Revista BR Cooperativo - Edição nº 7 (fevereiro-2021)

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MARKETING

As tendências do agro e o futuro dos alimentos

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ossos hábitos de consumo de alimentos impactam todo o planeta. Os negócios, a saúde e o ambiente sofrem influência do que comemos. O fundador e presidente da Open Food Institute, Matheus Von Muhlen, falou sobre as mudanças que já ocorrem no mercado global de alimentação. Para Matheus, o Brasil vai passar de um país transformador para o líder em tendências no futuro do alimento. Matheus explica como a carne, feita de plantas é um dos grandes transformadores de negócio de toda a cadeia. “As pessoas me perguntam: Mas isso está acontecendo? Isso não é um sonho? Não é uma vontade? Segundo Matheus, o mercado brasileiro de alimentos movimentou mais de 50 bilhões de reais em 2020, apesar do recuo da Economia provocado este ano pela pandemia. A mudança na cadeia de alimentos altera também as empresas. Matheus fala que “Antes, as pessoas morriam de fome. Hoje, morrem por comer inadequadamente, como a história, fictícia ou não, de que uma pessoa comeu um morcego na China e impactou o mundo com o novo coronavírus”. Em relação à produção de alimentos, Matheus cita três caminhos que influenciam produtores e consumidores. O primeiro deles, a saudabilidade — tudo que garante que o alimento seja capaz de gerar um impacto positivo no corpo — a saúde, propriamente dita. “Cada vez mais o alimento gera im-

pacto no nosso corpo. Às vezes, na hora, e outras vezes essa sensação ocorre daqui a 10, 20, 30 anos. O conhecimento, a tecnologia, a inovação, a decisão de alimento são os impactos para fazer com que a gente possa viver ainda melhor. Sabemos que existem novas possibilidades, mas no futuro a gente quer chegar o momento de poder tomar uma cerveja que não faça mal ou comer um doce que não vai trazer problema de diabete”, explicou. O outro caminho é a sustentabilidade. O impacto que o alimento promove no planeta e no negócio. “Não adianta ingerir alimentos se ele não gera impacto positivo para o planeta e para os nossos negócios. Porque a gente precisa ter continuidade. O mundo está muito maior do que há 10 anos. Essas pessoas estão em um nível de consumo muito maior e a gente não tem planeta para atender a cadeia de consumo”. O terceiro caminho para entender o que gera impacto na mente — o sabor. “A nossa genética foi construída e temos papilas gustativas na ponta da língua porque se a gente associa o alimento a fazer coisas boas, as coisas positivas, a gente continua se alimentando. O corpo não para. É uma questão genética. Uma questão de sobrevivência do organismo. Carne de planta Quando se fala em carne de plantas, o cérebro é confrontado, já que ao pensar em carne pensa-se também em animais como vaca, boi, peixe, frango, jacaré.

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A expectativa é grande para o mercado da carne de planta. A cadeia de alimentos McDonald´s já percebeu e partiu para a inovação. A rede incluiu a opção da proteína vegetal em sua lista de sanduíches. Mas as novidades ainda não acabaram: “A ação que mais cresceu na Bolsa de Valores americana foi a da Beyond Beef, uma carne vegetal. Ou seja, é a carne à base de plantas americanas. O McDonald ‘s lançou o McPlant, uma linha de produtos feitos à base de plantas”, disse Matheus, acrescentando que isso altera toda uma cadeia de produção e negócios. O impacto do novo produto é rápido também no Brasil. Mas especificamente o agronegócio. Essa inovação valoriza o grão-de-bico, que é uma das plantas mais perfeitas para os hambúrgueres e derivados de linguiça. O Brasil, que é o maior exportador de produtos como laranja e café, começa a perceber a valorização de outros alimentos. “A carne de planta tem grande potencial no Brasil. Principalmente o mercado de proteína a base de ervilha. É a principal base das proteínas das plantas, com aumento de 100% na valorização nos últimos dois anos. Tudo devido à transformação do consumo dos clientes. Finalizando, Matheus Von Muhlen conclui que o futuro do mercado pertence àqueles que tiverem a resposta para o seguinte desafio: Como entregar soluções de saúde e sustentabilidade para o planeta e as pessoas através do alimento? A pergunta fica no ar.

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BR Cooperativo l Ano 2 l Nº 7 l Fevereiro 2021

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