Jongo e educação: a construção de uma identidade quilombola a partir de saberes étnico-culturais do

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Desse modo, propomos uma reflexão sobre a Educação Escolar Quilombola, categoria analítica emergente e, portanto, ainda aberta, através de uma reflexão sobre o jongo no contexto da comunidade quilombola de Bracuí. A questão que norteará esta reflexão terá como pano de fundo alguns dados empíricos e outros epistemológicos, que demonstrem a relação entre esses dois atores principais, tendo como ponto de partida a reivindicação da comunidade de incorporação do jongo pela escola local. Em determinados momentos, poderemos lançar mão da mesma relação (jongo e escola local) observada na comunidade vizinha Campinho da Independência, com o intuito de enriquecermos nossa análise em meio a contextos diferenciados. Entretanto, procuraremos traçar aqui um diálogo frutífero, que possa ultrapassar a questão localizada de Bracuí ou Campinho, servindo como aporte

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analítico para a reflexão sobre a educação escolar em áreas remanescentes de quilombo, ou que atendam alunos oriundos destas, com foco na relação entre seus saberes tradicionais e os saberes escolares, tanto no que diz respeito a uma “educação diferenciada”, como com relação à implementação da Lei 10.639/03 e suas respectivas diretrizes. Não com o intuito de afirmarmos que o jongo deva ou não adentrar a escola, mas, em outro formato, objetivando trazer uma reflexão sobre este debate, que pode vir a iluminar tantos outros debates referentes à relação entre saberes tradicionais e saberes escolares no campo de pesquisa ainda em construção, denominado de Educação Escolar Quilombola. 6.1 A escola no quilombo de Santa Rita do Bracuí Localiza-se no território quilombola de Santa Rita do Bracuí a Escola Municipal Áurea Pires da Gama, na estrada de Santa Rita, principal rua do quilombo, bem próximo a “pista”, ou seja, a Rio-Santos, oferecendo atualmente todo o Ensino Fundamental e a Educação de Jovens e Adultos (EJA).


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6.2. Na escola não se aprende a ser quilombola

50min
pages 176-210

Figura 13 - Localização da E. M. Áurea Pires da Gama

3min
pages 174-175

6.1. A escola no quilombo de Santa Rita do Bracuí

1min
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5.4. Corporalidade e memória corporal

6min
pages 167-170

6. Jongo e educação escolar quilombola: alguns diálogos

3min
pages 171-172

dia da festa de Santa Rita

1min
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corporalidade

12min
pages 156-161

não identificada

5min
pages 163-165

5.2. Por uma antropologia da dança

11min
pages 150-155

5.1. O corpo sob enfoques antropológicos

11min
pages 144-149

4.2. “Dá licença galo velho, pinto novo quer saravar”

12min
pages 127-132

5. O corpo no/do jongo

5min
pages 141-143

4.3. “O jongo é de apresentação, não é mais de divertimento”

14min
pages 133-140

4.1. “Se você é bom decifra o que eu quero te dizer”

10min
pages 122-126

3.2. O nascimento do projeto “Pelos Caminhos do Jongo”

15min
pages 110-118

4. Entre a tradição e a modernidade

5min
pages 119-121

Figura 8 - Délcio Bernardo

1min
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Figura 7 - Rota de deslocamento

29min
pages 94-108

3.1. A história de vida de uma importante liderança jongueira

9min
pages 89-93

2.5. Breve aporte ao debate sobre uma Educação Quilombola

8min
pages 78-82

3. O reavivamento do jongo

11min
pages 83-88

protagonismo de uma comunidade de resistência jongueira

1min
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visibilidade política no movimento quilombola Sul Fluminense

29min
pages 45-60

2.4. O jongo na educação: pesquisas em foco

18min
pages 68-77

Figura 6 - Jongueiros reunidos na sede da Arquisabra

12min
pages 61-67

1. Introdução

14min
pages 15-22

3. As performances no jongo: espaço para a emergência da

9min
pages 5-14

Figura 1 - Mapa que localiza o quilombo de Santa Rita do Bracuí

1min
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