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A felicidade em debate

Odebate sobre a felicidade reuniu o ex-primeiro ministro Tshering Tobgay, o presidente da Associação de Moradores de Paraisópolis, Gilson Rodrigues e a gerente de desenvolvimento humano do Sistema OCB, Gêane Ferreira. O mediador foi Pedro Lins. MARKETING

Gilson Rodrigues falou sobre Paraisópolis, uma favela-bairro paulistana. Disse que as dificuldades encontradas na cidade grande acabam por levar pessoas para as favelas, em condições de Gêane Ferreira, Tsherign Tobgay, Pedro Lins e Gilson Rodrigues: em pauta, a felicidade vulnerabilidade e tristeza.

Paraisópolis é uma favela cheia de bar- inspiração veio do Butão: res. Nossa gestão é melhor do que a da racos rodeada de bairros que estão entre “A gente não para no resultado. A pro- cidade de São Paulo contra a covid e estaas regiões mais ricas do Brasil. Formada ba- posta do FIC é que cada indivíduo respon- mos muito orgulhosos disso. Tudo estava sicamente por trabalhadores da constru- da, olhe para si e pergunte o que ele pode para dar errado. Nós tínhamos muitas fação civil e que ajudaram a erguer muitos fazer para melhorar o seu bem-estar, sua mílias vivendo em uma área apertada. E dos prédios que hoje rodeiam a favela. qualidade de vida, o que está na sua possi- as pessoas diziam que muita gente mor-

Para mudar a situação de pobreza bilidade como indivíduo, e também traçar reria. Agora, estamos salvando muitos e dos moradores, foi criado um programa um panorama enquanto organização”. inspirando outras pessoas no Brasil”. de otimização na comunidade cujo re- As iniciativas brasileiras receberam Geâne anunciou para março de 2021 sultado é festejado por Gilson: elogio do ex-primeiro-ministro do Bu- a previsão de lançamento da ferramenta

“Nos últimos dez anos, conseguimos tão. Tchering disse que não tinha nada a FIC para as cooperativas brasileiras. Tchetransformar nossa comunidade. Temos aconselhar aos brasileiros: ring aproveitou para falar como a Feliciescolas, postos de saúde, estradas. A co- “Vocês não precisam de conselhos. dade Nacional Bruta é medida no Butão: munidade tem que ser vista como um Vocês não precisam de sugestões. Vocês “É só perguntar para uma pessoa: Você lugar poderoso e não um lugar carente”. devem nos dar sugestões”, disse. está feliz? É a primeira coisa que deve con-

E as soluções funcionam para gerar Quanto à influência do Budismo na siderar. E quando perguntamos para uma renda. O PIB de Paraisópolis em 2019 foi política e economia do Butão, Tchering pessoa: Você está feliz agora? falando de de R$ 78 milhões. “É poderoso. A favela disse que, na verdade , todas as religiões uma felicidade hedonista de emoções. não é carente. Temos estabelecimentos pregam o amor aos outros. Os sentimen- Já a Felicidade Interna Bruta é mais comerciais e acreditamos na criação de tos pela humanidade podem ser incor- profunda. Tem a ver com a satisfação de nossa própria economia local”. porados nas cooperativas. Quanto aos vida, com o bem-estar amplo geral. E para

Gilson gostou de saber dos novos movimento cooperativista no Butão, ele medir isso temos nove categorias como índices do Butão e comparou com a de disse que o desenvolvimento moderno eu já mencionei. Trabalhamos com uma Paraisópolis. Os moradores são felizes na economia do país é algo novo, e que amostra de 8.000 pessoas que passam por estar no local e reconhecem a po- as cooperativas são importantes: por uma pesquisa. As respostas são anatencialidade econômica da região. Uma “Temos algumas cooperativas. De ar- lisadas pelo Centro de Estudo do Butão. pesquisa indica que 86% das pessoas de tesanato, Turismo, pequenas indústrias. Eles criam uma série de indicadores que Paraisópolis se declaram felizes. Todo setor tem a sua própria cooperati- nos dão um panorama geral da situação

“Entendemos que, por sermos pode- va. E a maior parte delas estão fazendo do Butão. O índice é de zero a um. O objerosos, podemos nos transformar.” um trabalho Fantástico”. tivo é verificar onde precisamos melhorar. E aí entram as políticas do governo”. Felicidade no cooperativismo Paraisópolis e a pandemia Finalizando, Tchering Tobgay sugere

A Gerente de Desenvolvimento Huma- Gilson Rodrigues foi perguntado aos jovens cooperativistas para que ouçam no do Sistema OCB, Gêane Ferreira, falou como Paraisópolis enfrenta a pandemia mais a própria consciência, a voz interior: sobre a felicidade no cooperativismo. da covid-19 e falta de recursos. “Nós, seres humanos, sabemos o que “A visão para o futuro da OCB é que em 2025 o movimento seja reconhecido pela competitividade, integridade e capacidade de promover a felicidade entre os membros POSTS FACEBOOK: “A melhor forma de alcançar o objetivo é organizando a população. Nós nos organizamos através de um movimento chamado presidente de rua. A cada 50 faé certo e errado. A parte de nós que sabe o que é bom para o presente. Muitas vezes queremos acumular poder, a custo de nosso vizinho. Lá no fundo, temos a voz e todas aquelas pessoas que estão relacio- mílias nós temos um voluntário para cui- interna que diz o que está certo e o que nadas ao movimento cooperativo”. Geâne disse que desde 2014 a OCB desenvolve uma ferramenta, a Felicidade Interna do Cooperativismo (FIC), um índice para ajudar as cooperativas a monitorar a felicidade de seu quadro. A 108 dar. O movimento se espalhou pelo país. Já temos 14 estados e 300 comunidades que estão fazendo o mesmo, distribuindo no Brasil mais de 1.000 cestas básicas, kits de higiene e mobilizando a população. E 83% dos nossos presidentes são mulheestá errado. A felicidade e o bem-estar precisam estar no cerne, no centro de todo benefício e de qualquer tipo de lucro de longo prazo sustentável. Por isso, o FIC é importante para o cooperativismo”, avalia o líder do Butão. 113

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BR Cooperativo l Ano 2 l Nº 7 l Fevereiro 2021 ALCANCE POSTS: