Encontro inesperado Dezessete horas da última sexta feira do mês de janeiro, numa agência bancária situada na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, Michelle despede-se dos amigos apressadamente dos colegas de trabalho. Tem voo marcado às 22 horas e terá que está no Galeão uma hora antes, onde embarcará para Maceió. É a primeira vez que Michelle sai de férias, apesar desse ser seu segundo emprego. O primeiro, como caixa de uma loja de grife no Rio Sul, não durou nem um ano. Curtir férias foi um luxo que sua família não pode lhe proporcionar. Antes de seguir para o aeroporto, passa em seu apartamento em Vila Isabel, onde confere a bagagem e dá os últimos retoques na maquiagem, verifica a bolsa e confere a passagem, documento de identidade, cartão de crédito e dinheiro para pagar o traslado até o aeroporto. O interfone toca. É o porteiro avisando que o taxi já está a sua espera. Já próximo do aeroporto, o celular toca. É o ex-namorado que insiste numa reaproximação. Quer reatar a relação e, para isso, não tem medido esforços. Ele convida Michelle para sair à noite, conversar, descontrair, ir a um barzinho, bater papo... Enfim, fazer alguma coisa juntos. Ela agradece o convite, mas diz ser impossível, pois está prestes a embarcar para o Nordeste, em férias. Ele insiste em prosseguir com o diálogo. Quer sabe das possibilidades de virem a ficar juntos novamente. Ela diz que pensará no caso durante a viagem e promete entrar em contato assim que retornar. Desliga o telefone, olha para o relógio pede para o taxista deixá-la o mais próximo possível do guichê da companhia aérea. O motorista, percebendo que ela está dá sinal de ansiedade, a tranquiliza, dizendo haver tempo suficiente para ela embarcar sem nenhum transtorno. Lutero Rodrigues Bezerra de Melo | 75