culpa da oposição, do Judiciário, mídia, conjuntura externa, seca, enchente, herança maldita etc. O povo não se lembrará de seu voto, nem das promessas. Em 4 anos virão novos planos fantásticos e raros eleitores refletirão sobre sua viabilidade. Vingarão os engodos que melhor convencerem. Costumo aplicar um anagrama para estudar a viabilidade de ideias e planos: CARTE, iniciais de Custo, Adaptação, Recursos, Tempo e Efetividade. É simples e serve como roteiro preliminar. Vamos lá: CUSTO. Quando custa (ideia, plano)? A análise deve envolver custo e benefício. Às vezes o custo é alto, mas o benefício compensa. ADAPTAÇÃO. O que é preciso adaptar ou alterar (planos em vigor, legislação etc.). O projeto pode ser barato, mas a adaptação cara ou inviável. RECURSOS. Pessoal, tecnologia, materiais, instalações etc. Existem ou é preciso comprar, contratar, desenvolver? TEMPO. Quanto tempo demora o resultado? Os ingleses dizem que tempo é dinheiro e temos projetos parados há anos, custando caro e se inviabilizando. EFETIVIDADE. O plano funciona? É melhor do que a solução atual? É “meia boca”? Troca 6 por meia dúzia? Quando abordava CARTE em aula, citava o caso da NASA, que nos anos 1950 gastou os tubos para fazer uma caneta funcionar em ambiente sem gravidade (no espaço). Os russos usavam lápis. Às vezes as ideias simples funcionam melhor que as complexas, mas é difícil fazer o fácil que dá certo. É preciso analisar as propostas dos candidatos com o mesmo cuidado que se deve ter com os sites que vendem produtos a preços muito abaixo da concorrência, quase sempre falsos. Comprar de vendedor suspeito pode gerar pequeno prejuízo pessoal. Eleger candidato que apresenta planos milagrosos é prejuízo certo, enorme, de longo prazo e para todo o pais. Pense nisso! Encerro com o impagável Barão de Itararé: “A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou então não funciona, deixando desesperados os infelizes que confiaram nele”.

O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção.

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Crônicas do Brasil - Parece mas não é

Quem manda é o Banco Central Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

É um dia tenso para a economia. O Ban­co Central anuncia a nova taxa de juros e deci­de o que todo mundo já sabia. Aumenta o juro. Os analistas do mercado, políticos, economistas, bruxos e adivinhos em geral se agrupam em dois lados opostos. O debate chega às raias das pro­fundezas das teses dos mais famosos economis­tas do mundo. A razão é substituída pela emoção e isto é o caminho mais curto para o vale-tudo. Há quem se reporte ao programa do presiden­te eleito que prometeu recuperar a economia do país com propostas muito mal explicadas e mui­to mais mal entendidas. Mas que dominaram a campanha eleitoral. De imediato surgem nos cabeçalhos dos artigos da mídia especializada a pandemia do corona vírus e a invasão da Ucrânia pelo czar Wlad I. Se não fossem esses “pequenos” problemas, tudo estaria muito melhor com as lo­jas cheias de compradores, portos abarrotados de commodities, novos modelos de celulares e muita simpatia com a China. Mas o vírus e o czar atra­palham a recuperação mundial e ainda ameaçam parte da população do planeta de morrer de fome ou da doença. O presidente do Banco Central afirma que a política monetária terá de ficar restritiva em meio ao cenário de elevada inflação, mas que o banco não está tentando provocar uma recessão. Afinal, vários bancos centrais entram no mesmo caminho e aumentam as taxas de juros, como os da Suíça e do Reino Unido. A inflação ganha con­torno global e nenhum país está fora do aumento dos preços. A competição é atrair capitais interna­cionais e não tem nada que os investidores capita­listas gostam mais do que uma suculenta taxa de juros. Buscam a remuneração do capital aplicado e a segurança de que não vão ser “tungados” por um pedido de rolagem da dívida externa ou sim­plesmente do comunicado “devo, não nego, pago quando puder”. Os bancos e fundos de investi­mentos internacionais têm passaporte permanente para os Estados Unidos, o país que, segundo eles, tem a moeda mais confiável do mundo e é para lá que aportam com os seus capitais. Um movimento que se iniciou após o fim da Primeira Guerra Mundial e nunca mais mudou, a ponto de o país se tornar a meca do capitalismo mundial. Investidor não dorme sem dar uma última olhada nos índices de fechamento do pregão da bolsa de Nova York. “Não estamos tentando induzir uma recessão. Agora, estamos tentando al­ cançar uma inflação de 2%, compatível com um mercado de trabalho forte. É isso que estamos tentando fazer”, responde o presidente do Banco Central em coletiva de imprensa. De acordo com ele, os caminhos para trazer a inflação para o patamar dos 2% se tornam “muito mais desafiadores” devido a fatores que não estão sob o con­trole do Comitê, referindo-se aos impactos da guerra na Ucrânia. Ele disse ainda que flutuações nos preços de commodities poderiam impedir o pouso suave da economia dos EUA. Jerome Powell diz que a inflação de 8,6%, em 12 meses, a maior nos últimos 40 anos, obrigou o Federal Reserve a aumentar a taxa de juros de 1,5 a 1,75% ao ano, a maior nos últimos 40 anos. O banco está em uma sinuca de bico, ou controla a inflação ou leva a maior economia do mundo para tal pouso

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suave da atividade econômica. Em outras palavras, para uma recessão que atingiria primeiramente os seus maiores parceiros comerciais, entre eles o Brasil. Prédio do Banco Central em Brasília - DF Foto: Banco Central

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Nosso time de Colunistas

Editoriais 1 a 3 Herodoto Barbeiro 4e5 Silvia Triboni 7 a 11 João Aranha 13 a 16 Sandra Schevinsky 17 e 18 Marisa 10 e 11 João T. Viana (CAPA) 21 a 24 Edson Covic 25 e 26 Fabio F. Sá 27 e 28 Sérgio Frug 29 e 30 Veterinária USP 31 e 32 Cidália Aguiar 33 e 35 Sonia Fernandez 37 a 39 Lawrence Nogueira 41 e 42 Norberto Worobeizyk 43 a 45 Jane Barreto 46 e 47 Osvaldo Bifulco 51 e 52 Thais B. Lima 53 e 54 Anita Tarasiewicz 55 a 58 Marcelo Conti 59 e 60 Laerte Temple 61 e 62 Tony de Sousa 63 e 64 Liça Bonfin 65 e 66 Luiz A. Moncau 67 e 68 Marly de Souza 69 e 70 Lenildo Solano 71 Katia Brito 75 e 76 Cida Castilho 79 e 80 Ebe Fabra 81 e 82 Encontramos no WhatsaApp 85 a 88

AVISO LEGAL: Não há intenção de infringir direitos de autoria. Este Revista é apenas para fins educacionais e de entretenimento. Os direitos das fotos e textos pertencem àqueles citados nas reportagens, aos quais agradecemos imensamente This magazine is distributed via the internet to the Cancer Institute


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Mudança de Hábito

A Paz Mundial é possível? Debate na Integral European Conference Fotos enviadas pela colunista Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

A Paz Mundial é possível? A humanidade nutre o sonho de que a paz planetária prevaleça e muitos de nós já possui compreensão que mostra que isso é possível o que torna ainda mais difícil entender porque ainda temos guerras na Terra. Independentemente da idade, ou da nacionalidade, mais e mais pessoas almejam a evolução humana em todos os seus aspectos e o convívio respeitoso e colaborativo entre todos, razão pela qual o tema deste ano da Integral European Conference ocorrida em Budapest, Hungia, foi “A World Peace with the Integral Approuch”. Congressistas estudiosos da Teoria Integral refletiram sobre a atual guerra na Europa e outros conflitos em andamento em outros países, sob diferentes aspectos e perspectivas da cultura humana, como a política, econômica, ecológica, psicológica e histórica, a fim de chegarem a respostas, ou novas indagações hábeis à ampliação de mentes e consciências. O tão esperado debate ocorreu nos dias 25 a 29 de maio de 2022, e foi totalmente organizado sob a ótica da abordagem integral. O que é a Abordagem Integral Em meu processo de aprendizado ao longo da vida, decidi estudar a Abordagem Integral elaborada por Ken Wilber, em função dos ensinamentos obtidos de Lilian Shibata, Mestre em Psicologia Sistêmica, Consultora e sócia fundadora da Aqal, empresa de consultoria alicerçada na abordagem Integral. Segundo ela: “A Abordagem Integral surge como um alento para os que transitam neste cenário de complexidades, e sentem que a humanidade está num ponto de inflexão. Ken Wilber com base num poderoso pressuposto conclusivo “todos estão certos, porém parcialmente certos”, nos possibilita uma visão ampliadora para caminharmos por este terreno tão circunstancial chamado realidade. Fruto de um intenso e profundo processo de exploração das várias áreas de conhecimento e tradições, Ken Wilber nos concede um sistema operacional Integral, que nos orienta como um Mapa. E o mapa é o palco que irá permitir a dança dos vários saberes contemplando perspectivas individuais e coletivas expressas de forma subjetiva e objetiva, ele-

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gantemente dispostos em quadrantes. Juntamente com os quadrantes, os níveis ou estágios de desenvolvimento, os estados de consciência, tipologia e as diferentes linhas de desenvolvimento irão compor o que chamamos de Modelo Integral, uma proposta inclusiva e transcendente, essencial neste mundo contemporâneo.” Lilian Shibata

Integral European Conference O foco da Conferência deste ano foi além da guerra na Ucrânia, a guerra mais recente e inquietante no continente europeu. No debate outras zonas de guerra, como a da Síria, Afeganistão e de vários países africanos foram abordadas. Especialistas Integrais propiciaram aos participantes integralistas a construção de um raciocínio mais aprofundado e abrangente da questão, com vistas à construção de um futuro individual e coletivo onde a paz mundial prevaleça. Realizada a cada dois anos no continente europeu, a Integral European Conference permite o crescimento do capital humano com base em princípios Integrais, além de fomentar colaborações Integrais internacionais. Bence Ganti M.A., psicólogo integral, professor internacional de psicologia integral é criador e organizador da Integral European Conferences (IEC) e fundador e diretor da Integral Academy.

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Neste ano a IEC 2022 ocorreu no formato híbrido, com a apresentação de 12 palestras e mais de 80 apresentadores líderes integrais que estimularam congressistas integralistas de mais de 50 países ao redor do mundo

A Educação Integral para a Paz Mundial por Ken Wilber A palestra mais aguardada da IEC 2022 foi a de Ken Wilber, criador da Psicologia Integral, e do Movimento Integral. Sua obra concentra-se basicamente na integração de todas as áreas do conhecimento (ciência, arte, filosofia, espiritualidade). O jornal alemão Die Welt declarou Wilber como “o maior pensador no campo da evolução da consciência”. Ken Wilber é um pensador visionário e desenvolvedor de uma “teoria de tudo” integral que abraça as verdades de todas as grandes tradições espirituais, científicas e filosóficas do mundo. Ele é o escritor acadêmico mais traduzido nos Estados Unidos, com 25 livros traduzidos para cerca de 30 línguas estrangeiras. Ken Wilber atualmente vive em Denver, Colorado, e ainda atua como filósofo, autor e professor. Também é o fundador do Integral Institute, que é a primeira organização totalmente dedicada ao avanço e aplicação da Abordagem Integral em relação a questões globais contemporâneas. Em sua fala introdutória, Ken explanou sobre a paz e a completude além de detalhar a estrutura capaz de orientar uma prática para o nosso progresso e fim das situações de guerra: “Wake-up, Grow-up e Show-up”. Por fim enfatizou a sua proposta para que a Visão Integral seja efetivamente difundida na sociedade como forma de ampliação de consciências e transformação de mentalidades para a paz. “Para conseguir que mais pessoas desenvolvam uma Visão Integral, podemos usar o próprio processo de educação. Muitas faculdades e universidades em particular têm cursos especializados onde os alunos podem aprender sobre a Teoria Integral em um curso opcional. À medida que aprendam esta teoria, e sejam impactados por seus ensinamentos, muitos levarão para áreas de suas profissões – ciências, economia, psicologia, artes, sociologia, medicina, história da guerra, política e até mesmo a própria educação, onde eles poderão criar cursos estruturados na teoria Integral essas áreas, atingindo assim centenas de estudantes. Esta estrutura Integral obtidas pelos alunos concederia a eles a compreensão sobre muitas coisas, como a própria guerra e, acima de tudo, razões para não se envolver nela e maneiras de interrompê-la assim que começar. Quanto mais alunos houver, mais pessoas levarão adiante a Visão Integral. E

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dado que a porcentagem de pessoas estão alcançando um estágio de desenvolvimento Integral, mais pessoas ingressariam neste estágio de desenvolvimento.” https://integrallife.com/ O Desafio Zelenskyy Com base na abordagem integral, o Integral Master Coach™ e consultor organizacional, Vitautas Biciunas ajuda líderes individuais, equipes e empresas a evoluirem para uma maior integridade e eficácia com base na abordagem Integral. Lituano e Ucraniano, Biciunas palestrou sobre as novas qualidades de liderança na pessoa do presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenskyy durante sua luta pela liberdade. Sobre como essas qualidades diferem das que se vê usualmente, e lançou outras questões pertinentes ao tema nos seguintes termos: “O presidente da Ucrânia está desafiando os líderes mundiais a se apresentarem com mais coragem e autenticidade. Embora não sejamos capazes de entender completamente o que acabou de começar, podemos tentar analisá-lo através das lentes do mapa AQAL e do Círculo de Liderança, uma das estruturas mais integrais para o desenvolvimento da liderança. Que novas qualidades de liderança vimos incorporadas pelo povo da Ucrânia e seu presidente Volodymyr Zelenskyy? E como essas qualidades diferem do que estamos acostumados no domínio político europeu durante os últimos 20 anos? Seremos capazes de pegar essa energia e construir uma demanda sustentável para a liderança política de 2º nível, que é corajosa, decisiva, autêntica, altruísta e visionária? Ou a liderança mais vibrante, carismática e de força de vontade permanecerá sob o domínio de ditadores autoritários? Há muito para repensar e reexaminar na liderança política e social de hoje. Quanto tempo levará para termos uma paz sustentável? Encontraremos forças para fazer o nosso trabalho? Os ucranianos estão quase certos de que vencerão a guerra e expulsarão os invasores. Serão construídas “pontes” de forma integral? A comunidade integral pode ajudar os ucranianos a não estragar a vitória.” Instituto Integral Brasil – uma experiência para a cura dos traumas coletivos brasileiros Marcelo Cardoso, fundador do Instituto Integral Brasil, protagonizou uma oficina que sensibilizou todos os participantes para os traumas coletivos do Brasil, tendo como convidado um representante dos povos originários do país, Ubiraci Pataxó. Por meio de um trabalho de constelação, Marcelo e Ubiraci propiciaram aos presentes uma experiência que permitiu-nos antever como o Brasil pode ter um projeto de futuro inspirado pelas dimensões da integral por meio da cura e transformação dos traumas como um exemplo de Regeneração. Marcelo Cardoso ocupou posições executivas de alta liderança ao longo dos últimos 25 anos em grandes organizações na América Latina, tendo trabalhado para criar condições para as pessoas e organizações se transformarem. Recentemente publicou o livro – Gestão Integral – onde compartilha seu aprendizado dos últimos 20 anos e lidera a CMI um programa de formação em consultoria e facilitação Integral em parceria com Sean Hargens, Heidi Gunstrat. Estudo sobre a Abordagem Integral no Brasil

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Certamente a oportunidade de refletir e aprender que a Integral European Conference 2022 somou em meu processo de aprendizagem sobre a Abordagem Integral ora em curso, capacitação sob a condução do Professor Ari Raynsford, estudioso, tradutor e divulgador da obra de Ken Wilber há 30 anos a quem agradeço imensamente. Muito Obrigada! Silvia Triboni silviatriboni@gmail.com Fundadora do projeto Across Seven Seas, Deputy Ambassador na Aging2.0 Lisbon www.acrosssevenseas.com

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Contos

O que eles disseram Fotos enviadas pelo colunista João F Aranha

Cidadão e Repórter

Sou assinante da Revista Veja desde o seu primeiro número (11/09/1968). Mas foi somente em 4 de junho de 1969 que a Veja começou a publicar entrevistas chamadas de pingue-pong: as páginas amarelas. As Amarelas, como são chamadas na redação, surgiram furtivamente, numa reunião da família Civita, os criadores da revista. Buscava-se um caderno de abertura que tivesse uma roupagem editorial diferente, talvez com uma cor distinta e chamativa. Foi então que um dos Civitas informou que havia um estoque de papel amarelo guardado na gráfica. Nasciam então as entrevistas que permitiriam, através dos entrevistados, conhecer um pouco do que então ocorria, no Brasil e no mundo. O estoque acabou, mas as entrevistas continuam e se tornaram marca registrada da revista. Veja a seguir um extrato de algumas das primeiras entrevistas. Parte delas se tornaram proféticas, outras se perderam no passar dos anos. De qualquer forma, não deixam de ser reveladoras. Nelson Rodrigues (1912/1980) o primeiro entrevistado. Escritor, teatrólogo, jornalista, contista e cronista de costumes da população brasileira.

Sobre a Rússia e o Carnaval - 04/06/1969 “Se a Rússia se considera libertária, se acha que está trabalhando para o futuro, que é o futuro, então, nesse caso, eu sou reacionário, sou o passado, sou a Idade Média. E prefiro ser a Idade Média, pois a Rússia é a pré-Idade Média. E, então, assim mesmo, estou na frente da Rússia”. “O Carnaval está morto pra burro. E o que mata o Carnaval é o impudor. Antigamente, quando havia pudor, o Carnaval era a festa mais erótica do mundo. Hoje, o pudor é um anacronismo intolerável. E, então, o Carnaval está morto”. Edson Arantes do Nascimento - Pelé (1940/) O rei do futebol Sobre o casamento e os filhos - 26/11/1969 “Rose(Rosimeire, sua primeira mulher) me deu toda tranquilidade emocional de que eu precisava…quero ser

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pai de um menino”. “...acredito, realmente, que nenhuma pessoa deveria abandonar o seu lar. Talvez eu pense assim porque a coisa que mais adoro em minha vida é a minha família”. (a respeito do caso Garrincha e Elza Soares) Observação: Pelé voltaria a se casar mais duas vezes, encontrou dificuldades em reconhecer paternidade de filhas fora do casamento e teve um filho homem, Edinho, que foi goleiro, em tese, o maior adversário do pai.

Salvador Dalí (1904/1989) pintor espanhol, mestre do surrealismo Sobre a guerra, os três meses por ano que passa em Paris e a respeito de si mesmo - 10/02/1971 “A guerra é saudável e a paz infinita seria monótona.” “Em Paris não faço absolutamente nada. Ou melhor, quase nada, mas todas me trazem dinheiro o tempo todo, presentes, me oferecem festas e não me deixam em paz um minuto. Não posso nem mesmo fazer com calma meu tour gastronômico habitual”. “Ficaria muito satisfeito se conseguisse chegar a ser Dalí” (respondendo se gostaria de estar no lugar do Papa)

João Gilberto (1931/2019) Um dos pais da Bossa Nova e introdutor de uma revolucionária batida de violão A respeito de dar entrevistas - 12/05/1971 “...Você vai ligar o gravador? Olhe, não ligue não. Sabe por quê? Ih, rapaz. Sabe que , em muitas entrevistas que eu dei, me arrependi do que tinha falado? Eu mudo muito de ideia”.

Chico Buarque de Holanda (1944/) Compositor, escritor, cantor, teatrólogo Sobre a Censura - 15/09/1971 “O problema é que estou com um medo danado de mandar músicas novas para a Censura, porque a proporção está assim: de cada três músicas liberam uma. Agora, se eles me fizerem recuar mais ainda, eu paro” Observação: Ainda bem que não parou.

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Glauber Rocha (1939/1981) Diretor de Cinema “Nós estamos a zero do ponto de vista ideológico. A cultura brasileira foi reprimida em suas forças vitais… E não me venham falar que a culpa é da Censura. Não é, a linguagem é que está viciada pela inércia do pensamento”.

Elis Regina (1945/1982) Cantora Sobre o momento político - 25/10/1978 “...mostrar o momento político de impasse em que vivemos e o resultado dos momentos políticos que nos trouxeram a esse impasse…O partido político com o qual você conta para ser de oposição arregla… Agora vai votar no outro? Não, vota nesse e continua tudo na mesma. Esse é o impasse, a falta de escolha, a falta de espaço, de ar, de confiança, de relaxo”.

Gabriel García Márquez -1927/2014) Escritor - Prêmio Nobel “Hemingway dizia que todo livro terminado é como um leão morto. E eu penso exatamente da mesma maneira: a angústia e a tensão estão na máquina de escrever, uma vez que o livro terminou preocupo-me muito pouco. A pior coisa da literatura é começar a escrever”.

Jorge Luis Borges (1899/1986) Escritor Argentino Por 30 anos candidato a um Prêmio Nobel Sobre ganhadores latinoamericanos de Prêmio Nobel de Literatura “...Pablo Neruda (Prêmio Nobel) como poeta, tem algumas coisas boas. Mas seus versos de amor são fracos. Mas também Gabriela Mistral, que era uma poetisa medíocre, ganhou um Nobel”.

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Carlos Drummond de Andrade (1902/1987) Poeta Sobre dar entrevistas para estudantes - 17/09/1980 “Muita gente diz que me recuso a receber estudantes. De fato, eu me esquivo e só recebo em casos muito especiais, porque nem sempre eles são orientados pelos professores para fazer uma entrevista mais interessante e perguntam coisas que já constam dos livros”

Carl Sagan (1934/1996) Astrofísico, escritor e divulgador cultural Sobre a percepção da Natureza e os perigos da Guerra Nuclear - 28/04/1982 “Os antigos viviam a maior parte do tempo ao ar livre. Nós vivemos confinados entre concreto, vidros e metais e não olhamos com frequência para o céu. Tornamo-nos alienados da natureza, e isso é extremamente perigoso… O que mais preocupa, sem dúvida, é a ameaça de uma guerra nuclear”. Paulo Coelho (1947…)

Escritor, ex Mago Sobre abrir mão da magia 22/08/2001) “...Esse negócio de fazer chover, por exemplo. Pô, o que isso vai me ajudar?...Vou me considerar mago a vida inteira, mas não no sentido esotérico, isso eu nunca me considerei… Mas eu serei lembrado, se for lembrado, como escritor”.

Amaro João da Silva (1944…?) Um brasileiro, 46 anos, 1,35 metro de altura Sobre a vida - 18/12/1991 “Cresci pouco de tanto trabalhar e passar fome. Desde pequeno é assim…De manhã só café…carne uma vez por ano…num quarto dormimos eu, minha mulher e o filho mais novo. No outro, em duas camas, dormem os 11 restantes…Vou morrer como vim ao mundo: nu e com fome.

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Divã

Cuidado, Cuidador e cuidados com a relação! (parte II) Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Leitor amado, como prometido, continuarei com o assunto tão caro e delicado que é sobre os cuidados com um familiar adoentado. Perguntei para alguns cuidadores formais, quais eram suas maiores dificuldades e é sobre elas que falarei. Alguns cuidadores apegam-se muito aos pacientes, o que é ótimo, mas lidar com o sofrimento não é tarefa fácil e se não houver um preparo para tal, pode-se desenvolver depressão ou estresse profissional. Muitos acompanham a pessoa até seu último suspiro, e nem sempre suas dores são ao menos percebidas, pois a morte sempre presentifica uma série de vivencias passadas. Pai ou mãe que tiveram o mesmo diagnóstico e não puderam ser bem tratados, companheiros de vida que deixaram um vazio enorme, como, ainda o temor da própria finitude e dos queridos. A pessoa que está adoentada também carrega sua bagagem de vida, cren-

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ças e preconceitos. Alguns cuidadores queixaram-se da forma impositiva com que são “ordenados” a fazerem as coisas, com pouco reconhecimento e até mesmo desrespeito. Aqui, querido leitor faço um parêntese importante, que é a necessidade de saber sobre o comportamento do paciente se é de sua própria personalidade, ou em função da doença.

Foto cedida: Governo de Manaus

Perder a saúde leva a uma gama imensa de emoções: raiva, revolta, descontentamentos, apatias, tristezas entre outras, tais sentimentos são depositados em quem estiver mais perto. Além, disso temos as alterações cognitivas e comportamentais decorrentes de vários quadros patológicos. Dentre as dificuldades listadas um item sobressaltou os olhos: A FAMÍLIA. - Não aceita e não entende as dificuldades de quem está doente. - Exige mais do que a pessoa adoentada pode fazer. - Nega as alterações cognitivas e comportamentais. - Propõe tarefas irrealizáveis. - Não quer levar para o médico quando necessário. - Brigas entre irmãos. - O abandono da pessoa que se encontra em situação de vulnerabilidade. Querido leitor, meu intento aqui é levantar pontos para que todos possam refletir sobre o assunto, assim, peço que me escrevam sobre suas impressões sobre o tema e assim continuaremos na busca de melhores relacionamentos e mais conforto para quem precisa. Grande beijo

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A vida como ela é

Empréstimos consignados indevidos, para idosos Marisa da Camara Terapeuta Energética Radiestesista

Este artigo tem a finalidade de incentivar os idosos a moverem ações, sempre que lesados. A justiça nos protege e temos que fazer valer os nossos direitos. Quando me aposentei, recebi uma ‘avalanche’ de ligações telefônicas, de instituições financeiras, oferecendo-me empréstimos consignados. Essas instituições, as quais eu não mantinha conta, faziam questão de mostrar que tinham todos os meus dados (nome completo, cpf e endereço). A forma de relatar os meus dados era algo intimidador, constrangedor, invasivo e até agressivo. Foi um período desgastante, ao ter que descartar cada uma daquelas instituições, que queriam impor-me aquilo que eu não necessitava e não desejava. Com uma conhecida minha a coisa foi um tanto pior. Num dia ‘x’, seu extrato bancário apontava um crédito, o qual ela não havia feito. Após consultar seus filhos e constatar que não havia sido por eles presenteada, ligou para o Banco para saber do quê se tratava. Resumindo: Uma renomada instituição financeira, fez um “empréstimo consignado” em nome dela, junto ao INSS, e passou a descontar, mensalmente, de sua aposentadoria, as referidas parcelas com os respectivos juros. Desgastada, por sua impotência diante da renomada instituição, que não lhe atendia e não resolvia o problema, ela decidiu mover uma ação, para fazer valer os seus direitos. Amigos e parentes tentaram demovê-la da ideia, sob a alegação da demora do processo e da potência da instituição financeira, mas ela apostou na seriedade da justiça e na justiça divina, seguindo com o curso da ação. Como idosa, a ação dela era preferencial. Assim sendo, um ano após o início da ação, a causa já havia sido julgada e ganha, em todos os pontos e aspectos. O juiz foi impecável em sua atuação e nos requisitos em defesa da idosa, que sentiu-se amparada pela justiça. É muito importante conhecer os seus direitos e lutar por eles. Nunca cruze os braços, favorecendo os malfeitores. Temos conhecimento e energia para lutar contra eles, ao lado de bons e corretos profissionais da justiça brasileira. Marisa da Camara

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Ilustração: M.Conti

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Falando sobre o Cosmos

Astronomia João Tamer Viana Terapeuta Holístico e Pesquisador

Por onde então podemos iniciar essa Fantástica viagem pelas Estrelas?... A resposta é... A Astronomia “A Astronomia é um a ciência natural multidisciplinar que busca observar e compreender os fenômenos que ocorrem fora da atmosfera terrestre, bem como a estrutura dos corpos celestes: planetas, estrelas e outras estruturas cosmológicas, tais como cometas, galáxias, nebulosas, buracos negros e o próprio espaço em si. A palavra astronomia vem do grego “Astron”, que significa astro, e “Nomos”, que significa lei.” História da Astronomia Muitas civilizações antigas interpretavam os astros como divindades e observaram o céu e estrelas. E com as constantes observações conseguiram descobrir métodos para predizer as estações do ano, bem como as melhores épocas para o plantio e colheita. O estudo dos astros possibilitou grandes avanços para a humanidade e para entender um pouco melhor como foi o avanço da Astronomia ao longo dos séculos, faremos aqui uma linha do tempo simples, ressaltando apenas os fatos mais marcantes de cada período. Breve linha do tempo da Astronomia - 4000 a.C.: os povos da Mesopotâmia utilizavam os zigurates para realizar observações astronômicas; - Em 2500 a.C.: a estrutura de pedras Stonehenge, na Inglaterra, foi construída para marcar o início e o fim dos solstícios e equinócios; - 1300 a.C.: os chineses iniciaram suas observações de eclipses, totalizando mais de 1700 observações ao longo de 2600 anos; - Aproximadamente 560 a.C.: o filósofo grego

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Fonte: NASA - free

Anaxímenes propôs que as estrelas estão fixas em um envoltório sólido que gira em torno da Terra. Vinte anos antes, seu mestre, Anaximandro, foi o primeiro filósofo a tentar explicar o movimento dos astros sem utilizar os artifícios da mitologia; - 550 a.C.: Pitágoras e seus estudantes descreveram o movimento dos astros como formas circulares. Além disso, para eles, as estrelas e planetas eram perfeitamente esféricos; - 350 a.C.: Aristóteles usou a sombra da Terra sobre a Lua, formada durante os eclipses, como argumento para justificar o formato esférico do planeta; - 280 a.C.: Aristarco calculou as dimensões relativas do Sol, Lua e Terra e também propôs o primeiro modelo heliocêntrico (com o Sol no centro); - 134 a.C.: o filósofo grego Hiparco descobriu o movimento de precessão da Terra e elaborou o primeiro catálogo com as posições e brilhos das estrelas visíveis a olho nu; - 140 d.C: Cláudio Ptolomeu desenvolveu seu modelo geocêntrico do Sistema Solar. Nesse modelo, as órbitas planetárias são círculos (chamados de epiciclos), que, por sua vez, movem-se em torno de outros círculos (chamados de deferentes); - 1054 d.C.: Astrônomos chineses observaram a “morte” de uma estrela. A supernova foi visível a olho nu durante o dia e deu lugar à Nebulosa do Caranguejo; - 1543 d.C.: Nicolau Copérnico teve seu livro “Da revolução das esferas celestes” publicado, lançando as bases do modelo heliocêntrico do Sistema Solar; - 1580 d.C.: O astrônomo dinamarquês Tycho Brahe realizou as mais precisas observações astronômicas a olho nu já feitas e elaborou o próprio modelo geocêntrico do Sistema Solar; - 1600 d.C.: Galileu Galilei realizou experimentos de queda dos corpos e chegou muito próximo do conceito moderno de inércia, contrariando as ideias vigentes sobre o movimento dos astros. Na mesma época, Giordano Bruno afirmava existir outros planetas similares à Terra fora do Sistema Solar e orbitando outras estrelas. Foi julgado como herege pelo Tribunal da Inquisição e sentenciado à fogueira; - 1609 d.C.: Galileu foi o primeiro a utilizar os telescópios para observar o céu, com isso, conseguiu identificar quatro das maiores luas de Júpiter, provando que nem todos os astros orbitavam em volta da Terra. Observou também irregularidades na superfície da Lua; - 1610 d.C.: Johannes Kepler desenvolveu as três leis dos movimentos planetários (Lei das órbitas, Lei das áreas e Lei dos períodos) utilizando os dados astronômicos obtidos por Tycho Brahe; - 1666 d.C.: o físico inglês Robert Hooke mostrou

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fonte: Wikimedia Commons

que forças que apontam para o centro de uma curva formam trajetórias fechadas, assim como as órbitas dos planetas; - 1667 d.C.: Isaac Newton desenvolveu a Gravitação Universal, fornecendo argumentos matemáticos capazes de explicar as órbitas planetárias e prever novos eventos astronômicos; - 1718 d.C: Edmund Halley descobriu que as estrelas não são fixas, mas que se movem com velocidades muito grandes; - 1781 d.C.: William Herschel descobriu o planeta Urano e, tempos depois, conseguiu determinar a velocidade do Sol, bem como o formato achatado da Via Láctea; - 1842 d.C.: Christian Johann Doppler descreveu o efeito Doppler, que mede a variação na frequência da luz. Esse importante fenômeno mais tarde foi usado para calcular as velocidades de aproximação e afastamento de estrelas e galáxias; - 1859-1875 d.C.: James Clerk Maxwell descobriu que a distribuição de velocidades das partículas de um gás depende de sua temperatura. Em 1875, Lorde Kelvin e Hermann von Helmoltz realizaram uma estimativa da idade do Sol; - 1894-1900 d.C.: Wilhelm Wien e, depois, Max Planck forneceram importantes explicações sobre a absorção e emissão de luz pelo corpo negro ao relacionar o comprimento de onda da luz emitida pelas estrelas com a sua temperatura; - 1905-1916 d.C.: Albert Einstein descreveu o Efeito fotoelétrico e desenvolveu a teoria da gravitação universal; - 1916 d.C.: Karl Schwarzschild descreveu os buracos negros como pequenas regiões do espaço deformadas por uma grande massa; - 1929 d.C.: Edwin Hubble descobriu que o Universo está em constante expansão; - 1961 d.C.: Acontecia o primeiro voo espacial tripulado por um ser humano, realizado pelo cosmonauta soviético Yuri Gagarin. É de autoria de Gagarin a frase “A Terra é Azul”, eternizada como uma reação espontânea quando avistou o Planeta Terra da sua Cápsula Espacial fora do Planeta. - 1964 d.C.: Arno Penzias e Robert Wilson descobriram, por meio de radiotelescópios, a existência da radiação cósmica de fundo, uma das evidências do surgimento do Universo; - 1965 d.C.: Lançamento da sonda espacial Mariner 4, a primeira a conseguir tirar fotos da superfície de outro planeta. Ela conseguiu obter imagens da superfície de Marte; - 1969 d.C.: Neil Armstrong e Edwin Aldrin foram as primeiras pessoas a pisar na superfície da Lua; - 1973 d.C.: As sondas Voyager 1 e 2 chegaram

Quadro de G por Giusto Sus

Sonda Persevera Foto: Agencia Brasil Co


Galileo stermans

a Júpiter e usaram sua grande aceleração gravitacional como impulso para explorar outros planetas fora do Sistema Solar; - 1990 d.C.: Lançamento do telescópio Hubble em órbita da Terra; - 1998 d.C.: Astrônomos japoneses descobriram que os neutrinos podem ter massa, sendo considerados fortes candidatos à matéria escura; - 2001 d.C.: Com o auxílio de um detector de neutrinos, localizado no Canadá, um grupo de cientistas conseguiu provar que essas pequenas partículas apresentam massa; - 2002 d.C.: Primeiras evidências da presença de gelo na superfície de Marte. - 2005 d.C.: Uma colisão entre dois aglomerados de galáxias registrado pelo telescópio Chandra, da Nasa, trouxe a evidência que faltava para os astrônomos confirmarem a existência da “Matéria Escura”. - 2008 d.C.: Com ajuda do telescópio Hubble e de observatórios no Havaí, astrônomos conseguiram “fotografar” exoplanetas (aqueles fora do Sistema Solar, semelhantes a Terra) pela primeira vez. - 2011 d.C.: Há muito tempo os astrônomos falam sobre a existência de um enorme buraco negro bem no centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Ele até tem nome: Sagitário A-estrela e estima-se que contenha aproximadamente 4 milhões de vezes a massa de nosso sol. - 2015 d.C.: Uma das maiores bombas astronômicas do ano foi a descoberta de água líquida (e corrente) em Marte. A sonda MRO encontrou leitos de água do tamanho de campos de futebol. - 2022 d.C.: A Sonda Perserverance da Nasa inicia busca inédita por sinais de vida em Marte. De fato, muito progresso científico foi feito ao longo dos séculos desde que o ser humano passou a observar o céu noturno. Profundas mudanças tecnológicas e sociais foram possíveis graças às grandes descobertas da Astronomia.

https://brasilescola.uol.com.br/fisica/ historia-astronomia.htm https://www.bbc.com/portuguese/topics/ c8y94y3vw2zt https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/fotos/retrospectiva-2015-o-ano-da-astronomia-teve-descobertas-novidades-e-pioneiros-21122015

ance omunicações

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Conversando sobre economia

O caminhão de combustível Edson Covic Economista

No início de 1975, numa das salas do prédio velho da PUC São Paulo, o professor de Introdução a Economia incentivava a vaidade dos calouros desafiando a turma: - quem sabe explicar a lei natural dos mercados? O burburinho começou com todos querendo responder ao mesmo tempo sobre a lei da oferta e demanda. O professor conteve o ânimo dos principiantes contando a seguinte história: Em uma cidadezinha dos Estados Unidos, um homem cuidava dos cavalos em seu rancho quando foi chamado a atender sua esposa que entrara em trabalho de parto. Cuidadosamente acomodou a esposa em sua caminhonete e dirigiu-se a maternidade que ficava a 40 km de distância. Tudo corria bem até que faltando metade do percurso a caminhonete parou por falta de combustível. Que fazer numa estrada deserta naquela situação? O desespero começou a tomar conta do homem não tivesse avistado ao longe um caminhão solitário trafegando no mesmo sentido. O marido acenou pedindo auxílio e o caminhão tanque, cheinho de combustível parou em socorro do casal. O caminhoneiro observou a necessidade daquele homem e imediatamente transformou em seu cérebro a oportunidade de tilintar mais moedas em seu cofre. Ele, naquele lugar, é o monopolista do bem escasso e necessário ao ávido comprador que certamente estará disposto a pagar um bom preço pelo galão de combustível. De um lado a única oferta do bem escasso e do outro lado a real necessidade pelo bem ofertado. Dada a configuração do negócio o professor lança para a classe a seguinte questão: - Qual o limite entre a ética e a lei natural de mercado? Os alunos entreolharam-se e mais uma vez a discussão dos calouros foi inconclusiva. Alguns en-

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Imagem: Free coolclips.com

tenderam que dando chance a emoção e a piedade pela difícil situação do casal deveria ser vendido pelo preço de mercado. Outros entenderam que o preço de mercado é feito a cada momento por sua lei natural e aquele era o momento de cobrar. Outros ainda entenderam que o caminhoneiro deveria levar o casal até a maternidade a se aproveitar da dificuldade do outro. - Então professor, qual é o limite? perguntaram os alunos. - Vocês deverão completar o curso para obter esta resposta. Se após se formarem conseguirem compreender o limite entre a ética e a lei natural de mercado, provavelmente serão bons economistas e bons homens. Se após a graduação, vocês não tiverem a preocupação quanto a esse limite, serão no máximo bons economistas, respondeu o professor. Trazendo esta história para nossos tempos observamos que na greve de caminhoneiros de 2012, os donos de postos de combustíveis passaram a perder venda e receita pela falta do produto nas bombas. Também passaram a aumentar o preço do combustível a níveis de sua escassez. Esse aumento de preços decorrente da greve custou multas e prisões de gerentes dos postos autuados por ser considerado pela justiça crime de especulação contra a economia popular conforme Lei 1521/51 publicado pelo G1 em 07/03/2012. Por outro lado, serviços de aplicativo, tipo Uber, de Hotéis, ou das Companhias Aéreas operam com tabela dinâmica de preços sendo que um mesmo consumidor pode comprar o mesmo serviço do mesmo fornecedor por preços diferentes. A precificação dinâmica acontece por diversos motivos, dentre os quais destacam-se: o preço que equilibre a oferta e a demanda a cada momento como instrumento de concorrência; o preço que viabilize atrair consumidores que possam suprir o custo fixo do negócio; o preço que possa otimizar a margem de lucratividade após garantida cobertura do custo fixo; o preço que maximize a lucratividade em tempos de alta demanda, além de fidelizar consumidores frequentes por meio de políticas de desconto. Alguns economistas entendem que a precificação dinâmica é injusta e prejudica o planejamento de gastos do consumidor. Considera que o mercado não opera em concorrência perfeita e a volatilização dos preços praticados acarreta em insegurança ao orçamento do consumidor. Qual a melhor compra? Nestes dias difíceis de mercado que se abre e se fecha em tempos de pandemia me lembro da história do professor e o caminhão de combustível.

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Amigo do Idoso

18 anos do Estatuto do Idoso Fábio Faria de Sá Diretor do Instituto de Orientação Previdenciária

O ano de 2022, está, de fato, marcante! O Estatuto do Idoso comemorou 18 anos de sua criação e aplicação no Brasil em prol dos nossos idosos, cuja parcela aumenta, consideravelmente, em nosso país. Mas, foram longos 10 anos em discussões, debates até que, finalmente, fosse aprovado. O ano era 2003, quando os então, deputados federais Paulo Paim e Arnaldo Faria de Sá, o escreveram para assegurar direitos aos nossos idosos e oferecer mais dignidade a essa parcela da sociedade que, com seu suor e trabalho construíram esta pátria Brasil. Depois de uma vida inteira de muito trabalho e contribuição, nada mais justo que, nessa fase da vida, tenham mais direitos garantidos para que possam desfrutar desse momento com mais dignidade. Sancionado em 2003, o Estatuto do Idoso (Lei Federal n° 10.741) entrou em vigor em 1 de janeiro de 2004, estabelecendo direitos aos idosos, mas, também, punições a quem os violar. Todos os cidadãos brasileiros, homens e mulheres, a partir dos 60 anos, agora, tem assegurados benefícios que promovem a melhoria da qualidade de vida nessa fase de suas caminhadas. O Estatuto do Idoso assegura em seus 118 artigos, direitos e deveres em todas as áreas da vida dos cidadãos: família, saúde, transporte, discriminação, violência, entre outros. Assim, estão amparados, legalmente, em todos os aspectos de suas vidas. Vejamos, alguns tópicos importantes abordados pelo Estatuto do Idoso. No artigo 3, determina que “é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência.” Já no artigo 16, está garantido aos idosos, ter acompanhante em tempo integral em internações hospitalares. Nada mais digno, pois é, justamente, em internações médicas que ficam mais fragilizados, física e emocionalmente. A presença de alguém conhecido oferece ao idoso a sensação de não estar “abandonado” com pessoas estranhas ao seu convívio diário. Muito confortante! Por sua extensa abrangência na vida dos idosos, veja algumas garantias importantes: • reajuste da aposentadoria na mesma data do reajuste do salário mínimo nacional; • prioridade na tramitação de processos judiciais cujo algum participante tenha 60 anos;

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• prioridade de atendimento às pessoas com 60 anos, e especialmente, àquelas com mais de 80 anos, no Sistema Único de Saúde (SUS); • assentos preferenciais nos meios de transporte público urbano, equivalente a 10% dos bancos disponíveis, bem como, a gratuidade da passagem a partir dos 65 anos. Já foi 60 anos, no passado; • idosos com renda de até dois salários mínimos, podem solicitar a gratuidade das passagens em viagens intermuncipais e interestaduais. Cada viagem comporta até 2 assentos gratuítos. Caso já estejam preenchidos esses assentos, ainda, possuem o benefício de desconto de 50% no valor da passagem; • ainda no item transporte, está assegurado o direito de usar vagas especiais em estabelecimentos comerciais como shoppings, supermercados, correios, drogarias, bancos, etc. Essas empresas devem reservar 5% de suas vagas; • no item habitação, idosos têm prioridade em programas habitacionais do governo; • criação de conteúdos sobre envelhecimento e bem-estar em currículos escolares em qualquer nível de ensino, bem como, o incentivo de atividades específicas; • meia-entrada em atividades culturais, esportivas e de lazer. Enfim, são muitas as abrangências que o Estatuto do Idoso aborda e assegura aos idosos no Brasil. Grande marco na história dos cidadãos brasileiros, fruto do trabalho e cuidado do então, deputado federal, Arnaldo Faria de Sá, que pautou toda a sua trajetória política em favor das pessoas, especialmente, os idosos, aposentados e pensionaistas do INSS. Mais recentemente, em fevereiro de 22, Arnaldo Faria de Sá conseguiu com sua maestria e habilidade em administrar assuntos polêmicos, acabar com a prova de vida, obrigatória e presencial em postos do INSS e bancos, que sacrificavam nossos idosos em cenas deprimentes. Agora, é tarefa do INSS comprovar a vida de seus assegurados e mater os dados atualizados. Arnaldo Faria de Sá nos deixou, agora, em junho. Foi habitar as esferas celestiais! Mas, aqui, entre tantos outros feitos, idealizou e construiu o IOPREV – Instituto de Orientação Previdenciária, o seu Tempo do Acolhimento, como ele gostava de dizer. Suas mãos fortes e sábias foram responsáveis por transformar a vida de milhões de brasileiros com suas bençãos. Venha conhecer o IOPREV, pois o legado continua firme e forte para honrar seu trabalho e legado. Estamos em São Paulo, pertinho do metrô Jabaquara! Atendimentos presenciais às quintas-feiras, das 14 às 17h. Sábados, das 9 às 12h! É só chegar, nem precisa marcar! Me acha, também, nas redes sociais: @fabiofariadesa Serviço: Endereço - Av. Engenheiro George Corbisier, 1127 – Metrô Jabaquara Telefone: (11) 5015-0500 Instagram: @fabiofariadesa Facebook: @fabiofariadesa

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Cultura Geral

Uma Visão Astrológica da Pandemia e Pós-Pandemia Sergio Frug

A Astrologia é uma ciência simbólica regida pela Lei da Correspondência, uma das grandes leis universais cujo teor afirma: “o que está encima é igual ao que está embaixo, assim como o que está fora é igual ao que está dentro” Ou “o micro é igual ao macro” como gostamos de dizer. Portanto, o simbolismo cósmico dos astros em movimento permite ao especialista intuir e até organizar teorias de interpretação do Céu na Terra. Assim, especialmente no ingresso do Ano Astrológico de 2020 ocorrido em 20 de março daquele ano tivemos o auge de uma importante configuração cósmica, cujo significado astrológico pode ser considerado como “mudança inédita e radical da estrutura social do planeta.” Sim, repito, Mudança Inédita e Radical da Estrutura Social do Planeta. Todos sabemos como isto é necessário para a saúde e sobrevivência da nossa Terra. Já Chico Xavier falava em “transição planetária” a acontecer nesta época e é isso que estamos vivenciando. Uma transição é uma trajetória, como tudo que acontece pertence a uma trajetória constante, uma vez que os astros nunca param de se mover e assim o nosso espelhamento será também eternamente um movimento que pode ser considerado como evolutivo. Como uma grande espiral evolutiva. Tudo é trajetória, portanto tudo é passagem. Assim, estamos vivenciando esta pandemia como uma passagem necessária ao projeto cósmico da transição de uma estrutura decadente, porém útil enquanto serviu, mas que no momento deve ceder lugar à Era de Aquário, um tempo mais colaborativo e mais consciente, com base na ideia de per-

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Foto mayoastrology


tencermos a um organismo único ao qual devemos servir (e não nos servir), unidos sempre no sentido de sua preservação e florescimento. Esta, porém, não é uma passagem rápida, é talvez o maior degrau em que a Humanidade vai se elevar desde o início dos tempos. Por isso a pandemia persiste, já de forma diferente, mas persiste até que esta Nova Consciência se espalhe de forma significativa em nossa sociedade. Muitos sabemos disso, mas conhecimento não é ainda consciência, até que se integre e se manifeste nas novas atitudes que precisamos tomar. É um processo lento e resistente, que vai mostrando qualidades diferentes ao longo do tempo como os astros sempre podem nos mostrar. Desta forma a pandemia inicial 2020/21 que nos pegou tão de surpresa, mas que no fundo sabíamos ser necessária, veio nos atingir de forma coletiva. Todos no mesmo barco. Como se a Terra fosse uma grande Arca de Noé atravessando o dilúvio. Muitos de nós tomamos consciência de que as coisas teriam que mudar definitivamente, porém muitos outros ainda resistem a esse movimento tão peculiar, atuando em busca de soluções individualistas ou na busca de fazer com que as coisas voltem a ser como eram. O que não acontecerá. Os astros retrogradam, mas não voltam atrás. Portanto as configurações deste 2022 já são diferentes e além de estarmos todos no mesmo barco, estamos também lidando com as nossas questões pessoais mais profundas. Cada um de nós vivenciando desafios particulares no sentido de tomar consciência do que precisa mudar em sua própria pessoa. A pandemia atual, ou pós-pandemia, mostra agora um espelho profundo a cada um de nós, que possivelmente incomoda ou até machuca, mesmo fisicamente, até que a Verdade Superior comece efetivamente a organizar a Nova Sociedade. Devemos nos tornar uteis a todos e não apenas a nós mesmos e a algumas pessoas em volta. Em vez de pensarmos “nos outros”, devemos pensar em “todos” incluindo a nós mesmos. Esta é uma primeira reflexão profunda. Certamente outras virão a chegar

y.com - divulgação

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Papo Animal

Novo morador em casa: como fazer a adaptação entre seus pets Saúde Única, sonhos coletivos FMVZ - USP

Trazer um novo bichinho de estimação para o lar parece ser um enorme desafio, principalmente quando já existe um pet reinando e que está acostumado a ser o único da casa. O afeto, antes sem concorrência, passa a ser dividido com o novo membro da família, causando muita angústia e, como consequência, brigas. Na coluna de hoje trouxemos algumas dicas para tornar esse processo menos estressante e traumatizante para todos. Idealmente, antes de introduzir o novo pet na família, é importante que ele esteja vacinado e não apresente nenhuma doença infectocontagiosa. Se ele for de uma espécie diferente de outros que já fazem parte da família, os cuidados devem ser redobrados, principalmente se a relação entre as espécies, na natureza, for de predador e presa. É importante que a apresentação ocorra sob supervisão, em ambiente neutro (que não seja o território de domínio de nenhum deles, como o local de comer ou dormir) e, preferencialmente, a duração dos encontros deve aumentar paulatinamente, ao longo de alguns dias. Evite mudanças bruscas na rotina do animal que já vive na casa para evitar mais estresse. Caso um deles tenha comportamento mais agressivo, o cuidado deve ser redobrado. O primei-

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ro contato deve ocorrer com segurança, se possível, com duas pessoas que possam segurá-los e evitar confrontos; deixe que eles se cheirem e vá observando como reagem. Faça carinho e dê estímulos positivos quando se comportarem bem, pode agradar com petiscos também. Não repreenda quando houver brigas, lembre-se que é um processo difícil para eles. Tranquilidade, segurança e conforto são importantes para garantir a boa convivência futura. É importante lembrar que pode ser um processo demorado, cada animal possui suas emoções e seu próprio tempo para se adaptar a novas mudanças, respeite o tempo do animal!

Foto: Arquivo

Evite despertar a competição entre eles dando atenção, carinho e recompensas para um e negligenciar o outro. Caso um deles adote comportamentos para chamar sua atenção, não aja com indiferença ou repreensões, procure brincar, agradar e dar carinho na mesma medida para ambos; isso os acalma, evitando brigas. No começo, evite deixá-los comer juntos ou um ter acesso aos potes do outro, para evitar competições por comida e disputa por território. Primeiro permita que compartilhem o ambiente e a rotina e, aos poucos, permita que comam juntos, observando sempre se um deixa o outro comer. Passeios e brincadeiras antes das apresentações iniciais também podem ter um papel estratégico nessa hora, acalmando os animais e contribuindo para adaptação. Quando necessário, pode-se consultar um Médico Veterinário para realizar a feromoioterapia, ou seja, o uso de feromônio no animal com o objetivo de modular seu estado emocional, de forma a reduzir a ansiedade e comportamentos indesejados; existem produtos específicos para cães e para gatos. Texto escrito por Luana Helena Antonini Gaia com a colaboração de Matheus Almeida Baracho do Nascimento, Larissa Silva Santos e Evelise Oliveira Telles, membros do Projeto Santuário. Se tiver sugestões de temas ou dúvidas entre em contato pelo e-mail: papoanimal60mais@gmail.com. Nos siga nas redes sociais: Instagram: @projetosantuariousp e Facebook: Projeto Santuário - FMVZ USP. Ficaremos muito felizes em ter você conosco!

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Caminhos de Portugal

No rio, um castelo donde 850 anos nos observam Cidália de Aguiar Bióloga, professora, repórter 60+

Reza a lenda que, em noites de luar, se avistam as vestes brancas de um Templário vagueando pelas ameias do castelo de Almourol. O Castelo de Almourol eleva-se no meio do rio Tejo, na freguesia de Praia do Ribatejo, concelho de Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém, em Portugal. Erguido num afloramento de granito a 18 metros acima do nível das águas, envolto numa auréola misteriosa e romântica, originou contos e lendas que ao longo dos tempos povoam o imaginário. Foram os Cavaleiros Templários que construíram a fortaleza do Castelo de Almourol no topo de um antigo forte romano. Situa-se numa pequena ilha de 310 metros de comprimento por 75 metros de largura. Almourol, numa ilha mágica ocupada por diferentes povos Segundo a tradição e os achados descobertos nas escavações arqueológicas de 1899, os Romanos tiveram aqui permanência. No século VIII foi a vez dos mouros, que conquistaram a fortaleza de Almourol e a denominaram Al-Morolan, que significa pedra alta. Em 1129, os portugueses conseguiram expulsar os mouros da região, durante a Reconquista Cristã. D. Afonso Henriques decidiu então entregar o comando do forte e a missão de defender a região do Ribatejo, aos cavaleiros da Ordem dos Templários. Foi reconstruído em 1171 pelo Mestre Templário Gualdim Pais que lhe deu a forma estruturante que chegou à atualidade. Apresenta pequenas dimensões, mas é um castelo que, do ponto de vista estrutural, é um emblemático exemplo da arquitetura militar da época. Revela os conhecimentos e a mestria dos Templários e o extraordinário aproveitamento do local: planta quadrangular, muralhas reforçadas por torres circulares e uma torre de menagem. Como o Tejo foi zona de fronteira e via de comunicação, aquela edificação desempenhava uma importante função de vigilância. Devido à sua localização estratégica acabou por exercer um papel militar muito relevante. Os produtos oriundos de várias regiões passavam pelo Tejo até Lisboa: azeite, vinho, trigo, cortiça, carne e madeira.

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A mística dos Templários Em 1118, nove cavaleiros franceses decidiram fundar a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo. Conhecidos, também, como Cavaleiros do Templo de Salomão ou simplesmente Templários. Constituíam uma ordem militar de Cavalaria, uma irmandade cujo objetivo inicial era proteger os peregrinos que voltavam a fazer o perigoso caminho até Jerusalém. A organização existiu durante cerca de dois séculos na Idade Média (1118 – 1312), tendo sido fundada no rescaldo da Primeira Cruzada de 1096 para defender os peregrinos cristãos que iam até Jerusalém. Os cavaleiros de manto branco que ostentavam a cruz vermelha, eram simultaneamente guerreiros, cavaleiros e monges, com votos de pobreza, castidade e obediência. Tiveram um papel importante na história de Portugal desde o reinado do primeiro Rei de Portugal até aos Descobrimentos. Com a extinção da Ordem do Templo em 1311 o castelo de Almourol passa a integrar o património da Ordem de Cristo, sucessora dos Templários. A perda da sua importância estratégica leva o castelo de Almourol ao abandono, voltando a ser restaurado no final do séc. 19, com os ideais do Romantismo. Aumentando o mistério, algumas teorias defendem que as muralhas do castelo não serviram apenas para defender o país que estava à sua volta, mas também para proteger um tesouro no seu interior. As lendas de Almourol As pedras do castelo contam lendas e oferecem uma magia constante: D. Ramiro e Dona Beatriz, os gigantes Dramusiano e Almourolan, a princesa Ari e moiras encantadas. Amores trágicos Uma das lendas diz-nos que, aquando da reconquista cristã, vivia em Almourol um rei mouro que tinha uma filha muito bela, que se apaixonou por um cavaleiro cristão. A princesa revelou-lhe os segredos da entrada do castelo. Mas traições no amor infelizmente já aconteciam na época. Um dia o cavaleiro usou a informa-

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ção, reabrindo as portas para os seus companheiros e possibilitando, assim, a fácil conquista. O emir e a sua filha preferiram lançar-se das muralhas ao rio a ficarem em cativeiro. Dona Beatriz e o moiro Outra lenda, mais recente, fala-nos de um cavaleiro cristão, de seu nome Ramiro, que viveu em Almourol enquanto combatia os mouros. Regressava de combates quando encontrou duas mouras, mãe e filha. Pediu de beber à jovem, mas o pedido foi tão rude que se assustou a moça e deixou cair a bilha. O nobre, irritado, matou ambas, que antes de morrerem, o amaldiçoaram. Aprisionou o irmão da jovem, que jurou vingar-se e levou-o para o castelo. Cumprindo os seus planos, o mancebo administrou um veneno à esposa de D. Ramiro, que acabou por falecer. Contudo, o destino trocou-lhe as voltas, ao apaixonar-se pela filha do cavaleiro. O casal de apaixonados decidiu fugir para escapar ao fidalgo. Este ficou só e bastante triste, diríamos atualmente, deprimido. Começou a visionar a descendente desaparecida e o seu amado mouro, acabando por falecer desesperado. Nas noites de São João, reza a lenda que o casal pode ser visto abraçado na torre de menagem e velho fidalgo deambulando. O município de Vila Nova da Barquinha inaugurou em 2018 o Centro de Interpretação Templário Almourol e a Biblioteca — Arquivo Templário. Aqui pode consultar a história da Ordem do Templo a nível local, (inter)nacional e as datas mais marcantes da história da Ordem. A paisagem magnífica sobre o rio Tejo que se pode observar da torre de menagem é o prémio justo para o visitante. Pode chegar ao Castelo de Almourol com uma pequena viagem de barco, partindo do cais de Tancos, ou do cais do castelo. Fontes: https://www.tejotourism.pt/pt/van/tomar-almourol-castle http://www.cm-vnbarquinha.pt/ https://www.mediotejo.net/ http://www.cta.ipt.pt/download/AntropeDownload/2_2014Serie%20Monografica/carta-arqueologica_VNB-versao-web. pdf O castelo de Almourol, por Luís Gouveia Monteiro, RTP, 2007 https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Almourol Outros blogues e páginas da autora: https://www.facebook.com/Aguiar.momentos https://www.instagram.com/aguiarcidalia/ http://urbanscidalia.blogspot.com/ https://www.pinterest.pt/cidaliaaguiar/ https://www.facebook.com/cidalia.aguiar/

Livre Acesso voltará em breve

GENTIL GIGANTE j o r n a l i s m o

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Literatura e Vida

Instruções para viver uma vida “vã” Espinosa

Sonia Fernandez

Não sei, mas essas situações da vida cotidiana sempre encontram paralelo na ficção ou é a ficção que consegue superar certos imbróglios da vida... Uma vez, em um lugar muito longe de La Mancha, havia um homem que de tão controlador, disse a sua mulher que, diante de um problema familiar, não precisava de ajuda, só de uma adesão incondicional. Sua mulher que vivia um processo desses que vivem as mulheres do século XXI em busca de um lugar como La Mancha para ir e vir e viver suas aventuras que eram todas muito internas, uma busca de si, achou “incondicional” uma palavra muito forte. “Adesão” exige alguma concordância, mas, “adesão incondicional” soava um contra senso. Imaginem a situação de alguém que havia vivido sempre fazendo concessões, com um pé no ritual da família e outro no desejo de conhecimento. Frente a tamanho despropósito (era o que ela achava), qual seria a solução, na opinião de vocês? Sair como Ulisses com uma tarefa concreta por vencer - a guerra de Troia – e outra abstrata, de foro íntimo: tornar-se um herói, conhecido de todos, encher-se de glória que se confundiria com a de todos os gregos; ou sair como Quixote, munido de sonhos e fantasias para também tornar-se um herói que se confundiria com a glória da Espanha, já um tanto desglorificada. A literatura antiga e a do Renascimento gira em torno de conquistar ou não a glória, como consequência da história de homens raros. Homens comuns não despertavam o menor interesse. Até que surgisse o Modernismo e as vidas ordinárias passassem a ser retratadas e cultuadas cada vez mais, até chegar aos dias de hoje, a heroína – uma mulher. Uma mulher, para quem a glória tinha nenhum peso, uma vez que suas questões eram muito específicas. Ou seja, de hermenêutica ou de liberdade de pensamento e ação. Assim, reduzidas as proporções, nem a glória da Grécia, nem a da Espanha corriam risco de verem superados esse paradigma e, colocada a situação no ano de 2040 (me deu vontade de parodiar os

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Foto: cedid


escritos católicos, no ano da desgraça de 2040!), a nossa personagem precisava tomar uma atitude. Se ficasse, entregaria sua alma ao diabo, claro, o único interessado em almas e a sua fúnebre rotina. Se optasse por fugir seria tachada de covarde e outros atributos bem ao gosto masculino, quando diante da perda da arca herdada de Noé. Vender, entregar a alma ao diabo. Impossível não lembrar o Fausto de Goethe. Acovardar-se, então? Diante desse dilema, a mulher fez uma escolha sombria. Como não conseguiria abandonar aquele barco e sabia que, tampouco daria conta de entregar sua alma, decidiu ficar, mas como um fantasma. Nada de sorrisos e, sempre que possível, para o quarto para ler e escrever. Se não fosse pelo fato de que gozava excelente saúde podia ser comparada à personalidade de Virginia Woolf. Estranha escolha, mais ficcional, impossível. Não a de ler e escrever, porém, a de eliminar o sorriso da face. Não executou ação tão radical, sem antes tentar uma negociação com o diabo. Negociação era uma coisa boa de se exercitar nos anos 2040 e acordo fazia todo sentido para uma mulher daquele tempo. Eles poderiam construir juntos uma situação intermediária em que ele a ouviria, trocariam ideias, e prevaleceria um consenso. O diabo ficou irredutível. Disse que não aceitaria condições de modo algum. Ela teve muita dificuldade de acreditar e de entender que em pleno século XXI aquele ser estava a exigir tamanho non sense, mas, ela se lembrou que a literatura estava plena de histórias do tipo e se lembrou, mais especificamente, de Madalena, a personagem de São Bernardo, de Graciliano Ramos, mas Madalena morre de tanta tristeza e desilusão e a nossa personagem não estava disposta a morrer, porque também ao contrário de Madalena gozava excelente saúde. Lembrou-se então de Capitu, a personagem de Dom Casmurro, de Machado de Assis, mas Capitu foi embarcada para a França, com a pecha de traidora e nunca mais se soube dela. Nossa personagem não queria deixar para seus descendentes nem a fama de fujona nem a de alienada. Ela queria uma saída honrosa. É por aí que os bons se perdem... aplaudiria o diabo. Enquanto isto, a tristeza ia tomando conta de sua saúde e o diabo seguia a vida normalmente... Dentre as coisas que lia e da por Federação Goiana refletia, deparou-se com o fato recorrente do controle. De como de Municípios esta forma de loucura é pouco estudada, porque vista sempre sob o ângulo do controlado, portanto daquele que já adoeceu em decorrência da submissão, mas não do ponto de vista do controlador que, apesar de enfermo, seguia considerado saudável, para todos efeitos. Os Bentinhos e Paulo Onórios da vida são assim e ponto. Eles não buscam terapia e se buscam é para confirmar seus motivos. E, encontram. Passados alguns anos de enfermidade e de tratamentos ora eficientes, ora inócuos, ela se deu conta que tinha se metido nesta encrenca por decisão/escolha própria e que agora decidia que não mais valia a pena viver como um fantasma. Ler e escrever já não eram suficientes. Dom Quixote e Ulisses estavam aí para provar. Restava, então, ir à guerra (de Tróia) ou ir em

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busca de aventuras (La Mancha). Eis a questão. Sempre haverá uma nova saída. A literatura está aí para ajudar. Desta vez, agarrou-se a Instrucciones para salvar el mundo, da escritora espanhola Rosa Montero. Coincidência ou não, o romance se abre com a epígrafe “Si ya no te quedan más lágrimas, no llores, ríe.”, de Shlomit Levin (abuela de Amos Oz). Rir passou, então, a ser senha de virada. As epígrafes quase sempre dão uma maõzinha. Não foram poucos os textos de humor pelos quais passou nos últimos anos. Afinal, sua vida passava pela literatura ou não passava. “Batracomiomáquia”, de Homero foi providencial, pois tratava de alma e, ainda por cima, à moda grega, porém e, talvez, por isso, o riso não lhe foi facultado. Mesmo diante do insólito e de episódios relativamente cômicos, o grego Homero não lhe proporcionou o riso desejado. Talvez fosse culpa da tradução... Com Boccacio foi diferente. Riso garantido. Seus contos preferidos, têm a ver com fingimento, o de Masseto de Lamporecchio, por exemplo, é hilário. Vale a pena percorrer toda a narrativa. Assim como “O casamento enganoso”, de Cervantes. Na mesma linha, “História daquele que se fez mudo para obedecer sua dama e afinal a desposou” garantiu-lhe boas risadas. Contudo, boas risadas mesmo garantem sempre “Uma das de Pedro Malas-Artes”. Séculos de literatura de humor não oferecem um cardápio tão rico de risadas como o velho Malazarte. Rir tanto também cansa e o bom humor tem seus desafios, a “Teoria do medalhão”, do velho Machado de Assis, é excelente exemplo. “Jeff Peters e a hipnose magnética”, de O. Henry é outra excelência, em termos de humor trabalhoso. A lista é infinita. Os 100 melhores contos de humor da literatura universal (2001) funcionam bem como guia para o leitor curioso que quiser disfrutar desses textos estimulantes e lições de imaginação. A mulher conhecia muitas e variadas fontes. Eu optei por sugerir apenas uma. Depois de mil e uma noites de leitura ininterrupta de contos, a mulher também cansou de viver de rir e achou que deveria encarar um romance, algo mais denso, algo que contemplasse a família, que lhe desse uma noção de conjunto das relações humanas, encontrou na pilha de livros que estavam à espera o Relato de um certo Oriente (2004) de Milton Hatoum. Contentou-se de contente de observar aquela gente toda se engalfinhando tipicamente como família e pensou que o ser humano é muito parecido, todos aqueles descendentes de libaneses em plena Amazônia não se diferenciavam dos brasileiros do sul e sentiu um ímpeto de escrever. Assim como as romancistas que, mudando de atitude e sem amargura, passaram a escrever sem protesto e sem defender nenhuma causa, ainda que com resíduos de indignação, tentou encontrar uma voz que fosse fiel a si mesma. Vida e ficção se entrelaçando, mas o que a mulher tentará reivindicar na medida que sua escrita feminina for se impondo? Um olhar particular para o silenciamento das mulheres, fato ainda presente na vida em família, mesmo depois de tantas conquistas, no âmbito social era esperado. Uma visão mais intelectual, mais política e, não apenas emocional, como se configurava a princípio, também. Assim, todo um trajeto de leitura com vistas à fuga e depois à consciência e à posse de si resultaria numa obra de ficção, pensou entusiasmada. Anos depois, passando por uma mesa de lançamento em uma livraria, deparei-me com o título Adesão incondicional na capa de um livro. Tomei-o nas mãos cheia de curiosidade. Folheei-o e, surpresa, constatei que não se tratava de um romance e sim de uma coletânea de contos humorísticos. Procurei na multidão, o rosto conhecido da mulher e não encontrei. Na busca de informação, me indicaram a autora. Não era uma mulher e sim uma pessoa trans. Eta vida besta, meu Deus! Diria Drumond. Eu não direi mais nada

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Malu Navarro Gomes

Especialista em Psicopedagogia e Neuropedagogia Atenção, concentração e memória. Práticas psicopedagógicas conforme necessiades e objetivos específicos Troca de informações, orientações sobre dinâmicas e atividades apropriadas ao idoso. blog: https://blogdafelizidade.blogspot.com + 55 11 93481 1109 email: qualidadedevidaidosos@gmail.com

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Condominio

Valorização do Condominio, o que fazer? Lawrence Gomes Nogueira Advogado sócio da Advocacia Aurichio Sindico morador e Sindico Profissional

Quais os aspectos que valorizam o condomínio e o que o Síndico pode fazer para que o condomínio se valorize.

Todo proprietário de uma unidade autônoma do condomínio sempre pergunta, COMO PODEMOS VALORIZAR NOSSO CONDOMÍNIO?? Segurança, organização, pintura, área de lazer, piscina, academia, espaço kids, área verde, entre outros aspectos sempre valorizam o condomínio, mas como fazer para as obras e ações valorizem o condomínio. O primeiro aspecto que alguém procura em um condomínio é a segurança, assim é muito importante que os condomínios demonstrem e estejam seguros, com instalações de câmeras, cercas elétricas, alarmes e especialmente treinamento constante dos funcionários da portaria para que se evite entrada indesejada de assaltantes pela portaria. Estão cada vez mais frequentes notícias de marginais que invadem os condomínios, especialmente pela portaria, onde jovens se passam por visitantes para entrar no local, se passando por parentes que “estavam aí dentro” e o funcionário desatento abre o portão do condomínio para os marginais se aproveitarem dos apartamentos vazios. Outra forma que os vândalos entram são pelos portões das garagens, tirando-os dos trilhos e fazendo furtos de bicicletas e outros itens nas garagens. Assim, o síndico deve tomar todas as medidas de implantação de segurança no condomínio, contratando empresa especializada para levantamento dos pontos vulneráveis e implantar medidas para segurança de todos. Fot Outro aspecto que valoriza o condomínio é a pintura da fachada e das áreas comuns, devendo o síndico realizar as manutenções necessárias para que o condomínio esteja sempre em ordem e bonito. A fachada deve ser pintada a cada 5 anos e, sempre que possível, deve ser lavada com empresa especializada. Por óbvio, quanto mais organizado e com opções de lazer no condomínio, maior sua valorização, tais como: piscina, brinquedoteca, salão de festas, salão de jogos, parquinho, churrasqueira, academia, paisagismo, etc... sendo dever do síndico, nos termos do 1.348, V do Código Civil, fazer as manutenções das áreas comuns. Mas até onde o síndico pode fazer as manutenções do condomínio sem a necessidade de aprovação e/ou participação dos demais moradores? lawrencegnogueira@ As manutenções básicas e emergenciais o síndico pode tomar a decisão de realiza, já que é de sua responsabilidade, contudo sempre levando

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em consideração o valor da obra, sendo certo que manutenções que envolvam alto custo, o síndico deverá sempre consultar os moradores através de Assembleia, inclusive com rateio de valores entre os moradores em caso de necessidade. Há uma procura cada vez maior de condomínios que tenham espaços para os PETS, com espaços para brincadeiras e passeios dos seus amiguinhos pelo condomínio, gerando segurança para os moradores. Hoje, infelizmente, estão cada vez mais comuns assaltos de moradores de condomínios passeando com seus pets pela calçada. Portanto, cabem aos síndicos encontrarem soluções para que os moradores possam passear com seus animais de estimação com segurança, sempre dentro do regulamento interno e com a aprovação de todos os moradores. Os condomínios mais modernos já estão sendo construídos preparados para a nova onda de carros elétricos, mas como ficam os condomínios antigos?? Caberá ao síndico, juntamente com os moradores, acharem soluções para adequação do condomínio para a modernidade dos carros elétricos, sempre através de assembleia para aprovação das alterações necessárias.

Assim, podemos listar alguns aspectos que valorizam o condomínio: 1. Localização – Quanto mais perto de serviços (padarias, supermercados, metro, hospitais), bairros nobres e regiões mais tranquilas, maior o valor é m² do condomínio; 2. Segurança – Mais seguro, mais valorizado será o condomínio. Câmeras, alarmes, cercas elétricas e funcionários treinados trazem segurança para o condomínio; 3. Áreas comuns – As áreas que são usadas por todos devem sempre estar organizadas e bem cuidadas. Jardins bem podados, áreas verdes dentro do condomínio e espaço para os PETS valorizam o condomínio; 4. Piscina – Ter uma piscina valoriza o condomínio, se for aquecida melhor ainda. Além da piscina é importante ter mesas, guarda-sóis, cadeiras, espreguiçadeiras para completar a área da piscina; 5. Academia – Uma academia no condomínio é um atrativo que valoriza muito, com aparelhos profissionais e ambiente aconchegante, valorizará ainda mais; 6. Salão de festas / Espaço gourmet / churrasqueiras – São espaços que trazem uma valorização para condomínio se estão bem arrumados, se estes espaços aparentarem abandono, podem trazer desvalorização do condomínio; Espaço kids – Outro ambiente fundamental para a valorização do to: Free Unsplash 7. condomínio, e como o item anterior devem sempre estar organizados, limpos e seguros, caso contrário, desvalorizam. Portanto, para o condomínio se valorizar cabe ao síndico realizar as manutenções e melhorias necessárias, contando com a ajuda dos funcionários e sempre participar os moradores através de assembleias para aprovação das melhorias. Além das áreas comuns acima descrita, é de extrema importância que a saúde financeira do condomínio esteja saudável e transparente. Assim, caso seu condomínio esteja abandonado, sem as manutenções e medidas que valorizam, cobre seu síndico para tome as medidas necessárias para sua valorização e faça com os moradores se engajem para a @adv.oabsp.org.br devida valorização.

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Caminhos da Argentina

La mortalidad materna se ha reducido en el mundo en un 44 % desde 1990 Norberto Worobeizyk

La mortalidad materna se redujo cerca del 44% desde 1990, lo que supone que si en ese año 532.000 mujeres murieron por complicaciones en el embarazo o en el parto, en 2015 la cifra se redujo a 303.000 decesos, según datos de la ONU. Un estudio conjunto de varios organismos especializados de Naciones Unidas y el Banco Mundial señala que, considerando tal reducción, el ratio global estimado es de 216 muertes por cada 100.000 nacidos vivos, significativamente menor que el de 385 fallecimientos en 1990. La directora general adjunta de la Organización Mundial de la Salud (OMS), Flavia Bustreo, destacó que «en los últimos veinticinco años el riesgo para las mujeres de morir por causas relacionadas con el embarazo se ha reducido a prácticamente la mitad», lo que a su juicio es un progreso enorme, pero insuficiente. «Sabemos que podemos acabar prácticamente con estas muertes para el año 2030, y este es el objetivo sobre el que vamos a trabajar», aseguró. Esa meta requerirá «mucho esfuerzo», ya que los países con mayor número de muertes maternas pueden hacer pocos progresos -o incluso quedarse atrás- si en los próximos quince años no aumenta el número de matronas y de otros sanitarios con este tipo de conocimientos. El informe de la ONU y el Banco Mundial señala que al término de este año, cerca del 99% de las muertes maternas habrán ocurrido en las regiones en desarrollo y que 66% corresponderán a África Subsahariana. Esa región, la más pobre del mundo, registró un descenso del 45% de mortalidad materna entre 1990 y este año, pasando de un ratio de 987 a 546 muertes por cada 100.000 nacidos vivos en este periodo. El mayor progreso se registró en Asia oriental, donde es ratio cayó de 95 a 27 fallecimientos por cada 100.000 nacidos vivos, lo que representa una reducción del 72%. La ONU se encuentra ahora encaminada en un nuevo reto, que consiste en reducir las muertes maternas a un ratio de 70 por cada 100.000 nacidos vivos a nivel mundial, lo que requeriría triplicar el ritmo de progreso del último cuarto de década. Si esa categoría de muertes se redujo en un 2,3% anual entre 1990 y 2015, a

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partir del próximo año el ritmo de mejora anual tendrá que ser del 7,5% a partir de 2016 y durante los próximos quince años. Fuente: EFE Noticias felices // elmundo

A mortalidade materna tem reduzido no mundo 44% desde 1990 A mortalidade materna foi reduzida em cerca de 44% desde 1990, o que significa que se naquele ano 532 mil mulheres morreram por complicações na gravidez ou no parto, em 2015 o número foi reduzido para 303 mil mortes, segundo dados da ONU. Um estudo conjunto de várias agências especializadas das Nações Unidas e do Banco Mundial indica que, considerando tal redução, a razão global estimada é de 216 óbitos por 100.000 nascidos vivos, significativamente inferior aos 385 óbitos em 1990. A vice-diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Flavia Bustreo, destacou que “nos últimos vinte e cinco anos o risco de as mulheres morrerem por causas relacionadas à gravidez foi reduzido quase pela metade”, o que na sua opinião, trata-se de um progresso enorme, mas insuficiente. “Sabemos que podemos acabar virtualmente com essas mortes até 2030, e esse é o objetivo em que vamos trabalhar”, disse ele. Essa meta exigirá “muito esforço”, pois os países com maior número de mortes maternas poderão avançar pouco - ou até ficar para trás - se nos próximos quinze anos o número de parteiras e outros profissionais de saúde com esse tipo de conhecimento não aumenta. O relatório da ONU e do Banco Mundial indica que até o final deste ano, cerca de 99% das mortes maternas terão ocorrido em regiões em desenvolvimento e que 66% corresponderão à África Subsaariana. Essa região, a mais pobre do mundo, registrou queda de 45% na mortalidade materna entre 1990 e este ano, passando de uma razão de 987 para 546 óbitos por

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100.000 nascidos vivos nesse período. O maior progresso foi feito no leste da Ásia, onde a proporção caiu de 95 para 27 mortes por 100.000 nascidos vivos, uma redução de 72%. A ONU está agora a caminho de um novo desafio, que é reduzir as mortes maternas a uma proporção de 70 por 100.000 nascidos vivos em todo o mundo, o que exigiria triplicar a taxa de progresso do último quarto de década. Se essa categoria de óbitos foi reduzida em 2,3% ao ano entre 1990 e 2015, a partir do próximo ano a taxa de melhora anual terá que ser de 7,5% a partir de 2016 e para os próximos quinze anos. Fonte: EFE Boas notícias // elmundo

Fonte: www.sonoticiaboa.com.br

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CriativA Idade

Arteterapia e Neuroplasticidade: uma a serviço da outra Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

Você já deve ter ouvido falar que existem inúmeros estudos de neurocientistas apontando a arte como estimuladora do sistema límbico, provocando emoções e novos padrões de funcionamento nas ondas e ritmo cerebral. Pois bem, por meio da arte a pessoa de qualquer idade pode experienciar o mundo de uma maneira diferente, mais sensível. Aqueles que produzem arte, elevam a atividade cerebral inclusive da memória, possuem maior resistência para doenças degenerativas como Parkinson e Alzheimer, mais comuns após os 60 anos. A arte visual por exemplo, propõe técnicas plásticas como desenho, pintura, escultura, colagem, modelagem que desencadeiam efeitos estabilizadores sobre as pessoas, reduzindo angústias, melancolia, insônia, e ansiedade, pois o autoconhecimento altera positivamente o comportamento e os padrões do pensamento, além de normalizar a pressão arterial e a frequência cardíaca . A OMS reconhece que a produção artística pode prevenir doenças e até dores, já que segundo Janye Ryne, a doença percorre um caminho iniciando-se pelas emoções não identificadas que ganham um crescente no organismo humano. A organização mundial da saúde também afirma ainda que “trazer arte para a vida das pessoas por meio de atividades como dançar, cantar e ir a museus, oferece uma dimensão adicional” de como é possível melhorar a saúde física e mental. Quando apreciamos a arte presente em uma obra, seja num quadro, ao assistir uma peça teatral , espetáculo de dança, ou ao ouvir uma música, as emoções são aguçadas de forma intensa nesse cérebro emocional, como é chamado o sistema límbico, aumentando o fluxo sanguíneo oxigenando o cérebro. Pierre Lemarquis publicou recentemente o livro: L´art Qui Guérit (A arte que cura) onde conta com precisão sobre o subcampo da neuroestética. Esse autor cita atuais descobertas sobre o poder da arte como cura do corpo e da alma. A obra literária aponta que todos os tipos de arte atuam no cérebro de uma forma dinâmica. As redes neurais são formadas para alcançar estados elevados e complexos de conectividade. Em outras palavras, a arte pode “esculpir” e até “acariciar” o cérebro. A arte veio antes mesmo desse conhecimento que hoje temos sobre o cérebro, por causa da descoberta da neurociência, os artistas já percebiam que a mesma estimulava sentimentos ativando conexões cerebrais. Os neurônios-espelho, que são justamente relacionados a empatia e os que liberam a dopamina são ativados na seleção, interação e criação da pessoa duran-

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te o processo criativo. Quando se experimenta e aprecia o fazer artístico é também liberada a serotonina, hormônio ligado ao bem-estar, a sentimentos de felicidade, de relaxamento e faz com que a arte seja mais uma vez, um recurso na prevenção ou até mesmo no tratamento de casos de diversas doenças da atualidade como depressão e demências. A arte é tão reconhecida como benéfica ao cérebro que existe inclusive uma prática terapêutica denominada arteterapia. Nessa área de conhecimento que atua de forma interdisciplinar, a arte tem a capacidade de manifestar conteúdos que estão no inconsciente de quem entra em contato com esse universo simbólico, revelando sentimentos e emoções. Esses conteúdos são levados ao terapeuta através da palavra, mas a palavra é fruto da consciência. A arteterapia organiza o cérebro mesmo sem a fala, esclarece o que está obscuro, torna perceptível o desconhecido; com a mediação de um arteterapêuta qualificado, usando de todas as sete linguagens da arte, é alcançado a auto percepção, o autoconhecimento, a auto aceitação, a autosuperação bem como o autoencantamento. Toda arte pode manifestar movimentos conscientes e inconscientes do cérebro, existem partes mais específicas dele que são ativadas no contato com ela, partes responsáveis pela criatividade, fala, audição, escrita, o movimento e a livre expressão. Fazer arte impacta diretamente no exercício da criatividade e da saúde tão almejada por todos e todas no século XXI. Busque viver a vida se relacionando com a arte, viverás mais e melhor, afirma a ciência ... S.P 23 de junho 2022 Por Jane Barreto(arteterapêuta Ms Reabilitação e inclusão) Idealizadora do Programa arteterapia na veia- Participe de um encontro aberto para conhecer!

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Antropologia

Estoicismo e a sociedade atual Osvaldo B. de Moraes Historiador

Vivemos momentos de crise de valores, uma crise materialista. A crise de concretizarmos a vida através de coisas materiais, crise de autoconhecimento, crise de alienação. O avanço da tecnologia, principalmente na informação voltada a publicidade de novos produtos para o consumo, nos induz a criarmos desejos constantes para adquirir coisas que realmente não necessitamos e nos incita a nos tornarmos acumuladores de bens supérfluos. Em contrapartida achamos a vida caótica, que a sociedade é injusta conosco, que a vida nos dá coisas que não correspondem aos nossos propósitos dos dias atuais. Visando a dar mais propósitos realistas da insatisfação da acumulação de bens, apelo para relembrar a filosofia estoica. O Estoicismo ou Escola Estoica é uma doutrina filosófica fundamentada nas leis da natureza, que surgiu na Grécia no século IV a.C. (por volta do ano 300), durante o período denominado helenístico (III e II a.C.). Ou seja, uma corrente filosófica donde a “virtude” depende da vontade subordinada à razão, sendo considerada a base para se atingir a felicidade. O estoicismo também ensina a manter uma mente calma e racional, independente do que aconteça. Ensina que isso ajuda o ser humano a reconhecer e se concentrar naquilo que pode controlar e a não se preocupar e aceitar o que não pode administrar. Os principais filósofos que adotaram o estoicismo foram: Epiteto (55-135) Filósofo grego nascido na cidade de Hierapólis, atual Turquia. Viveu grande parte de sua vida como um escravo romano e de sua obra destacam-se: “Manual de Epiteto (55-135)”. Das coisas existentes, algumas são encargos nossos; outras não. São encargos nossos o juízo, o desejo, a repulsa –em suma: tudo quanto seja ação nossa. Não são encargos nossos o corpo, as posses, a reputação, os cargos públicos –em suma: tudo quanto não seja ação nossa”

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Foto: pres


Sêneca (4 a.C-65) Filósofo, orador, poeta e político, Lúcio Anel Seneca. Nasceu cidade de Córdoba, atual Espanha, sendo considerado um dos mais importantes intelectuais do Império Romano. Importante representante da terceira fase estoica, Sêneca focou nos conceitos sobre ética, física e lógica para o desenvolvimento da Escola Estoica. De sua obra destacam-se os Diálogos, Cartas e Tragédias. Sêneca teve Nero, o imperador romano, como seu pupilo e foi o principal conselheiro do Império Romano. De sua obra destacam-se os Diálogos, Cartas e Tragédias. Marco Aurélio (121-180)

Imperador e filósofo romano, nascido em Roma foi um dos representantes da terceira fase estoica (Imperial Romana). Conhecido como o imperador filósofo, desde criança Marco Aurélio se dedicou a buscar a sabedoria através da filosofia. Integrou a corrente do Estoicismo, cujo compromisso era o desenvolvimento de uma moral humana. Moral esta que ajuda a distinguir o que é eterno do que é passageiro; o que é bom, daquilo que se afasta do bem; o justo, do que é injusto. E a partir destas distinções poder fazer melhores escolhas, ter uma vida mais serena e segura Seguindo os princípios estoicos, uma pessoa não se deixa levar por crenças, paixões e sentimentos que lhe tirem a racionalidade na hora de agir, como medos, dores e prazeres infundados e irracionais. Sendo assim, para o ser humano alcançar a verdadeira felicidade, deveria depender apenas da sua virtude, ou seja, os seus conhecimentos e valores, abdicando totalmente do vício, considerado pelos estoicos um mal absoluto. Todos nós preferimos a alegria sobre a dor, a riqueza, sobre a pobreza e a boa saúde. Todavia, deveríamos procurar essas coisas, sem pôr em perigo a integridade e virtude. Em outras palavras, é melhor suportar a dor, a pobreza ou a doença de maneira honrosa. Com o tempo, o estoicismo evoluiu e ainda hoje há pessoas que gostam de seguir seus preceitos. Um dos mais destacados representantes desta doutrina na era moderna foi o italiano Massimo Pigliucci, em cuja publicação «Como ser um estoico», ele revela que não existe uma forma estrita ou única de praticar o estoicismo. Os verdadeiros estoicos combinam métodos, técnicas e práticas que os ajudam a atingir seus objetivos de vida e a trilhar um caminho únisentermedia.com - free co. O que mais impressiona é o fato de que as coisas tidas como indiferentes pelo estoicismo são exatamente o que as pessoas hoje em dia julgam como boas ou más. Elas não desempenham um papel necessário à Vida Feliz. A indiferença não significa frieza. Ser indiferente às coisas indiferentes não significa não fazer diferença entre elas, mas aceitá-las como são. Como dito no início os meios de comunicação publicitários e as novas tecnologias dificultam muitas vezes optar pelo que é necessário ou o que é desnecessário e logo poderiam ser descartáveis, tornando difícil seguir uma trilha estoica.

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Benefícios

Perda de memória pós COVID-19 - dicas de como amenizar esta sequela Matéria de Janeiro reeditada a pedido de leitores Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

Você já ouviu falar da Síndrome pós Covid? Trata-se de sequelas de médio a longo prazo em que uma pessoa - após contrair o vírus SARS-CoV-2 - pode manifestar-se em seu organismo. Entre os sintomas mais comuns já relatados e identificados por especialistas, temos a perda de olfato, paladar, dores musculares e nas articulações, fadiga, taquicardia e os sintomas neurológicos, tais como: disfunção cognitiva, perda de memória entre outros. Os primeiros relatos surgiram sobre as consequências infecciosas pós-agudas do COVID-19, com estudos nos Estados Unidos, Europa e China (Nalbandian, 2021). O comprometimento cognitivo pode se manifestar como dificuldades de concentração, memória, linguagem receptiva e/ ou função executiva. No estudo de Heneka (2020), foi descrito que cerca de 36% dos indivíduos que contraíram a fase aguda da COVID-19 desenvolveram comprometimento no sistema neurológico, que em consequência pode acelerar ou agravar déficits cognitivos pré-existentes ou induzir o desenvolvimento de doença neurodegenerativas. Com isso, o autor sugere que as sequelas podem surgir pelas alterações sistêmicas e pelos altos níveis de citocinas pró-inflamatórias no sistema nervoso central (Heneka, 2020). Em uma pesquisa realizada pelo Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) revela que a COVID-19 pode prejudicar as funções cognitivas básicas como a linguagem, a memória e até o equilíbrio. As consequências das sequelas cognitivas estão relacio-

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nadas a dessaturação do oxigênio na corrente sanguínea, que automaticamente, compromete as funções cognitivas no cérebro. Além disso, a neuropsicóloga Lívia Stocco Sanches Valentin relata que os primeiros sintomas perceptíveis na perda de memória é quando o sujeito começa a identificar alterações na linguagem e na memória de curto prazo, na qual apresentam esquecimentos, dificuldade na pronúncia das palavras e até na memória implícita, onde os indivíduos têm dificuldades nas funções motoras, tais como dirigir, andar de bicicleta, tocar um instrumento musical e entre outras tarefas do cotidiano. A neuropsicóloga também destaca a necessidade de realizar atividades físicas, tais como: caminhadas, exercícios aeróbicos, Yoga, Pilates - para melhorar a oxigenação do cérebro. Além disso, outras dicas dada pela pesquisadora, foram realizar exercícios de treino e estimulação cognitiva, tais como: jogos online, quebra-cabeça, dominó, baralho, palavras-cruzadas, caça-palavras e entre outras atividades que exercitem o cérebro e ajudem na reabilitação dos indivíduos. Por outro lado, é indispensável a consulta com um médico especialista que irá avaliar cada caso com suas individualidades e necessidades para uma boa recuperação e reversão nos casos de sequelas mais graves após a Covid-19. Referências bibliográficas Nalbandian, A., Sehgal, K., Gupta, A., Madhavan, M. V., McGroder, C., Stevens, J. S., ... & Wan, E. Y. (2021). Post-acute COVID-19 syndrome. Nature medicine, 27(4), 601-615. Heneka, M. T., Golenbock, D., Latz, E., Morgan, D., & Brown, R. (2020). Immediate and long-term consequences of COVID-19 infections for the development of neurological disease. Alzheimer’s research & therapy, 12(1), 69. https://doi. org/10.1186/s13195-020-00640-3 InCor - HCFMUSP. (2021). Estudo inédito no mundo realizado no InCor mostra que pacientes que tiveram Covid-19 podem sofrer disfunções cognitivas. Recuperado em: https://www.incor.usp.br/sites/incor2013/docs/2021_Fevereiro_Estudo_Mental_Plus.pdf. Acesso em: 26 jan. 2022. Assina esse artigo Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo. Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera

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Laços de família

Como lidar com a ansiedade Anita Tarasiewicz

A ansiedade e os transtornos de ansiedade são um conjunto de doenças psiquiátricas marcadas pela preocupação excessiva ou constante de que algo negativo vai acontecer. Durante a pandemia houve um aumento exponencial de pessoas ansiosas ao redor do mundo. Muitos, com medo de contrair COVID e morrer ou de ter seqüelas graves, em função da doença. Veja quais são principais sintomas que podem estar relacionados a transtornos de ansiedade, e merecem atenção: Enxergar perigo em tudo; apetite desregulado;alterações de sono; sentir tensão muscular; problemas digestivos, ter medo de falar em público; preocupações em excesso; ficar sempre próximo a um ataque de nervos; medos irracionais; inquietação constante; sudorese excessiva, pensamentos obsessivos; perfeccionismo. Ansiedade pode ser considerada como uma emoção de alarme, que se encontra associada a sensações de angústia, tensão, insegurança, que sendo freqüentes e/ou intensas e incontroláveis, causam mal estar importante. A pessoa que sofre de ansiedade, sente-se angustiada, ameaçada, bloqueada, mesmo sem conseguir identificar o motivo que lhe está causando o mal estar. Ou seja, vez ou outra, todos nós nos sentimos ansiosos, seja porque vai fazer algo que nunca fez antes, apresentar um trabalho, uma reunião importante, etc. No entanto, quando a ansiedade fica forte ao ponto de prejudicar o dia a dia dessa pessoa, impossibilitando-a de realizar atividades corriqueiras e trazendo sofrimento emocional, existe algo mais sério a se observar. Para que a ansiedade não evolua para um transtorno mental, é importante ficar atento aos seus sintomas e modificar a sua forma de enfrentá-la e isso acontece no dia a dia, em várias ações. Hoje em dia, nossa ansiedade é desencadeada muito por fatores psicológicos, não tendo por onde escoar essa energia. É então que ficamos tensos, paralisados e não sabemos o que fazer. Se isso acontece poucas vezes ou não traz sofrimento emocional constante, tudo bem, é normal e você vai conseguir encarar. A ansiedade, como sentimento, pode ser controlada se in-

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corporamos alguns hábitos na nossa rotina, identificando alguns gatilhos que a desencadeiam e lidando com eles de forma a mitigar os danos do estado ansioso prolongado. As dicas a seguir vão ajudar você bastante nisso. Algumas delas parecem ser bem óbvias, mas costumamos não nos dar conta delas quando ansiosos. Portanto, leia com atenção cada uma das dicas e tente incorporá-las no seu dia a dia, tanto evitar e amenizar a ansiedade quanto para não deixá-la tomar proporções maiores. 1. Procure organizar sua rotina diariamente A organização é a maior inimiga da ansiedade. Quando deixamos tudo organizado, sabendo exatamente o que temos de executar e onde procurar, tudo fica mais tranquilo. Caso contrário, você vai se sentir no meio de uma pilha de coisas para fazer que podem tomar proporções assustadoras, muito maiores do que realmente são. Procure colocar as coisas num papel ou cronograma para enxergar o tamanho real de seus afazeres. Também é importante salientar que ser organizado não é querer que o mundo caiba na sua agenda. Imprevistos acontecem e você poderá lidar com eles. 2. Invista no autoconhecimento Somos muito parecidos em muitas coisas, mas cada pessoa tem sua própria maneira de pensar e agir. Portanto, conhecer-se é fundamental. Não se espelhe nos outros para saber o que fazer. Olhe para si mesmo e aprenda sua própria maneira de reagir e lidar com as coisas. Assim, também é um bom método de encontrar quais são os seus gatilhos para ansiedade, ou seja, aquelas situações que podem indicar um estado ansioso. 3. Procure entender seus pensamentos e sentimentos Conversar consigo mesmo é um bom exercício. Sempre que sentir algo, procure entender o que originou aquele sentimento ou pensamento, para identificar quais as coisas relacionadas com tal estado emocional. 4. Aprenda e controle a sua própria respiração A respiração é um dos pontos mais importantes quando falamos de ansiedade. O controle da respiração tem a capacidade de induzir ou acabar com uma crise de ansiedade, de tão poderosa que é. Portanto, ao sentir que está em um ritmo respiratório muito acelerado, procure reduzir a intensidade da respiração, puxando-a para o abdômen e tirando aquela pressão de ar do peito. Inspire e respire profundamente, para conectar-se consigo mesmo e não se deixar levar pelo estado ansioso. 5. Desconfie de seus pensamentos negativos Geralmente, a ansiedade traz consigo uma série de pensamentos negativos, de que as coisas vão dar errado e que o pior vai acontecer, mas muitas vezes, são só suposições superestimadas do próprio medo. Quando os pensamentos negativos invadirem a sua cabeça, desconfie deles e coloque-os na possibilidade real, sem ficar confabulando sobre o que poderá ser ou poderia ter sido. 6. Não se exija tanto assim Ainda na linha das percepções sobre si mesmo, tome cuidado para não se cobrar demais. Cada um de nós possui um tempo

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próprio de desenvolvimento pessoal. 7. Atenção especial à alimentação Não é difícil que pessoas ansiosas encontrem na comida o refúgio para a sua ansiedade, em busca de um prazer imediato para alívio da tensão, até porque isso é científico, já que alimentos doces e ricos em gordura liberam triptofano, essencial para o trabalho da serotonina – hormônio da satisfação. No entanto, existem alimentos muito mais saudáveis com altas doses de triptofano, como peixes ricos em ômega-3, oleaginosas (especialmente a Castanha-do-Pará, ovos e até mesmo chocolate amargo. Que tal substituir? 8. Não esqueça das atividades físicas Encontre a sua atividade física preferida e pratique-a para aumentar a saúde do seu corpo e o seu bem-estar. Os exercícios ajudam no controle da ansiedade, pois auxiliam na liberação da tensão acumulada, proporcionando mais relaxamento e ritmos cardíacos mais brandos na hora de repouso. Pode ser caminhada, corrida, natação, academia, em casa ou ao ar livre: o importante é eleger uma atividade que você possa fazer algumas vezes na semana. Os benefícios são gigantescos! 9- Encontre um hobby ou uma atividade prazerosa Precisamos ter atividades que nos tragam relaxamento e interesse e uma dessas atividades pode vir através dos hobbies. Hoje, é possível encontrar e se aprofundar em uma série de hobbies através de vídeos no YouTube e grupos de discussão sobre o tema em diversos meios. Ache a sua atividade preferida e dedique-se a ela no seu tempo livre! Caso ainda não tenha encontrado a sua, separe algum momento do dia ou da semana para fazer algo que você goste muito. 10. Valorize os amigos e a família A nossa rede de apoio é fundamental para o controle da ansiedade e também no tratamento de qualquer transtorno mental. Ter com quem contar, sejam amigos ou parentes, fortalecer laços e vínculos e valorizar quem está perto é muito importante. 11. Cuidado com álcool, tabaco e maconha Todas essas substâncias são prejudiciais quando consumidas em excesso. Apesar de que todas elas parecem induzir a pessoa a um estado de relaxamento momentâneo, não demora muito para os efeitos contrários aparecerem. O álcool pode deixar você eufórico e depois relaxado, mas essa sensação passa junto com a bebedeira e, no dia seguinte, a ansiedade pode ser bastante grande. O mesmo acontece com a maconha, que apesar de induzir a um relaxamento, pode desencadear, inclusive, crises de ansiedade e pânico, piorando o

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quadro ansioso ao longo do tempo. 12. Se possível, medite A meditação ajuda muito no controle da ansiedade. Antes que você ache que é impossível para você, tente, pois muitas pessoas têm uma ideia equivocada do que é meditação. Ao contrário do que muita gente pensa, meditar não é esvaziar a cabeça, mas é pensar no presente e em si mesmo, em um momento só seu, de relaxamento e controle da respiração. 13. Jamais negligencie o seu sono São muitas as pessoas que deixam o seu sono em segundo plano, como algo não muito importante. O resultado são dias mais cansativos e ansiosos, em um ciclo que repete-se frequentemente. Para colocar seu sono em dia, procure incorporar o hábito da higiene do sono, que pode ser comparado com o hábito de escovar os dentes. Você o faz porque é necessário, para ficar com um bom hálito e não ter cáries. Com o sono é a mesma coisa. Organize suas horas de sono, deixe seu quarto confortável, de preferência escuro e silencioso para dormir, evitando consumir muitos alimentos ou realizar atividades físicas logo antes de dormir. Também não assistir televisão e não levar o celular para cama é um excelente hábito. Com isso, ao longo do tempo, as suas noites de sono vão ficando mais proveitosas e você se sente mais disposto e preparado para o dia seguinte, evitando aquela sensação de cansaço constante presente 14. Procure um psicólogo ou um psiquiatra Investir na sua saúde mental é uma das formas mais belas de autocuidado. Quem procura esses profissionais, o faz com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida e o preconceito acerca disso deve ficar no passado. Afinal, eles podem ajudar qualquer pessoa a modificar determinados comportamentos que podem aumentar seu bem-estar e melhorar suas relações interpessoais de forma bastante positiva. Se você está se sentindo ansioso demais e não sabe bem ao certo o que fazer para aplacar esse sentimento, um psiquiatra ou um psicólogo serão seus melhores amigos neste momento. Não deixe de procurá-los. É possível sim controlar a sua ansiedade Não se desespere. O controle da ansiedade é possível através da mudança de pequenos hábitos que, somados, resultam em um benefício maior. Há casos, no entanto, em que o psiquiatra é requerido, a fim de agir de modo a mitigar os primeiros sintomas paralisantes da ansiedade e trabalhar as outras questões com o paciente ao longo do tempo. Portanto, se você se sente ansioso demais, não hesite em começar a perceber-se e mudar seus hábitos. A primeira mudança pode ser justamente pedir ajuda.

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Viva Cultura

Um jantar a dois Marcelo Conti

Escritor, Gestor Cultural Sócio da SOLUÇÃO Gestão de Negócios e Cultura Ltda. www.solucao-gnc.com.br

Aconteceu na década de 70. Ainda namorados, Lelo e Ruth sonhavam com a construção de seu mundo, com o futuro que viria, com a casa própria, o carro, e todos aquelas oportunidades e planos que fazemos quando pensamos em casar. E lutavam cada qual em seu emprego, em busca desse ideal. Difícil busca, contudo, para quem sempre revezou trabalho com estudo, emendando noites de vésperas de provas com árduos dias de longos congestionamentos, intempéries as mais variadas. Ricos, com certeza, não eram. Pobres, muito menos. Viviam dentro dos padrões da classe média, que tentava ascender a um patamar um pouco melhor. Por isso mesmo, dinheiro no bolso é o que menos tinham. Mas, como todo ser humano, procuravam se renovar em momentos seus. Aquela coisa de sair para um programa barato, apenas para estar junto. Para conversar, para curtir a cidade, sonhar e, claro, para namorar... Numa tarde de domingo qualquer foram ao cinema. Voltavam no começo da noite, naquela hora em que a fome vem batendo forte. Ruth não teve coragem de falar, mas Lelo, que também estava faminto, sugeriu que comessem alguma coisa. Consultaram o bolso e... digamos, em moeda de hoje, algo em torno de R$ 30,00. Iniciaram uma pequena peregrinação, em busca de algo que lhes coubesse no estômago, segundo o tamanho do bolso. De repente, um cartaz na porta de um restaurante chamou a atenção: “Sopas por R$ 30,00”. Pronto! Estava aí a solução. Afinal, sopa é uma delícia e alimenta bem. Quer dizer, não é aquela “quantidade”, aquela “sustância”, como diria outro amigo meu, mas na hora da fome... “Boa noite”, disse o garçom prestativo e ansioso, quando viu aquele casal bem vestido e perfumado. “Já escolheram?”. E Lelo ali, firme e forte, salivando cada prato que olhava no cardápio sem poder dar a entender a realidade financeira que o envolvia, fez cara de abonado, perguntou por um ou dois pratos e, finalmente, em tom convincente soltou: “Uma sopa... hummm... de ervilhas, por favor!”. Seguiu-se, então, o seguinte diálogo entre o garçom e Lelo: “Muito bem, uma sopa de ervilhas. E, o quê mais?” “Nada mais, obrigado”, agora já meio constrangido, completou Lelo. “Madame não vai jantar?” “É para ela a sopa...” “E, para o senhor????”

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real


lfoodwholelife

“Nada, obrigado. Já jantei; é só para encerrar a noite...” (sorriso amarelo) “Bebidas?” “Não, obrigado. Apenas a sopa...” Veio a sopa. Quentinha, cheirosa, apetitosa. Maravilhosa! Ruth, coitada, ofereceu ao namorado e ele não quis (por educação, lógico!). Ainda que acompanhava o prato uma pequena porção de fatias de pão. Lelo tratou de comer aquele pãozinho e, vez por outra, mergulhava um pedaço dentro da sopa de Ruth, sem que o garçom percebesse. Satisfeitos, pediram a conta. Veio a despesa: total R$ 33,00. Lelo havia se esquecido da cobrança do serviço, ou seja, os 10% que costumeiramente são incluídos. Ali estava, sobre a mesa, a sentença de morte daquele casal que resolveu fazer um programinha barato. Mas, Lelo não se apertou. Para surpresa de Ruth, chamou o garçom novamente e pediu o cardápio. Faltava a sobremesa. “Escolhe aí, Rutinha, fica à vontade”. A sopa veio de volta pelo esôfago, a namorada atônita imaginou que o pão tivesse feito algum estrago na cabeça do companheiro. “Escolhe!”, insistiu. E foi mais longe: “Olha, tem pudim, morango com creme, sorvete, frutas... deixe-me ver... Morangos com creme! Boa pedida, você quer morangos com creme... Garçom!”. “Lelo!”, sussurrou Ruth, “...você está louco? O que significa isso?”. “Significa que você vai ficar comendo que eu vou atrás do dinheiro. Entendeu, agora?” E, enquanto a namorada saboreava aquela deliciosa fruta, o namorado correu em casa e obteve um “empréstimo” do velho pai que, já pensando em se recolher aos aposentos, foi surpreendido com a história maluca que o filho acabara de lhe contar. Voltou Lelo ao restaurante, todo faceiro, porque agora ainda sobraria um belo troco para o próximo encontro. Ruth estava apreensiva e respirou aliviada quando viu o semblante feliz do amado, e uma discreta piscadela com o olho direito. “Por favor, agora sim, a conta!”, exigiu Lelo. Veio a conta. Algumas notas de Reais cobriram o pequeno pires que o garçom havia trazido. Foi o pires com o dinheiro a mais, e Lelo aguardou o troco. Sorriram um para o outro. Como o super-herói que salva a mocinha, Lelo e Ruth teriam um final de domingo feliz. Veio o garçom com o troco. Mal colocou o pires sobre a mesa e Lelo, ansioso e confiante, falou: “Muito obrigado, estava ótimo!”. E o garçom, pensando que era uma “caixinha”, puxou para si novamente o pires, e com um sorriso largo emendou ao mesmo tempo em que virava as costas: “Somos nós quem agradecemos... Volte sempre!” E embolsou o troco do pobre Lelo... Marcelo Conti Escritor e Sócio da SOLUÇÃO Gestão de Negócios e Cultura Ltda. www.solucao-gnc.com.br

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Humor

A paz eterna Laerte Temple Doutor em Ciências Sociais Relações Internacionais

Pacífica Garcia criou com dificuldade o neto que deseja ser escritor famoso e fazer fortuna. O nome ajuda: Gabriel Marques. Faltou apenas o sobrenome materno no meio. Gabo, seu apelido, idealizou a sonhada obra prima “Paz eterna”, ainda na faculdade. A vidente Madame Cacilda garantiu que ele será famoso e seu trabalho renderá vários milhões. A avó morreu e Gabo herdou velho o casarão, mas perdeu a mesada e teria de trabalhar, adiando o sonho de se tornar escritor. Quando começou a procurar trabalho, a sorte lhe sorriu: uma construtora comprou o casarão para erguer um edifício. O negócio rendeu um bom dinheiro, o aluguel de um Studio durante e obra e 3 apartamentos no futuro prédio. Com renda garantida, Gabriel Marques podia se dedicar integralmente ao livro, voltar a morar no antigo endereço e ainda contar com o aluguel de 2 apartamentos. O Studio era menor que o banheiro do casarão, a acústica um horror e os vizinhos muito estranhos: solteiros, góticos, casais de toda espécie, chapados e até foragidos da justiça. A alta rotatividade de vizinhos impedia formar vínculos. Morava no último andar, abaixo da piscina, academia e salão de festas. O agito constante e a experiência da vida no Studio foram parar no livro. O edifício ficou pronto e Gabriel mudou-se imediatamente. Gastou boa parte das economias em impostos, taxas e na decoração dos apartamentos, um para morar e 2 para alugar. O apê inteiro era menor do que sala do casarão da avó, mas era só seu e dava para o gasto. Achou injusto morar sozinho e rachar a conta de água com famílias de 4 ou 5 pessoas. A pia da cozinha tinha caimento para o piso, que vivia molhado. Como o ponto mais alto do box era o ralo, a água não escorria e infiltrava no andar de baixo. Na primeira assembleia, deu várias sugestões e acabou virando síndico: problemas com vizinhos, empregados, manutenção e rateio extra. Arcou com as despesas dos 2 apartamentos até aluga-los, para 2 anos depois livrar-se dos inquilinos. Um nunca pagou condomínio e IPTU e o outro atrasava o aluguel e detonou o imóvel. Gabriel Marques transpôs a vivência para o livro, vendeu os 3 imóveis e comprou uma casa isolada. Condomínio nunca mais! Sem dor de cabeça com vizinhos, condomínio, garagem coletiva, festas, cães e crianças, o jovem escritor podia se con-

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Foto: livrosepessoas.com

centrar na obra, mas era interrompido com frequência por vendedores, religiosos pregando conversão, entregadores, pedintes e a molecada querendo a bola que caiu no jardim e a diarista com lista de compras. Consertou rachaduras, goteiras, telhado e calçada. A rua virou corredor comercial e vieram as lojas, inferninho, escola infantil, bares com música alta, 3 linhas de ônibus com ponto em frente à casa, trepidações no asfalto e muito barulho. Mais material para o livro. Paz eterna era algo difícil de se alcançar! Gabo decidiu morar na roça. Arrendou uma chácara num pequeno município, junto a um riacho. Vida rural, ar puro, paz e sossego, mas tudo terminou com as invasões de terras e a polícia aparecendo para procurar receptadores, cativeiros, plantação de maconha e fazer reintegração de posse. A chácara vizinha virou espaço para eventos, com festas até a madrugada, bêbados, trânsito, brigas e polícia procurando drogados. O riacho transbordou e inundou a casa. “Paz eterna” estava quase pronto e Gabriel Marques procurou um editor e um agente literário que gostaram do original e o aconselharam a sair da roça conturbada para finalizar a obra o quanto antes. O livro prometia! A secretária do editor ajudou a alugar um bangalô na praia. Quando a maré subia, ninguém entrava e ninguém saia, mas isso não era problema, pois forçava-o a dedicar-se apenas à obra. Aí chegaram veranistas, acampamentos, barracas de caipirinha, quitutes, tatuagem, torneio de surfe e grupos de funk e pagode. Assim que Gabriel Marques entregou o texto, teve uma crise de estafa e foi internado numa clínica de repouso. Repouso? Um colega de quarto era um pastor evangélico com 8 filhos e 11 netos que se revezavam em visitas diárias. Os fiéis, não podendo entrar na clínica, cantavam hinos na calçada. Um policial internado com esgotamento nervoso e sequelas do trabalho tinha alucinações constantes, convulsões noturnas, comandava ordem unida e quebrava tudo. O enfermeiro que aplicava tranquilizantes era tão delicado quanto quem injeta os temperos no frango da padaria. Gabriel Marques, o Gabo, acabou sofrendo um AVC, não resistiu, finou-se e encerrou a temporada terrena sem ver o lançamento do seu livro. No velório, apenas seu agente literário, o editor e a secretária. Foi sepultado em caixão simples, direto na terra. Está na Bíblia: do pó vieste, ao pó retornarás. - Pelo menos na última morada ele vai ter Paz Eterna – disse o agente. - Sei não – falou a secretária. Dá uma olhada nos vizinhos: um político corrupto, um roqueiro metaleiro, um sindicalista e um condenado por violação de cadáver. Acho que ele não terá muita paz. - Bem – disse o editor – pelo menos terá fama póstuma. “Paz eterna” é recorde de vendas e renderá muitos milhões. A Netflix já me procurou para comprar os direitos. Se não inventasse de morrer, seria milionário.

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‘Causos’ do Nordeste

A canoa do meu avô Tony de Sousa Cineasta

Ela ficava a maior parte do tempo ocupando quase toda extensão de um alpendre lateral da casa. Emborcada sobre uns troncos de árvores. Só era desvirada quando se aproximava o inverno. Ali pelo início de junho, mais ou menos. Aí meu avô dava uma verificada no casco, por fora, e depois, com a ajuda do meu tio Jose e tio Paulo desvirava a canoa, dava uma olhada por dentro, verificava se havia algum buraco, alguma fresta a ser remendada. Aí remendava e fazia a vedação passando piche. Hoje existe outros materiais mais fácies de se lidar para fazer essas vedações. Como já devo ter falado em algum lugar, meu avô era marceneiro. Possuía todas as ferramentas de um marceneiro em casa. Trena, formões, plaina, serrotes, enchó, pua, lima, martelos, malho, nível, etc. Por isso eu achava que a canoa tinha sido feita por ele. - Padrinho, essa canoa foi o senhor que fez? - Não. - E quem foi? - Meu pai. - E o pai o do senhor não ensinou como faz? - Antes me responda: o que o meu pai é de você? - Avô! - Não. Avô sou eu. Meu pai é seu bisavô! - Bisavô? - E o bisavô ensinou ao senhor como se faz uma canoa? - Sim. - E quem ensinou para ele? - Um índio.

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Canoa de Garapuvu ganha forma n


no Hotel Sesc Cacupé - divulgação

- Nossa! Ele foi amigo de um índio? - Foi. Mas a canoa que os índios faziam era diferente dessa aqui. Eles usavam um único tronco de árvore. A chamada canoa de um pau só. - E como eles faziam? - Primeiro iam procurar na mata uma arvore grande que fosse adequada. Antigamente aqui em volta havia muita mata com arvores enormes. Então eles escolhiam uma árvore de tronco bem grande. Um tronco que não dava nem para abraçar. Davam preferência para uma árvore chamada guapuruvú. Se não encontrassem guapuruvu iam atrás de outra, chamada jequitibá. Encontrando o jequitibá faziam uma inspeção detalhada. Viam se tinha nós, cicatrizes, fendas, algum sinal de doença, e não encontrando nada, faziam um ritual pedindo a permissão dos espíritos que habitavam aquele local para utilizarem aquela árvore na feitura de uma canoa. E só então davam início ao corte da árvore. Cortavam com machado. Era um trabalho demorado. Depois de derrubada, era descascada, e cortada ao meio. Aí emborcavam a madeira com a parte cortada para baixo sobre uns troncos de árvore e acendiam um fogo embaixo até aquela parte ficar toda escura como um carvão. Desviravam e cavavam a parte queimada da madeira. E assim prosseguiam até que aquele pau tivesse condições de ser levado ao rio para funcionar como canoa. Já essa canoa aqui é uma mistura de canoa para agua do rio com canoa para agua do mar. Eu gostava de ouvir essas explicações do meu avô. Muitos lá na Vila o chamavam de professor. E ele tinha mesmo esse dom de professor para explicar as coisas. Mas essa canoa que ficava ali no alpendre lateral, só era levada para o rio na época das enchentes. O rio que passava lá embaixo, subia até os roçados com as enchentes. Duas ou três pessoas ajudavam a leva-la até a água. Chegando na água alguém que já conhecia o oficio de canoeiro assumia a condução da canoa com o auxílio de uma vara comprida chamada varejão. Quantas vezes atravessei o rio na canoa do meu avô? Perdi a conta. No tempo que o rio Apodi/Mossoró não era poluído. Faz muito tempo.

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Memórias de uma casal de velhos

Demonstrações afetivas Liça Bonfin Psicóloga

Sempre gostei de observar, tanto pessoas como acontecimentos. Desde o fim do meu primeiro casamento até o começo do segundo, ou seja, dos 56 até os 70 anos, passei totalmente sem procuras e sem experiências sentimentais. Não sei se por isso observava tanto os casais mais maduros. Não sei o que me chamava a atenção. Achei que talvez pudesse estar sentindo inveja. Talvez gostasse de ir a um cinema, ou um jantar ou fazer uma caminhada, não exclusivamente com amigas ou sozinha, mas com um homem ao meu lado. As minhas observações foram ficando mais constantes e comecei a sentir que algo me surpreendia e incomodava. Comecei a comparar os casais mais velhos, com os mais jovens e me questionei: por que os jovens andam abraçados e os velhos não? E notei a raridade de ver casais maduros andando de mãos dadas, se beijando ou trocando qualquer tipo de carinho. As vezes via alguns que andavam no máximo de braços dados de um jeito formal e educado. Era raro observar carinho em casal de velhos e era isso que me incomodava e me perguntei o porquê disso acontecer. Questionei se, por acaso, poderia ser por malícia ou por vergonha de que um toque pudesse significar ou estimular e isso não deveria ser público. Vocês já notaram, que não há jovens que subam uma escada rolante sem se beijarem. É muito engraçado. Parece que já estão condicionados. Mas nunca vi velhos se beijando nem em escada rolante, muito menos em escada comum. Será que acham inadequado mostrar qualquer tipo de sensibilidade e carinho na presença de outras pessoas? Os jovens podem, mas os velhos

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Imagem ilustrativa de um casal de


e idosos de mãos dadas - Divulgação

não? Será que o amor acaba com a velhice? Ou a libido desaparece? Por acaso alguém já assistiu um filme onde acontece uma cena sensual entre dois velhos de mais de setenta anos? Faz um ano e meio que eu e meu marido nos mudamos. Estamos agora num condomínio que tem uma área externa muito boa, o que nos possibilita caminhadas gostosas. Durante esse período, sete pessoas falaram conosco, sobre nossa forma de caminhar. Primeiro foram duas adolescentes que falaram que éramos muito fofos; outro casal disse como era gostoso nos observar; outras quatro pessoas, separadamente falaram que era bonito andarmos de mãos dadas. Não conhecíamos nenhuma delas. Nem seus rostos, por causa das máscaras que estávamos todos usando, mas o que chamou a atenção deles, era o fato de estarmos todo tempo de mãos dadas e também, quando sentávamos em algum banco, o fato de rirmos, conversarmos e até trocarmos algum carinho. E aí eu pergunto: em que mundo estamos? Que mundo é esse em que um casal de velhos se abraçar é estranho, ou pelo menos chama a atenção, o que não aconteceria se eles estivessem sentados um do lado do outro, cada um com seu celular, sem trocarem uma palavra sequer. Antes da pandemia, recebemos um convite para participarmos de um programa de televisão que falava sobre diferentes tipos de amor. Estava presente também um psicólogo que ficou logo de início, explicando o significado das duas palavras gregas: ágape e eros: a primeira sendo o amor que representa a amizade e a segunda a sensualidade. Conversando comigo no intervalo do programa, falou que era bonito ver a forma que eu e meu marido nos relacionávamos e terminou seu pensamento dizendo que ele via claramente a manifestação do ágape em nossas vidas. E eu vi que ele era um psicólogo de mais de 40 anos, um estudioso, mas que de velho, ele não entendia nada, ou pelo menos ainda estava preso aos conceitos antigos de que idoso não pode ter libido. Eu então respondi imediatamente, dizendo que nosso relacionamento, tinha ágape e também eros. Que éramos amigos, companheiros, cúmplices, mas também amantes. Por que insistem em fracionar, em dividir a nossa parte afetiva, dizendo o que é próprio ou não para a nossa idade? Nós é que sabemos do que gostamos, o que queremos e do que temos vontade. E, para encerrar, reflito: aos 82 anos não tenho mais idade para me submeter à tabus e quaisquer conceitos retrógrados e preconceituosos. Vivo minha vida fazendo e recebendo carinho e isso é muito bom!

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Mensagens

Fluir Luiz Arnaldo Moncau

Fluir: como é vasta a dimensão desta palavra. Tudo é um fluir. Crianças fluem pelos jardins, emoções fluem dentro de nós. O tempo flui, materiais fluem gerando obras, flui a vida, fluímos nós. Por que amizades e amores fluem e de repente deixam de fluir? Por que alguns ambientes fluem, permitem que fluamos em seu seio, permitem que fluam projetos, ideias, realizações, relacionamentos? E por que outros ambientes impedem esta fluidez, estancam nossa vida, travam nossos sonhos? Escrevo. Fluem pensamentos e palavras. Flui algo dentro de mim que grita e luta para se transformar em realidade. Como é grande o tanto que julgamos ser e poder, o que sentimos e achamos. No entanto, como é pouco o que conseguimos fluir sob a forma de ações e realizações. Nossa angústia é a pressão de sensações, desejos, sonhos e indignações que não conseguem fluir. Pois não somos o que sentimos ou pensamos, somos apenas o que fluímos. Ovos lançados ao alto se estatelam ao encontrar o chão. E’ um fluxo previsível e inevitável. Por que arremessamos ovos esperando que não se quebrem? Por que esperamos resultados de sementes que não lançamos, que não fluíram? Qual canário em uma gaiola, seu trinado é o lamento de voos que não fluíram. E ao trinado do canário se junta o nosso lamento, pela felicidade, sonhos, emoções e desejos, prisioneiros de uma gaiola cuja porta está aberta, e da qual tememos sair pelo simples medo de voar. Por que impedimos que nossa grandeza flua e ilumine as coisas ao nosso derredor? Precisamos escancarar as janelas de nosso ser, deixando fluir com toda intensidade o nosso valor, o nosso espírito indomado, a nossa luta, os sentimentos de amor e de conquista que se agitam dentro de nós. Precisamos sair, nos livrar da angústia e voar nossos sonhos. Precisamos fluir, antes que a gaiola se feche e a vida se apague.

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Ilustração: M.Conti

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Falando em leitura

Pós - Modernismo Marly de Souza C. Almeida Pres. da Academia Contemporânea de Letras

O pós-modernismo, também chamado por alguns estudiosos de movimento contemporâneo, pós-industrial, desenvolveu-se em meados do século XX, através do ceticismo (corrente filosófica), da arquitetura, das artes, da crítica, estabelecendo um distanciamento da fase modernista, sendo marcado pela Revolução Industrial. Nasceu em 1945, mas foi apenas em 1960, com a influência da tecnologia na sociedade, que se expandiu. As máquinas começaram a tomar o lugar dos trabalhadores, as desigualdades das classes sociais se acentuaram, o consumismo e a valorização do corpo passaram a ser mais importantes que quaisquer assuntos intelectuais. A pirâmide SER, FAZER TER (Eu sou, eu posso, eu tenho) foi invertida para TER, FAZER, SER (Eu mereço, eu posso, eu sou). Óbvio que o mundo ganhou com a informatização e com o desenvolvimento científico, porém os valores em relação à literatura, artes e cultura foram deixados de lado. O pós-modernismo preza pela liberdade na escolha de estilos, “o real e imaginário, além de explorar as pluralidades sociais. É desta forma que as artes desse movimento acabam por se desenvolverem. Algumas das características da arte pós-moderna são: • Exploração do humor, do lúdico e da metalinguagem; • Ligação entre linguagem artística com realidade multifacetada; • Fragmentada, híbrida, sem hierarquia; • Desconstrução de valores e pluralização dos gêneros; • Espetacularização social, ou seja, transformar todos os aspectos do cotidiano um espetáculo; • Abandono de suportes tradicionais; • Uso das mídias e tecnologias para a composição de peças. (www. educamaisbrasil.com.br) “. Durante esse período, até os dias de hoje, muitas mudanças ocorreram, tanto na arte, quanto na arquitetura e na literatura. Surgiram outras formas poéticas para poemas e prosas: concretismo (forma visual), minimalismo, poesias “engajadas” (periferia, também chamada de marginal, denúncia da injustiça social), poesia-práxis (buscava representar a matéria-prima capaz de ser transformada, aberta). Quanto à linguagem: discursiva, direta e simples.

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Ferreira Gulla


ar - arquivo

Exemplo de poesia social: Não há Vagas O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz não cabe no poema. Não cabem no poema o gás a luz o telefone a sonegação do leite da carne do açúcar do pão O funcionário público não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada em arquivos. Como não cabe no poema o operário que esmerila seu dia de aço e carvão nas oficinas escuras – porqu o poema, senhores, está fechado: “não há vagas” Só cabe no poema o homem sem estômago a mulher de nuvens a fruta sem preço O poema, senhores, não fede nem cheira Ferreira Gullar Exemplo de Poesia Marginal, também chamada de Geração Mimeógrafo, que “foi um movimento sociocultural que atingiu as artes (música, cinema, teatro, artes plásticas) sobretudo, a literatura. Esse movimento surgiu na década de 70 no Brasil e influenciou diretamente na produção cultural do país. (Daniela Diana, do site Toda Matéria) ”. Paulo Leminski, um dos grandes representantes dessa geração, define o termo marginal: “Marginal é quem escreve à margem, deixando branca a página para que a paisagem passe e deixe tudo claro à sua passagem. Marginal, escrever na entrelinha, sem nunca saber direito quem veio primeiro, o ovo ou a galinha”. FONTES: https://pt.wikipedia.org/ https://www.educamaisbrasil.com. br/ https://www.todamateria.com.br

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Mensagens para leituras e reflexões

Vivendo e aprendendo sempre Lenildo Solano Professor

A vida é a nossa escola popular e democrática onde ensinamos e aprendemos a todo instante na perfeita interação começando no lar, na família e se estendo com convívio com outras pessoas. Desde que estejamos abertos, humildes, dispostos a novos conhecimentos com as crianças, com os idosos principalmente aprendemos em nossas conversas; aprendemos com os animais e com a mãe Natureza. Para contemplar a sede de aprendizagem temos os livros, as revistas, os jornais enfim a mídia, a internet que disponibilizam leques de conhecimentos, bastando selecionar os adequados. Finalizamos este pequeno alerta com esta simples poesia: APRENDER, APRENDER Aprender, aprender deve ser uma constante em nossas vidas nas oportunidades por ela nos concedidas Aprender na família e certo na escola aprender na rua com o mexer da roda Aprender com os animais em sua simplicidade no comer principalmente com toda fraternidade Com as crianças e certamente com os idosos aprender com a mãe Natureza com seu amor, sua força e sua beleza. Obrigado Senhor pela vida!

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Dica de leitura - Amazon


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Em todas as telas

Fingindo demência: humor ou preconceito? Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade

Frase que tem se tornado comum merece ser discutida; “técnica” também é usada por idosos

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A divertida série Grace & Frankie tam pos do envelhecer, mas sem e

Fotos: divulgação

Uma expressão que tenho ouvido com certa frequência é “fingir demência”, usada para fingir que não entendeu algo, que aquilo não lhe diz respeito. Mas será que ela não vem também carregada de preconceito e do estereótipo sobre o que é vivenciado por pessoas com demência? A associação mais comum quando se fala em demência é com o esquecimento, mas vai muito além, trata-se de uma doença neurodegenerativa, com implicações em toda a rotina do paciente, e também de sua família. E sempre vale lembra que nem sempre se trata da Doença de Alzheimer, embora seja o tipo mais comum de demência. Acho que vou sugerir a expressão para a segunda edição do Glossário Coletivo de Enfrentamento ao Idadismo, que está sendo preparado pela Longevida, consultoria da área do envelhecimento, e por parceiros de 18 Estados. As contribuições de palavras, termos, expressões e depoimentos podem ser feitas pelo formulário disponível no link: http://bit.ly/ contribglossario. Por outro lado, tenho visto que “fingir demência”, se apropriando dos estereótipos associados ao envelhecimento, pode tirar pessoas idosas de determinadas situações como em séries dos serviços de streaming recentes, que, nesse caso acredito reproduzem a realidade. Situações assim aparecem na divertida “Grace & Frankie”, estrelada por Jane Fon-

A série de ficção científica “Night Sissy Spacek e


mbém se aproveita dos estereótiesquecer do protagonismo

da, de 84 anos, e Lily Tomlin, 82, que está com a última temporada disponível no Netflix, e na recém-lançada série de ficção científica “Night Sky”, do Amazon Prime, que tem como personagens principais o casal Irene e Franklin York, vividos por Sissy Spacek, 72, e J.K. Simmons, 67. Nas duas séries, embora o protagonismo da pessoa idosa esteja presente e seja bem trabalhado, há cenas em que os personagens usam dos estereótipos, associados ao envelhecer para conseguir driblar situações, e até mesmo a lei, como no caso de Grace, personagem de Jane Fonda. Um spoiler para quem ainda não viu, é fingindo que a mulher tem demência e saúde frágil, que o marido Nick (Peter Gallagher), um pouco mais novo, consegue a liberdade condicional. Como ela é uma 80+, quem questiona que ela esteja nessa situação? A série traz várias temáticas importantes nessa última temporada, como a finitude, vale muito a pena conferir. Quem estuda a longevidade e o envelhecimento, o que deveria ser comum nas mais diferentes áreas, como nesse caso o Direito, saberia que essa nem sempre é a realidade das pessoas idosas. Muitos são os que estão plenos e ativos, sejam 80+ ou até 90+. Porém, para a maioria a associação é imediata com demência, dificuldade de mobilidade e audição. Na série de ficção científica da Amazon, o casal de idosos vive sozinho e se vira bem, embora a mulher tenha tido uma queda e isso a tenha fragilizado emocionalmente. E a queda é mesmo um grande problema para a população idosa, comprometendo a saúde e a confiança em andar sozinha, sem ajuda de dispositivos. Aqui mais um spoiler, com a cena em que o casal quer se livrar da visita de um policial. A mulher aproveita um momento e mente ao policial que o marido estaria ficando confuso, esquecendo das coisas. O policial nem questiona e logo vai embora. Pode-se dizer que ela literalmente fingiu demência, e nem foi a dela, foi do marido. É preciso atenção com o que dizemos, atenção com as pessoas ao nosso redor, que, embora pareçam fragilizadas, nem sempre são. A violência também está presente nas palavras, por isso mais que um trabalho de desconstrução sociocultural, trata-se da urgência da desmarginalização, das pessoas idosas não estarem mais à margem, mas no centro dos debates.

t Sky” tem como protagonistas J.K. Simmons

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Mais que conectar pessoas. So

Todos nós precisamos de ac mundo não tem como se co nossa visão gira em torno da para todos e em todos o

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omos a tecnologia à serviço da liberdade.

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Nosso cafézinho

Café - Dicas e curiosidades Fotos: enviadas pela colunista Cida Castilho Barista

Após vários métodos diferentes de se fazer o nosso café, vou dar início a dicas sobre o nosso cafezinho ou melhor; a borra de café e como pode ser útil. Vamos ver também alguns costumes de lugares e países em como servem a bebida de diferentes formas. Dicas 1Borra de café, As vezes colocamos alguns alimentos na geladeira desprotegido de tampas, de papel filme, enfim; acabam por deixar nossa geladeira com odor ruim que contaminam os outros alimentos. Ai que entra a borra de café... O pó de café que fez o seu cafezinho (pó já utilizado), você coloca 1 (uma) colher de sopa em um pote aberto dentro da geladeira e deixa que o cheiro desagradável vai sumir muito rápido. Outro dia coloquei sem perceber cebola sem nenhuma proteção, e adivinha, quando abria a geladeira realçava o cheiro muito forte imediatamente coloquei borra de café, quando voltei a noite já não tinha odor de cebola. Lojas especializadas em perfumes importados tem sempre um pote de café em grãos, porque entre um perfume e outro cheiramos os grãos para limpar o aroma anterior e você poder apreciar o próximo perfume. 2Novo coador de pano, Tem muita gente que gosta do coador de pano, e quando é novo temos que ferver o coador em uma vasilha com pó de café para que o cheiro do tecido não passe para a bebida. 3Limpeza, A borra de café é ótima para clarear e limpar pia e chão da cozinha. É muito bom para lavar galheteiros e vidros de

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azeite pois ele retira a oleosidade desses utensílios. 4Adubo, Para usar em plantas ornamentais é preciso fazer uma compostagem. O processo é necessário porque a borra de café que é ácida e também tem cafeína que acaba interferindo na absorção dos nutrientes. Como realizar uma compostagem: Processo leva de 30 a 40 dias para ficar pronto para uso. Em um pote colocamos terra vegetal no fundo e uma camada fina de borra em seguida mais terra e uma camada fina de borra, assim sucessivamente. Eu costumo fazer em pote de sorvete e fecho até que a compostagem esteja pronta para uso. As plantas que receberem a compostagem irão conseguir a partir daí, absorver os nutrientes necessários. Caso coloque uma colher de borra de café nas plantas sem a compostagem, vai observar que ela cria fungos. Não é recomendado! Curiosidades ça.

1-

Beber café com chicória é hábito da Fran-

O processo é com as raízes da chicória, basta cortar colocar na assadeira em forno a 180 graus para secar, depois moer e adicionar ao pó de café. Se for experimentar, coloque na quantidade que for utilizar para degustar. 2Colocar pedaço de chocolate no fundo da xicara de café é muito usado na Belgica. 3Canela e ¹cardamomo, alho ou gengibre é muito usado na África para dar sabor no café 4“Sonata do café “ composta por Johan Sebastian Bach. 5Café em Portugal é chamado de “bica”. 6Licor ²Kirsh é adicionado no café na Suíça. ¹ cardamomo originário da Índia. Chegou a Europa com a rota das caravanas e seguiu com os vikings de Constantinopla à Escandinávia onde é popular. ² Licor Kirsh ou Kirsh wasser é uma aguardente de frutas incolor, tradicionalmente feito a partir da dupla destilação de ginjas (prunu cerasus) é uma cereja azeda de cor escura também usado na produção do licor Ginja em Portugal. Hoje em dia é usado com outros tipos de cereja também. Informações retiradas da Wikipédia

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Receitas Fáceis

DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA Fotos e receitas da Colunista

Ebe Fabra Chef de Gastronomia

JUNHO mês das Festas Juninas passou junto com as Quermesses. Foi muita pipoca, amendoim, maçã do amor, bolo de milho, de fubá, pé de moleque, curau, pamonha, paçoca, arroz doce, canjica, cachorro quente, carne louca, cuscuz, caldos e muito mais. Mesmo assim muitas dessas delícias podem ser feitas a qualquer hora e dia. Aqui vão minhas dicas Para começar.... PIPOCA COM PASTA DE AMENDOIM Ingredientes: * 100g de milho de pipoca estourado * 150g de pasta de amendoim * 160g de mel * uma pitada de sal Modo de fazer: Pegue uma panela pequena, coloque o mel, o açúcar e a pitada de sal. Leve ao fogo, mexa e deixe ferver por 3 minutos. Adicione a pasta de amendoim e misture até encorpar. Desligue o fogo, misture essa calda com as pipocas já estouradas e espalhe em uma assadeira. BOLO DE FUBÁ COM COBERTURA DE GOIABADA Ingredientes: MASSA * 3 ovos grandes * 2 xícaras (chá) de açúcar * 1 xícara (chá) de leite ( em temperatura ambiente) * 1 xícara (chá) de óleo * 2 xícaras (chá) de fubá

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* 1 xícara (chá) de farinha de trigo * 1 colher (sopa) de fermento em pó COBERTURA * 1 xícara (chá) de água * 1 xícara (chá) de goiabada cortada em cubinhos Modo de fazer: Pré aqueça o forno a 180° C, unte e enfarinhe uma forma com furo no centro. No liquidificador, adicione os ovos e o açúcar, bata até obter um creme amarelo claro. Adicione o leite, óleo e o fubá, bata novamente até ficar homogêneo. Num bowl grande adicione a farinha de trigo e o fermento, misture bem acrescente a mistura do liquidificador e mexa bem, até a farinha ficar bem incorporada. Coloque a massa na assadeira untada e enfarinhada. Se preferir, distribua alguns cubinhos de goiabada pela massa. Leve a massa do bolo ao forno pré aquecido por aproximadamente 30 minutos ou fure com um palito ( o palito precisa sair limpo). Para a cobertura: em uma panela pequena, coloque a goiabada e a água e leve ao fogo baixo, mexendo de vez em quando até a goiabada derreter. Espere esfriar, desenforme e coloque a cobertura sobre o bolo. Sirva a seguir. SOPA DE MILHO VERDE Ingredientes: * 6 espigas de milho verde debulhadas(com o milho limpo corte os grãos no sentido vertical) * 1 cebola média cortada em cubinhos * 3 grãos de alho espremido * sal a gosto * 2 colheres(sopa) de manteiga sem sal * Pimenta do reino a gosto * 1 pires (de café) de cheiro verde picadinho * 1 tomate (grande) em cubinhos sem sementes Modo de fazer: Coloque os grãos de milho dentro do liquidificador e coloque 1 litros de água filtrada e bata bem, depois acrescente mais 1 litro de água e bata novamente. Passe por uma peneira e esprema bem . Pegue 1 panela grande, derreta a manteiga, coloque o alho e deixe murchar, em seguida a cebola, deixe até que esta esteja bem transparente, acrescente o caldo do 🌽milho batido, o sal, a pimenta do reino, e vá mechendo até engrossar, cuidado pra não grudar no fundo da panela. Vendo que está na textura que você quer, desligue. Senão vá reduzindo até o ponto que vc quer. Coloque os cubinhos de tomate e o cheiro verde, misture bem e pode servir bem quente, em pratos fundos, bowls, canecas aonde você achar melhor. Vamos nos esquentar neste frio! O inverno chegou!

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um livro é sempre um bom presente

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Este é um bom momento para você, empreendedor, movimentar suas vendas A chamada divulgação boca a boca é ótima mas, nos dias de hoje, o seu negócio precisa estar onde suas vendas irão subir muito: As redes sociais é o lugar onde você precisa estar com o seu negócio. Porém não é só criar um perfil e deixar lá não, é preciso trabalhar no perfil Oi? Você não sabe como trabalhar o seu perfil? Então vai lá no seu inbox e entra em contato com a gente. Você está pensando que o valor é muito alto? Vem conversar com a gente

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