O estresse, a depressão e a vontade de dormir Havia meses que não conseguia relaxar e dormir o “sono dos justos”, aquele sono profundo, relaxante e rejuvenescedor. Uma mistura de insônia, ansiedade e depressão o atormentavam. Era só se preparar para deitar que começava a surgir um turbilhão de pensamentos, emoções e sentimentos negativos, que lhe despertava uma aflição incontrolável e uma angústia sem limite... Uma agonia recheada de amargura, descontentamento e desgosto. Seu desejo de dormir seguia frustrado, intercalado por muitas noites em claro que duravam semanas e até meses. O sono só chegava ao amanhecer. O corpo, no limite do cansaço, consumia preciosas doses de energias, que o fazia se render ao próprio esgotamento físico e mental. A insônia fazia-o perder valiosas horas de sono que poderia ser usadas para renovar as energias vitais durante a noite e torná-lo fecundo e criativo durante o dia. O sono, esperado e desejado, escapava entre sentimentos e emoções desordenadas, que se misturavam e o confundia, acelerando seus pensamentos e produzindo caos em sua imaginação, ocasionando agitação física, desordem mental e conflitos emocionais. Ele sabia que a insuficiência de sono aumentava consideravelmente os riscos de ocorrência de doenças físicas e mentais. Compreendia que esse déficit noturno pudesse provocar acidentes no trânsito e no trabalho, além de diminuir consideravelmente a sua produtividade laboral. As alterações do humor era outra vertente invadida pela insônia recorrente, que Justino contabilizava no seu dia a dia, como o aumento da agressividade e dificuldades para proceder com ações e gestos simples de generosidade, capazes de manter o convívio saudável e as boas relações sociais. 92 | Sonetos da Meia Noite Contos do Meio Dia