3 minute read

Cidália Aguiar CAPA 37 e

Advertisement

90 anos depois, num congresso de pomologia, foi reconhecida oficialmente. Existe até uma confraria da pera Rocha. A cerimónia de apresentação decorreu em Sintra em homenagem à localização da Fazenda Rocha.

A colheita

A apanha da pera Rocha é feita de modo tradicional, à mão e durante o mês de agosto. Há contratação, nesta época, de jovens que partem à “aventura da apanha da pera” nos campos da região. Há um truque para colher as peras sem as danificar, agarrando o fruto e puxando para cima, rolando ao mesmo tempo.

A conservação

A grande capacidade de conservação é potenciada, caso haja cuidado especial na apanha e no transporte para as centrais de conservação. Há condições específicas para a normalização, rotulagem e acondicionamento destes frutos. Não há bela sem senão (como se diz em Portugal…) mas há soluções Numa cultura intensiva, esta árvore tem vindo a ocupar cada vez mais os solos disponíveis no Oeste, contribuindo para o empobrecimento dos solos. O uso de produtos químicos para pulverizar tem também um impacto negativo na biodiversidade. Para solucionar estes problemas, promove-se o cultivo de certas espécies de plantas que aumentem a quantidade de nutrientes disponíveis (como, por exemplo, os trevos). Muitos produtores optaram já pela produção Integrada ou biológica. A Pera Rocha do Oeste foi reconhecida em 2003 como Denominação de Origem Protegida (DOP), selo da União Europeia que certifica a qualidade e tradição de produtos alimentares e agrícolas. http://perarocha.pt/pera-rocha É um fruto delicioso e nutritivo que distingue nacional e internacionalmente a região do Oeste de Portugal.

Antropologia Cultura Chinchorro

Osvaldo B. de Moraes Historiador

O deserto de Atacama situado ao norte do Chile se estende até o sul do Peru e segundo especialistas é o mais seco e talvez o mais antigo do planeta. Ao norte do Chile se encontra Arica, uma província que foi um importante porto espanhol para exportação de prata da região do Peru, que após uma guerra, passou para o domínio chileno. Hoje é frequentada por turistas por suas praias que favorece a prática de surf. Alcançando o Morro Arica se obtém uma vista panorâmica da região. A catedral de São Marco feita em metal e madeira, em estilo gótico é outra atração, além do Museu Histórico y de Armas. Através dos sítios arqueológicos existentes na região foi possível traçar um perfil de seus antigos habitantes, que viviam da pesca, da agricultura e da caça, sendo que a maior parte dos alimentos era extraída do oceano. Na costa desértica habitavam um povo “Chinchorros”, que significa “barcos de pesca” estabelecido por volta de 7000 a.C. atraídos pela abundância de recursos marítimos. Nessa exploração dos recursos marinhos conseguiram desenvolver ferramentas que facilitavam a pesca, como anzóis feitos de espinhos de cactos e pontas de arpão, além de outros artefatos feitos de mineral ou vegetal, bem como de ossos e conchas. Sendo a pesca o instrumento mais frequente para alimentação, eles criaram assentamentos na foz dos rios e riachos, sendo que informações arqueológicas mostraram indícios de que se organizavam em grupos de trinta a cinquenta pessoas provavelmente com alguma relação de parentesco. Estabelecidos em lugar fixo os chinchorros puderam construir cemitérios onde realizavam ritos funerários para veneração de seus mortos. Muitos sítios de Chinchorros se localizavam no deserto de Atacama que possuem elevados níveis de cobre, arsênio e outros metais tóxicos, cujos traços foram identificados nos cabelos e dentes das múmias, além de porcentagens elevadas de arsênio. Segundo pesquisas arqueológicas os chinchorros possuíam uma técnica de mumificação de corpos superior aos egípcios Portanto, os corpos embalsamados encontrados no deserto de Atacama, no Chile que se presume existirem a cerca de 7000 anos, evidenciam que já eram utilizados processos complexos e são mais antigos do que os egípcios. Pesquisas da Universidade de Tarapacá no Chile demonstram que o processo de mumificação era feito através da extração dos órgãos e vísceras por meio de incisões e substituídos por vegetais, penas, pedaços de couro e lã. Removia-se também o couro cabeludo e a pele do rosto, bem como abria-se

This article is from: