Revista BR Cooperativo - Edição nº 7 (fevereiro-2021)

Page 24

Capa

MARKETING

A caminho do hospital do futuro

C

ada vez mais o cidadão é o próprio o criador da sua saúde. A saúde tem que ser preventiva. Essa foi a mensagem do médico Henrique Martins, que de Lisboa participou do WCM Phigital Experience 2020 mostrando o que pensa sobre a evolução digital na Medicina. Para Henrique Martins, a tecnologia, aliada ao tratamento de doenças, deu um salto nos últimos anos, tanto no Brasil quanto em Portugal. Ele defende a utilização de um sistema digital na Saúde por conta da necessidade atual de afastamento entre pessoas e prédios hospitalares: “É possível, como médico, cuidar das pessoas, mesmo à distância, porque trazer as pessoas para o edifício (hospitalar) pode ser perigoso”. Henrique Martins demonstrou a evolução do Sistema Unimed no Brasil. São 345 cooperativas presentes em 84% do território. O tamanho do sistema é refletido nos números. São 123 mil empregos, 116 mil cooperados e 17,5 milhões de clientes em 4.686 municípios. “Isso representa o dobro do que o sistema de saúde português cuida”, disse. Pacientes digitais Para Henrique, os pacientes digitais estão cada vez mais informatizados. As ferramentas digitais são intrusivas, tanto no corpo humano quanto na mente. O problema é o difícil acesso à internet por parte da população. Quem não usa o digital está excluído: “E isso não é bom. Mas na medida

POSTS FACEBOOK:

108

24 BR Cooperativo l Ano 2 l Nº 7 l Fevereiro 2021

em que vamos usando aplicativos para celular, e relógios que medem a pressão arterial, a medida em que vamos avançando, a tecnologia vai ficando cada vez mais intrusiva. No mundo atual, a medicina conta ainda com robôs que entram no corpo humano e podem ajudar a cuidar de condições de risco cardiovascular. E conta ainda com o Mindware, software que altera a mente humana. “Isso não é futuro. Está cada vez mais a acontecer”, disse.

Profissionais KIWI Henrique Martins apresentou o conceito dos hospitais e profissionais KIWI — acrônimo de Knowlegeable Inteligent wise interoperable (Dotados de conhecimento, com sistemas inteligentes, com sabedoria e com interoperabilidade). Ele explica que, para as organizações de saúde, tanto hospitais, clínicas, médicos e enfermeiros representam o conhecimento. Portanto, uma cooperativa depende do grau de conhecimento de seus integrantes e funcionários, seja um conhecimento implícito ou explícito. Outro fator é o uso da inteligência, em quaisquer de suas formas. “A sabedoria está em combinar de forma inteligente a inteligência artificial e a natural. É isso que tem que fazer um bom médico responsável por uma cooperativa”, explicou. O conceito de Interoperablilidade significa, de acordo com o doutor Hen-

rique, trabalhar em conjunto. Médicos e sistemas de computadores. “Os próprios médicos têm que ser os profissionais KIWI. Tem que tem que trabalhar a transformação digital. Trabalhar ao lado do robô ou mesmo com braço e pernas robóticas”. Outra questão é o uso de dados. Na Europa, costuma-se usar todos os dados relativos a um cliente de modo a tratá-lo de forma individualizada. “Dar o tratamento que ele e a sua família necessita”. Telessaúde O doutor Henrique sugere como inspiração aos gestores o Plano Estratégico Nacional de Portugal. Trata-se da criação de um Centro Nacional de Telessaúde onde se partilham experiências e desenvolvem-se tecnologias. “Saber fazer uma consulta física é difícil, Saber fazer uma teleconsulta também é difícil”, frisou o doutor, acrescentando que a reutilização de dados coletados em diversas ocasiões pode ser útil para o tratamento exclusivo de cada pessoa. Com isso, surge a figura do telelíder, que tem a capacidade de abraçar as pessoas de forma digital. Para completar, Henrique fala da necessidade de o profissional encarar a Inteligência Artificial e a Robótica de uma forma totalmente sem medo. Mas com respeito. “Temos que respeitar a Inteligência Artificial. Ela é cada vez mais o novo paradigma da medicina, cada vez mais usada para a decisão médica”. Em sua conclusão, o doutor Henrique primeiramente disse que é muito importante a criação de sistemas de saúde digitais. Significa repensar o papel de pacientes, médicos e enfermeiros. Em segundo, que as organizações e os profissionais devem estar alinhados com estas quatro linhas fundamentais: Conhecimento, inteligência, sabedoria e interoperabilidade — trabalhar em conjunto. Outro fator importante para as cooperativas do futuro é a adoção de estratégias pró-ativas e inteligentes. Não devem ficar apenas a espera de um software dos EUA. Ou da Europa. Devem fazer seus próprios robôs. Por último, esses líderes que fazem banhar a saúde, estão preocupados não só com os doentes, mas também com os funcionários.

POSTS INSTAGRAM

113


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
Revista BR Cooperativo - Edição nº 7 (fevereiro-2021) by Cláudio Montenegro - Issuu