Capa - WCM2020

“Na verdade um avatar marionete ao futuro do trabalho. Para Tiago, entre outras, tudo isso é muito difícil de é um boneco que eu manipulo digitalmente, no tempo real. Eu e qualquer pessoa pode fazer isso digitalmente de maneira em que uma aula seja dada em que um professor ou uma professora manipule avatares e serem reproduzidos no mundo inteiro”. As conversas de avatares ficam iguais a conversa entre professores e alunos. Mas o mundo digital vai mais além. Tiago atividades com chance de serem automatizadas nos próximos anos são o telemarketing, a dos guardadores de carros — já que os veículos estacionarão sozinhos — e outras que sofrem o impacto da tecnologia. Mas ele abre um parêntese. Da mesma maneira, outras atividades não serão afetadas. A maioria das atividades intelectuais criativas que usam mais de uma automatizar nos próximos anos”. Para sugerir a postura ideal nesses tempos de mudança, Tiago cita três pensamentos que mais utiliza. O primeiro deles é do futurista americano Thomas Frey: “O jeito que você imagina o futuro, muda as suas ações no tempo presente”. Portanto não apenas o presente que constrói o futuro. O futuro também constrói o presente. Se eu me alimento MARKETING apresentou as pesquisas sobre a implan- inteligência, como inteligência linguís- bem hoje amanhã eu estou saudável. Se tação de chips neurais — pequenas peças tica, a inteligência lógico-matemática, a eu junto dinheiro hoje, amanhã eu tenho colocadas no cérebro. Experimentos com espacial, a interpessoal, a intrapessoal e uma poupança. Então, o que eu faço hoje ratos e macacos são realizados e estuda- a musical. Impacta amanhã. O inverso também é dos como solução ligada à educação. “Imagino que todo mundo que está verdadeiro. O jeito que eu imagino meu

“A Neuralink está querendo fazer isso me ouvindo agora usa mais uma inteli- amanhã impacta o meu hoje. com seres humanos. Tem gente que olha gência para trabalho. A inteligência arti- segunda frase da doutora Mae Jepara tudo isso e diz que nunca botaria um ficial não consegue substituir. Consegue mison: “Nunca se deixa alimentar pela chip no cérebro. Tem gente, como eu, que fazer muito bem uma coisa muito espe- imaginação limitada das outras pessoas”, botaria, tranquilamente”, disse Tiago. cífica. Por exemplo, o músico, o editor, os e por último a frase de Alvin Tofler: ”Os Futuro do trabalho escritores, diretores de arte, os produ- analfabetos do Século XXI não serão as

Diante de tanta automação, di- tores, os fotógrafos, os artistas, o multi- pessoas que não souberem ler e escrerigentes de diversas atividades co- mídia, os designers, os advogados, os ver, mas quem não souber aprender deoperativistas se perguntam quanto engenheiros, os médicos, os professores, saprender reaprender”.

Entrevista: Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg

BRC - Qual a importância de um evento como o WCM para o cooperativismo brasileiro?

O WCM já se consolidou como um dos maiores congressos cooperativistas de cunho internacional realizados no Brasil, mais especificamente em Minas Gerais. Iniciativas como essa são essenciais para a atualização do setor de acordo com propostas e temas inovadores que contribuem para fomento de gestões mais efetivas no âmbito cooperativo, que impactam no dia-a-dia e nos resultados das cooperativas.

BRC - Como nasceu e evoluiu a parceria entre o Sistema Ocemg e o WCM?

O Sistema Ocemg é parceiro e patrocinador principal do evento desde sua primeira edição. Acreditamos que parcerias como essa, de fomento, gestão e atualização, são fundamentais para a profissionalização e evolução do segmento. Os resultados ano após ano têm sido muito expressivos, tanto que o evento entrou definitivamente para o calendário anual do cooperativismo brasileiro, já tendo re-POSTS FACEBOOK: cebido cerca de mil participantes presencialmente na edição de 2019.

108

BRC - Como foi a participação da Ocemg na edição 2020, neste novo formato?

Participamos praticamente de todas as fases, inclusive de definição do formato. Em 2020, nossa participação foi ainda mais especial porque intermediamos e viabilizamos a palestra do ex-primeiro ministro do Butão, Tshering Tobgay, bem como dos painéis que sucederam sua apresentação, com uma temática muito importante para o setor ligada ao desenvolvimento sustentável e ao conceito de Felicidade Interna Bruta dentro do cooperativismo.

BRC - Que lições podem ser tiradas desta nova edição do WCM e das palestras apresentadas?

A grande lição é que podemos e devemos sempre nos adaptar para seguir adiante e com resultados. A pandemia não impediu a realização desse grande evento, mas fez com que repensássemos rapidamente todo o processo. Está aí uma reflexão importante no sentido de aprender, desaprender e reaprender.

BRC - Quais são as expectativas para a edição 2021, que deverá retornar a Belo Horizonte presencialmente, caso a pandemia possibilite sua realização?

Estamos otimistas com o início do plano de vacinação no Brasil, mas sabemos que ainda teremos que seguir as recomendações das autoridades de saúde, considerando o distanciamento social, por muito tempo ainda. Então, vamos esperar e a partir do segundo semestre avaliar, de forma mais concreta, as possibilidades. 113