Revista ANTRAL Nº 195

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Nota de Abertura

Arrojo, Audácia e desprezo pela Vida Longe vão os saudosos tempos em que eu, na companhia dos meus progenitores e mais as minhas duas irmãs, na ausência de melhor programa, nos deslocávamos às romarias onde, para além de nos lambuzarmos com umas deliciosas farturas à moda de Lisboa, ainda tínhamos o privilégio de andar em alguns dos aí existentes divertimentos, nomeadamente o carrossel oito, as cestinhas e os sempre deslumbrantes aviões . Até aqui tudo bem, só que havia quase sempre uma atração nestas romarias, que me deixava particularmente fascinado. Era o famoso Poço da Morte. Dentro desta estrutura, destemidos motociclistas e automobilistas, quase sempre familiares, faziam as mais arrojadas acrobacias, acrobacias estas, que levavam o público ao rubro e ao mesmo, arrancavam estrondosas ovações. Contudo, havia um trabalho que tinha que ser feito previamente, e assim, em frente a este divertimento, um motociclista para acicatar os ânimos dos mirones, executava rodeado quase sempre de duas esbeltas partenaires, pequenas demonstrações enquanto era difundido alto e bom som o seguinte slogan: “Venham, venham ver um verdadeiro espetáculo, de Arrojo, Audácia e desprezo pela Vida.” E assim, com todo este aparato despertavam a adrenalina daqueles que gostavam de emoções fortes. Era uma maneira séria e honesta de granjearem o seu sustento. Vem tudo isto a propósito e em termos de comparação, com o imprevidente comportamento que alguns profissionais de táxi estão a ter, face à situação de pandemia que todos estamos a viver a nível mundial. Urge ao nosso sector, tomar e executar com profissionalismo, todas as medidas que contribuam para a diminuição do risco de contágio, e que levem a população em geral, a olhar o transporte em táxi como o transporte público mais seguro e eficaz que temos.

José Monteiro

Por isso mesmo, medidas como: • Colocação de separadores nos táxis, hoje autorizados mesmo sem homologação. Estes para além de minimizarem o risco de transmissão do COVID-19, podem eventualmente vir a contribuir para a segurança do profissional de táxi em futuras ondas de violência que possam surgir. • Utilização da máscara facial, de preferência cirúrgica. Esta é de utilização obrigatória, tanto para os condutores como para os passageiros. Assim e porque não, possuirmos no nosso táxi alguns exemplares para disponibilizar aos nossos clientes menos atentos. • Higienização e desinfeção das viaturas taxi com alguma periocidade em empresas especializadas. Esta operação podia e deveria ser apoiada pelas câmaras municipais • Proceder diligentemente e com produtos apropriados à limpeza dos puxadores, portas e do espaço ocupado pelos passageiros no final de cada serviço. • Sempre e logo que possível, submetermo-nos a testes de despistagem ao COVID-19, pois eventualmente poderemos ter no nosso seio, profissionais assintomáticos os quais, sem o saberem, podem ser potenciais focos de contaminação. • Utilização sempre que possível dos meios de pagamentos eletrónicos de pagamento. • Cumprir as regras de etiqueta respiratória e com as do distanciamento social. Estas são algumas das medidas que poderemos adotar, às quais outras se podem adicionar, para assim nos protegermos individualmente e simultaneamente os utilizadores dos nossos serviços, os nossos familiares, bem como a sociedade em geral. Só assim nos defenderemos de uma eventual acusação pelos atrás mencionados, de que tivemos irresponsavelmente um comportamento que denotou, “ARROJO ,AUDÁCIA E DESPREZO PELA VIDA“ SAUDAÇÕES ASSOCIATIVAS

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