textos do iifrr
O QUE PENSARÃO?
Hernán Rustein I
Desejamos deixar de perceber o judaísmo como sendo um ancião dizendo “não”, para que se assemelhe a alguém que, olhando com entusiasmo para as bibliotecas, diga “sim” com criatividade, fundamento e alegria.
− A ilusão não se come − disse ela. − Não é comida, mas alimenta − respondeu o coronel. [Gabriel Garcia Marques]
A
lgo fica muito claro durante as aulas regulares e as reuniões presenciais dos estudantes do Instituto Ibero-Americano de Formação Rabínica Reformista: há muita emoção e entusiasmo. O desejo de todos parece ser o de criar uma alternativa que conduza a uma vida judaica cheia de sentido, baseada fortemente em nossos textos e que encontre uma maneira de incluir e atrair aqueles que sempre se sentiram excluídos ou que não se identificaram com o que o atual mundo judaico da nossa região tem para oferecer. Parar de perceber o judaísmo como sendo “um ancião dizendo não” (Kamenetz, p. 48), para que se assemelhe a alguém que, olhando com entusiasmo para as bibliotecas, diga sim com criatividade, fundamento e alegria. Características estas que são compartilhadas por todos os nossos professores e que se tornam palpáveis em cada aula e a cada troca entre os alunos. Este artigo apresenta algumas ideias do pensamento filosófico judaico contemporâneo, conforme discutido em nosso grupo. Como estudante rabínico, meu interesse não está no rigor técnico da análise, mas em mostrar como esses conceitos ressoam nas buscas e motivações atuais daqueles que estão liderando esse particular momento da gênese institucional.
66 | d e v a r i m | Revista da Associação Religiosa Israelita-A R I