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Tendências e inovações no mercado de crédito mundial
O
crédito e as finanças descentralizadas com o advento das moedas digitais e a tecnologia blockchain. Esse foi o tópico desenvolvido pelo CEO da Transfero Swiss AG, Thiago César. Ele destacou que as Finanças Descentralizadas (DeFi) são produtos financeiros construídos com a tecnologia blockchain, onde usuários podem interagir através de contratos inteligentes. Para explicar o intrincado funcionamento das moedas virtuais como o bitcoin, Thiago diz que, em 2009, um pseudônimo identificado como Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin, que nada mais é do que um livro de registros descentralizado, auditável e verificável por múltiplos participantes da rede. “Qualquer pessoa que participe da rede do bitcoin ou de qualquer outra moeda digital tem a capacidade de verificar a validade das transações que ocorrem”. Os contratos inteligentes são códigos colocados nessa rede que se auto-executam sem a intervenção de uma terceira parte ou agente intermediário. Primeiramente, Thiago lembra como funciona uma transação no mercado tradicional. ara que um correntista transfira dinheiro de sua conta de um banco como o Bradesco, por exemplo, para uma correntista do Itaú, o Banco Central tem que confirmar os passos da transação. Verifica se o cliente do Bradesco tem saldo suficiente, se realmente é correntista do banco. Depois, o Banco Central tem que identificar Alice no Itaú, a sua conta, e creditar o dinheiro do Bradesco lá. Confia-se no Banco Central para
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28 BR Cooperativo l Ano 2 l Nº 7 l Fevereiro 2021
manter o registro dos balanços de cada banco e cada correntista. Diversas instituições dependem do agente centralizador que é o próprio Banco Central, que age como um livro de registros. Tecnologia digital Na tecnologia digital, não há um agente central. As transações são validadas por um protocolo matemático: “Substitui-se a figura do burocrata, da entidade estatal, pela figura da criptografia, da matemática. Desde que a transação respeite os preceitos matemáticos já estabelecidos no protocolo do bitcoin, será considerada válida ou não válida através do consenso dos participantes da rede”, explicou Thiago. A partir de 2015/2016, e mais fortemente em 2017, nasceu o Ethereum, plataforma descentralizada que permite a cria-
ção de aplicações financeiras inteligentes com base na tecnologia blockchain. Os contratos passaram a ser validados e autoexecutáveis, sem a necessidade de um intermediário central. “Agora você tem a fase contratual. Os contratos são autoexecutáveis, sem a necessidade de intermediários centrais dizendo, Ok! Se essa parte cumpriu o seu combinado e essa outra parte cumpre o seu combinado, execute-se”, explicou. Outro exemplo de Thiago na utilização de contrato inteligente é em uma transação de compra e venda de imóvel. O comprador, quando decide adquirir uma casa, firma um contrato com o vendedor que diz que, mediante pagamento de determinada quantia, a casa passa a ser dele. O comprador vai ao banco, transfere o dinheiro, que é atestado pelo cartório, após o registro passa para o nome do comprador. “Tudo isso hoje no Brasil é verificado por terceiras partes. O banco, o cartório, diversas instituições que estão na legislação brasileira e tudo mais para conduzir um contrato de compra e venda de imóveis e chegar na fase final, que é a execução. No caso de contrato inteligente, isso é altoexecutado. Você não tem mais a figura do cartório, do intermediário para validar. No momento em que um contrato é programado na blockchain, e alguns gatilhos forem definidos e acionados por ambas as partes, o contrato deve ser executado. Por exemplo, o contrato inteligente, a partir do momento que identifica a realização do pagamento digital — nesse caso pode ser em bitcoins ou em moe-
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