A guerra Palestina aos Empresários Bassam Tawil, em 5 de julho de 2019 A repressão da Autoridade Palestina aos empresários que participaram da recente conferência econômica “Da Paz à Prosperidade”7, liderada pelos EUA no Bahrein, sinaliza como os líderes palestinos agem diretamente contra os interesses de seu próprio povo. Ainda mais preocupante é a mensagem que esta repressão envia ao público palestino: quem se atreve a trabalhar com o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, será denunciado como traidor e colaborador dos “inimigos” dos palestinos: os EUA e Israel. Os treze empresários palestinos que desafiaram o pedido da Autoridade Palestina de boicotar a conferência do Bahrein estão sendo alvo das forças de segurança de Mahmoud Abbas na Cisjordânia. Alguns foram forçados a se esconder, enquanto outros estão adotando um perfil discreto depois de receber ameaças de muitos grupos palestinos, incluindo a facção Fatah, de Abbas. A campanha de intimidação contra os empresários que participaram da conferência do Bahrein começou semanas antes de se dirigirem à Manama, onde ela se realizou. Ativistas da mídia social lançaram uma campanha para envergonhá-los, que incluiu a publicação de seus nomes e fotos em vários sites. Encabeçados pelo Fatah, os organizadores da campanha alertaram que a participação na conferência equivaleria a traição. Apesar das ameaças, o empresário palestino Ashraf Jabari, que pertence a um grande clã da cidade de Hebron, na Cisjordânia, liderou uma delegação de 13 membros de líderes empresariais que viajaram para o Bahrein. A delegação fazia parte de um grupo chamado Rede Palestina de Negócios, que não tem afiliações políticas. Jabari e seus companheiros dizem que não foram ao Bahrein como representantes da Autoridade Palestina ou de qualquer facção. E acrescentaram que foram à conferência depois de receberem convites pessoais da administração dos EUA. A participação deles na conferência enfureceu Abbas e muitos palestinos, que pediram sua punição e que fossem julgados por traição do povo e da causa palestina. Não demorou muito para Abbas agir. As forças de segurança palestinas tentaram prendê-los menos de 24 ho-
ras depois que voltaram para suas casas na Cisjordânia. Os oficiais de segurança conseguiram, no entanto, prender apenas um homem de negócios, Saleh Abu Mayaleh, de Hebron. No dia seguinte, a Autoridade Palestina, sob pressão do governo dos EUA, foi forçada a libertá-lo, um ato que atraiu duras críticas de muitos palestinos. Um segundo empresário de Hebron, Ashraf Ghanem, disse que conseguiu fugir de sua casa antes da chegada das forças de segurança palestinas. Cinquenta policiais, acrescentou, invadiram sua casa e confiscaram seu passaporte e cartões de crédito. Ghanem, dono de um negócio de móveis, foi forçado a se esconder. Os empresários não foram ao Bahrein para discutir questões políticas. Nenhum deles é conhecido por ser afiliado a qualquer facção política palestina. Eles viajaram para o Bahrein para discutir formas de impulsionar a economia palestina e melhorar as condições de vida de seu povo. Eles presumivelmente foram à conferência para discutir projetos econômicos – como qualquer homem de negócios faria. Ao reprimir esses empresários, a liderança da Autoridade Palestina está deixando claro que melhorar a economia é a última coisa que ela tem em mente. Ao boicotar a conferência no Bahrein os líderes palestinos já haviam enviado uma mensagem de fato ao mundo, dizendo que prefeririam a continuação das dificuldades econômicas do que colaborar para a solução do conflito. A mais alta prioridade da Autoridade Palestina deveria ser combater o Hamas e impedir que ele estenda seu controle da Faixa de Gaza para a Cisjordânia. A mais alta prioridade da Autoridade Palestina deve ser também combater a corrupção financeira e administrativa e buscar formas de impulsionar a economia palestina, resolvendo questões relacionadas ao aumento do desemprego e da pobreza. Em vez de cuspir nos rostos dos empresários, os líderes palestinos devem trabalhar em estreita colaboração com Israel e os EUA e qualquer outro que queira ajudar o povo palestino. Em vez disso, Abbas e seus altos funcionários da Cisjordânia entendem que seu mandato é para intimidar e encarcerar empresários por participarem de uma conferência econômica. Como a comunidade internacional, especificamente os europeus, respondeu à repressão de Abbas aos empresários? Com o silêncio. Onde estão as condenações da União Eu-
Revista da Associação Religiosa Israelita-ari
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