Devarim 39 (ano 14, agosto 2019)

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Desmistificando o “Terrorista Pobre”

Claude Berrebi e Owen Engel Os jihadistas que cometeram o massacre de Páscoa no Sri Lanka eram membros da elite educada de seu país, um contexto mais próximo da norma do que da exceção. Este texto, ricamente documentado, retrata a mística da relação entre terror e desespero.

Esse texto foi publicado originalmente em inglês pela revista Tablet (tabletmag.org) de 30 de abril de 2019. Foi traduzido por Devarim e está sendo publicado sob a gentil permissão da Tablet.

O

s atentados no domingo de Páscoa, visando os fiéis cristãos no Sri Lanka, foi um dos ataques terroristas mais mortíferos da história moderna. O massacre, no qual cerca de 250 pessoas foram mortas, foi planejado e coordenado com sofisticação e foi rapidamente atribuído ao Estado Islâmico, um grupo que, qualquer que seja o papel que tenha desempenhado, é conhecido por possuir o conhecimento técnico e rede operacional necessários para realizar este tipo de ataque. A maior surpresa para muitos foi a origem dos nove terroristas islâmicos, incluindo uma mulher, que realizaram os atentados suicidas. Longe da imagem comum de terroristas embrutecidos, levados a cometer atos desesperados por conta do desespero que abate suas vidas, os terroristas do Sri Lanka eram membros da elite de seu país. “A maioria dos terroristas é bem educada [e] provém de famílias economicamente bem estabelecidas. Alguns deles estudaram no exterior”, disse o ministro adjunto de Defesa do Sri Lanka, Ruwan Wijewardene, em entrevista coletiva1. Um dos supostos agressores estudou Direito na Austrália, enquanto outros dois, irmãos, são filhos de um homem de negócios rico e bem estabelecido.

Revista da Associação Religiosa Israelita-ari

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