Jongo e educação: a construção de uma identidade quilombola a partir de saberes étnico-culturais do

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PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0913511/CA

Figura 7. Rota de deslocamento (mapa extraído do Google maps)

No deslocamento do rural para o urbano houve grande dificuldade na adaptação a esta última localidade, principalmente pelas poucas condições oferecidas para aqueles oriundos da área rural - o emprego que seu pai arrumou foi de gari da prefeitura, o que fez com que ele e seus irmãos passassem por uma série de necessidades e dificuldades como, por exemplo, ir à escola sem ter tido o desjejum em casa. Por outro lado, Délcio reconhece que o centro lhe trouxe possibilidades de diálogo eficazes com as mais variadas esferas políticas e sociais. Como ele mesmo diz, a área rural é abandonada pelos governos, o que acaba induzindo, por falta de opção e de respaldo governamental, a migração dessa população: “Eu poderia continuar na área rural, mas desde que tivesse uma política que atendesse a área rural como ela merece ser atendida”. Sendo assim, a primeira possibilidade de diálogo para Délcio permitida pela migração, ainda que este diálogo só viesse efetivamente a florescer depois da conclusão dos seus estudos escolares, foi a entrada e permanência na escola. Para Durhan, (2011, p.298) “a migração, principalmente da zona rural para a cidade mais próxima é muito marcada pelo objetivo de dar escola aos filhos”. Tal citação pode ser confirmada pela fala de sua mãe, narrada pelo Délcio (novembro de


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6.2. Na escola não se aprende a ser quilombola

50min
pages 176-210

Figura 13 - Localização da E. M. Áurea Pires da Gama

3min
pages 174-175

6.1. A escola no quilombo de Santa Rita do Bracuí

1min
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5.4. Corporalidade e memória corporal

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pages 167-170

6. Jongo e educação escolar quilombola: alguns diálogos

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pages 171-172

dia da festa de Santa Rita

1min
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corporalidade

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pages 156-161

não identificada

5min
pages 163-165

5.2. Por uma antropologia da dança

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pages 150-155

5.1. O corpo sob enfoques antropológicos

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pages 144-149

4.2. “Dá licença galo velho, pinto novo quer saravar”

12min
pages 127-132

5. O corpo no/do jongo

5min
pages 141-143

4.3. “O jongo é de apresentação, não é mais de divertimento”

14min
pages 133-140

4.1. “Se você é bom decifra o que eu quero te dizer”

10min
pages 122-126

3.2. O nascimento do projeto “Pelos Caminhos do Jongo”

15min
pages 110-118

4. Entre a tradição e a modernidade

5min
pages 119-121

Figura 8 - Délcio Bernardo

1min
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Figura 7 - Rota de deslocamento

29min
pages 94-108

3.1. A história de vida de uma importante liderança jongueira

9min
pages 89-93

2.5. Breve aporte ao debate sobre uma Educação Quilombola

8min
pages 78-82

3. O reavivamento do jongo

11min
pages 83-88

protagonismo de uma comunidade de resistência jongueira

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visibilidade política no movimento quilombola Sul Fluminense

29min
pages 45-60

2.4. O jongo na educação: pesquisas em foco

18min
pages 68-77

Figura 6 - Jongueiros reunidos na sede da Arquisabra

12min
pages 61-67

1. Introdução

14min
pages 15-22

3. As performances no jongo: espaço para a emergência da

9min
pages 5-14

Figura 1 - Mapa que localiza o quilombo de Santa Rita do Bracuí

1min
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