Revista BR Cooperativo - Edição nº 7 (fevereiro-2021)

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Os desafios da saúde para o futuro

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oderado pelo diretor do Provimento de Saúde da Unimed Belo Horizonte, José Augusto, o painel sobre saúde contou com a participação dos médicos Henrique Martins e, Samuel Flan, presidente da Unimed Belo Horizonte e cardiologista especialista em medicina intensiva. Samuel Flan apresentou a unidade da Unimed Belo Horizonte, com 1,3 milhão de clientes e considerada pela Agência Nacional de Saúde (ANS) a primeira cooperativa de trabalho médico do Brasil em termos de qualidade. Para trabalhar a pandemia, Samuel Flan disse que o modelo de trabalho da Unimed está em atuação desde o dia 18 de março de 2020. A cooperativa disponibilizou na internet um serviço em que a população pode consultar especificamente sobre o novo coronavírus. O número de acessos online chegou a 130 mil consultas. Entre os grandes desafios durante a pandemia apontados pelo presidente da Unimed BH, o principal foi dar segurança para o cliente fragilizado. Outros desafios foram garantir a segurança do cooperado, remunerando em 70% da produção média dos rendimentos daqueles que não puderam trabalhar em função da pandemia e mantendo 4 mil colaboradores em home office. A sociedade contou com a Unimed, que cedeu o acesso ao sistema on-line. Bem ao estilo de uma cooperativa física e digital. José Augusto — Dr. Henrique, como as organizações kiwi podem promover melhorias das condições de saúde da sua população assistida? Henrique Martins — A primeira ideia

é que os hospitais ou clínicas têm a responsabilidade de ensinar a população. Os líderes dos hospitais ou das cooperativas têm que lembrar muitas vezes que aquela é provavelmente a organização que tem mais pessoas que podem ensinar os outros. Vou ao hospital cuidar de mim, mas também vou aprender. É esta inteligência que eu falo dos hospitais do tipo kiwi. Somos uma organização que promove o conhecimento, que ensina a nossa população. A melhor vacina é a educação. José Augusto - A Califórnia teve 185 mortes para cada 100 mil habitantes. Em Belo Horizonte, na carteira de clientes da Unimed BH, que tem 1,3 milhão, como o Samuel falou, nosso índice foi de 25 mortes para 100 mil habitantes. Ou seja, quase oito vezes melhor. Como é que você explica esse resultado tão bom e ao mesmo tempo tão diferente da Califórnia? Samuel Flan - Uma das coisas foi trabalhar antecipadamente, como um time. A Unimed trabalhou no sentido de treinar os nossos médicos para lidar na linha de frente, para lidar com os respiradores. Não bastava ter o respirador. Era importante saber usar. E esse trabalho coordenado de um só time, para minha visão, é o que levou a esse melhor resultado. José Augusto - Sabemos que, para ser acessível à maior parte da população, o plano de saúde tem que ter um custo adequado, razoável, para que possa ser custeado. A chegada da Saúde Digital, das Organizações Kiwi, os modelos de atenção digital, podem proporcionar um acesso um custo mais acessível, seja no sistema de saúde ou no sistema Unimed aqui no Brasil?

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Henrique Martins - Podem, com muita firmeza. No caso de Portugal, quando eu estava à frente da Agência Digital, nós lançamos um projeto muito ambicioso de “telerrastreio dermatológico”. Os dermatologistas passaram a ter primeiro o acesso à informação em forma de fotografia. Somente depois tinham acesso aos doentes no seu consultório. Isso correu tão bem que se tornou uma norma do Ministério da Saúde. Um médico de atenção primária não pode mandar um doente a uma capital, às vezes obrigando o paciente a deslocar 200 km, 300 km e esperar um ano para ser atendido, sem antes fazer uma fotografia. O dermatologista pode olhar para a fotografia e encaminhar aquela situação. O médico pode enviar o resultado para o smartfone do paciente. Isso faz com que as consultas sejam muito mais baratas. Samuel Flan - O grande desafio realmente é custo. Temos uma renda per capita baixa. Com todos os planos de saúde, não chegamos a 25% da população. É um grande desafio. Não preciso ver o médico, preciso é resolver meu problema. Acho que as ferramentas digitais estão aí para melhorar esse modelo de atendimento. A Unimed Belo Horizonte está lançando um plano digital. Será um misto de um phigital e que, com certeza, terá capacidade de atender um número maior de clientes. José Augusto - Também penso que a chegada da Saúde Digital é para melhorar e facilitar o acesso das pessoas. Esse é o grande desafio todos os sistemas de saúde.

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Samuel Flamm, Henrique Martins e José Augusto: saúde em debate

BR Cooperativo l Ano 2 l Nº 7 l Fevereiro 2021

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