Revista Barão de Mauá n° 8

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Foto: Felipe Lima

Promessa do esporte Eike Leiva Martello tem potencial de ser um possível campeão olímpico em skate, mas antes tem de vencer uma leucemia VINÍCIUS PIRES

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skatista mirim Eike Leiva Martello, de 8 anos, é apenas uma criança apaixonada pela modalidade, mas que já leva na bagagem, uma trajetória de gente grande. Ficou conhecido na cidade São Carlos e consequentemente no Brasil todo pelas suas habilidades com o skate desde muito pequeno. Com apenas 2 anos ele já demonstrava seu potencial e participou da sua primeira competição. O amor pelo skate é de família. Seu pai, Fabio Henrique Martello, de 39 anos, conta que sempre foi apaixonado pelo esporte e que vivia para cima pra baixo em cima do skate, arrastado pelo cachorro, Marley, que morreu. “Quando o Eike nasceu eu comecei a levá-lo para as pistas de skate, e desde então ele demonstrou um amor e grandes habilidades em cima do carrinho.” Martello conta que desde o primeiro campeonato Eike pegou muito gosto e se viu apaixonado pela adrenalina das rampas. Mesmo tão novo, o garoto prodígio já possuía mais de 40 campeonatos disputados no currículo. A paixão pelo esporte só fazia aumentar quando, no começo de feve-

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reiro de 2021, veio a notícia de que ele estava com leucemia, o que o afastaria ele das pistas e o colocaria em fase de tratamento. “Descobrimos quando Eike começou a apresentar algumas queixas de calafrio. Logo na sequência veio uma forte febre que não passava. Então o levamos para exames e no dia 28 de fevereiro veio a suspeita de leucemia. Após os exames realizados no Hospital da Criança, na Vila Valqueire, no Rio de Janeiro, veio a confirmação. Já no dia seguinte, Eike iniciou o tratamento.” Com tudo isso, Eike precisou se afastar das pistas por dois anos, o que mudou completamente a vida do fenômeno mirim. “Nossa vida virou de ponta cabeça, ficamos sem chão. Nossa família resprava o esporte e descobrir que o Eike estava doente foi muito difícil. Sem contar que recebemos a notícia que corria o risco de ele não poder mais andar de skate, devido ao risco de se machucar. Então as idas à pista de skate se transformaram em idas ao hospital”, conta a mãe, Jéssica Leiva Martello. No começo, Eike não entendia muito e se perguntava o motivo disso estar acontecendo com ele. Entretanto, com as idas ao hospital mais frequentes, o

jovem encarou esse desafio com um sorriso no rosto. “Após ele entender melhor, ele lidava com isso de uma forma muito ingênua e desafiadora, assim como toda a criança. Nós sabemos que o Eike é um menino iluminado, e isso é algo que Deus lhe deu, pois desde pequeno ele vem transformando a vida de todos à sua volta”, declara o pai. A família atualmente mora no Rio de Janeiro, após se mudar de São Carlos para, além de iniciar o tratamento do Eike, proporcionar uma evolução em pistas melhores aos seus irmãos, Kevin, de 7 anos, e Kemilly, de apenas 6 anos. “Não só o Eike, mas o Kevin e a Kemily são crianças especiais. Sempre chamam atenção por onde passam. Os dois também amam muito o esporte e possuem um dom natural, além de serem muito esforçados para se tornarem grandes skatistas”, afirma a mãe. Os resultados do tratamento vêm sendo um grande sucesso. Os médicos dizem que Eike está se recuperando mais rápido do que o imaginado e respondendo cada vez melhor a todas as fases do tratamento. Martello diz que o garoto possui uma vida muito re-


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