Revista BR Cooperativo - Edição nº 7 (fevereiro-2021)

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das estáveis digitais como o dólar digital, real digital — a transação é realizada. o próprio contrato vai mudar os registros necessários no governo.

Contrato inteligente de aluguel Thiago cita o caso de uma empresa, a Slock.it, que aluga imóvel com base em contrato inteligente. o usuário paga com criptomoedas valores referentes a diária e caução. O contrato inteligente detecta o pagamento e libera a fechadura do imóvel por determinado período. Ao término do contrato, a fechadura tranca automaticamente. Em 2019, o crescimento de empréstimos descentralizados em blockchain bateu recorde. Thiago diz que em julho o movimento desse mercado passou dos 100 bilhões de dólares. Pessoas que não desejam se desfazer de seus bitcoins os colacam como garantia de um empréstimo. Por exemplo, para você tomar

$100.000 de empréstimo depositados em um contrato Inteligente você teria que depositar o outros ativos digitais o equivalente a $100.000 ou mais do que isso. Isso possibilita ao tomador de empréstimo a manutenção de seus bitcoins ou ativos digitais, já que, ao término do contrato de empréstimo ele não teria se desfeito de suas moedas digitais. “São pessoas que não querem vender seus ativos digitais. Então seria o equivalente a você hipotecar de alguma forma seus bitcoins. Você está dando depósito em garantia com seus bitcoins para pegar dólares como empréstimo. Dessa forma, você não vendeu o seu ativo base. Se valorizar em algum momento você não se desfez daquele Bitcoin”, explicou. Transparência Os contratos inteligentes são transparentes. Pessoas de várias partes do mundo disponibilizam empréstimos em ambiente 100% digital. Há contratos

que remuneram, em média ,juro de 4% ao ano em dólar. Quem pega emprestado paga 7% ao ano. Pela primeira vez o mundo conta com uma rede 100% descentralizada de obtenção de capital. “Você não vai nem saber o nome da pessoa que tomou um empréstimo do outro lado e isso é muito fascinante e abre um leque de possibilidades para o futuro”, argumentou Thiago. Pessoas que antigamente não poderiam financiar operações de crédito contam agora com essa possibilidade. Mesmo sem serem instituições financeiras. “Acho que o tomador do empréstimo tem possibilidade de levantar capital sem precisar se desfazer de seus ativos digitais. Então, vamos pensar globalmente como podemos repensar o mundo do crédito do cooperativismo usando essas tecnologias e meios dos ativos digitais, usando contratos inteligentes e expandindo a esse mercado para um cenário global das finanças descentralizadas”.

Banco de crédito agrícola de Portugal e a sua transformação digital

C

om mais de 150 anos de história em Portugal, o Grupo de Crédito Agrícola é o maior grupo completivo bancário corporativo português. Passou firmemente pela crise do início do século XXI. Mas chegou a hora de novos desafios. A média de idade dos clientes é de 54 anos, com presença concentrada em zonas rurais do interior de Portugal. O crédito é menor entre os jovens, que percebem o sistema como pouco moderno. Há dois anos, o grupo decidiu ingressar na modernidade ao lançar um projeto para o setor financeiro. E a motivação se deu com a constatação de que novos entes financeiros ingressaram no mercado. A entrada de startups altamente financiadas como paypal, Revolut, N26, uma legislação mais aberta na Europa e clientes menos fiéis são o cenário atual deste mundo digital. “Tudo isso são desafios. Era necessário pensar o negócio nesse contexto novo”, apontou o palestrante Ricardo Madeira. A necessidade direciona para novos caminhos. O banco passou a criar ofertas para o público mais jovem e urbano. Criou o Projeto i9. Inicialmente, em uma estrutura paralela ao banco tradicional: “No protótipo, vimos a necessidade de criar uma estrutura ao lado, com um ambiente que nós chamamos de ‘garagem’, com pessoas que não andam de terno e gravata, mais impessoal, no espírito de Startup”. Eles criaram uma marca nova, digital, disponível apenas por smartphone. Inova até na forma de tratar o cliente em Portugal, referindo-se a ele pelo pronome ‘tu’, sem balcão, sem taxas e sem comissões.

Ricardo Moreira apresentou o Moey

“Os bancos em Portugal e na Europa, são vistos ainda como sendo muito formais. E esse banco pretende criar um movimento social, uma atração junto a camada jovem e urbana, que seja muito diferente”.

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Moey!, um banco nada a ver Foi criado o “Moey!” — (acrônimo de Money, dinheiro em inglês, mas sem o “n”), “Um banco nada a ver”. As funcionalidades fundamentais do Moey! — a abertura de conta completamente digital, com identificação utilizando um documento de identidade digital de um serviço do Estado. A conta é aberta em minutos. Sistema de pagamento integrado, investimentos no google play, entre outras facilidades digitais locais. Depósitos, transferências, poupanças e pagamentos

são disponibilizados aos clientes do Moey! Até mesmo a divisão de pagamentos em bares durante reuniões com amigos é prevista no sistema, bem como a criação de grupos, semelhantes como no facebook, para partilhar despesas: “Eu divido uma conta, eu pago o almoço. Jovens casais que vivem juntos e não querem ter uma conta conjunta tem um grupo de despesas, um paga comida, outro paga a despesa, e no fim do mês racham as despesas. Tudo é feito no aplicativo”, explica Ricardo Madeira. Todas as ações em conta corrente e cartão de crédito podem ser feitas pelo aplicativo do banco Moey! Em breve, o moderno banco cooperativo português vai lançar cartão de crédito, parcerias empresariais e muito mais para os clientes, como um conjunto de vantagens para quem faz pagamento de contas nos canais de atendimento.

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BR Cooperativo l Ano 2 l Nº 7 l Fevereiro 2021

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